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Avicultura

Efeitos do butirato de sódio na saúde intestinal e desempenho de frangos

A saúde do trato gastrointestinal é evidenciada pela melhoria na morfometria intestinal, melhor integridade intestinal e modulação da microbiota intestinal, contribuindo para o desempenho geral e a saúde das aves.

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Desde a proibição dos antibióticos como promotores de crescimento na UE, há uma tendência global de produzir proteína animal utilizando menor nível de antibióticos.  Em decorrência, uma das áreas mais pesquisadas na avicultura é avaliação de aditivos alternativos aos antibióticos promotores de crescimento.

Desta forma, o nutricionista de aves é desafiado a produzir da forma mais eficiente, considerando não apenas custo dos ingredientes, mas também como os ingredientes da dieta e os aditivos podem afetar a saúde intestinal dos animais e o índice de produtividade.  A saúde intestinal é um dos principais fatores que afetam o desempenho, os índices de mortalidade e produtividade das aves, e consequentemente a lucratividade.

Dentre os aditivos utilizados na avicultura, o ácido butirico tem apresentado excelentes resultados sobre o desempenho e a saúde intestinal das aves, sendo um dos grandes promissores para melhoria da produtividade e na substituição aos antibióticos promotores de crescimento na avicultura.

Efeito sobre a saúde intestinal 

O ácido butirico é um ácido graxo de cadeia curta com diferentes efeitos positivos no animal. Seus derivados (sais de sódio, de cálcio, bem como mono, di e triglicerídeos) são comumente usados ​​na nutrição animal. Entre eles, o mais bem descrito é o butirato de sódio, cujos efeitos nos animais variam em melhorar a altura de vilosidades, modulação das populações bacterianas no intestino e ceco, o que por sua vez reduz a presença de toxinas que provocam alterações na morfologia do intestino (vilosidades e criptas), melhoria da digestibilidade de nutrientes e controle de Salmonella (Figura 1).

 

Mais benefícios

O butirato é a fonte de energia mais importante dos colonócitos e uma das principais dos enterócitos. Regula a diferenciação e proliferação do epitélio gastrointestinal e aumenta a apoptose nas células geneticamente alteradas. Além disso, desempenha um papel extenso na homeostase intestinal, incluindo suporte para a função de barreira intestinal.

A adição de butirato de sódio na forma livre ou parcialmente protegido nas dietas de aves pode diminuir o pH gástrico, acelerando a conversão de pepsinogênio em pepsina, o que aumenta a absorção de nutrientes como proteínas, aminoácidos e minerais. Além disso, o baixo pH auxilia no controle de bactérias patogênicas pelo esgotamento da energia metabólica e a redução do metabolismo da membrana celular, a saída de fluidos celulares e a idade de bloqueio do uso de nutrientes.

Portanto, é importante que a fonte de ácido butírico utilizada nas dietas possuam efeito ao longo de todo trato intestinal das aves, mantendo a boa saúde do intestinal das aves, diminuindo o nível de bactérias patogênicas e melhorando a digestibilidade de nutrientes.

Em um trabalho para avaliar a prevalência de Salmonella enteritidis em frangos inoculados experimentalmente, foi possível observar que frangos suplementados com butirato de sódio na dieta apresentaram uma redução significativa (P < 0,05) de infecção por Salmonella enteritidis a partir dos 27 dias de vida (Figura 2).

Figura 2: Animais positivos para Salmonella enteriditis recebendo butirato de sódio na dieta após inoculação experimental

Efeito sobre o desempenho de frangos 

A adição de butirato de sódio às dietas de frangos tem um efeito positivo sobre o desempenho. A adição de butirato de sódio 70% na dieta melhora a conversão alimentar em 3,7% e o peso final das aves em 2,8%.  As principais razões pelas quais o butirato de sódio melhora desempenho animal estão relacionadas as suas ações sobre o trato intestinal, como descrito no tópico anterior.

Em outro trabalho foi observado efeitos positivos do butirato de sódio sobre o peso final, ganho de peso diário e conversão alimentar quando suplementado em níveis de 300 mg/kg ou 600 mg/kg (Tabela 1).

Tabela 1: Desempenho de frangos aos 35 dias recebendo diferentes inclusões de butirato de sódio na dieta.

Outros estudiosos avaliaram os efeitos da utilização de butirato de sódio em diferentes dietas e densidades nutricionais. Na tabela 2 estão apresentados os resultados do butirato de sódio para os tratamentos realizados com dietas a base de milho e farelo de soja. Pode-se observar melhoria do peso final dos animais que receberam dietas suplementadas com butirato de sódio. A melhoria dos resultados de desempenho foi associada a melhor morfometria intestinal e digestibilidade dos animais suplementados com butirato de sódio na dieta.

Os autores ainda concluíram que o uso do butirato de sódio na dieta ajuda os animais a lidar melhor com situações adversas como menor densidade de nutrientes da dieta e menor digestibilidade de nutrientes nas dietas, dependendo do ingrediente utilizado. Isso pode auxiliar na utilização de matérias-primas não convencionais, menos avaliadas nutricionalmente e com qualidade incerta, pois o animal estará mais bem preparado para utilizar os nutrientes disponíveis na ração, devido a sua melhor saúde intestinal.

Considerações finais

O butirato de sódio é um dos aditivos disponíveis para melhorar o desempenho, a saúde intestinal e substituir antibióticos promotores de crescimento na avicultura. Sendo que a saúde do trato gastrointestinal é evidenciada pela melhoria na morfometria intestinal, melhor integridade intestinal e modulação da microbiota intestinal, contribuindo para o desempenho geral e a saúde das aves.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato via: hebertsilveira@naturalbrfeed.com.br

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital Avicultura – Corte & Postura.

Fonte: Por Hebert Silveira, gerente técnico Natural BR Feed

Avicultura

Paraná registra queda no custo do frango com redução na ração

Apesar da retração no ICPFrango e no custo total de produção, despesas com genética e sanidade avançam e mantêm pressão sobre o sistema produtivo paranaense.

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O custo de produção do frango vivo no Paraná registrou nova retração em outubro de 2025, conforme dados da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS) da Embrapa Suínos e Aves. Criado em aviários climatizados de pressão positiva, o frango vivo custou R$ 4,55/kg, redução de 1,7% em relação a setembro (R$ 4,63/kg) e de 2,8% frente a outubro de 2024 (R$ 4,68/kg).

O Índice de Custos de Produção de Frango (ICPFrango) acompanhou o movimento de queda. Em outubro, o indicador ficou em 352,48 pontos, baixa de 1,71% frente a setembro (358,61 pontos) e de 2,7% na comparação anual (362,40 pontos). No acumulado de 2025, o ICPFrango registra variação negativa de 4,90%.

A retração mensal do índice foi influenciada, principalmente, pela queda nos gastos com ração (-3,01%), item que historicamente concentra o maior peso no custo total. Também houve leve recuo nos gastos com energia elétrica, calefação e cama (-0,09%). Por outro lado, os custos relacionados à genética avançaram 1,71%, enquanto sanidade, mão de obra e transporte permaneceram estáveis.

No acumulado do ano, a movimentação é mais desigual: enquanto a ração registra expressiva redução de 10,67%, outros itens subiram, como genética (+8,71%), sanidade (+9,02%) e transporte (+1,88%). A energia elétrica acumulou baixa de 1,90%, e a mão de obra teve leve avanço de 0,05%.

A nutrição dos animais, que responde por 63,10% do ICPFrango, teve queda de 10,67% no ano e de 7,06% nos últimos 12 meses. Já a aquisição de pintinhos de um dia, item que representa 18,51% do índice, ficou 8,71% mais cara no ano e 7,16% acima do registrado nos últimos 12 meses.

No sistema produtivo típico do Paraná (aviário de 1.500 m², peso médio de 2,9 kg, mortalidade de 5,5%, conversão alimentar de 1,7 kg e 6,2 lotes/ano), a alimentação seguiu como principal componente do custo, representando 63,08% do total. Em outubro, o gasto com ração atingiu R$ 2,87/kg, queda de 3,04% sobre setembro (R$ 2,96/kg) e 7,12% inferior ao mesmo mês de 2024 (R$ 3,09/kg).

Entre os principais estados produtores de frango de corte, os custos em outubro foram de R$ 5,09/kg em Santa Catarina e R$ 5,06/kg no Rio Grande do Sul. Em ambos os casos, houve recuos mensais: 0,8% (ou R$ 0,04) em Santa Catarina e 0,6% (ou R$ 0,03) no território gaúcho.

No mercado, o preço nominal médio do frango vivo ao produtor paranaense foi de R$ 5,13/kg em outubro. O valor representa alta de 3,2% em relação a setembro, quando a cotação estava em R$ 4,97/kg, indicando que, apesar da melhora de preços ao produtor, os custos seguem pressionados por itens estratégicos, como genética e sanidade.

Fonte: O Presente Rural com informações Boletim Deral
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Avicultura

Produção de frangos em Santa Catarina alterna quedas e avanços

Dados da Cidasc mostram que, mesmo com variações mensais, o estado sustentou produção acima de 67 milhões de cabeças no último ano.

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A produção mensal de frangos em Santa Catarina apresentou oscilações significativas entre outubro de 2024 e outubro de 2025, segundo dados da Cidasc. O período revela estabilidade em um patamar elevado, sempre acima de 67 milhões de cabeças, mas com movimentos de queda e retomada que refletem tanto fatores sazonais quanto ajustes de mercado.

O menor volume do período foi registrado em dezembro de 2024, com 67,1 milhões de cabeças, possivelmente influenciado pela desaceleração típica de fim de ano e por ajustes de alojamento. Logo no mês seguinte, porém, houve forte recuperação: janeiro de 2025 alcançou 79,6 milhões de cabeças.

Ao longo de 2025, o setor manteve relativa constância entre 70 e 81 milhões de cabeças, com destaque para julho, que atingiu o pico da série, 81,6 milhões, indicando aumento da demanda, seja interna ou externa, em plena metade do ano.

Outros meses também se sobressaíram, como outubro de 2024 (80,3 milhões) e maio de 2025 (80,4 milhões), reforçando que Santa Catarina segue como uma das principais forças da avicultura brasileira.

Já setembro e outubro de 2025 mostraram estabilidade, com 77,1 e 77,5 milhões de cabeças, respectivamente, sugerindo um período de acomodação do mercado após meses de forte atividade.

De forma geral, mesmo com oscilações, o setor mantém desempenho sólido, mostrando capacidade de rápida recuperação após quedas pontuais. O comportamento indica que a avicultura catarinense continua adaptável e resiliente diante das demandas do mercado nacional e internacional.

Fonte: O Presente Rural com informações Epagri/Cepa
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Avicultura

Setor de frango projeta crescimento e retomada da competitividade

De acordo com dados do Itaú BBA Agro, produção acima de 2024 e aumento da demanda doméstica impulsionam perspectivas positivas para o fechamento de 2025, com exportações em recuperação e espaço para ajustes de preços.

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O setor avícola brasileiro encerra 2025 com sinais de recuperação e crescimento, mesmo diante dos desafios impostos pelos embargos que afetaram temporariamente as margens de lucro.

De acordo com dados do Itaú BBA Agro, a produção de frango deve fechar o ano cerca de 3% acima de 2024, enquanto o consumo aparente deve registrar aumento próximo de 5%, impulsionado por maior disponibilidade interna e retomada do mercado externo, especialmente da China.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a competitividade do frango frente à carne bovina voltou a se fortalecer, criando espaço para ajustes de preços, condicionados à oferta doméstica. A demanda interna tende a crescer com a chegada do período de fim de ano, sustentando a valorização do produto.

Além disso, os custos de produção, especialmente da ração, seguem controlados, embora a safra de grãos 2025/26 ainda possa apresentar ajustes. No cenário geral, os números do setor podem ser considerados positivos frente às dificuldades enfrentadas, reforçando perspectivas favoráveis para os próximos meses.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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