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Efeitos de ácidos orgânicos e fitobióticos como promotores da saúde e do desempenho em tilápias

Mesmo animais aparentemente saudáveis podem disseminar doenças entre os tanques, retardando o crescimento e elevando os custos de produção.

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Foto: Shutterstock

Artigo escrito por Thiago Tetsuo Ushizima, gerente de Aquicultura Adisseo Latam

Patógenos infecciosos, como bactérias, vírus, parasitas e fungos, representam uma séria ameaça à produção de aquicultura em nível global. Esses patógenos podem se manifestar tanto de forma assintomática quanto sintomática, resultando em redução do desempenho de crescimento e infecções graves. Mesmo animais aparentemente saudáveis podem disseminar doenças entre os tanques, retardando o crescimento e elevando os custos de produção. Embora frequentemente sejam pouco visíveis, esses patógenos têm o potencial de causar surtos significativos, especialmente quando vários fatores contribuintes estão presentes.

Os fatores climáticos desempenham um papel crucial na piscicultura, que é realizada predominantemente em ambientes abertos, como tanques escavados ou redes. Variações climáticas, como temperaturas extremas, mudanças abruptas e variações na quantidade de chuvas, criam condições estressantes para os peixes. Essas condições podem comprometer o desempenho dos animais, tornando-os mais vulneráveis ao estresse e a doenças.

Além dos fatores ambientais, é importante considerar as enfermidades emergentes, como ISKNV e Lactococcus, bem como a resistência antimicrobiana e a adaptação dos patógenos às diversas regiões, sistemas de produção e tamanhos dos animais. Para atender à crescente demanda por alimentos funcionais na piscicultura, as rações evoluíram para oferecer não apenas suporte ao crescimento e à conversão alimentar, mas também benefícios adicionais como saúde, bem-estar e resistência a doenças. Isso representa um excelente custo-benefício, especialmente diante do aumento significativo das perdas por mortalidade.

Nesse contexto, aditivos alimentares funcionais, como ácidos orgânicos e fitobióticos, têm atraído crescente interesse devido às suas propriedades que promovem a saúde. Esses compostos são eficazes no controle da carga de patógenos, na redução da gravidade das doenças, na modulação da microbiota intestinal e da resposta imunológica. Como resultado, promovem melhores taxas de sobrevivência, crescimento e conversão alimentar. Assim, os aditivos que promovem a saúde contribuem de forma significativa para a lucratividade e rentabilidade dos produtores.

Combinações

Existem diversos ácidos orgânicos disponíveis no mercado, mas apenas combinações adequadas para animais aquáticos garantem um efeito inibitório eficaz sobre os patógenos. Esses ácidos alteram a estrutura e a função das membranas celulares bacterianas, dificultando a colonização de patógenos no trato digestivo dos peixes. Além disso, são altamente energéticos e facilmente absorvidos, contribuindo para a geração de energia em múltiplas vias metabólicas, incluindo a produção de ATP e promovendo o desenvolvimento das vilosidades intestinais. Também estimulam a secreção de ácido gástrico e enzimas digestivas, melhorando a digestão de proteínas e a absorção de minerais.

Por outro lado, aditivos à base de fitobióticos, além de seu amplo espectro antimicrobiano, incluem extratos específicos com a capacidade de interromper o sistema de comunicação bacteriana conhecido como quorum sensing. Esses extratos têm um efeito depressivo nas vias de sinalização que determinam a densidade bacteriana e a produção de toxinas. Ademais, reforçam mecanismos antioxidantes e anti-inflamatórios, promovendo um microbioma intestinal mais equilibrado. Isso é evidenciado pela redução de bactérias prejudiciais e pelo aumento de espécies benéficas, como Cetobacterium e Bacillus spp. Um microbioma equilibrado é crucial para aumentar a resistência a doenças.

A suplementação de ácidos orgânicos e fitobióticos em rações para peixes tem demonstrado não apenas melhorar a taxa de sobrevivência, mas também otimizar o crescimento e a eficiência alimentar, através da melhoria da digestibilidade dos nutrientes.

Promovendo a saúde e o desempenho da tilápia

Um experimento a campo com tilápia foi realizado com o objetivo de avaliar o desempenho zootécnico com adoção de programa de saúde composto por ácidos orgânicos e fitobióticos. O estudo avaliou uma ração controle e uma ração aditivo, suplementada com 0,5% de ácido orgânico e 0,2% de fitobiótico.

As tilápias foram estocadas em tanques de terra com área de 1.000 m2 e utilizado 2 tanques para cada tratamento, com aproximadamente 60.000 alevinos estocados em cada tanque. O peso médio inicial dos peixes foi de 4,7g e o período de recria durou ao redor de 40 dias.

Figura 01. Suplementação com Ácido Orgânico (0,5%) e Fitobiótico (0,2%), na recria de tilápia em tanque escavado, durante período de inverno, avaliando o Peso Médio Final (A) Taxa de Conversão Alimentar (B) e Sobrevivência (C).

O programa de ácido orgânico e fitobiótico utilizado, foi recomendado devido ao alto desafio para época do ano e tamanho dos animais. A ração com aditivo melhorou significativamente os índices zootécnicos, evidenciado por um aumento do peso médio de 16%, diminuição de 19% na conversão alimentar e aumento de 27% na sobrevivência, quando comparada a ração controle. Para este experimento a campo, o retorno sobre o investimento (ROI) indicou que para cada dólar investido no uso dos aditivos, houve um retorno de 14 dólares.

O uso de ferramentas estratégicas para prevenção e controle de enfermidades, como os aditivos funcionais, ainda é visto apenas como aumento do custo da ração e não como investimento ou prevenção. Entender a realidade e os desafios encontrados em cada fazenda e definir estratégias que possam contribuir para minimizar o impacto das enfermidades na produção são essenciais para garantir um bom resultado nos programas preventivos adotados.

Conclusão

Aditivos à base de ácidos orgânicos e fitobióticos são amplamente utilizados em rações para peixes e camarões como uma estratégia eficaz para prevenir infecções bacterianas e melhorar o crescimento, a sobrevivência e a conversão alimentar. Estudos mostram que animais suplementados com esses aditivos apresentam taxas superiores de sobrevivência e crescimento, além de um retorno sobre investimento positivo, mesmo em ambientes de produção com desafios mínimos. Isso ocorre devido ao controle mais eficaz dos patógenos subclínicos e à otimização da utilização dos recursos energéticos, o que promove um crescimento mais robusto e saudável.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: mariana.correa@adisseo.com.

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Fonte: O Presente Rural com Thiago Tetsuo Ushizima

Peixes

Com novas quedas, preços da tilápia voltam aos níveis de 2022

Esse cenário é reflexo da oferta elevada de peixes e da demanda enfraquecido.

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Foto: Jonathan Campos

Em outubro, os preços da tilápia continuaram em queda em quase todas as praças acompanhadas pelo Cepea, voltando aos patamares observados em 2022.

Pesquisadores do Cepea explicam que esse cenário é reflexo da oferta elevada de peixes e da demanda enfraquecida.

Diante da alta disponibilidade interna, as exportações brasileiras de tilápia (filés e produtos secundários) aumentaram de forma expressiva.

Segundo dados da Secex compilados pelo Cepea, foram 1,7 mil toneladas embarcadas em outubro, elevação de 8,1% frente ao mês anterior.

Em relação ao mesmo período de 2023, o volume quase dobrou.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Peixes

Governo federal paga auxílio para pescadores da Região Norte

Benefício no valor de R$ 2.824 é destinado para atender famílias que tiveram suas atividades gravemente afetadas pela seca e a estiagem nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia.

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Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O governo federal paga nesta segunda-feira (04) o Auxílio Extraordinário para aproximadamente 148 mil pescadores e pescadoras da Região Norte afetados pela seca histórica deste ano. O benefício, no valor de R$ 2.824, será depositado na Caixa Econômica Federal para atender famílias que tiveram suas atividades gravemente afetadas pela seca e a estiagem nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia

Segundo o Ministério da Pesca e Aquicultura, a parcela única será paga diretamente na conta que o beneficiário tem na Caixa – ou em conta poupança social digital aberta automaticamente pelo banco. No total, serão pagos mais de R$ 418 milhões.

Tem direito ao auxílio, os pescadores e pescadoras que receberam o seguro-desemprego do pescador artesanal e que moram em municípios da Região Norte em situação de emergência, reconhecida pelo governo federal e cadastrados pelo município até o dia 08 de outubro.

O Amazonas é o estado com maior número de beneficiários, quase 79 mil pessoas, em 49 municípios. Já no Acre e em Rondônia, essa espécie de seguro da seca vai beneficiar pescadores de 22 municípios cada. No Pará, além da capital Belém e de Muaná, na Ilha de Marajó, trabalhadores de outras 19 cidades poderão sacar o montante.

O auxílio foi instituído pelo governo federal por meio da Medida Provisória (MP) 1.263/2024 para atender as famílias de pescadores artesanais afetadas pela seca extrema e prolongada que está afetando a Região Norte, desde o início em junho deste ano. A lista com os municípios atendidos e a quantidade de beneficiários pode ser acessada clicando aqui.

Fonte: Agência Brasil
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Peixes

UPA Copacol completa um ano de inovação tecnológica

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Com tecnologia inovadora na América Latina, a Unidade de Produção de Alevinos (UPA) da Copacol, em Quarto Centenário, completa o primeiro ano de funcionamento pleno, com significativos resultados, que geram oportunidades para milhares de famílias no campo e na cidade.

Fotos: Divulgação/Copacol

O sistema implantado possui uma característica exclusiva, unindo sustentabilidade e biossegurança, com um modelo inspirado no sistema israelense, com baixa utilização de água e controle de acesso rigoroso. “É um orgulho vermos que todo esse processo aqui se transforma em garantia de qualidade, sanidade e biossegurança dos alevinos que vão para as propriedades cooperadas. Nossa UPA toda a tecnologia que precisamos para continuar evoluindo com genética e acompanhamento próprios, o que reflete em avanços contínuos, tornando nossa região um verdadeiro exemplo nesta diversificação”, destaca o diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol, que esteve na estrutura para comemorar o primeiro ano de funcionamento da UPA.

A primeira UPA da Copacol fica em Nova Aurora e completa em dezembro uma década de existência, com resultados extremamente elevados: a produção supera 50 milhões de alevinos/ano. Além de ampliar as oportunidades a campo, a nova UPA consolida o pioneirismo da Copacol na atividade e faz com que ela tenha o domínio de toda a cadeia produtiva, garantindo a autossuficiência na produção de alevinos.

A água utilizada nos sistemas tem como origem poços artesianos e tem total reutilização. Além disso, o volume de água representa apenas 10% do que é utilizado no método convencional. “A sustentabilidade é um princípio essencial para a atividade, por isso, buscamos um modelo inovador, que conservasse nosso bem maior, a água. Tivemos muitos desafios neste primeiro ano, no entanto, cada etapa foi superada proporcionando uma experiência de toda a nossa equipe técnica”, afirma o gerente da Integração Peixes, Nestor Braun.

Estrutura
A UPA em Quarto Centenário possui 22 mil metros de área construída, com tanques exclusivos para o sistema reprodutivo, além de banco genético exclusivo. A primeira etapa do processo de produção ocorre no acasalamento das tilápias. Os ovos são coletados nas bocas das fêmeas e passam para a incubação artificial. Dentro de sete dias ocorre a eclosão: após o nascimento, as larvas se alimentam do saco vitelino até a formação completa do trato digestório.

Quando esse processo termina naturalmente, elas são levadas para a primeira fase de crescimento, em sistema simbiótico, quando as bactérias boas entram em simbiose com o meio, com alimentação de ração farelada.

Após 15 dias elas são transferidas para a segunda fase de crescimento, em sistema de recirculação de água, até atingirem o peso para despesca, e serem enviados para as propriedades dos cooperadores. “Essa unidade representa o futuro, não só para a produção de alevinos, mas também para juvenis e quem sabe para a engorda na terminação também. Os sistemas produtivos nos permitem trabalhar com altas densidades, proporcionando altas produtividades de espaços reduzidos combinando com uso racional de água, isso é perfeito”, destaca o supervisor da Unidade, Diego André Werlang.

Banco genético 
No setor de banco genético, os peixes são reproduzidos e classificados. Após os ciclos de acasalamento, incubação e larvitura, ocorre a alevinagem: as larvas alojadas em hapas – dentro das estufas – quando atingem 30 gramas, são microchipadas, pesadas/medidas e transferidas para as lagoas de ranking, onde são avaliadas em condições semelhantes das propriedades dos cooperados, com aeração, densidade e manejo. Quando chega o ponto de abate, é feita a biometria final.

Os peixes são identificados, medidos e sexados, garantindo uma nova seleção genética para futuros acasalamentos. O banco genético conta ainda com o avozeiro onde as tilápias com alto valor genético, sem grau de parentensco, passam a gerar ovos em tanques, que resulta em de futuras matrizes e reprodutores: ao atingirem 350 gramas os peixes machos são separados das fêmeas e transferidos para produção.

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