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Avicultura

Efeitos da redução de antimicrobianos na avicultura

Desafio é encontrar equilíbrio entre permitir o uso de antibióticos para controlar doenças e restringir seu uso para limitar o surgimento e disseminação de resistência

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Artigo escrito por Mariel Neves Tavares, médica veterinária, mestranda em Gestão e Inovação na Indústria Animal e gerente técnica comercial regional da Olmix

Ao redor do mundo hoje, os antibióticos são comumente usados em alimentos para promover o crescimento e prevenir doenças, bem como tratar animais doentes. A Food and Drug Administration dos Estados Unidos (FDA) estima que 14,6 milhões de quilos (R$ 159 milhões) de antibióticos foram vendidos para uso em 2012, mais de quatro vezes os 3,29 milhões de quilos (R$ 36 milhões) de antibióticos vendidos para uso humano em 2011. Os antibióticos são usados ??principalmente nos sistemas de criação de suínos, aves e confinamento. O uso extensivo de antibióticos nas produções vem a um custo: contribui para o aumento da resistência aos medicamentos patógenos em animais potencialmente transmissíveis para os seres humanos e afetando negativamente a saúde humana, ainda que a magnitude do risco desta esteja em franco debate.

Preocupações com o aumento resistência a antibióticos levaram à proibição de antibióticos como promotores de crescimento (AGP) na União Europeia em 2006. Nos Estados Unidos, os AGPs estão seguindo a mesma tendência. Para os decisores políticos, o desafio é avaliar os benefícios e custos dos antibióticos animais para a sociedade.

Como descrito por alguns autores, uma proibição em AGPs nos Estados Unidos, por exemplo, afeta diferentemente os produtores, de acordo com sua localização, tamanho de propriedade, manejos, espécies utilizadas e fase de produção. O efeito de uma proibição também dependeria de variáveis ??de gestão de sanidade e práticas de manejo, como mostraram estudos descrevendo a experiência sueca após a proibição dos AGP em 1986.

Produção e preço

Estimativas recentes do USDA sobre os efeitos no mercado de uma proibição de AGPs na produção de suínos e frangos de corte nos EUA também indicam efeitos limitados: a quantidade produzida diminuiria no máximo 1,08% na indústria de suínos e 1,12% indústria de frangos de corte (assumindo redução na oferta devido a descontinuidade dos AGPs).

O consequente aumento nos preços no atacado variaria de menos de 1% a no máximo 2,6%. O valor total da produção aumentaria (0,54% para suínos e 1,45% para frangos de corte), com ganho valor da produção para os produtores que não utilizavam AGPs antes da proibição, e uma perda ou ganho potencial para os produtores que utilizavam AGPs. Desde que os agricultores recebessem cerca de um terço do valor de varejo de carne suína, os consumidores provavelmente veriam mudanças ainda menores no preço. Estes os resultados teriam efeitos a longo prazo; alguns efeitos de curto prazo podem ser negativos, como foi o caso na Dinamarca depois a proibição. Os Estados também poderiam aumentar o acesso a mercados de exportação que têm mais rigor regulamentos sobre AGPs, tais como União Europeia, México e Taiwan.

Apesar disso, as evidências científicas parecem sugerir que é possível tanto para suínos como para indústrias avícolas manter a produção sem AGPs, fornecendo prevenção contra doenças, utilizando-se outras medidas, como vacinação, segregação de rebanhos ou rebanhos por idade, protocolos sanitários, sistemas de ventilação, ajustes na alimentação com uso de aditivos preventivos, medidas de biossegurança física, entre outros. Tais estratégias acarretam custos, que poderiam assim aumentar o valor final do produto no atacado. 

Um fator potencialmente importante é a demanda do consumidor por consumir carnes e aves sem AGPs. Diversas empresas importantes, como McDonald's, solicitaram a seus clientes a remoção de AGPs de produção de frangos de corte.

Os dados do USDA sugerem que o uso de antibióticos subterapêuticos na produção de suínos declinou entre 2004 e 2009 – entre as operações de creche a terminação caiu de 60% para 40% do mercado nesse período. No entanto, não existe uma definição clara para carne "livre de antibióticos". Definições de uso de antibióticos como promotores de crescimento e prevenção de doenças são ainda menos claros. O termo “Antibióticos subterapêuticos” pode incluir ambos os promotores de crescimento e antibióticos utilizados na prevenção de doenças, desde que alguma profilaxia aconteça em doses baixas. Aditivos para alimentos medicamentosos podem ser autorizados pelo FDA para diferentes fins e são classificados em duas categorias principais: terapêutica e propósitos de produção.

Se os benefícios dos AGPs (em termos de aumento de produtividade) diminuíram, então torna-se razoável ser cauteloso e evitar o potencial custos de saúde pública (em termos de resistência aumentada) em vez de esperar para uma compreensão completa do fluxo gênico entre o animal, o meio ambiente e os seres humanos reservatórios. O uso de antibióticos deve ser o último recurso ao invés de um substituto para a biossegurança, higiene e outras boas práticas.

Antibióticos não são necessários para promover o crescimento, mas são essenciais para tratar doenças infecciosas e manter a saúde animal. Já que as novas classes de antibióticos não estão disponíveis para a medicina veterinária, e que há ingredientes alternativos que podem ser utilizados para preservação de integridade gastrointestinal, como algas marinhas, podem atuar na metabolização de gorduras e processos inflamatórios auxiliando na melhoria da saúde animal. O melhor é preservar a eficácia de antibióticos veterinários existentes pela administração de antibióticos de maneira consciente.

O desafio para os decisores políticos é encontrar esse equilíbrio entre permitir o uso de antibióticos para controlar doenças em animais e restringir seu uso para limitar o surgimento e disseminação de resistência aos antibióticos.

Mais informações você encontra na edição de Aves de junho/julho de 2018.

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura

Com foco em eficiência e agilidade, recolha de ovos férteis ganha automação na Copacol

Esteiras transportam automaticamente os ovos férteis das granjas até o setor de classificação: o processo ocorre sem o contato humano, proporcionando maior sanidade e também agilidade na função.

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Fotos: Divulgação/Copacol

A automação na recolha avança nos núcleos de produção de ovos férteis da Copacol e o sucesso da primeira estrutura em pleno funcionamento é comemorado por cooperados que realizaram esse investimento, em Nova Aurora, no Oeste do Paraná. “A vantagem do sistema envolve principalmente a qualidade da produtividade: observamos redução de trincas de ovos, agilidade no processo, e maior biosseguridade na recolha”, afirma Francismar Sanches Perandré, gerente de produção de pintainhos da Copacol.

O custo do investimento varia conforme a extensão das esteiras implantadas entre os galpões e a sala de classificação, além da topografia dos terrenos onde as estruturas estão instaladas. Em Nova Aurora, os galpões da Granja São Roque, integrados à Copacol, iniciaram as operações dos equipamentos: 45 mil ovos passam diariamente pelas esteiras. Antes, a recolha era feita manualmente pelos colaboradores, que transportavam os ovos férteis em carrinhos até o setor de classificação.

Tendência

Considerada uma tendência inovadora para o setor já em análise na Cooperativa, a automação na recolha dos ovos férteis foi implantada em seis meses pelos cooperados Paulo Ferreira do Nascimento, José Aparecido de Paula e Souza, Lucas Pecinha de Paula e Souza e Ronaldo Schlogel, proprietários da Granja São Roque, em funcionamento há oito anos.

O sistema teve um custo de R$ 1 milhão e trouxe eficiência na operação e maior comodidade aos colaboradores. “É um projeto inédito na Cooperativa, onde a qualidade se destaca. O sistema supre a falta de mão de obra que enfrentamos, além disso, os colaboradores ficam em uma sala climatizada em condição adequada de trabalho”, afirma um dos sócios, Paulo Ferreira.

Sistema avança

A Copacol possui 26 cooperados na atividade de produção de ovos férteis, que juntos mantém 48 núcleos de produção. Por dia são 683,3 mil ovos selecionados nas granjas, que têm como destino os incubatórios da Cooperativa, onde ocorre análise de incubação: após esse processo que pode levar até cinco dias, o ovo fica por 21 dias até nascimento do pintainho que em seguida terá como destino um dos 1.241 aviários mantidos por 768 avicultores integrados da Copacol.

Por mês, a produção de ovos férteis chega a 20,5 milhões pela Cooperativa. “O sistema de automação está em processo de instalação em outros núcleos. É um investimento que garante benefícios em todo o processo, uma tendência que garante eficiência na recolha, visto que é um serviço contínuo, feito de maneira cuidadosa para eficiência no ciclo de formação do pintainho”, afirma Sanches.

Fonte: Assessoria Copacol
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Avicultura

Manejo de cama de frangos de corte em evidência no 24º SBSA

Doutora em Manejo Ambiental Avícola, Connie Mou vai palestrar no evento dia 11 de abril.

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Doutora em Manejo Ambiental Avícola, Connie Mou, integra o time de especialistas que vão estar em Chapecó (SC) no mês de abril para um dos principais eventos técnicos do setor avícola latino-americano - Foto: Arquivo pessoal

Componente fundamental para o sucesso da avicultura de corte, a cama aviária influencia tanto no desempenho zootécnico das aves quanto nas características de carcaça. O manejo correto para a obtenção de animais saudáveis, com menos custo de produção, maior bem-estar animal e qualidade da carne, será apresentado no 24º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), pela doutora em Manejo Ambiental Avícola, Connie Mou. A profissional vai ministrar a palestra “Manejo de cama de frangos de corte”, no dia 11 de abril (quinta-feira), às 08 horas, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC).

Connie Mou é gerente técnica de serviços na Danisco Animal Nutrition and Health (IFF). Possui mestrado em Nutrição Avícola pela Virginia Tech e doutorado em Manejo Ambiental Avícola pela Universidade da Geórgia.

Possui experiência na avaliação de ambientes de aviários, na busca por maneiras inovadoras de gerenciar a cama e no uso/análise de dados de sensores para melhorar o desempenho, a saúde e o bem-estar das aves. Seus principais interesses incluem trabalhar no terreno com os produtores de aves, ouvindo os seus problemas e descobrindo como resolver os seus desafios através de um raciocínio científico sólido.

Um dos principais eventos técnicos do setor avícola latino-americano, o 24º SBSA será realizado pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) entre os dias 09 e 11 de abril. O Simpósio é referência na disseminação do conhecimento, na inovação tecnológica e no intercâmbio de experiências. A programação reunirá profissionais qualificados de renome nacional e internacional.

Inscrições

Para acompanhar as colocações da especialista e demais palestrantes é necessária inscrição no 24º SBSA. As inscrições para o Simpósio e a 15ª Poultry Fair estão no último lote. O investimento é de R$ 850,00 para profissionais e de R$ 480,00 para estudantes.

Os ingressos para acessar somente a feira, sem participar da programação científica, podem ser adquiridos por R$ 200,00. Na compra de pacotes a partir de dez inscrições para o SBSA serão concedidas bonificações. Associados do Nucleovet, profissionais de agroindústrias, órgãos públicos e grupos de universidades têm condições diferenciadas.

O 24º SBSA tem apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina (CRMV-SC), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Prefeitura de Chapecó e da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc).

Fonte: Assessoria Nucleovet
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Avicultura

Simpósio Frangos de Corte discute atual cenário regulatório brasileiro e as exigências dos principais mercados importadores de produtos avícolas

Salmonella e antimicrobianos serão debatidos por Ricardo Hummes Rauber, nos dias 26 e 27 de março

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Ricardo Hummes Rauber é médico-veterinário, mestre em Medicina Veterinária Preventiva, doutor e pós-doutor em Sanidade Avícola e consultor em Saúde Animal - Foto: Divulgação/Assessoria FACTA

Nos dias 26 e 27 de março, a cidade de Maringá (PR) será palco do Simpósio Frangos de Corte: Sanidade e Manejo, organizado pela FACTA. O evento reunirá especialistas dos setores público e privado com o intuito de encontrar soluções eficazes para os desafios enfrentados pela avicultura nacional.

Ricardo Hummes Rauber, médico-veterinário, mestre em Medicina Veterinária Preventiva, doutor e pós-doutor em Sanidade Avícola e consultor em Saúde Animal, será um dos palestrantes do Simpósio e conduzirá uma discussão aprofundada sobre a Salmonella, no primeiro dia do evento. Rauber abordará o cenário regulatório brasileiro e as exigências dos principais mercados importadores de produtos avícolas, destacando a importância da prevenção e do controle dessa bactéria por meio de práticas consistentes de biosseguridade nas granjas de frangos de corte.

“Levando em conta o cenário regulatório no Brasil e as demandas dos principais mercados importadores de produtos avícolas brasileiros, que estabelecem critérios baseados em análises qualitativas dos lotes, fica evidente para as empresas que a prevenção é a estratégia mais eficaz para o controle da salmonela. Isso significa que todos os esforços devem ser direcionados para impedir a contaminação dos lotes por qualquer sorotipo desse agente. Procedimentos consistentes de biosseguridade nas granjas de frangos de corte, controle rigoroso da qualidade de pintos de 1 dia e de rações são alguns  pontos de atenção importantes para a efetividade dos programas de controle de salmonela no Brasil”, adianta o especialista.

No segundo dia, o foco estará na palestra sobre a retirada de antimicrobianos das dietas, tema em destaque diante das crescentes preocupações com a resistência bacteriana. “Em resposta a essa questão, diversas restrições têm sido aplicadas à produção animal, tanto no Brasil quanto internacionalmente. Isso inclui, por exemplo, a proibição de certas moléculas usadas como promotoras de crescimento”, explica Rauber.

Ainda, segundo o médico veterinário, esse cenário de debates e limitações, juntamente com as restrições já em vigor e outras em análise, obriga o setor de produção animal a revisar seus processos. O objetivo é atender às exigências atuais e se preparar para futuras demandas. A implementação e/ou aprimoramento de protocolos rigorosos de biosseguridade, o estabelecimento de critérios para o uso de antibióticos baseados em evidências científicas e a aplicação desses critérios com rigor técnico são exemplos de medidas que precisam ser adotadas para responder a essas necessidades.

Com a participação de especialistas e profissionais, o Simpósio Frangos de Corte: Sanidade e Manejo será um importante espaço de troca de conhecimento e busca por soluções que impulsionem o desenvolvimento sustentável da avicultura brasileira.

Fonte: Assessoria FACTA
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Imeve Suínos março

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