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Bovinos / Grãos / Máquinas Aplicação dos defensivos agrícolas

Drones pulverizadores ganham espaço na agricultura brasileira

Alguns modelos de drones podem fazer a aplicação de defensivos em até 16 hectares por hora, dependendo do tamanho do tanque onde a calda é colocada. As baterias duram entre 10 e 15 minutos, mas também carregam em tempo baixo.

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Lucas Emanuel Hulse

O que a produção de bananas, café, tomate, milho e soja têm em comum? Todas elas começaram a simpatizar com o uso de drones para a aplicação dos defensivos agrícolas usados para viabilizar a colheita. A pulverização de banana e café, por exemplo, antes aérea ou via solo, tem se beneficiado dos drones para pulverizar áreas nos Estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais. No Rio Grande do Sul, o arroz tem puxado a fila entre as culturas de grãos que passam a enxergar nos drones uma solução de problemas antigos, como o amassamento das lavouras e a compactação de solo provocados pelos implementos agrícolas convencionais, como tratores e pulverizadores.

O uso de drones na agricultura tem aumentado nos últimos anos, como explica Moacri Kern, Allcomp, empresa com sede em Porto Alegre representa da DJI, a maior fabricante de drones da China.

Moacir Kern e Henrique Pauletto apresentam tecnologia durante evento do agronegócio, em fevereiro, no Paraná – Foto: Giuliano De Luca/OP Rural

Em 2018 iniciamos com os drones para pulverização em uma parceria com a DJI, empresa chinesa que detém mais de 80% do drones agrícolas. Eles vão se encaixar em algumas demandas específicas. O drone é indicado, por exemplo, para quem tem áreas muito quebradas, áreas pequenas ou de difícil acesso para maquinários, ou áreas que o avião não consegue fazer uma boa cobertura. É uma opção também para quem não tem o maquinário agrícola para fazer as pulverizações ou quem com o sistema manual de aplicação”, enumera Moacir.

“Acabamos começando com as culturas tipo banana, tomate e café nas regiões de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. São culturas que hoje demandam bastante o serviço do drone. Na verdade quando o drone chegou ele se adaptou muito bem ao terreno e ao tipo de sistema de aplicação por que são culturas que já estavam carentes dessa tecnologia (de aplicação) há muito tempo. O tomate, por exemplo, em boa parte essa aplicação até hoje é feita manualmente”, menciona o profissional, que no início de fevereiro estava demonstrando seus equipamentos durante o Show Rural Coopavel, em Cascavel, PR.

Milho e arroz

Moacir diz que os drones estão também sendo usados como uma solução complementar em áreas maiores, de cultivo de grãos. “Nas lavouras de arroz e no milho a gente está sendo demandado em situações onde o maquinário ainda não consegue fazer uma boa aplicação, não consegue por uma questão de dificuldade de acesso ou onde o avião ainda chega por uma questão de manobra. O drone está indo lá resolver esses problemas pontuais”, exemplifica.

Trabalhando o dia todo

Alguns modelos de drones podem fazer a aplicação de defensivos em até 16 hectares por hora, dependendo do tamanho do tanque onde a calda é colocada. As baterias duram entre 10 e 15 minutos, mas também carregam em tempo baixo. Moacir explica que se o produtor tiver quatro ou cinco baterias, pode trabalhar o dia todo. Ele destaca que quando a bateria ou a calda está acabando, o drone volta ao local de origem para ser reabastecido. Depois, continua o trabalho exatamente de onde parou.

Para ele, o uso será cada vez mais frequente. “É uma tecnologia em ascensão, é uma tecnologia nova para nós, mas tem muito mercado pela frente. A gente está bastante otimista porque a aceitação está sendo muito boa, a qualidade da aplicação é incomparável. Já fizemos todos os testes possíveis em parcerias, como cooperativas e outras instituições´. A qualidade é incomparável (frente aos implementos usuais)”, destaca. Apesar de ele admitir que a pulverização por drones é um pouco mais cara.

“Hoje eu chego numa lavoura e consigo gerar um mapa da área através de marcação de pontos, consigo delimitar obstáculos, colocar distâncias de segurança em determinados locais e dizer para o drone a largura de aplicação que ele vai fazer, a altura que ele vai navegar da cultura e quantos litros ele vai fazer por hectare. Ele automaticamente faz esse voo com segurança. Caso o produto venha a faltar bateria ou calda ele retorna no lugar de apoio onde eu determinei. Nesse lugar de apoio a gente vai trocar bateria, vai colocar mais produto e vai dar o start. O drone vai levantar, vai até o ponto onde ele parou, tirar o ar dos bicos e seguir com a aplicação. As baterias duram em torno de 10 a 15 minutos, dependendo do terreno, só que essas baterias carregam entre 7, 9 e 20 minutos, dependendo do modelo. Se tu tem uma quantidade de baterias, entre três, quatro ou cinco baterias, dependendo do modelo de drone, tem trabalho para o dia todo, sem parar”, frisa. Ainda de acordo com Moacir Kern, são diversas opções, com galões com capacidade para pulverizar entre 3 e 16 hecatres em uma hora.

Depois de feita a aplicação, todo mapa gerado fica gravado e pode ser acessado em nuvem. Além disso, a máquina vai repetir o processo sem precisar novas calibragens. “É feito um mapeamento e esse mapeamento vai ficar gravado e vai para uma conta onde o produtor tem acesso. Em uma próxima aplicação ele faz o voo automaticamente”.

Multiuso

Drones podem ser recomendados para serem protagonistas ou coadjuvantes na aplicação de defensivos agrícolas no Brasil. De acordo com o profissional da Allcomp, “é uma tecnologia bem acessível, que não exige um conhecimento aprofundado”, pontua. “Ele pode ser um equipamento que tanto para o produtor ter como um apoio quanto para ser protagonista. Drones podem fazer área total, vai atender tanto aquele produtor pequeno que perde muito com o amassamento, para as áreas muito quebradas. A gente já tem situações onde o produtor prefere não entrar com trator e pagar a aplicação com drone por que o que ele não amassa ele paga o drone, ainda mais o valor do saco da soja de hoje. Se ele amassa, nas duas últimas aplicações, quatro e cinco sacos de soja já paga a aplicação do drone. Outra situação é o produtor que tem 50 mil, 100 mil hectares e dentro desse área ele tem mil que ele não faz por que o avião não chega. Tem demanda dos dois lados”, destaca.

Bovinos / Grãos / Máquinas

Exportações recordes de carne bovina reforçam preços no mercado interno

Com 96% do volume anual já embarcado até outubro, o ritmo forte das exportações e o avanço nas vendas de animais vivos reduzem a oferta doméstica e sustentam as cotações, apesar da resistência recente de compradores a novos ajustes.

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As exportações brasileiras de carne bovina continuam avançando em ritmo expressivo e já impulsionam diretamente o mercado interno. De acordo com a análise quinzenal do Cepea, os embarques acumulados até outubro alcançaram 96% do total exportado em 2024, configurando um novo recorde para o setor.

Além da carne bovina, as vendas de animais vivos também registram alta. No acumulado do ano, o volume enviado ao exterior chegou a 842 mil toneladas, crescimento de 12,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Esse fluxo intenso para o mercado externo reduz a oferta doméstica e, somado à baixa disponibilidade de animais terminados, mantém as cotações firmes no mercado interno. A demanda por carne bovina e por boi gordo permanece consistente, com estoques enxutos e vendas estáveis.

Por outro lado, compradores começam a demonstrar resistência a novas elevações, indicando uma possível acomodação dos preços no curto prazo.

Fonte: O Presente Rural com informações Deral
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Retirada da sobretaxa pelos EUA devolve competitividade à carne brasileira

Decisão tem efeito retroativo, pode gerar restituição de valores e reorganiza o fluxo comercial após meses de retração no agronegócio.

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A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) manifestou  grande satisfação com a decisão dos Governo dos Estados Unidos de revogar a sobretaxa de 40% imposta sobre a carne bovina brasileira. Para a entidade, a medida representa um reforço da estabilidade do comércio internacional e a manutenção de condições equilibradas para todos os países envolvidos, inclusive para o Brasil.

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A sobretaxa de 40% havia sido imposta em agosto como parte de um conjunto de barreiras comerciais aos produtos brasileiros, afetando fortemente o agronegócio, carne bovina, café, frutas e outros itens. A revogação da tarifa foi anunciada pelo presidente Donald Trump por meio de uma ordem executiva, com vigência retroativa a 13 de novembro. A medida também contempla potencial restituição de tarifas já pagas.

De acordo com veículos internacionais, a retirada da sobretaxa faz parte de um esforço para aliviar a pressão sobre os preços de alimentos nos EUA, que haviam subido em função da escassez de oferta e dos custos elevados, e reduzir tensões diplomáticas.

Reação da ABIEC 
Na nota divulgada à imprensa na última semana, a ABIEC destacou que a revogação das tarifas demonstra a efetividade do diálogo técnico e das negociações conduzidas pelo governo brasileiro, resultando num desfecho construtivo e positivo.

A entidade também afirmou que seguirá atuando de forma cooperativa para ampliar oportunidades e fortalecer a presença da carne bovina brasileira nos principais mercados globais.

Comércio exterior 
A retirada da sobretaxa tem impacto direto sobre exportadores brasileiros e o agronegócio como um todo. Segundo dados anteriores à

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aplicação do tarifaço, os EUA representavam o segundo maior destino da carne bovina do Brasil, atrás apenas da China.

O recente bloqueio causava retração nas exportações para os EUA e aumentava a pressão para que produtores e frigoríficos redirecionassem vendas para outros mercados internacionais. Com a revogação da sobretaxa, abre uma nova perspectiva de retomada de volume exportado, o que pode fortalecer as receitas do setor e ajudar a recompor a fatia brasileira no mercado americano.

Próximos desafios
Apesar da revogação das tarifaço, a ABIEC e operadores do setor devem seguir atentos a outros desafios do comércio internacional: flutuações de demanda, concorrência com outros países exportadores, exigências sanitárias, regime de cotas dos EUA e eventual volatilidade cambial.

Para a ABIEC, o caso também reforça a importância do protagonismo diplomático e da cooperação institucional, tanto para garantir o acesso a mercados como para garantir previsibilidade para os exportadores brasileiros.

Fonte: O Presente Rural
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Abates de bovinos disparam e pressionam preços no mercado interno

Alta oferta limita valorização do boi gordo, apesar de exportações recordes e forte demanda internacional.

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Os abates de bovinos cresceram no terceiro trimestre, impulsionados pelo bom momento dos confinamentos. Em outubro, as exportações também tiveram desempenho excepcional, mas o aumento da oferta de carne no mercado interno acabou limitando uma valorização maior do boi gordo. De acordo com dados do Itaú BBA Agro, mesmo com a recuperação recente dos preços, a relação de troca para quem trabalha com recria e engorda piorou, já que o custo do bezerro avançou mais que o preço do boi no período de um ano.

Dados do IBGE mostram que os abates de bovinos subiram 7% no terceiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024. Só em setembro, o crescimento foi de 13% sobre o resultado do ano anterior. Informações preliminares do Serviço de Inspeção Federal (SIF) indicam que, em outubro, os abates podem ter aumentado cerca de 15% na comparação anual.

As boas margens dos confinamentos em 2025, especialmente para produtores que fizeram gestão eficiente de riscos e aproveitaram momentos favoráveis de mercado para travar preços, atraíram um grande volume de animais para a engorda intensiva. Esse movimento reforçou ainda mais a oferta de gado pronto para abate, que já vinha em alta desde o início do ano. Um exemplo foi o contrato futuro com vencimento em outubro, que negociou acima de R$ 330 por arroba durante boa parte de março a agosto e encerrou o mês a R$ 317.

Do lado da demanda, as exportações de carne bovina registraram resultados impressionantes em setembro e outubro, com dois recordes consecutivos: 315 mil e 320 mil toneladas de carne in natura embarcadas, respectivamente, um avanço anualizado de 16,7% sobre o acumulado de janeiro a outubro de 2024.

Mesmo assim, o forte aumento dos abates elevou a oferta de carne no mercado interno, acima do esperado para o período. Ainda assim, o preço do boi gordo reagiu a partir do fim de setembro. Entre o início de outubro e 14 de novembro, a arroba subiu 5,6%, e a carcaça casada avançou ainda mais, 7,9%.

Apesar dessa recuperação, a relação de troca para recria e engorda se deteriorou no intervalo de um ano: enquanto o boi gordo de São Paulo ficou 4,8% mais barato em outubro na comparação anual, o bezerro de Mato Grosso do Sul ficou 15,4% mais caro.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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