Bovinos / Grãos / Máquinas Produção pecuária
É preciso planejar para chegar no inverno com pastagem de qualidade
Para garantir alimento de alto valor nutritivo no período mais crítico do ano para a boiada, produtor adota eficiente sistema de manejo rotacionado e planeja reutilizar água proveniente da piscicultura para irrigar pastos.
Em 1975 quando o produtor paranaense Carlos Alberto Ferreira Castilho, mais conhecido como Carlinhos, chegou em Candeias do Jamari, distrito de Porto Velho, em Rondônia, sabia que os desafios seriam grandes. Mas, o objetivo não era apenas desbravar e estabelecer novas áreas, mas sim, formar uma fazenda produtiva e rentável adaptada às condições da região, e assim fez. Após longos anos de dedicação e muito trabalho transformou a propriedade em referência na região. Com foco inicial prioritário na produção pecuária, o criador atualmente também se dedica à atividade de piscicultura como negócio complementar.
Na Fazenda Juliana, propriedade de 2,8 mil hectares, há um giro anual médio de duas mil cabeças, das quais realiza o ciclo completo: cria, recria e engorda, sendo 100% a pasto em uma área aproximada de 1,5 mil hectares. Diante desse modelo de criação extensiva, a preocupação com a qualidade das pastagens é constante, principalmente nos períodos de inverno. “O segredo para garantir a alimentação do gado somente a pasto é planejamento. Nos períodos mais críticos para nós aqui, o plano que adotamos é deixar a palhada mais alta e aumentarmos a ureia do suplemento mineral”, diz Carlinhos.
Por estar em uma região tropical, muito úmida em relação a outras áreas do país, a pastagem mesmo no período mais crítico na fazenda Juliana não chega a secar, mas isso não significa que o cuidado precisa ser menor. A estratégia adotada é a rotação dos animais. “Separamos os bovinos em piquetes e à medida que vão comendo vamos deslocando eles, fazendo a troca de pasto. Cada lote tem um espaço já separado”, detalha o pecuarista.
Em sua área de pastagem atualmente, a Fazenda Juliana possui cerca de 30% da área plantada com Panicum maximum cv. BRS Zuri e os outros 70% é ocupado pelas Brachiarias spp., o que garante uma média de cinco cabeças por alqueire. “Utilizamos a cultivar Marandu e a BRS Piatã no inverno, que é o período das águas aqui. Nós intensificamos engorda nos Panicuns spp. e no verão concentra mais nas Brachiarias spp. Estamos muito satisfeitos com esse modelo implantado e temos um ganho de peso médio diário por animal de 1,2kg na terminação”, confidencia Carlinhos.
Negócio diversificado
Em 2007 o produtor estava incomodado com a baixa fertilidade de algumas áreas de pastagem em sua propriedade e foi em busca de alternativas para aproveitar de alguma forma esses espaços. A opção encontrada foi a piscicultura. A legislação estadual permite a construção de tanques de peixe em locais degradados em APPs. Foi então o casamento perfeito, aproveitou as áreas mais baixas e começou a estruturar a construção dos tanques, descobrindo uma nova aptidão. Hoje, são 25 hectares de lâmina d’agua, distribuídos em 45 tanques, que produzem cerca de 160 toneladas por ano.
Na piscicultura o foco é a criação de tambaqui e pirarucu, este último também conhecido como o bacalhau brasileiro. Atualmente já comercializam para Goiânia (GO) e para São Paulo (SP). “Hoje nossa produção ainda é pequena em relação ao consumo crescente, por isso já planejamos a construção de uma nova área para intensificar toda a cadeia de peixe, cria, recria, engorda. Além disso, queremos já abater e levá-los limpos para o mercado na capital paulista, onde concentra-se o maior público consumidor”, adianta o produtor.
O produtor também já planeja a integração de fato da piscicultura com a pecuária, ou seja, utilizar as águas dos tanques para irrigar os pastos. “Este é um projeto que também está em nossos planos e aumentaria ainda mais nossa eficiência”, diz ele. Outra ideia que está em estudo é em até três anos começar a reformar os pastos, com o milho, aí sim vai integrar lavoura-pecuária-piscicultura. “Como a agricultura demorou para chegar em nossa região, este será nosso próximo passo, estamos aprendendo para entrar nesse segmento também”, finaliza
Bovinos / Grãos / Máquinas
Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
Bovinos / Grãos / Máquinas
Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran