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Educação cooperativista: como formar líderes comprometidos com o desenvolvimento sustentável

Contribui com uma abordagem baseada na solidariedade, na participação democrática e na responsabilidade coletiva. 

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Foto: Divulgação

Nos últimos anos, a necessidade de repensar os modelos educacionais se tornou evidente, especialmente diante dos desafios globais relacionados à economia, meio ambiente e às desigualdades sociais. Nesse cenário, a educação cooperativista contribui com uma abordagem baseada na solidariedade, na participação democrática e na responsabilidade coletiva.

As cooperativas surgiram como uma resposta às desigualdades geradas pelo capitalismo, oferecendo uma alternativa onde os membros são tanto donos quanto usuários das soluções e recursos gerados. Da mesma forma, a educação cooperativista busca formar indivíduos que, além de capacitados tecnicamente, estejam comprometidos com o bem-estar coletivo. Esse modelo de negócio promove o senso de responsabilidade mútua, valor essencial para enfrentar os desafios atuais e promover o desenvolvimento sustentável.

Mas o que é Educação Cooperativista?

A educação cooperativista baseia-se nos princípios fundamentais do cooperativismo, que se distingue dos modelos tradicionais ao promover a participação ativa de seus membros nas decisões que afetam o grupo, por meio de assembleias. Nesse modelo de negócio, o foco não está unicamente na geração de lucro financeiro, mas também no desenvolvimento individual e coletivo, onde os resultados são compartilhados entre todos os sócios.

O conceito de desenvolvimento sustentável envolve o equilíbrio entre crescimento econômico, uso eficiente de recursos, equidade social e consciência ambiental. A educação cooperativista promove esses valores ao incentivar um consumo consciente, o respeito ao meio ambiente e a justiça social. Ao aprenderem em ambientes cooperativos, os indivíduos desenvolvem uma visão mais ampla do impacto de suas ações no mundo ao seu redor. Esses princípios estão diretamente alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela ONU.

Papel das cooperativas de crédito na educação financeira

Diversas instituições cooperativas já implementam programas de Educação financeira para o bom uso das soluções disponíveis e ensino voltados para a sustentabilidade. As cooperativas de crédito, em especial, têm desempenhado um papel essencial na promoção da educação financeira.

Através da formação de seus colaboradores, da realização de cursos, eventos, palestras para cooperados e sociedade e, até mesmo, ações em escolas e universidades, essas instituições capacitam indivíduos a fazer o uso consciente e eficiente das soluções financeiras que oferecem, como crédito, meios de pagamentos e investimentos.

Além das inúmeras ações presenciais, a Unicred também disponibiliza para aqueles que desejam aprofundar ainda mais seus conhecimentos sobre Gestão Financeira e Empreendedora, a cooperativa criou o programa online Unicred.Edu, que já capacitou mais de 9 mil alunos em todo o Brasil.

Ao disseminar conhecimento sobre o planejamento financeiro e a gestão do orçamento, essas iniciativas contribuem com o bem-estar financeiro, a redução das desigualdades econômicas e o fortalecimento da economia local. Além disso, ao empoderar pessoas para que tomem decisões financeiras mais conscientes e responsáveis, essas cooperativas fomentam um ciclo de desenvolvimento sustentável e inclusivo, promovendo o consumo consciente e ajudando a construir uma sociedade mais justa e próspera.

Formação de líderes para o futuro

A educação cooperativista busca formar líderes que valorizam a colaboração e a inclusão, diferentemente dos modelos hierárquicos tradicionais de liderança. Também estimula uma maior responsabilidade nas decisões, capacitando líderes a adotar práticas que priorizem o bem comum, em vez de resultados imediatos e individuais.

Esses líderes compreendem que o desenvolvimento sustentável não é apenas uma meta, mas uma prática contínua que deve ser aplicada em todos os níveis da organização.

É também fundamental que os líderes continuem a se capacitar ao longo de suas carreiras. A educação continuada oferece a oportunidade de se atualizar e reforçar constantemente os princípios de cooperação, encorajando-os a aplicar os valores cooperativos no seu dia a dia, seja na gestão de equipes ou nas relações interpessoais. A prática desses valores no cotidiano é o que diferencia um líder cooperativista de outros modelos de liderança.

Desafios e oportunidades

Apesar dos benefícios da educação cooperativista, no Brasil esse modelo ainda enfrenta desafios significativos. Um dos principais obstáculos é a falta de aculturamento e compreensão por parte da sociedade sobre o potencial transformador do cooperativismo.

Muitas vezes, o sistema educacional tradicional, com seu foco em competitividade e individualidade, acaba ofuscando as iniciativas cooperativas, que promovem a colaboração e o desenvolvimento coletivo. No entanto, as oportunidades são enormes.

Para que essa expansão aconteça, é fundamental que haja incentivos, apoio governamental e uma maior disseminação deste conceito. A integração da educação financeira e cooperativa aos currículos escolares e universitários é outro passo importante para que mais pessoas tenham acesso a essa forma de aprendizado e liderança.

A educação cooperativista é uma poderosa ferramenta para a formação de uma sociedade comprometida com o desenvolvimento sustentável. Se apoiada e difundida de forma adequada, a educação cooperativista pode ser a chave para transformar a sociedade, promovendo uma liderança que prioriza o bem comum e a sustentabilidade a longo prazo.

Fonte: Por Vivien Auca, gerente de investimentos e educação financeira da Unicred

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O jovem e o cooperativismo

Jovens podem ingressar no mundo do trabalho e no ambiente de negócios através da cooperativa; as cooperativas podem ampliar, fortalecer e renovar seus quadros sociais com a admissão de jovens. 

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Presidente da OCESC, Vanir Zanatta - Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

A sociedade contemporânea precisa entender que o cooperativismo, embora tenha surgido em 1844, na cidade de Rochdale (Manchester), no interior da Inglaterra, é um movimento absolutamente moderno e incrivelmente inovador, capaz de estimular ecossistemas produtivos e acelerar o desenvolvimento de municípios e de microrregiões.

Os empresários, os empreendedores, os trabalhadores do campo e da cidade, os profissionais liberais, todos enfim, que participam de uma cooperativa encontram, nesse modelo de associativismo, um caminho para o crescimento.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Essa verdade precisa tocar a mente e o coração dos jovens. E isso, teoricamente, não é uma tarefa difícil porque os princípios e os postulados do cooperativismo universal estão harmonizados com os ideais e o pensamento dos jovens. Valores como inclusão, diversidade, sustentabilidade, justiça social e equidade de gênero, que estão na pauta dos jovens, são temas do cotidiano das cooperativas.

Jovens e cooperativas são dois polos que podem se atrair mutuamente, com vantagens para ambos. Os jovens podem ingressar no mundo do trabalho e no ambiente de negócios através da cooperativa; as cooperativas podem ampliar, fortalecer e renovar seus quadros sociais com a admissão de jovens.

Os dirigentes de cooperativas de todos os ramos devem colocar, entre suas prioridades, a conquista dos jovens. Para isso, devem estar sintonizados com os desafios dos novos tempos. No esforço para prepará-los, a Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo de Santa Catarina (SESCOOP/SC), promove anualmente o Fórum Catarinense de Dirigentes Cooperativistas para atualizar a compreensão dos cenários de desafios pelos quais passa a sociedade brasileira.

As informações se transformam em conhecimento e orientam para a ação. Todos os líderes e, em especial, os presidentes precisam de contínua interpretação dos processos sociais em curso para que a ação cooperativista seja a grande impulsionadora das mudanças e transformações reclamadas pela sociedade.

A face mais valorizada do cooperativismo barriga-verde consiste na seriedade de gestão, eficiência gerencial e sintonia com os desafios dos novos tempos. A eficiência gerencial vem sendo perseguida tenazmente através de arrojados programas de treinamento e capacitação de técnicos e dirigentes, financiados pelas próprias cooperativas, diretamente ou via SESCOOP. A sintonia com os novos tempos exige uma permanente leitura das mudanças e transformações no Brasil e no mundo, conhecimento e contato com outras realidades culturais, seminários e viagens de estudo.

Em Santa Catarina temos uma forte vocação para o cooperativismo. Nossas 250 cooperativas reúnem mais de 4,2 milhões de associados dos ramos agropecuário, consumo, crédito, saúde, infraestrutura, trabalho, produção de bens e serviços e transporte e geram um movimento econômico de R$ 85,9 bilhões por ano. Mais da metade da população está direta ou indiretamente ligada às cooperativas. (No Brasil são 4.509 cooperativas com 23,4 milhões de cooperados, com movimentação financeira de R$ 692 bilhões)

A OCESC atua para defender, proteger e fortalecer o sistema cooperativista catarinense. Atrair o jovem é parte dessa tarefa e do compromisso de manter e aperfeiçoar essa estrutura que garante trabalho, renda e qualidade de vida para as famílias. Nosso propósito em 2025, proclamado pela ONU como o Ano Internacional das Cooperativas, com o lema “Cooperativas constroem um mundo melhor”, deve ser precisamente este: atrair os jovens para o cooperativismo.

Fonte: Por Vanir Zanatta, Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)
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Do crime culposo da civilização ao caráter doloso dos incêndios rurais

É urgente que as autoridades investiguem e punam esses crimes com rigor, enquanto soluções para o aquecimento global e compromissos climáticos, como os da COP 30, se tornam cada vez mais necessários para enfrentar essa crise ambiental.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Os incêndios no campo, que assolam numerosos municípios brasileiros, em vários estados, são provocados por duas graves causas. Uma delas resulta da exploração inadequada dos recursos naturais e da poluição ao longo dos séculos, numa paulatina degradação do meio ambiente e aquecimento global, provocando secas que tornam a vegetação mais suscetível às chamas. A outra é a prática de crimes dolosos, pois se constatou a ação de criminosos ateando foco em propriedades agrícolas, com a clara intenção de destruir as plantações.

A terrível ação desses bandidos precisa ser devida e rapidamente apurada e punida com o rigor da lei, para se evitar sua continuidade e desestimular esse grave crime, que mata pessoas, afeta a segurança alimentar, a produção de commodities e biocombustíveis, impõe imensos prejuízos aos produtores, provoca desemprego e causa sérios danos econômicos e ecológicos. É uma ação de extrema violência e intolerável.

Não é mera coincidência ou algo resultante de motivação pontual a eclosão de tantos incêndios, alguns deles já com autores confessos e outros presos em flagrante, em distintos pontos do território nacional, da Amazônia a São Paulo, passando pelo Planalto Central, até o Pantanal. Parece haver uma ação orquestrada. É necessário descobrir qual é a intenção real por trás desses crimes, para coibi-los de modo eficaz e duradouro.

Já é bem grave o risco permanente de incêndios resultante das secas prolongadas provocadas pelas mudanças climáticas. Estamos pagando um alto preço pelo “crime culposo” da nossa civilização na construção de uma economia baseada nos combustíveis fósseis. Quando esse modelo de desenvolvimento iniciou-se, ainda na era pré-industrial, nem havia condições de prever o aquecimento da Terra e suas consequências terríveis.

Hoje, apesar da plena consciência sobre o problema, ainda não se encontraram soluções adequadas, que esbarram na falta de vontade política dos governos e no descumprimento do Acordo de Paris, que limita a 1,5 grau Celsius a elevação da temperatura do planeta. Uma nova perspectiva surge por ocasião da COP 30 – Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que se realizará em Belém do Pará, em novembro de 2025, na qual os países deverão avaliar, renovar e/ou ampliar seus compromissos referentes à contenção do aquecimento.

Enfrentar essa causa de secas, incêndios, enchentes e cataclismos cada vez mais frequentes é um dos maiores desafios da humanidade na área ambiental, na segurança alimentar, na transição para combustíveis limpos e renováveis, na economia e na viabilização do amanhã. O combate ao crime doloso dos incêndios de plantações e matas é uma prioridade absoluta e urgente, pois se trata de um atentado absurdo contra o meio rural e nossos ecossistemas, ferindo de modo grave toda a população de nosso país. A segurança no campo é decisiva para o presente e o futuro deste Brasil protagonista do agronegócio mundial.

Fonte: Por João Guilherme Sabino Ometto, engenheiro, empresário e membro da Academia Nacional de Agricultura
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Saiba quais são os principais desafios do agronegócio em relação à governança

Responsável por 25% do PIB do Brasil, setor enfrenta desafios em governança corporativa. Práticas robustas podem ampliar sua competitividade e sustentabilidade. 

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Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

O agronegócio é um dos setores mais dinâmicos e estratégicos para a economia brasileira, representando cerca de 25% do PIB nacional. No entanto, apesar de seu potencial, o setor enfrenta desafios significativos quando o tema é governança corporativa. A implementação de práticas robustas de governança pode ser a chave para aumentar a competitividade e a sustentabilidade a longo prazo.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Muitas empresas do setor agro ainda operam sob uma gestão familiar ou informal, o que dificulta a implementação de uma governança estruturada. A falta de transparência e de processos decisórios claros pode levar a conflitos internos e prejudicar o crescimento. A profissionalização da gestão, com a criação de conselhos de administração e a adoção de políticas de compliance, é um passo essencial para superar esse obstáculo.

O agronegócio está cada vez mais pressionado a adotar práticas sustentáveis, não apenas pela sociedade, mas também pelo mercado financeiro. A governança corporativa precisa estar alinhada com uma gestão responsável dos recursos naturais e com o desenvolvimento socioambiental das comunidades. Empresas que não conseguem integrar esses princípios enfrentam riscos reputacionais e financeiros significativos.

A modernização do agronegócio depende da adoção de novas tecnologias que melhorem a produtividade e reduzam o impacto ambiental. No entanto, a resistência à inovação e a falta de governança tecnológica podem limitar esse avanço. A governança corporativa deve incluir estratégias para fomentar a inovação, garantindo que investimentos em tecnologia sejam bem aplicados e alinhados com os objetivos estratégicos.

A conformidade com padrões internacionais de qualidade e sustentabilidade é essencial para o acesso a mercados externos. A governança corporativa deve garantir que todos os processos internos da empresa estejam em conformidade com as exigências internacionais, o que inclui desde a rastreabilidade dos produtos até práticas trabalhistas éticas.

O setor agro está sujeito a riscos específicos, como variações climáticas, flutuações de preços e mudanças regulatórias. A implementação de uma governança corporativa robusta permite a criação de estratégias de mitigação de riscos e planos de continuidade do negócio, fundamentais para a resiliência das empresas.

Para superar esses desafios, é essencial que as empresas do agronegócio invistam na profissionalização de sua gestão e na adoção de práticas de governança corporativa que proporcionem transparência, responsabilidade e sustentabilidade. Somente assim o setor poderá consolidar seu papel estratégico na economia brasileira e contribuir para um desenvolvimento econômico equilibrado e sustentável.

Fonte: Por Luize Calvi Menegassi Castro, advogada, mestre em Direito Agroambiental e especialista em Direito Civil e Processual Civil
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