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Edição digital da Expointer é oficialmente aberta com o tradicional desfile dos campeões
Expointer 2020 manteve a tradicional abertura com o Desfile dos Campeões

Em uma edição completamente diferente dos últimos 43 anos, incluindo transmissão integral pela internet, negociações e leilões virtuais e drive-thru da agricultura familiar, a Expointer 2020 manteve a tradicional abertura com o Desfile dos Campeões. Nesta sexta-feira (2/10), o Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, recebeu autoridades e o melhor da genética animal para celebrar a edição histórica da maior feira agropecuária da América Latina.
Devido às restrições de presença de público e aos protocolos sanitários ainda rígidos impostos pela pandemia de Covid-19, a chamada Expointer Digital 2020, que começou oficialmente em 26 de setembro e se encerrará no domingo (4/10), promete ser lembrada como o maior e mais moderno evento do agronegócio em plataformas digitais já realizado no Brasil.
“A Expointer deste ano é muito especial para todos nós. Ela é marcada por duas características que são próprias do povo gaúcho: superação e reinvenção. A realização da feira, apesar de todas as dificuldades, materializa o empenho do governo e do agronegócio em superar uma das maiores crises sanitárias de todos os tempos”, destacou o governador Eduardo Leite em vídeo transmitido durante a abertura, já que estava em compromissos fora do Rio Grande do Sul.
“Tivemos de redobrar os esforços e, principalmente, tivemos de nos reinventar e trabalhar muito. Hoje, temos uma Expointer Digital forte, que alcança dezenas de países mundo afora, com transmissão de eventos e até mesmo venda de produtos via drive-thru. Esse processo de digitalização e modernização é um importante legado que ficará para o futuro. É verdade que não temos público no Parque de Exposições Assis Brasil, mas a Expointer não perdeu a sua alma empreendedora”, complementou Leite.
A cerimônia contou com a presença da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, representando o presidente Jair Bolsonaro; do governador em exercício, o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior; do secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho; e de outras autoridades e representantes de entidades copromotoras da feira.
“O agronegócio tem uma representatividade suprema para o nosso Estado e todos os gaúchos, tanto que responde por 40% do nosso PIB. E a Expointer é o símbolo do agro do Rio Grande do Sul, é o cartão-postal do nosso Estado”, afirmou Ranolfo. “Não tenho dúvida que esta Expointer ficará com o símbolo da superação, da resiliência, da renovação e do empreendedorismo. E meu desejo é para que em 2021 possamos estar aqui novamente diante de um grande público, celebrando negócios presenciais junto com os virtuais, tornando a nossa feira ainda maior.”
Em uma versão reduzida, o Desfile dos Campeões contou com cerca de 40 animais de diferentes raças de ovinos, bovinos de corte e de leite e equinos. Eles desfilaram pela pista central exibindo suas rosetas e faixas de campeões ao lado de seus cabanheiros e criadores. Todos passaram pelos julgamentos que começaram meses antes da feira, em etapas classificatórias que determinaram o melhor da genética de cada espécie entre os 1.017 inscritos de 463 expositores do RS e de outros oito Estados, bem como do Uruguai e da Argentina.
Segundo o secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, não é possível comparar os valores movimentados na Expointer 2019 com os desse ano, quando mais de 400 mil visitantes passaram pela feira e geraram R$ 2,7 bilhões em negócios.
“Mas o ambiente virtual aproximou quem quer comprar de quem quer vender de forma mais intensa, de qualquer lugar onde estiverem. Além disso, os resultados dessa aproximação não vão acabar com o fim da feira. As negociações seguirão, assim como a plataforma criada para a edição digital e que, pelo sucesso, veio para ficar”, destacou Covatti.
Conforme os dados mais recentes divulgados desta edição, até o momento, quase 146 mil pessoas acessaram a plataforma on-line do evento. No parque, houve 1.019 animais de 18 raças diferentes – quase 30% a menos em relação ao ano passado – e 1,4 mil carros já passaram pelo drive-thru da Agricultura Familiar – possivelmente chegando a 2 mil até domingo. “Excelentes números para uma exposição em ano de pandemia e que foi lançada há apenas 30 dias”, celebrou Covatti.
Além do desfile dos campões, o evento incluiu apresentação musical da Fanfarra do Exército, uma exibição do 3º Regimento de Cavalaria de Guarda – Regimento Osório e discursos, entre eles da ministra Tereza Cristina, do prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal, e dos presidentes das entidades parcerias: da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Leonardo Lamachia; da Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs), Vergilio Perius; do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no RS (Simers), Claudio Bier; da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), Carlos Joel da Silva; e da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira.
ÚLTIMO FINAL DE SEMANA
Acompanhe a programação pela plataforma www.expointer.rs.gov.br.
Transmissões
No sábado (3/10), serão realizadas duas transmissões pelo Canal Agro da Expointer Digital 2020.
- 14h30 – Rastreabilidade de produtos vegetais frescos
- 16h – Bioinsumos. Apresentação para técnicos e agricultores sobre novidades em termos de tecnologias e registro de bioinsumos no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
50 anos do parque
Ainda no sábado, ocorre a divulgação do resultado do concurso artístico de pintura e escultura em homenagem aos 50 anos do Parque de Exposições Assis Brasil. No domingo (4/10), às 13h, haverá o descerramento da placa alusiva ao cinquentenário na Praça Central, com a presença de autoridades. O parque foi inaugurado no dia 29 de agosto de 1970, em Esteio, sediando em 1972 a Primeira Exposição Internacional de Animais.
Feira da Agricultura Familiar
A venda de produtos da agricultura familiar ocorre no formato drive-thru, com os consumidores dentro do carro, usando máscara, enquanto são atendidos. No local, 55 empreendimentos, divididos em 52 estandes, ofertam produtos como salames, queijos, panificados, cachaças, sucos, vinhos, mel e artesanato, produzidos em diferentes regiões do Estado. O acesso ocorre pelo portão 1 do parque, exclusivamente para veículos, e é gratuito.
Shows
Na programação cultural, há três projetos artísticos: Mostra Musical dos 50 Anos do Parque Assis Brasil, Festival Cultural de Esteio e Projeto Preserva a Água e a Vida Tchê. Há transmissão de todos os eventos.
Campeões
Confira aqui a lista dos campeões que participaram do desfile oficial da Expointer Digital 2020.

Notícias
Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
Notícias
Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
Notícias
Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



