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Dólar flertando os R$ 6 estimula mais venda antecipada da soja 2020/2021
Para especialistas, preço atrativo contribuiu com as vendas
A alta do dólar, que em 14 de maio estava cotado em R$ 5,82, mas tem flertado os R$ 6, tem estimulado a venda antecipada da safra de soja 2020/2021. Em Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, a saca naquele dia era vendida a R$ 98 no balcão ou a R$ 85 no caso de contrato futuro. O agricultor Heitor Osterkamp tem uma propriedade onde trabalha com produção de frangos, armazenagem de milho e aveia e produção de grãos. Já vendeu 35% da safra de soja 2020/2021 de maneira antecipada, mas ele sabe que é “um jogo” que precisa de cautela. “O contrato é de R$ 85 a saca, mas hoje estou perdendo, uma vez que com a cotação do dólar a saca vale R$ 98. Faz alguns anos que trabalho com venda antecipada. Quando percebo que consigo atingir bom preço de acordo com o custo de produção, incluindo compra de adubos e defensivos, analiso e realizo o contrato”, expõe.
Ele comenta que se a média obtida na colheita é de 150 sacas, dificilmente vende mais do que 50 a 60 sacas na primeira etapa, antes do plantio. “Acompanho a previsão do tempo diariamente, bem como outros fatores, e se puder vendo algo final do ano, se o preço estiver bom. Tomamos cuidados. Nossa média de venda antecipada é de 30 a 40%”, ressalta Osterkamp, que também possui área de terra no Paraguai, onde trabalha com grãos e gado de corte.
O produtor menciona que no Brasil, com a variável do câmbio, é mais difícil acertar o momento ideal de venda. “Já no Paraguai tenho sido mais assertivo na venda antecipada”, pontua.
Conforme o paranaense, uma das principais vantagens com a venda antecipada é a segurança financeira. “Agora vou esperar a safra ser instalada para observar o que acontece. É preciso ter pé no chão, equilíbrio, pois se não cumprir o combinado, eu pago multa. Vou parcelando a venda da soja para fazer valer a pena, comercializando em vários momentos. Quando agrada, eu vendo”, cita, acrescentando que no caso do milho safrinha ele faz armazenagem. Nesse caso, ela vende o ano todo.
Ano excepcional
De acordo com o gerente comercial da Agrícola Horizonte, Valdair Schons, praticamente 90% da safra colhida no verão já foi comercializada. “Em outras épocas era vendido de 40 a 50% durante a safra e o restante no decorrer do ano”, compara. “Este é um ano excepcional”, avalia.
Segundo ele, o preço atrativo contribuiu com as vendas. “Embora a saca tenha sido vendida a R$ 98 em meados de maio, a maioria dos produtores rurais venderam anteriormente na faixa de R$ 80 para pagar as contas. Isso porque a tendência era o valor da soja cair, mas ocorreu o contrário e a saca passou a subir”, frisa.
No que tange à comercialização da próxima safra de soja, 2020/2021, Schons revela que em torno de 15% da recepção da empresa já está vendida antecipadamente. “Esses 15% de venda antecipada nessa época são considerados um índice expressivo, já que o plantio vai acontecer em meados de setembro. Ou seja, até lá podem ocorrer mais negócios ainda. Isso representa o dobro de anos anteriores, quando nesse período a venda antecipada era de cerca de 8%”, salienta.
Schons assegura que o crescimento na venda antecipada ocorre devido ao dólar valorizado frente ao real. “Hoje os insumos subiram de preço, mas quando se converte em dólar o preço fica igual ou ainda melhor ao produtor, ou seja, fica vantajoso e por isso os agricultores buscam uma garantia pela venda antecipada”, expõe o gerente comercial.
“Estamos batendo todos os recordes de venda de soja”
Os patamares elevados dos preços praticados fizeram com que os produtores rurais comercializassem a maior parte da atual safra de soja, assim como da safra futura (2020/2021). “O câmbio favorece e é algo sem precedentes. Compensa vender antecipadamente a safra de soja devido à conjuntura atual do Coronavírus, que levou pânico aos mercados de capitais ao redor do mundo e no Brasil. O dólar tem maior liquidez e se eleva em relação às outras moedas”, destaca o técnico agrícola do Departamento de Economia Rural (Deral) de Toledo, PR, órgão vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), João Luiz Raimundo Nogueira.
Ele enfatiza que, além da moeda brasileira estar desvalorizada, o Brasil tem um componente a mais: a crise política. “Isso contribui para levar incertezas aos investidores que estão no Brasil, grande parte deles de curto prazo e que se afastam. Há desavenças dentro do próprio governo, o que gera desconfiança nos investidores, então a partir do momento que existe esse medo há desvalorização da bolsa no mercado de capitais”, explica Nogueira, que é especialista em agronegócio.
Segundo ele, isso tudo ocorre em um momento em que a safra de soja está recém-colhida e tem favorecido não só o produto colhido, mas também em relação à negociação da safra futura. “Estamos batendo todos os recordes de venda da safra nova em uma época em que comercializamos a safra em curso. Vivemos um momento estranho e novo devido à pandemia. Outro fator que deve ser considerado para que essas transações ocorram é que as nossas exportações de soja continuam bastante robustas, principalmente para a China. Os negócios são fechados porque há expectativa de que a demanda persista durante o ano”, pontua.
O especialista em agronegócio diz que ao passo em que em torno de 15% da safra de soja 2020/2021 já esteja negociada em Marechal Rondon, há relatos de regiões onde este índice alcança 30% (matéria produzida em meados de maio). “É um fato muito novo e o Brasil exerce protagonismo não só na produção de soja, bem como nas exportações”, considera.
Hora de aproveitar
Nogueira ressalta ser o momento ideal dos produtores aproveitarem a ocasião e se capitalizarem. “Não sabemos como vai ser daqui para frente. Nós vemos uma fase boa agora e é preciso aproveitar, porque fica difícil fazer previsões. Viveremos uma recessão mundial com países desenvolvidos falando em redução do Produto Interno Bruto na ordem de 3 a 5%, e isso é inimaginável. Se você está diante de uma expectativa de recessão mundial, fica difícil prever o que pode acontecer. Os produtores devem aproveitar esta oportunidade de capitalizar”, reforça.
De acordo com o técnico do Deral, o peso das demandas dá suporte para que o produto seja vendido. “Se o dólar valoriza o nosso produto é sinal de que a nossa moeda está desvalorizada e fica fácil comprar nosso produto. Porém, é bom os produtores fazerem os cálculos e anteciparem a compra de insumos visando obter algumas vantagens por isso. A ressaca disso tudo pode acontecer em breve se o câmbio continuar nesses eixos, pois corremos o risco de ter insumos com preços altos na frente”, enaltece.
Apesar de não possuir números oficiais, Nogueira informa que em torno de 30% da safra de soja foi vendida antecipada em várias regiões do Brasil. “É difícil saber ao certo, pois as mudanças são diárias. Tenho dito para o produtor aproveitar a oportunidade. Entendo a fase como ideal para a relação de venda de produto e compra de insumo, portanto hoje o momento é favorável ao agricultor devido ao preço. É a hora de o produtor fazer as contas e trabalhar bem essa questão de custo para a semeadura da próxima safra”, sustenta.
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran