Suínos
Efeito das vacinas pode diminuir se suíno estiver com estresse térmico
O frio e a umidade não são benéficos aos leitões, que podem não responder adequadamente às vacinas caso esteja passando por essas condições no momento da aplicação
A vacinação é um procedimento necessário e essencial para uma adequada produção na suinocultura. Ela vai ser responsável pela defesa do animal frente aos desafios sanitários que eles poderão sofrer, mas uma série de fatores podem afetar a resposta vacinal. Fatores como o estado nutricional e sanitário dos animais e o ambiente no qual eles estão alojados vão interferir diretamente na eficiência da vacina. O frio e a umidade não são benéficos aos leitões, podem não responder adequadamente às vacinas caso esteja passando por essas condições no momento da aplicação.
As informações são do coordenador técnico da MSD Saúde Animal, Diogo Fontana, que alerta para a necessidade de o produtor manter a zona de conforto para que as vacinas surtam o efeito desejado. Ele fez uma palestra para gerentes de granjas no Oeste do Paraná, durante evento de profissionalização promovido em Toledo em meados de julho. “Na fase de maternidade os suínos precisam uma temperatura de conforto entre 29 a 34° C na primeira semana e 26 a 28°C na terceira semana de vida. Se as temperaturas não estiverem nessa faixa de conforto, os animais vão sofrer estresse térmico e podem ter a resposta vacinal afetada negativamente”, explica Fontana.
De acordo com ele, as perdas podem ser consideráveis se o produtor não se atentar a esse detalhe na hora da vacinação. “Os animais que estiverem passando por um estresse térmico durante o processo de vacinação poderão ter a resposta imune afetada. Com isso, ficam mais suscetíveis aos agentes infecciosos, e a mortalidade do lote poderá aumentar”, argumenta o profissional.
Com o procedimento equivocado, as perdas na qualidade da carcaça podem acontecer de forma indireta. “Os suínos apresentam índices de desenvolvimento melhores em condições de conforto térmico”, explica. “Se o estresse térmico perdurar por um período prolongado, passando por diversas fases de produção, os índices como consumo de alimentos, conversão alimentar, ganho de peso e consequentemente peso de abate e de carcaça serão prejudicados, pois os animais precisarão gastar energia através de atividades metabólicas para minimizar esse estresse, deixando de ganhar peso”, pontua.
Ideal
A temperatura ideal para vacinação é dentro da faixa de conforto térmico para os animais, que vai depender da fase em que eles se encontram no momento da vacinação, explica Fontana. “Leitões na fase de creche possuem a zona térmica de conforto entre 23 a 30°C, diferente dos leitões de maternidade (26 a 34°C).
Temperatura da Vacina
As vacinas são produtos suscetíveis aos agentes físicos, tais como a luz, calor e umidade, e a estabilidade de uma vacina pode ser afetada por esses fatores devido à inativação dos componentes, “podendo haver desestabilização das vacinas”. “Portanto é necessário manter as vacinas constantemente refrigeradas, sendo as temperaturas de transporte e armazenamento entre 2 e 8°C”, indica Fontana. “Outras situações importantes para ter uma boa eficiência das vacinas são que as câmaras de conservação ou geladeiras deverão ser usadas única e exclusivamente para as vacinas, e é necessária uma supervisão constante e eficiente dos equipamentos usados na refrigeração, assim como na rede elétrica”, pontua. Segundo o profissional, podem ser utilizados termômetros de máxima e de mínima ou aparelhos de data logger para controle da temperatura, mas é importante fazer a leitura e registro diário da temperatura.
Vacinas
O protocolo de vacinas utilizadas em uma granja vai depender do status sanitário do plantel e do desafio que esses animais possam sofrer durante a vida produtiva deles. No entanto, as principais vacinas utilizadas em uma granja são: para o plantel de reprodutores as vacinas contra as enfermidades reprodutiva (erisipela, parvovirose e leptospirose), vacinas contra rinite atrófica e vacinas contra as diarreias neonatais (colibaciloses, clostridioses e rotavirose). Para os leitões as principais vacinas utilizadas são contra pneumonia enzoótica (Mycoplasma hyopneumoniae) e contra a circovirose (circovírus suíno tipo 2).
Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de julho/agosto de 2016 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Suínos
Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre
Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.
No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.
Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.
Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.
Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.
Suínos
Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro
Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.
Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.
Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton
De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.
A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.
Impacto social e ambiental
Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.
A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.
O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.
Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.
O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.
Futuro sustentável
Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”
Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”
O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.
Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.
Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
