Suínos
É do nosso peixe que os gringos gostam mais
O faturamento das exportações da piscicultura brasileira foi de US$ 23,8 milhões em 2022, aumento de 15% em relação ao ano anterior.

O filé de tilápia brasileiro tem conquistado paladares ao redor do mundo. Das 550 mil toneladas produzidas em 2022, cerca de 8,3 mil toneladas foram exportadas. Parece pouco, mas é um volume, em toneladas e em recursos, que vem aumentando nos últimos anos. E os principais responsáveis são os Estados Unidos.
O faturamento das exportações da piscicultura brasileira foi de US$ 23,8 milhões em 2022, aumento de 15% em relação ao ano anterior. No entanto, em volume houve uma queda de 13%, de acordo com o Anuário 2023 Peixe BR da Piscicultura, passando de 9.806 toneladas em 2021 para 8.492 em 2022. Esse aumento dos valores em dólar em detrimento da queda em toneladas é reflexo do crescimento das exportações de produtos com maior valor agregado, sobretudo filés frescos, refrigerados ou congelados. E que fique bem claro: filés de tilápia.
A espécie representa 98% da exportação da piscicultura brasileira, sobretudo para os Estados Unidos, um mercado extremamente importante e que tem encontrado no peixe brasileiro características que o colocam a frente de outros concorrentes, como o filé de tilápia chinês, que também é exportado para os gringos.

ex-ministro da Pesca, Altemir Gregolin – Foto: Arquivo Pessoal
Em entrevista ao jornal O Presente Rural, o ex-ministro da Pesca e presidente do International Fish Congress & Fish Expo Brasil (IFC Brasil), um dos maiores eventos da aquicultura da América Latina, Altemir Gregolin, revela que a tendência é que os estadunidenses comprem cada vez mais o filé brasileiro, pois as empresas importadoras estão observando vantagens da proteína tupiniquim em relação a concorrentes de outros países. “As empresas importadoras dos Estados Unidos notaram que a tilápia brasileira tem um tamanho maior de filé, além de sabor e qualidade superior em relação à tilápia produzida na China, que também é exportada para os Estados Unidos, motivos esses que têm feito tanto sucesso entre os consumidores norte-americanos”, aponta.
De um ano para outro, os embarques brasileiros de filés congelados mais que dobrou. Em 2022, foram exportadas 765 toneladas, o que representa um incremento de 101% em relação a 2021. Foi a maior variação entre todas as categorias de produtos exportados. Os filés congelados representam 9% do volume de exportações, no entanto, são responsáveis por 18% da receita total.
Mais dólares
Os Estados Unidos são o principal destino das exportações brasileiras da piscicultura. Em 2022, de acordo com a Associação Peixe BR, o país comprou 81% de tudo que a piscicultura brasileira exportou. Em seguida, como maiores compradores internacionais, aparecem Canadá (5% dos embarques), Taiwan (2%), Líbia (2%) e México (2%). Com um aumento de 43%, as exportações para os Estados Unidos atingiram um total de US$ 19 milhões.
O Brasil tem exportado mais e ganhado cada vez mais com produtos que atingem melhores preços no mercado norte-americano, como o filé congelado. As exportações passaram de 4,9 mil toneladas em 2018 para aproximadamente 8,5 mil toneladas em 2022. O incremento é de 73%. No mesmo período, as receitas subiram mais de 170%, de US$ 8,7 milhões para US$ 23,8 milhões.
Para o presidente da Peixe BR, Francisco Medeiros, o Brasil em tudo para ganhar cada vez mais espaço no mercado global da tilapicultura e da piscicultura como um todo. “O crescimento contínuo do setor e suas perspectivas promissoras indicam que o país está bem posicionado para expandir ainda mais sua presença no mercado global da piscicultura. Acreditamos que daqui a três ou quatro anos devemos estar próximos do terceiro lugar no ranking de produção mundial”, afirma o presidente da Peixe BR.
Ele reforça que os Estados Unidos são uma grande oportunidade para o mercado da tilápia brasileira. “O mercado norte-americano corresponde a cerca de 90% da tilápia exportada pelo Brasil”, cita Medeiros.
Reforçar as marcas
No entanto, alerta o ex-ministro da Pesca, Altemir Gregolin, esses diferenciais que os compradores estadunidenses estão encontrando no filé brasileiro, como tamanho e sabor do filé, ainda são poucos explorados pela indústria brasileira no mercado externo. Gregolin entende que reforçar essas características junto aos compradores pode ajudar a consolidar cada vez mais o Brasil como importante parceiro dos Estados Unidos para o mercado do peixe. “É preciso montar uma estratégia em conjunto com a Apex Brasil para consolidar esses diferenciais, para que possamos vender esse produto com maior valor agregado”, enfatiza.
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Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.



