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Avicultura Análise do setor avícola de postura

Economista apresenta perspectivas e soluções para a indústria de proteína de aves

De acordo com o economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, o consumo de ovos no país se move pela renda per capita dos brasileiros. Para cada 1% de variação do Produto Interno Bruto (PIB) per capita varia 1,03% o consumo per capita de ovos no país, enquanto na China varia 0,77% e no mundo essa variação é em média 0,84%.

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Arquivo/OP Rural

Os novos cenários, as perspectivas e as soluções para a indústria de proteína de aves foram temas de palestra na 3ª Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Ovos (Conbrasul Ovos), evento realizado em novembro pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e que reuniu cerca de 400 congressistas de 14 Estados e quatro países na cidade de Gramado (RS).

Economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz: “Estima-se que país vai aumentar seu share no mercado internacional com a carne de frango em 59,10% até 2030, é uma grande janela de oportunidade no mercado mundial” – Foto: OP Rural

De acordo com o economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, o consumo de ovos no país se move pela renda per capita dos brasileiros. “Se nós queremos vender mais ovos no Brasil nós temos que ter crescimento econômico, porque a avicultura é um setor altamente influenciado pela economia. Se nosso país não cresce, as indústrias crescem menos do que poderiam e isso prejudica o resultado do setor”, pontua.

De acordo com ele, para cada 1% de variação do Produto Interno Bruto (PIB) per capita varia 1,03% o consumo per capita de ovos no país, enquanto na China varia 0,77% e no mundo essa variação é em média 0,84%. “A elasticidade de renda do consumo de ovos no Brasil é maior que na China e que na média do mundo, no entanto, exportamos pouco perto do que consumimos, mas temos um mercado e um consumidor maravilhoso, altamente reagente, que transforma crescimento econômico em consumo de ovos”, exalta Antônio, ampliando: “Quando os gestores de uma empresa forem fazer o planejamento futuro e estiverem estimando a demanda do ano seguinte em hipótese nenhuma devem deixar de considerar a relação entre o consumo per capita e o PIB per capita do seu país, porque quando se faz uma análise nunca se começa pelo seu negócio, mas sim primeiro tendo uma visão macro do mercado. Se preocupem sempre com a renda per capita, porque é ela que muda o consumo da população”, salienta.

O segmento de ovos é ainda pouco internacionalizado e, portanto, muito dependente do mercado interno. O consumo per capita no Brasil teve queda a partir de 2014 por conta das sucessivas quedas no PIB. “Para quem produz um produto que tem no consumo interno uma alta concentração, saber disso não é bom”, menciona Antônio, acrescentando que a expectativa é que o PIB volte a crescer nos próximos anos e, com isso, o consumo per capita aumente.

Desde 2015, a renda per capita do brasileiro é menor que a média mundial, mas, conforme projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), a renda anual do brasileiro deve voltar a crescer, saltando de US$ 6.822 mil para US$ 10.922 mil até 2026.

De acordo com o economista, o mercado está operando bem abaixo do potencial em razão do baixo crescimento da economia brasileira. “Se o Brasil tivesse crescido a taxas superiores nas últimas décadas, hoje o consumo per capita e a demanda interna seriam bem maiores”, afirma Antonio, acrescentando: “Devido à baixa participação do mercado externo em relação a produção total, o setor se beneficiou pouco do crescimento mundial”, analisa.

O consumo per capita de proteína animal cresce em escala global dentro de um padrão que perdura há 57 anos. Segundo o economista, o aumento do consumo por habitante somado à expansão da população têm trazido um forte crescimento da demanda.

O setor como um todo sofre com escassez de milho, situação que é agravada pela logística do milho e ampliada pelo aumento do custo dos grãos, que tornou ainda mais desafiadora a gestão do caixa e do giro por parte das indústrias.

Cenário externo para o frango

Antônio da Luz citou que somente nos últimos 20 anos, a taxa média anual das exportações da carne de frango brasileira cresceu 8% e as projeções da USDA para 2030 preveem um crescimento no consumo mundial de 35,7%, porém, para satisfazer esse aumento as importações mundiais precisam crescer 53,82%. “Eu duvido que o Brasil consiga dar conta de toda essa demanda, mas toda essa demanda conta com o Brasil. A hora é agora. Estima-se que o país vai aumentar seu share no mercado internacional com a carne de frango em 59,10% até 2030, é uma grande janela de oportunidade no mercado mundial”, considera Antônio.

Operações estruturadas de crédito

Operações estruturadas de crédito são uma alternativa para o financiamento do setor. Antônio explica que através destas transações a empresa, ao invés de se adaptar a uma linha de crédito bancária, olha para o seu negócio e faz um lançamento no mercado de capitais.

Esse tipo de operação é um mecanismo que pode ser utilizado tanto para renegociações de dívidas fora do sistema bancário ou para concessão de novos créditos. Pode ser utilizado tanto para crédito de custeio como de investimento. A estrutura da operação consiste na emissão de Cédula de Produto Rural (CPR) pelos produtores para a originadora. Os papéis são transformados em Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) por uma securitizadora e são negociados no mercado financeiro.

“Existem modelos em que o dinheiro é disponibilizado para a empresa comprar o grão e este fica armazenado, o qual pode ser uma garantia da operação, através da emissão de um “Warrant” que lastreia parcialmente a emissão de um papel no mercado de capitais. Com isso, a empresa tem disponibilidade de produto o ano inteiro e pode aumentar a sua eficiência da produção e distribuição de ração. Os contratos com integrados podem ser também objeto de produção de recebíveis, que serão lastro de operações. Eventualmente, contratos de fornecimento e/ou de exportações podem ser utilizados”, detalhou o palestrante.

O mercado de capitais está aberto tanto para empresas de porte grande como para médias e pequenas. As operações estruturadas de crédito têm três grandes instrumentos: CRA, Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro).

Conforme o economista-chefe da Farsul, várias cooperativas e distribuidoras de insumos estão financiando produtores através desses instrumentos. “A grande diferença dessas operações para o financiamento bancário é que nos bancos há uma linha que a empresa se adapta ou não. Em operações estruturadas de crédito a operação é construída a partir da realidade da empresa.  Por isso é que primeiro se entende a empresa, depois se escolhe o instrumento e são essas operações que geralmente as empresas usam mais recurso e com maior prazo”, pontua, ampliando: “O setor deve buscar conhecer mais e avaliar o uso de operações estruturadas de crédito no mercado de capitais, ao invés de ficar dependendo da boa vontade de bancos e ver minguar seu share no mercado brasileiro”.

Avicultura

Com foco em eficiência e agilidade, recolha de ovos férteis ganha automação na Copacol

Esteiras transportam automaticamente os ovos férteis das granjas até o setor de classificação: o processo ocorre sem o contato humano, proporcionando maior sanidade e também agilidade na função.

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Fotos: Divulgação/Copacol

A automação na recolha avança nos núcleos de produção de ovos férteis da Copacol e o sucesso da primeira estrutura em pleno funcionamento é comemorado por cooperados que realizaram esse investimento, em Nova Aurora, no Oeste do Paraná. “A vantagem do sistema envolve principalmente a qualidade da produtividade: observamos redução de trincas de ovos, agilidade no processo, e maior biosseguridade na recolha”, afirma Francismar Sanches Perandré, gerente de produção de pintainhos da Copacol.

O custo do investimento varia conforme a extensão das esteiras implantadas entre os galpões e a sala de classificação, além da topografia dos terrenos onde as estruturas estão instaladas. Em Nova Aurora, os galpões da Granja São Roque, integrados à Copacol, iniciaram as operações dos equipamentos: 45 mil ovos passam diariamente pelas esteiras. Antes, a recolha era feita manualmente pelos colaboradores, que transportavam os ovos férteis em carrinhos até o setor de classificação.

Tendência

Considerada uma tendência inovadora para o setor já em análise na Cooperativa, a automação na recolha dos ovos férteis foi implantada em seis meses pelos cooperados Paulo Ferreira do Nascimento, José Aparecido de Paula e Souza, Lucas Pecinha de Paula e Souza e Ronaldo Schlogel, proprietários da Granja São Roque, em funcionamento há oito anos.

O sistema teve um custo de R$ 1 milhão e trouxe eficiência na operação e maior comodidade aos colaboradores. “É um projeto inédito na Cooperativa, onde a qualidade se destaca. O sistema supre a falta de mão de obra que enfrentamos, além disso, os colaboradores ficam em uma sala climatizada em condição adequada de trabalho”, afirma um dos sócios, Paulo Ferreira.

Sistema avança

A Copacol possui 26 cooperados na atividade de produção de ovos férteis, que juntos mantém 48 núcleos de produção. Por dia são 683,3 mil ovos selecionados nas granjas, que têm como destino os incubatórios da Cooperativa, onde ocorre análise de incubação: após esse processo que pode levar até cinco dias, o ovo fica por 21 dias até nascimento do pintainho que em seguida terá como destino um dos 1.241 aviários mantidos por 768 avicultores integrados da Copacol.

Por mês, a produção de ovos férteis chega a 20,5 milhões pela Cooperativa. “O sistema de automação está em processo de instalação em outros núcleos. É um investimento que garante benefícios em todo o processo, uma tendência que garante eficiência na recolha, visto que é um serviço contínuo, feito de maneira cuidadosa para eficiência no ciclo de formação do pintainho”, afirma Sanches.

Fonte: Assessoria Copacol
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Avicultura

Manejo de cama de frangos de corte em evidência no 24º SBSA

Doutora em Manejo Ambiental Avícola, Connie Mou vai palestrar no evento dia 11 de abril.

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Doutora em Manejo Ambiental Avícola, Connie Mou, integra o time de especialistas que vão estar em Chapecó (SC) no mês de abril para um dos principais eventos técnicos do setor avícola latino-americano - Foto: Arquivo pessoal

Componente fundamental para o sucesso da avicultura de corte, a cama aviária influencia tanto no desempenho zootécnico das aves quanto nas características de carcaça. O manejo correto para a obtenção de animais saudáveis, com menos custo de produção, maior bem-estar animal e qualidade da carne, será apresentado no 24º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), pela doutora em Manejo Ambiental Avícola, Connie Mou. A profissional vai ministrar a palestra “Manejo de cama de frangos de corte”, no dia 11 de abril (quinta-feira), às 08 horas, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC).

Connie Mou é gerente técnica de serviços na Danisco Animal Nutrition and Health (IFF). Possui mestrado em Nutrição Avícola pela Virginia Tech e doutorado em Manejo Ambiental Avícola pela Universidade da Geórgia.

Possui experiência na avaliação de ambientes de aviários, na busca por maneiras inovadoras de gerenciar a cama e no uso/análise de dados de sensores para melhorar o desempenho, a saúde e o bem-estar das aves. Seus principais interesses incluem trabalhar no terreno com os produtores de aves, ouvindo os seus problemas e descobrindo como resolver os seus desafios através de um raciocínio científico sólido.

Um dos principais eventos técnicos do setor avícola latino-americano, o 24º SBSA será realizado pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) entre os dias 09 e 11 de abril. O Simpósio é referência na disseminação do conhecimento, na inovação tecnológica e no intercâmbio de experiências. A programação reunirá profissionais qualificados de renome nacional e internacional.

Inscrições

Para acompanhar as colocações da especialista e demais palestrantes é necessária inscrição no 24º SBSA. As inscrições para o Simpósio e a 15ª Poultry Fair estão no último lote. O investimento é de R$ 850,00 para profissionais e de R$ 480,00 para estudantes.

Os ingressos para acessar somente a feira, sem participar da programação científica, podem ser adquiridos por R$ 200,00. Na compra de pacotes a partir de dez inscrições para o SBSA serão concedidas bonificações. Associados do Nucleovet, profissionais de agroindústrias, órgãos públicos e grupos de universidades têm condições diferenciadas.

O 24º SBSA tem apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina (CRMV-SC), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Prefeitura de Chapecó e da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc).

Fonte: Assessoria Nucleovet
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Avicultura

Simpósio Frangos de Corte discute atual cenário regulatório brasileiro e as exigências dos principais mercados importadores de produtos avícolas

Salmonella e antimicrobianos serão debatidos por Ricardo Hummes Rauber, nos dias 26 e 27 de março

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Ricardo Hummes Rauber é médico-veterinário, mestre em Medicina Veterinária Preventiva, doutor e pós-doutor em Sanidade Avícola e consultor em Saúde Animal - Foto: Divulgação/Assessoria FACTA

Nos dias 26 e 27 de março, a cidade de Maringá (PR) será palco do Simpósio Frangos de Corte: Sanidade e Manejo, organizado pela FACTA. O evento reunirá especialistas dos setores público e privado com o intuito de encontrar soluções eficazes para os desafios enfrentados pela avicultura nacional.

Ricardo Hummes Rauber, médico-veterinário, mestre em Medicina Veterinária Preventiva, doutor e pós-doutor em Sanidade Avícola e consultor em Saúde Animal, será um dos palestrantes do Simpósio e conduzirá uma discussão aprofundada sobre a Salmonella, no primeiro dia do evento. Rauber abordará o cenário regulatório brasileiro e as exigências dos principais mercados importadores de produtos avícolas, destacando a importância da prevenção e do controle dessa bactéria por meio de práticas consistentes de biosseguridade nas granjas de frangos de corte.

“Levando em conta o cenário regulatório no Brasil e as demandas dos principais mercados importadores de produtos avícolas brasileiros, que estabelecem critérios baseados em análises qualitativas dos lotes, fica evidente para as empresas que a prevenção é a estratégia mais eficaz para o controle da salmonela. Isso significa que todos os esforços devem ser direcionados para impedir a contaminação dos lotes por qualquer sorotipo desse agente. Procedimentos consistentes de biosseguridade nas granjas de frangos de corte, controle rigoroso da qualidade de pintos de 1 dia e de rações são alguns  pontos de atenção importantes para a efetividade dos programas de controle de salmonela no Brasil”, adianta o especialista.

No segundo dia, o foco estará na palestra sobre a retirada de antimicrobianos das dietas, tema em destaque diante das crescentes preocupações com a resistência bacteriana. “Em resposta a essa questão, diversas restrições têm sido aplicadas à produção animal, tanto no Brasil quanto internacionalmente. Isso inclui, por exemplo, a proibição de certas moléculas usadas como promotoras de crescimento”, explica Rauber.

Ainda, segundo o médico veterinário, esse cenário de debates e limitações, juntamente com as restrições já em vigor e outras em análise, obriga o setor de produção animal a revisar seus processos. O objetivo é atender às exigências atuais e se preparar para futuras demandas. A implementação e/ou aprimoramento de protocolos rigorosos de biosseguridade, o estabelecimento de critérios para o uso de antibióticos baseados em evidências científicas e a aplicação desses critérios com rigor técnico são exemplos de medidas que precisam ser adotadas para responder a essas necessidades.

Com a participação de especialistas e profissionais, o Simpósio Frangos de Corte: Sanidade e Manejo será um importante espaço de troca de conhecimento e busca por soluções que impulsionem o desenvolvimento sustentável da avicultura brasileira.

Fonte: Assessoria FACTA
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