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Efeito da nutrição materna sob o desempenho dos bezerros
Quando o manejo nutricional da matriz é deficiente, causa uma subnutrição, sendo reportadas complicações na produção animal
Artigo escrito por Marcos Vinicius Biehl, médico veterinário, doutor em Ciências e coordenador de Cria da Premix
Nos últimos anos, muitas pesquisas têm sido realizadas com o objetivo de entender como a nutrição materna afeta a saúde e a produtividade durante o período pós-natal. Sabe-se que a nutrição materna durante a prenhez desempenha função essencial sob o desenvolvimento fetal e placentário, afetando diretamente a saúde e a produtividade de prole.
Quando o manejo nutricional da matriz é deficiente, causa uma subnutrição, sendo reportadas complicações na produção animal, que incluem o aumento da mortalidade neonatal, disfunções respiratórias e intestinais, crescimento neonatal retardado, diferenças no diâmetro das fibras musculares e reduzida qualidade da carne.
O aumento no suprimento de aminoácidos possui grandes implicações na programação fetal, pois quando a dieta é deficiente em cisteína ou taurina, grande parte da metionina é utilizada para conversão destes dois aminoácidos. Isso gera um débito, já que a deficiência destes aminoácidos acarreta efeitos duradouros sobre o desenvolvimento do feto.
Com a subnutrição das fêmeas ainda durante a placentação e estabelecimento do sistema vascular materno-fetal, se reduz a transmissão das quantidades necessárias de nutrientes e de oxigênio, sendo estes muito exigidos durante o terço final de gestação, período onde ocorre o maior desenvolvimento do feto. Com relação ao desenvolvimento muscular, o período fetal é crítico para o desenvolvimento das fibras musculares, pois, após o nascimento, não há aumento no número de fibras musculares.
Nos estudos realizados por Stalker et al. (2006, 2007) e Funston et al. (2008), o peso à desmama foi influenciado pela suplementação proteica das matrizes, sendo que a variação foi de 6 kg a 12 kg superior, quando comparados a bezerros oriundos de vacas não suplementadas, demonstrando, assim, os efeitos da suplementação sob o peso à desmama.
Um experimento realizado por Greenwood et al. (2007) demonstrou que machos com 30 meses de idade, oriundos de fêmeas submetidas à restrição nutricional durante a gestação, tiveram um peso corporal e peso de carcaça inferior quando comparados à machos oriundos de vacas com nutrição adequada, indicando que o crescimento muscular foi prejudicado.
Além dos efeitos produtivos, ainda são reportados efeitos reprodutivos, onde novilhas oriundas de fêmeas submetidas a um suplemento proteico durante o terço final de gestação obtiveram a taxa de prenhez superior quando comparadas a novilhas oriundas de vacas não suplementadas. Em um segundo estudo, a suplementação proteica das vacas influenciou a puberdade das filhas, pois um número maior de fêmeas atingiu a puberdade, quando comparadas as filhas de vacas não suplementadas.
Os efeitos de uma correta suplementação das matrizes sobre o seu próprio desempenho reprodutivo são notáveis em um experimento realizado por Nepomuceno et al. (2013), onde vacas que foram submetidas a uma suplementação proteica obtiveram um aumento da taxa de retorno à ciclicidade no pós-parto precoce de 24,3% e aumento na taxa de prenhez de 8,7% quando comparadas a vacas não suplementadas em um mesmo escore de condição corporal.
A grande maioria dos estudos sobre programação fetal foram realizados utilizando a suplementação proteica como ponto chave para os benefícios da prole. Porém, Marques et al. 2016, realizaram um experimento utilizando maiores teores de fontes orgânicas de micro elementos (cobalto, cobre, manganês e zinco) em dietas isonitrogenadas (14,4%) na nutrição materna durante a gestação e observaram um aumento de 11 kg no peso à desmama, além de efeitos na terminação destes bezerros, onde os filhos de vacas suplementadas entraram no confinamento com peso superior (10 kg) e, ao final do confinamento, a diferença se elevou para 14 kg, quando comparados à filhos de vacas suplementadas com menores teores de micro elementos.
Um fato potencial associado à subnutrição durante a gestação é o aumento exponencial de substâncias oxidativas no corpo da matriz, sendo que a subnutrição leva à uma redução de substâncias antioxidantes, que por sua vez desempenham consequências negativas para o feto a curto e longo prazo. Assim, a suplementação adequada com Selênio visa prevenir possíveis efeitos deletérios causados pelos radicais livres.
Portanto, é notório o efeito da suplementação mineral e proteica durante a fase gestacional. Assim, com o objetivo de suprir as necessidades de minerais e aminoácidos como já citados, devemos ter em mente a utilização de produtos que contenham em sua formulação fontes e teores adequados de microelementos e proteína verdadeira, para propiciar um maior aporte de nutrientes necessários para o desenvolvimento fetal otimizado, principalmente em situações onde ocorrem restrições na qualidade e quantidade da pastagem, refletindo assim um aumento na produtividade do sistema de cria.
Fonte: Assessoria
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Comércio exterior e logística no setor agropecuário: desafios e oportunidades para o transporte e escoamento
Exportações de soja em outubro, caíram 22,9% em relação ao mês anterior, um reflexo de flutuações no mercado, mas o acumulado de 2024 manteve-se robusto, com 94,2 milhões de toneladas exportadas de janeiro a outubro.
O mercado de fretes e a logística de escoamento se destacam como elementos essenciais no atual cenário da agricultura brasileira, especialmente diante do crescimento expressivo da produção de grãos previsto para a safra 2024/25. A estimativa de 322,53 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 8,2% em relação à safra anterior, traz desafios adicionais para a infraestrutura de transporte e os processos logísticos do país. A análise consta na nova edição do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta sexta-feira (22).
A melhoria nas condições climáticas tem favorecido o avanço das semeaduras, com destaque para as culturas de soja e milho, mas, para que a produção chegue ao mercado internacional, é crucial um sistema de escoamento eficiente. Nesse sentido, os portos brasileiros desempenham papel fundamental, especialmente os do Arco Norte, que têm se consolidado como uma via vital para exportação. Em outubro de 2024, os portos do Arco Norte responderam por 35,1% das exportações de grãos, superando a participação de 33,9% registrada no mesmo período de 2023.
Com o aumento da produção de soja e milho, as expectativas de escoamento nos próximos meses apontam para um cenário desafiador, com necessidade de otimizar os fretes para atender ao crescimento das exportações. Em outubro, as exportações de soja caíram 22,9% em relação ao mês anterior, um reflexo de flutuações no mercado, mas o acumulado de 2024 manteve-se robusto, com 94,2 milhões de toneladas exportadas de janeiro a outubro. Já as exportações de milho, que enfrentam uma redução de 34,1% nas estimativas para a safra 2023/24, exigem adaptação no transporte, uma vez que a oferta menor pode reduzir a demanda por fretes no curto prazo, mas com aumento da competição por capacidade logística.
A movimentação de fertilizantes, por sua vez, também demanda atenção na logística. Em outubro de 2024, os portos brasileiros importaram 4,9 milhões de toneladas de fertilizantes, o que representa um incremento de 5,9% em relação ao mês anterior. Este crescimento contínuo na importação exige um cuidado especial no transporte desses insumos, visto que o Brasil é um dos maiores compradores internacionais e uma base importante de consumo de fertilizantes.
Por outro lado, o transporte de cargas no Brasil segue enfrentando desafios estruturais. De acordo com o Boletim da Conab, a ampliação das capacidades de escoamento nos portos, especialmente no Arco Norte, é uma estratégia chave para lidar com o aumento do volume de exportações e garantir que os fretes se mantenham competitivos.
Em suma, a logística no setor agropecuário brasileiro se apresenta como um elo crucial para garantir o sucesso das exportações de grãos. A integração entre os diferentes modais de transporte, o aprimoramento da infraestrutura portuária e a adaptação às demandas de escoamento serão decisivos para que o Brasil continue sendo um dos maiores exportadores de commodities agrícolas do mundo.
Fretes
Em outubro de 2024, os preços do frete apresentaram variações significativas entre os estados brasileiros. Os preços subiram em estados como Bahia, Goiás e Minas Gerais e Distrito Federal, principalmente devido ao aumento na demanda, impulsionado pela exportação de grãos e a importação de fertilizantes. Em Goiás, a melhora nos preços do milho também gerou aumento na demanda por fretes. Já em estados como Paraná, Piauí e São Paulo, os preços ficaram mais baratos, com o Paraná registrando uma redução de 16,67% na região de Cascavel, refletindo a baixa demanda por grãos. No Piauí, a diminuição nas exportações de soja resultou em uma queda de 4,10% no mercado de fretes. Por outro lado, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul apresentaram estabilidade nos preços, com pouca variação nas cotações, devido a um equilíbrio entre a demanda e a oferta de fretes.
O Boletim Logístico da Conab é um periódico mensal que coleta dados em dez estados produtores, com análises dos aspectos logísticos do setor agropecuário, posição das exportações dos produtos agrícolas de expressão no Brasil, análise do fluxo de movimentação de cargas e levantamento das principais rotas utilizadas para escoamento da safra. Confira a edição completa do Boletim Logístico – Novembro/2024, disponível no site da Companhia.
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Clima favorável impulsiona cultivos da primeira safra, aponta boletim de monitoramento
Precipitações regulares e bem distribuídas criaram um ambiente propício para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos.
As condições climáticas favoráveis nas primeiras semanas de novembro impactaram positivamente o cenário agrícola brasileiro. Na região Central do país, precipitações regulares e bem distribuídas criaram um ambiente propício para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.
O Norte-Nordeste experimentou uma expansão das áreas beneficiadas por chuvas, incluindo regiões do Matopiba que anteriormente enfrentavam déficit hídrico. Esse cenário impulsionou o processo de semeadura na maior parte dessa região.
Em contraste, o Sul do país registrou uma redução nas precipitações, o que facilitou o avanço da colheita do trigo e a semeadura dos cultivos de primeira safra. De modo geral, as condições agroclimáticas se mostraram favoráveis, proporcionando umidade adequada para o desenvolvimento das lavouras.
No Rio Grande do Sul, a semeadura do arroz progrediu significativamente, com a maior parte concluída dentro do período considerado ideal. A maioria das lavouras encontra-se em fase de desenvolvimento vegetativo, beneficiando-se das condições climáticas que favoreceram a germinação e o estabelecimento das plantas. Em Santa Catarina, temperaturas médias e incidência solar adequadas contribuíram para o bom desenvolvimento das culturas.
Estas informações estão presentes no Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), publicado mensalmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Grupo de Monitoramento Global da Agricultura (Glam).
A versão completa do Boletim está disponível para consulta no site oficial da Conab, acesse clicando aqui.
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Show Rural investe em obras para melhorar experiência de visitantes
Com o objetivo de garantir mais conforto e eficiência à experiência de visitantes e expositores, várias obras físicas acontecem no parque e serão entregues já para a 37ª edição.
Avançam os preparativos para a 37ª edição do Show Rural Coopavel, evento que reafirma o Oeste do Paraná como um dos principais polos do agronegócio mundial. De 10 a 14 de fevereiro de 2025, visitantes do Brasil e do exterior terão acesso a um espaço renovado, com melhorias que reforçam o compromisso da Coopavel com a inovação, a sustentabilidade e a excelência em infraestrutura. “Melhorar continuamente é uma das regras que fazem o sucesso do Show Rural, referência em inovações e tendências para o agronegócio”, destaca o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.
Com o objetivo de garantir mais conforto e eficiência à experiência de visitantes e expositores, várias obras físicas acontecem no parque e serão entregues já para a 37ª edição. O restaurante do parque está em ampliação em 500 metros quadrados, permitindo o atendimento de mais mil pessoas por refeição. A área de entrega de bebidas é reformulada para otimizar o fluxo, enquanto novos buffets, mesas e utensílios foram adquiridos para manter o alto padrão de qualidade em uma estrutura com capacidade para servir mais de 40 mil refeições diariamente.
A mobilidade no parque também recebe melhorias. São mais de seis mil metros quadrados de ruas asfaltadas. Uma das novidades mais aguardadas é a cobertura da Rua 10, que conecta o Portal 4 ao Pavilhão da Agricultura Familiar. Com 400 metros lineares, essa obra, viabilizada em parceria com a Barigui/Volkswagen, eleva para mais de 6,2 mil metros quadrados a área coberta do parque, garantindo conforto aos visitantes em qualquer condição climática, observa o coordenador geral Rogério Rizzardi.
Para ônibus
Para receber caravanas de todo o Brasil e de outros países será criado um estacionamento exclusivo para ônibus com capacidade para 400 veículos. Estrategicamente localizada, a nova estrutura promete praticidade e organização para os grupos que participam da maior mostra de tecnologia para o campo da América Latina.
Outro destaque é o barracão de 1,2 mil metros quadrados dedicado à gestão de resíduos. Essa estrutura permitirá separação e correta destinação de materiais antes, durante e depois do evento, reforçando o compromisso da cooperativa e do evento técnico com práticas ambientalmente responsáveis.
Evolução
Com essas inovações e investimentos, o Show Rural Coopavel segue como referência global, combinando hospitalidade, tecnologia e respeito ao meio ambiente, reforça o presidente Dilvo Grolli. O tema da 37ª edição será Nossa natureza fala mais alto.