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Dólar firme sustenta preços do trigo no Brasil
Mesmo com o avanço da colheita e maior disponibilidade interna, o trigo se manteve estável no RS e subiu em outros estados.

Os preços do trigo ficaram estáveis no Rio Grande do Sul na última semana e avançaram em outros estados acompanhados pelo Cepea. Ainda que a oferta doméstica esteja maior, a valorização do dólar frente ao Real deu suporte aos preços internos.
Pesquisadores do Cepea destacam que, em São Paulo, especificamente, estado caracterizado por ser comprador líquido, os preços subiram de forma mais expressiva. No campo, a colheita de trigo da safra de 2025 caminha para a reta final.
Segundo a Conab, até o dia 15, quase 74% do trigo nacional já havia sido colhido. No mercado de derivados, os valores seguem enfraquecidos, ainda influenciados pelas recentes desvalorizações da matéria-prima e pela menor demanda.

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ApexBrasil abre escritório no Mato Grosso para impulsionar exportações do agro
Unidade em Cuiabá atuará na atração de investimentos, qualificação de empresas e apoio direto a produtores que buscam novos mercados.

A ApexBrasil abriu na segunda-feira (24) uma unidade em Cuiabá (MT), instalada na sede da Famato, para ampliar o apoio à exportação e à atração de investimentos no estado que lidera a produção agropecuária do país. A iniciativa conecta empresas mato-grossenses, especialmente pequenos e médios negócios, a mercados internacionais por meio de consultorias, inteligência comercial e articulação com a rede de adidos agrícolas brasileiros.
A presença da agência em Mato Grosso ocorre num momento em que o estado responde por cerca de um terço do superávit comercial brasileiro. Entre 2023 e 2025, ações coordenadas entre ApexBrasil, Ministério da Agricultura (Mapa) e Ministério das Relações Exteriores somaram mais de 170 agendas internacionais em 42 países, envolvendo mais de 3 mil empresas e movimentando US$ 18 bilhões em negócios projetados.
Durante a inauguração, representantes do governo federal destacaram a necessidade de aproximar produtores locais de compradores estrangeiros e reforçaram o papel dos adidos agrícolas na abertura de mercados. Esses profissionais atuam em embaixadas e consulados mapeando oportunidades, auxiliando na tramitação documental e orientando empresas sobre barreiras sanitárias e tarifárias.
O presidente da Agência, Jorge Viana, ressaltou que a instalação em Cuiabá acompanha a expansão da rede internacional da ApexBrasil, que passou de nove para 15 escritórios globais. Segundo ele, o estado reúne condições estratégicas para ampliar sua presença no comércio exterior, dada a força das cadeias de soja, milho, algodão e carnes.
A Famato também avalia que a chegada do escritório deve facilitar o acesso de produtores e empresários à qualificação exportadora. Os convênios assinados durante o evento incluem ações com Sebrae-MT, UNEM, Ibrafe e Abrapa, voltadas a etanol, farelo de milho, pulses, gergelim, feijão e algodão. O pacote de iniciativas soma mais de R$ 42 milhões e será implementado entre 2026 e 2028.
Para os adidos agrícolas, a nova base em Mato Grosso tende a aproximar ainda mais o campo da diplomacia agrícola. A atuação conjunta, afirmam, ajuda a construir pontes com outros países, ajustar percepções sobre o Brasil e facilitar cooperação em temas comerciais, sanitários e ambientais.
Com a abertura da unidade, empresas mato-grossenses passam a ter acesso direto a serviços de promoção comercial e atração de investimentos, num movimento que busca fortalecer a competitividade internacional do agronegócio local.
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GTF atinge 99,7% de energia renovável em 2024 e amplia práticas sustentáveis
Empresa também destinou 89% dos resíduos orgânicos à circularidade, reduziu consumo de água e aumentou em cinco vezes seu EBITDA.

A GTF, uma das seis maiores indústrias de frango do Brasil, divulgou seu Relatório Anual de Sustentabilidade de 2024, evidenciando importantes conquistas e avanços em suas práticas ESG (ambientais, sociais e de governança). O ano foi marcado por crescimento financeiro e iniciativas consistentes em eficiência energética, gestão de resíduos e uso responsável da água.
Em 2024, 99,75% da energia consumida pela companhia teve origem em fontes renováveis, como hidrelétricas, solares, eólicas, reflorestamento e biogás produzido em biodigestores próprios. A empresa também expandiu projetos de energia fotovoltaica em granjas e investiu na recuperação de energia térmica em caldeiras, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis.
Outro destaque foi a gestão de resíduos com foco em circularidade, que manteve uma taxa de 89,4% dos resíduos orgânicos destinados a compostagem e biodigestão. Entre os resultados, estão o reaproveitamento de 22.283 toneladas de cama aviária como fertilizante e a destinação adequada de mais de 4 mil toneladas de lodo para biodigestão. Além disso, a GTF compensou 514,86 toneladas de embalagens, o equivalente a 30% do total colocado no mercado, por meio de logística reversa, apoiando projetos sociais e cooperativas de reciclagem.
No uso consciente da água, a unidade de Terra Boa (PR) registrou uma redução de 27% no consumo hídrico no processo de lavagem das esteiras de gaiolas, após melhorias desenvolvidas por colaboradores do programa Grupos que Transformam Oportunidades em Resultados (GTOR). A iniciativa também trouxe ganhos de segurança operacional e será avaliada para replicação em outras unidades.
Em relação às emissões, embora o aumento das operações tenha ampliado os números totais, a companhia obteve uma redução de 48% nas emissões do escopo 3 (cadeia de valor) e queda de 16% nas emissões móveis, reflexo de melhorias operacionais e maior eficiência da frota.
A solidez da estratégia de sustentabilidade se refletiu também no desempenho econômico. O EBITDA aumentou cinco vezes em 2024 em relação a 2023, representando quase 20% da receita líquida, enquanto o lucro líquido atingiu R$ 425,3 milhões, confirmando a capacidade da GTF de crescer de forma responsável, alinhada ao seu compromisso ESG.
“O compromisso com a sustentabilidade é um dos nossos principais objetivos. A cada ano que passa, nosso orgulho aumenta ao ver que os resultados comprovam a seriedade das nossas ações. Avançamos em energia limpa, gestão de resíduos e eficiência no uso da água, mostrando que é possível crescer de forma responsável e gerar impacto positivo para as pessoas e o meio ambiente”, ressaltou Rafael Tortola, CEO da GTF.
Reconhecimento da GTF em sustentabilidade
Neste ano, a GTF foi reconhecida nacionalmente por suas práticas ESG e pelo alinhamento à Agenda 2030 da ONU. Pelo segundo ano consecutivo, a companhia conquistou o Selo Ouro ODS, nível máximo de certificação concedido pelo Instituto ODS e pela BFUCA Unesco, que reconhece organizações alinhadas aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
A empresa também participa pela primeira vez do Prêmio SESI ODS, com dois projetos inscritos, um social e outro ambiental. O evento premia iniciativas de impacto em sustentabilidade no Paraná.
Além disso, pelo quarto ano consecutivo, a GTF foi contemplada com o Selo Clima Paraná, reconhecimento oficial do Governo do Estado pelas ações de monitoramento e mitigação de emissões de gases de efeito estufa, reforçando seu compromisso no combate às mudanças climáticas.
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Exportações paranaenses de milho crescem 179% e receitas triplicam em 2025
Salto ocorreu pelo grande volume embarcado em decorrência da safra recorde do ciclo anterior e da estratégia adotada pelos produtores de escoarem o milho primeiro, já que é menos atrativo comercialmente do que a soja Dados são do Boletim Conjuntural do Deral, que aborda, também, soja, mandioca e proteína animal.

O milho aparece como o grande protagonista das exportações paranaenses, registrando uma alta de 179% no volume enviado ao mercado externo de janeiro a outubro de 2025, em relação ao mesmo período de 2024. Neste ano, o Paraná embarcou nos primeiros dez meses 3,55 milhões de toneladas do cereal, enquanto que em 2024 foram 1,27 milhão de toneladas.

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
A receita gerada em 2025 foi de US$ 757,7 milhões, quase três vezes mais que em 2024, quando esse valor foi de US$ 268,2 milhões. A receita expressiva foi favorecida, também, por um leve incremento no preço internacional, que passou de US$ 210,58 para US$ 213,43 por tonelada.
Os dados são do último Boletim Conjuntural do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab). O documento aponta que esse salto ocorreu pelo grande volume exportado em decorrência da safra recorde do ciclo anterior.
Além disso, resulta da estratégia adotada pelos produtores de escoarem o milho primeiro, já que é menos atrativo comercialmente do que a soja. Segundo analistas do Deral, isso demonstra um agronegócio dinâmico, em que o avanço das exportações sinaliza a importância dos mercados globais para o equilíbrio das cadeias internas.
Soja e mel
O Boletim do Deral também aborda a diversidade produtiva do Paraná e o desempenho robusto de setores como suínos, carne bovina e mel, que reforçam a resiliência do campo diante de oscilações climáticas, tarifárias e de demanda mundial.
Enquanto o milho sustenta o crescimento das exportações, a soja enfrenta um período de ajuste, com redução de 10% nos embarques do complexo (farelo, óleo e grãos). Foram exportados nos primeiros 10 meses do ano 13,56 milhões de toneladas resultando em uma receita financeira de U$ 5,53 bilhões de dólares.
Mesmo assim, alguns segmentos registraram evolução positiva: o óleo de soja, com maior valor agregado, teve aumento de 18% nas

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
exportações, e o farelo cresceu 2%. A queda se concentra na soja em grão, com retração de 15%.
Somando as exportações de soja e milho, o Paraná exportou 17,1 milhões de toneladas entre janeiro e outubro de 2025, representando uma alta de 4,1%. Para os técnicos do Deral, isso evidencia que, mesmo com a queda no volume de soja, o embarque de granéis aumentou pela priorização do milho. A expectativa é que nos próximos três meses haja um embarque maior de soja para liberação dos armazéns pois em janeiro já começa a colheita da nova safra.
O mel brasileiro aparece entre os produtos mais impactados pelo cenário internacional. As exportações nacionais cresceram 1,5% em volume e 31,2% em receita até outubro, mas o avanço foi marcado por forte volatilidade após os Estados Unidos imporem tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros, incluindo o mel.
O Paraná segue como terceiro maior exportador, com 5,57 mil toneladas e US$ 18,6 milhões, quase o dobro da receita do ano anterior. A antecipação de compras pelos EUA, seguido por uma queda nos volumes após agosto evidenciam os efeitos imediatos da nova tarifa, mas a valorização dos preços do mel brasileiro tem mitigado parte das perdas financeiras. Junto com os EUA, os principais importadores do mel brasileiro são Canadá, Reino Unido, Alemanha e Países Baixos.

Foto : Jonathan Campos/AEN
Frango
Entre as proteínas animais, o frango apresenta alívio parcial nos custos. Em outubro, o custo de produção no Paraná caiu para R$ 4,55/kg, redução de 1,7% frente ao mês anterior e 2,8% em relação a outubro de 2024. Isso foi influenciado principalmente pela queda nos gastos com ração – que representa 63% dos gastos com produção. O Índice de Custos de Produção de Frango também mostra retração acumulada de 4,9% no ano, ajudando a equilibrar a atividade em meio à oscilação dos preços pagos ao produtor.
Bovinos
Na bovinocultura, o cenário externo segue determinante. As exportações brasileiras de carne bovina já alcançam 96% do total embarcado em 2024, ritmo que mantém o mercado doméstico com oferta ajustada e preços firmes, apesar de sinais de resistência por parte dos compradores. O envio de animais vivos ao exterior também cresceu, somando 842 mil toneladas no ano, alta de 12,4% sobre 2024.
Suínos
A suinocultura, por sua vez, vive um ciclo histórico. No terceiro trimestre, o país registrou recordes simultâneos de produção, exportação,

Foto: Divulgação/AEN
importação e disponibilidade interna. Foram produzidas 1,49 milhão de toneladas de carne suína, incremento de 6,1% comparado a 2024. As exportações somaram 391,97 mil toneladas, representando 26,3% da produção nacional, e também alcançaram volume recorde.
Cogumelos
No segmento de cogumelos, o Paraná mantém a terceira posição nacional, com produção de 982 mil quilos em 2024 e VBP superior a R$ 21 milhões. Os principais cultivos são dos cogumelos comestíveis Champignon de Paris, Shiitake e Shimeji. A atividade, ainda concentrada em pequenos e médios produtores, cresce impulsionada pela maior demanda por alimentos saudáveis, gastronomia oriental e proteínas alternativas.
Segundo a Seab/Deral os maiores polos produtores ficam nas regiões de Curitiba, Guarapuava, Irati, Ponta Grossa, Londrina, União da Vitória, Umuarama, Dois Vizinhos, Cornélio Procópio e Maringá.
No Paraná também é cultivado o cogumelo Agaricus blazei, conhecido como “Champignon do Brasil” e “cogumelo-do-sol”, entre outras denominações. Segundo a Associação Nacional de Produtores de Cogumelos (ANPC), ele é mundialmente apreciado por suas qualidades gastronômicas e propriedades medicinais.
Mandioca
No campo, a mandioca mantém trajetória favorável em 2025. As chuvas de novembro impulsionaram o desenvolvimento das lavouras e aceleraram o chamado “arranquio”, reduzindo atrasos causados pelo período mais seco registrado entre agosto e outubro. A produção deve atingir novo recorde, estimada em 4,2 milhões de toneladas, acima das 3,7 milhões do ano passado.
Os preços pagos ao produtor em outubro, próximos de R$ 543,57 por tonelada, representam recuperação em relação a setembro e garantem cobertura dos custos operacionais, animando os produtores e estimulando o aumento da área para 2026.
Olerícolas
A diversidade produtiva das olerícolas segue como uma das marcas do Paraná. Em 2024, todos os 399 municípios registraram cultivos comerciais, movimentando R$ 7,1 bilhões em Valor Bruto da Produção (VBP). São José dos Pinhais, Guarapuava, Marilândia do Sul, Contenda e Araucária lideram o segmento, somando 805,6 mil toneladas colhidas e R$ 1,8 bilhão em VBP. A produção abrange principalmente batata, cebola, repolho e couve-flor, e ainda uma ampla gama de folhosas, sustentadas pela demanda dos principais centros urbanos.



