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Dólar alto encarece insumos, mas relação de troca por grãos mantém vantagem para o produtor

Do mesmo modo que a desvalorização do real vem permitindo ganhos expressivos com a exportação de soja e milho em dólar, também onera na hora de adquirir produtos importados

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Com os produtos da safra de inverno já adquiridos e prontos para ir a campo, o produtor que tem ido às compras planejando a próxima safra de verão (2021/22) tem se surpreendido com o aumento do preço dos insumos, em especial de fertilizantes e agroquímicos. Do mesmo modo que a desvalorização do real vem permitindo ganhos expressivos com a exportação de soja e milho em dólar, também onera na hora de adquirir produtos importados.

“Tinha um produto para algodão que assustou. Fiz uma compra em fevereiro que paguei R$ 50 o litro. Um mês depois estava R$ 58, deu quase 20% de aumento. No geral, os aumentos são meio repicados, não tem aquela alta generalizada, mas aos poucos”, observa o produtor e presidente do Sindicato Rural de Cambará, na região do Norte Pioneiro do Paraná, Aristeu Sakamoto.

A percepção do dirigente reflete os números do mercado. Segundo o analista de insumos agrícolas do Rabobank Brasil Matheus Almeida, no caso dos agroquímicos, a desvalorização do câmbio foi a responsável pela alta nas prateleiras. “De modo geral, o que se viu no mercado de defensivos foi uma queda no custo em dólar de 16%, mas, em real, um aumento na casa de 15% a 20%”, afirma.

Segundo Almeida, a queda no preço destes produtos em dólar se explica por alguns fatores. “Entramos em 2020 com estoques um pouco elevados. Também temos a forte concorrência interna e a entrada de novos players neste mercado. Só no ano passado, 493 produtos novos foram registrados no Brasil. Então isso acabou restringindo e limitando os reajustes dos preços em dólar”, observa.

Quando analisados os dados da produção paranaense coletados por meio do Projeto Campo Futuro, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), é possível notar até um certo recuo no custo dos defensivos. Na região de Guarapuava, Centro-Sul, a soma dos gastos com herbicidas, inseticidas e fungicidas em uma propriedade modal de soja foi de R$ 900,70 por hectare em janeiro de 2021. O custo dos mesmos produtos no mesmo mês de 2020 foi de R$ 916,45.

Adubação

No que se refere aos fertilizantes, a conta ficou ainda mais cara para o produtor. De acordo com o levantamento do Projeto Campo Futuro, em janeiro deste ano, em uma propriedade modal no município de Cascavel, Oeste, o custo estimado de adubação da safrinha de milho foi 42% superior ao ano anterior, passando de R$ 641 por hectare em 2020 para R$ 910 em 2021. No caso da propriedade modal de Cascavel, o fertilizante tem peso de 28% no custo operacional do produtor. Nesse caso, o custo operacional da safrinha de milho este ano foi 8% maior que o anterior.

Segundo a técnica Ana Paula Kowalski, do Departamento Técnico e Econômico (DTE) da FAEP, isso não é exclusividade do Paraná, pois o Brasil é dependente da importação das matérias-primas para fabricação dos fertilizantes e defensivos agrícolas que utiliza em sua produção. “Se por um lado o nosso real desvalorizado e a conjuntura favorável têm mantido os preços dos grãos elevados, por outro, o valor de importação dos insumos também teve aumento expressivo. Portanto, a margem líquida de cada produtor depende dos preços, das tendências de mercado e do planejamento da comercialização e aquisição de insumos”, afirma.

Esta estratégia ganha relevo adicional quando observados os recentes movimentos de mercado. “Quando olhamos para frente, o produtor que não travou sua compra de fertilizantes tende a sofrer um impacto maior, pois os preços no mercado internacional subiram muito em janeiro e fevereiro, na ordem de 50%”, afirma o analista do Rabobank Brasil.

Segundo ele, esse movimento tem explicação adicional além da desvalorização do câmbio. “É o mercado internacional que está ditando esse movimento. O preço em dólar [dos fertilizantes] está subindo no mercado, pois é o momento dos Estados Unidos e da Europa irem às compras. Além disso, o produtor está mais capitalizado e disposto a investir um pouco mais na lavoura”, analisa Almeida.

Em face desse cenário, é fundamental que o produtor tenha planejamento e antecipe suas compras para não ficar exposto às variações bruscas do mercado. “Aqui na região vejo que o pessoal já comprou os insumos de forma antecipada. Além da questão do preço, você precisa garantir a disponibilidade do produto, para quando chegar a hora do plantio estar no barracão”, observa o presidente do Sindicato Rural de Toledo e da Comissão Técnica (CT) de Cereais, Fibras e Oleaginosas da FAEP, Nelson Paludo.

NPK

Dentre os fertilizantes, o grupo dos fosfatados foi o que mais subiu, relata o analista de insumos do Rabobank Brasil. “No cenário externo, a demanda apareceu mais forte que o esperado. Os Estados Unidos estão com tarifa de importação para os produtos fosfatados do Marrocos e da Rússia. Isso fez com que que eles entrassem muito fortes comprando no mercado. Os preços saíram de US$ 390 a tonelada em dezembro de 2020 para US$ 620 na primeira semana de março de 2021”, afirma Almeida.

Para o cloreto de potássio, segundo ele, o aumento nos dois primeiros meses do ano foi na casa de 20%, saindo de US$ 245 a tonelada em dezembro de 2020 para cerca de US$ 300 em março de 2021. A ureia experimentou recuperação de preço de 40% nesse período, passando de US$ 280 a tonelada para US$ 395.

Apesar das altas, troca ainda é favorável para o produtor

Apesar do aumento do preço dos fertilizantes e agroquímicos, a relação de troca por sacas de soja e de milho se mostra bastante favorável para o agricultor. De acordo com o Campo Futuro, hoje a relação está em torno de 28 sacas de milho por tonelada de KCl (cloreto de potássio) e 31,5 sacas por tonelada de ureia. Para efeito de comparação, em janeiro de 2020, essa relação estava por volta de 45 e 42 sacas, respectivamente.

Do lado dos agroquímicos, a conta também está boa para quem produz. Em janeiro deste ano, a relação de troca do Glifosato, um dos herbicidas mais utilizados nas lavouras paranaenses, era de 0,23 saca de milho por uma unidade do produto. Em janeiro de 2020, essa relação era de 0,36 saca por unidade. Da mesma forma, inseticidas como Cipermetrina e Tiametoxam, que eram trocadas na proporção de 1,14 e 11,15 sacas de cereal por unidade do produto no início de 2020, hoje são trocadas por metade desta quantidade, 0,51 e 5,44 sacas por unidade, respectivamente. Ou seja, menos sacas compram muito mais produtos atualmente.

“O preço do milho subiu bastante, acredito que um pouco mais que os insumos. Mas sabemos que quando o milho quanto a soja sobem, tendem a estabilizar e já caem de preço. Mas os insumos sobem e não caem de preço na mesma velocidade”, observa Nelson Paludo, produtor de Toledo.

Segundo ele, é fundamental que o produtor conheça os números do seu negócio. “A estratégia é sempre verificar quantas sacas de soja você precisa para pagar o custo do hectare. Então, o produtor precisa estar atento às possibilidades de fazer uma boa troca do insumo pelo produto da venda. A administração de uma propriedade se faz com resultados. E para ter resultado tem que vender bem e comprar bem também”, finaliza Paludo.

Fonte: Sistema FAEP

Colunistas

Recria acelerada potencializa a produção de bezerros para esportes equestres

Animais devem possuir uma boa conformação corporal, fortes e possuir agilidade visando avaliar o bom desempenho dos cavaleiros e cavalos

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Guilherme Augusto Vieira[1]

O mercado de equinos é um segmento muito importante do agronegócio brasileiro, no qual os animais têm uma importância fundamental na lida (trabalho) diária nas fazendas brasileiras, onde também ocorre uma intensa comercialização de animais, visando principalmente as práticas de lazer e as competições (esportes equestres).

Segundo o Portal do Agronegócio (2023), o setor movimenta cerca de R$ 30 bilhões, emprega mais de três milhões de pessoas, contando ainda com um rebanho de 5,5 milhões de animais.

Diante desta perspectiva, vale destacar a movimentação financeira e econômica da Vaquejada, esporte praticado nas regiões norte e nordeste, no qual são utilizados cavalos Quarto de Milha. Segundo a ABVAQ[2], a associação chancelou mais de 300 eventos oficiais em 2022, movimentando algo em torno de R$800 milhões ao ano, números que evidenciam a importância econômica desta modalidade.

A cadeia produtiva da equinocultura além da lida, compra e venda de animais, congrega outros elos importantes como indústrias de rações, segmento de produtos veterinários, varejo agropecuário, ferrageamento, fazendas produtoras de feno, selarias, serviços veterinários, entre outros (VIEIRA, 2012).

As raças de equinos têm nas suas Associações de Criadores uma forte incentivadora na coordenação dos registros, comércio e venda de animais para lida, lazer e esportes, participação em feiras agropecuárias e elaboração de exposições especializadas das raças.

Outra atuação importante das associações é a realização de provas de esportes equestres (modalidades esportivas) que geralmente ocorrem nos ambientes das exposições especializadas das raças.

Dentre as competições envolvendo equinos destacam-se as provas de marcha (raças Mangalarga Marchador, Mangalarga Paulista, Campolina); as provas de funcionalidade, características de algumas raças como a raça Quarto de Milha[3] (Team Penning, Apartação, vaquejada, corridas), raça Cavalos Crioulo (Freio de Ouro[4]).

Vale destacar que as provas de funcionalidade destas raças necessitam da presença de bovinos, simulando a lida diária no campo (apartação, mangueira e Team Penning) ou práticas esportivas (no caso da vaquejada).

Geralmente, os animais utilizados nas provas de funcionalidade devem possuir características especiais que atendam as especificidades das provas, geralmente utilizam animais jovens, bem conformados e ágeis.

O presente artigo tem como objetivo descrever a produção destes animais utilizando o processo de recria acelerada, o preparo dos animais assim como recuperar os animais pós provas.

 

As modalidades esportivas e os animais utilizados

Neste item serão abordadas algumas provas de funcionalidade (modalidades esportivas) de algumas raças (cavalos Quarto de Milha e Crioulo), nas quais são utilizados bovinos com diversos pesos e idades, visando avaliar a habilidade dos cavaleiros e dos cavalos. Os bovinos utilizados devem possuir boa conformação, ótimo escore corporal (não podem ser magros e nem obesos), sadios, possuírem perfeito estado de saúde, além de serem ágeis e apresentarem vitalidade.

Segundo os praticantes consultados, membros das associações, as provas[5] descritas despertam enorme interesse por parte dos competidores, possui intensa movimentação financeira com a comercialização dos animais, transportes, premiações, shows etc.

Neste contexto, dentre as provas em que são utilizados os animais Quarto de Milha[6] , destacam-se a Apartação, Team Penning e Vaquejada:

  • Apartação: Essa prova coloca o cavalo Quarto de Milha contra uma rês, numa batalha de desejos. Cavalos de apartação devem possuir “Senso do Gado”, que é a habilidade de auto pensar e auto manobrar um boi. Cavalo e cavaleiro devem se mover calmamente para dentro do rebanho, apartar um animal do rebanho, dirigí-lo ao centro da arena e mantê-lo afastado do rebanho. O cavaleiro deve impedir que o boi, já apartado retorne ao resto do rebanho. O cavalo de apartação deve combinar os movimentos com o boi, antecipando todas as suas manobras. Geralmente são utilizados bezerros pesando entre sete a nove arrobas, mestiços de raças taurinas ou anelorados, com idade variando entre oito a dez meses.
  • Team Penning: A prova baseada nas tarefas originais dos cowboys da era Western. Realiza-se com um time de três cavaleiros que deve isolar (separar) três cabeças de gado especificamente identificados do rebanho e então colocá-las em um curral do lado oposto da arena em 120 segundos de tempo limite. Os cavaleiros devem separar o gado designado a eles, tomando cuidado, para não deixar que mais de quatro reses cruzem a linha de partida, causando a desclassificação. Originalmente os animais utilizados são taurinos, mas dependendo das regiões no Brasil, utilizam-se animais mestiços, anelorados, pesando entre oito e doze arrobas, variando na idade de oito a 14 meses. Não podem ser animais muito pequenos, pois podem passar por baixo dos cavalos e atrapalharem o seu desempenho.
  • Vaquejada: Conforme descrito anteriormente, essa modalidade é muito praticada nas regiões Norte e Nordeste do País, onde os vaqueiros participam em dupla formada pelo puxador e o esteira. A competição tem duas fases: classificatória e a disputa. O esteira terá que controlar o boi desde a saída do brete e passará o rabo da rês para o puxador que fará sua derrubada dentro de uma área estabelecida (entre duas faixas pintadas de cal com um vão de 10 metros). Este trabalho só será válido se o boi ao cair estiver com as quatro patas para cima e se levantar totalmente dentro das faixas sem tocá-las. Os animais utilizados nesta modalidade obedecem a dois critérios quanto ao seu peso e tamanho: Na fase inicial, a Classificatória, são utilizados animais pesando entre oito e quatorze arrobas, dependendo também da categoria dos participantes. Na fase decisiva denominada de Disputa, os animais utilizados são aqueles pesando acima de 14 arrobas.

Cabe aqui neste artigo um registro de outra modalidade de prova equina que movimenta os três estados da Região Sul do Brasil: A prova Freio de Ouro realizada com os Cavalos Crioulos[7], chancelada pela ABCCC[8].

Esta prova é dividida entre as fases de avaliação morfológica e funcional dos animais, culminando com as provas de Apartação-Mangueira (a prova testa a habilidade do conjunto para a lida no campo, com a apartação e a capacidade de manter o novilho apartado) e a Prova de Campo, que tem finalidades vaqueiras. Formam-se duplas, e o desafio consiste em perseguir o novilho até o final, onde os cavalos devem fechar a frente dos bezerros antes do final da raia, denominando este desafio de Freio de Ouro. Os animais utilizados devem possuir as mesmas características e pesos descritos anteriormente, e no sul do Brasil são utilizados animais taurinos ou mestiços.

 

A Recria Acelerada e a produção de animais melhor acabados

A fase de cria na produção de bovinos de corte corresponde a fase da gestação da vaca, nascimento até o desmame dos bezerros.

A recria compreende a fase entre a desmama até o momento que o animal é encaminhado para a reprodução ou terminação.

Segundo Vieira (2022) a recria no Brasil é comprometida devido as condições de clima e qualidade das pastagens, principalmente no período seco do ano, afeta o desenvolvimento dos bezerros no qual se observa o aparecimento de doenças (verminoses, problemas nutricionais etc) resultando no atraso dos bezerros tanto na desmama quanto pós-desmama o que contribui para alongamento do ciclo produtivo da pecuária de corte derivando animais tardios tanto para o abate quanto para a reprodução (cios e idade ao primeiro parto comprometidos).

Qual a consequência: longo tempo do período da recria, onde os animais permancem na fazenda provocando altos custos operacionais.

As fazendas de cria e recria[9] tem o desafio de inserir em seus processos produtivos, tecnologias nos manejos sanitários e nutricionais e com isso encurtar o período de recria e o tempo decorrente da pós-desmama (minimizar o stress pós desmama) ao início da engorda (machos) e o período reprodutivo precoce (fêmeas), melhorando a eficiência produtiva dos animais.

Reduzir o tempo de recria é importante para os animais aumentar o peso, elevar a sua taxa de crescimento e conseguir obter os resultados que vem a ser os novilhos e novilhas precoces.

Como e quando implantar? Em que consiste o programa de recria acelerada?

O programa de recria acelerada deve ser realizado o ano todo na fazenda, lógico que depende do fluxo produtivo. Se a fazenda faz cria e aparta os animais para recria, inicia-se o programa antes da desmama. Se a fazenda adquire bezerros desmamados, começa logo após a chegada dos animais, conforme será descrito a seguir.

O programa consiste em fornecer aos animais manejos nutricionais e sanitários diferenciados e qualificados com a finalidade de proporcionar aos animais um máximo desempenho e consequentemente uma boa produtividade e lucratividade, a se destacar (VIEIRA, 2022):

  1. Manejo nutricional
  • Pastos de qualidade (pastagens adubadas e com manutenção periódica). Na época seca oferecer suplementação com silagens de milho, sorgo ou de capim.
  • Logo após a desmama ou aquisição de bezerros desmamados, durante a primeira fase 6 a 8 arrobas, além das pasto e silagens, oferecer proteinados ou rações com alto teor de proteínas.
  • Após esta fase, começa propriamente a recria acelerada com o fornecimento de forragens mais ração, se possível em piquetes com pastagens diferidas e com uma boa taxa de lotação além de fornecimento de água de boa qualidade.

 

  1. Manejo sanitário
  • Vermifugação estratégica, pelo menos 03 (três) vermifugações durante o período da recria, podendo utilizar endectocidas ou vermífugos específicos;
  • Além das vacinas básicas (consultar o calendário regional), recomenda-se duas aplicações da vacina contra as clostridioses durante o período produtivo;
  • Controle e monitoramento da infestação dos ectoparasitos (carrapatos, moscas e berne);
  • Aplicação de suplementos injetáveis a base minerais, aminoácidos e vitaminas. Esses suplementos, a depender da idade e peso dos animais, e com indicação do Médico Veterinário, deve ter aplicações estratégicas no início da recria acelerada, durante o período produtivo visando potencializar o ganho de peso, desenvolvimento muscular e corpóreo. Também devem ser aplicados após os animais retornarem das provas visando a recuperação destes e reposição de nutrientes.

Ao analisar a produção de bezerros (as) para “Recria Acelerada”, todos os nutrientes (proteínas, lipídeos, carboidratos, minerais, vitaminas e aminoácidos) são importantes para chegar ao objetivo pretendido. Os nutrientes são obtidos a partir da ingestão dos alimentos ou por meio da suplementação oral ou injetável.

Os aminoácidos merecem atenção especial já que se pretende produzir animais jovens, precoces e com uma boa estrutura muscular.

Os aminoácidos são compostos de ligações peptídicas que desempenham papéis importantes no organismo, nos processos vitais como a síntese de proteínas, de hormônios e neurotransmissores, formação muscular, no desempenho físico e diminuição da perda muscular (ANDRIGUETO et al, 2002).

Alguns aminoácidos estão ligados diretamente a função muscular e formação dos tecidos, dentre outras funções, a se destacar (NEIVA,1996; ANDRIGUETO et al, 2002):

  • Metionina: desempenha um papel importante no metabolismo e na desintoxicação. Ela também é necessária para o crescimento de tecidos e a absorção de zinco e selênio, minerais vitais para a saúde;
  • Lisina: atua na síntese de proteínas, hormônios, enzimas e na absorção de cálcio. Ela também é importante para a produção de energia, função imunológica e produção de colágeno e elastina;
  • Arginina: atua na dilatação dos vasos sanguíneos, facilitando o funcionamento dos músculos, aumenta a resistência física durante esforços intensos e combate a sensação de fadiga.

Vale ressaltar que com a finalidade de citar o objetivo de usos específicos dos aminoácidos para atuação muscular, foram mencionados apenas três aminoácidos. Entretanto, são mais de vinte aminoácidos que atuam no organismo, que agem em conjunto e que desempenham diversas funções.

Nos ruminantes, a proteína bruta contida nos alimentos sofre degradação ruminal (por sua fração degradável) por meio da ação de enzimas secretadas pelos microrganismos ruminais que degradam a fração PDR[10], e utilizam peptídeos, aminoácidos e amônia para multiplicar suas células, sintetizando a proteína microbiana. Essa por sua vez é “encaminhada” ao abomaso onde é digerida, gerando uma determinada quantidade de aminoácidos passíveis de serem absorvidas pela mucosa intestinal, formando a proteína metabolizável (SANTOS & PEDROSO, 2010).

Entretanto, Neiva (1996) esclarece que um alto teor de proteína na dieta ingerida não garante que os animais terão um fornecimento adequado de aminoácidos no intestino delgado, lembrando que os bovinos requerem aminoácidos para o metabolismo nos mais diferentes tecidos do seu organismo, e essas necessidades são influenciadas pelas taxas de crescimento dos animais.

Logo se conclui que ao produzir animais em crescimento, no qual deseja-se um alto desenvolvimento muscular, deve-se analisar as dietas fornecidas, com teores de proteínas adequados, utilização de suplementos injetáveis ou por via oral (em pó).

Ao concluir o artigo assinalou-se a importância econômica da cadeia produtiva da equinocultura no Brasil onde ocorre uma intensiva movimentação financeira gerando uma grande quantidade de empregos e renda em todos os elos da cadeia, haja visto os valores movimentados com a vaquejada.

O artigo procurou contextualizar as modalidades esportivas equestres e a utilização dos bovinos, principalmente os animais desmamados e que para serem utilizados precisam atender certos requisitos de peso, idade, conformação, agilidade e outros atributos.

Diante desta necessidade, propôs a utilização de um programa de recria acelerada, com a utilização de manejos sanitários e nutricionais específicos, com a finalidade de produzir animais diferenciados em relação a recria tradicional. Ao abordar os nutrientes, foi dada atenção especial aos aminoácidos que possui atuação na formação e manutenção dos músculos, dentre outras funções fisiológicas.

Devido ao mercado descrito, acredita-se em uma ótima oportunidade de negócios para os pecuaristas em produzir animais diferenciados para atender esta demanda.

 

  • Referências bibliográficas com autor
  • Os estudos foram realizados em parceria com a Noxon Saúde Animal (Anabolic)
[1] Médico Veterinário.
[2] Associação Brasileira de Vaquejada. Disponível em: <https://www.abvaq.com.br/noticias/vaquejada-movimenta-mais-de-r–800-milhoes-por-ano–estima abvaq#:~:text=Um%20levantamento%20realizado%20pela%20ABQM,vez%2C%20mais%20a%20sua%20for%C3%A7a>.
[3] Segundo a ABQM (Associação Brasileira do Cavalo Quarto de Milha), a associação chancela mais de 22 (vinte e duas) modalidades esportivas.
[4] Vide: <https://www.cavalocrioulo.org.br/eventos>.
[5] Vale enfatizar outras competições de grande interesse econômico que utilizam bovinos como os Rodeios, provas de laço, etc…..
[6] Segundo a Associação de Cavalos Quarto de Milha disponível em: https://cavaloquartodemilha.com.br/modalidades/
[7] Disponível em: <https://7mboots.com.br/afinal-o-que-e-a-modalidade-freio-de-ouro/>.
[8] Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Crioulos.
Disponível em: <https://www.cavalocrioulo.org.br/>.
[9] Para entender a nova recria sugiro a leitura do Protocolo Cria & Recria Acelerada.
[10] Proteína Degradável no Rúmen.

Fonte: Guilherme Vieira
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Notícias

Pela primeira vez, Congresso Latino-Americano de Nutrição Animal integra programação do Fenagra 

Também fazem parte da programação do evento o Workshop sobre Nutrição e Nutrologia de Cães e Gatos e o Congresso CBNA Pet. 

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A principal Feira Internacional da Agroindústria Feed & Food, Tecnologia e Processamento na América Latina (Fenagra), que acontece nos dias 05 e 06 de junho, no Centro de Convenções do novo Distrito Anhembi, em São Paulo, vai receber, pela primeira vez, o 10º Congresso Latino-Americano de Nutrição Animal (Clana), evento promovido pelo Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA) e pela Associação Mexicana de Especialistas em Nutrição Animal (Amena).

Fotos: Divulgação/CBNA

Realizado a cada dois anos, alternando entre Brasil e México, o Clana é o maior encontro de profissionais da indústria de alimentação animal da América Latina. Com o tema ‘Nutrição Animal: o caminho para uma produção competitiva’, o congresso contará com mais de 30 palestras ministradas por renomados palestrantes, nacionais e internacionais, que apresentarão soluções, novidades e tendências para a produção sustentável de aves, suínos e bovinos.

“O 10º Clana será uma extensa rede de conexão, propiciando relacionamento entre profissionais, acadêmicos e industriais, além da oportunidade de atualização sobre os principais desafios da cadeia de produção animal por meio de uma programação que oferecerá atualizações, tendências e inovações para apoiar a produção de carne de frango, suína, bovina, leite e ovos”, declara Godofredo Miltenburg, presidente do CBNA.

Para Daniel Geraldes, diretor da Editora Stilo e idealizador e responsável pela realização da Fenagra, receber o Congresso Latino-Americano de Nutrição Animal na Fenagra é uma honra e endossa a parceria de sucesso com o CBNA. “O nosso compromisso é contribuir para o desenvolvimento sustentável da indústria de alimentação animal, promovendo o diálogo, a aprendizagem e o intercâmbio de ideias”, diz Daniel.

Além do 10º Clana, o CBNA realizará outros três congressos durante a Fenagra: o 6º Congresso CBNA sobre Tecnologia da Produção de Alimentos para Animais, o 7º Workshop sobre Nutrição e Nutrologia de Cães e Gatos, e o 23º Congresso CBNA Pet. A expectativa dos organizadores é reunir mais de 1 mil congressistas. Todos os Congressos do CBNA abrem espaço para que pesquisadores, acadêmicos e profissionais da indústria apresentem trabalhos científicos.

O 6º Congresso CBNA sobre Tecnologia da Produção de Alimentos para Animais abordará temas para o setor de produção de alimentos para animais, entre eles estão: commodities, custos de produção, produtividade nas fábricas, prevenção de explosões em silos e fábricas de rações, comparativo entre diferentes tipos de moinhos, análise da utilização do expander, adição de aditivos líquidos em distintos estágios do processo, procedimentos para fabricação de produtos com medicamentos e automação nas fábricas de ração.

Voltado para profissionais que atuam diretamente na nutrição de cães e gatos, o 7º Workshop sobre Nutrição e Nutrologia de Cães e Gatos, com a coordenação do doutor Fabio Alves Teixeira, presidente do Comitê SBNUTRIPET do CBNA, promoverá debates com especialistas, profissionais e pesquisadores que são referências em suas áreas e apresentarão atualizações e novidades embasadas em evidências científicas aplicadas à prática.

Reconhecido como o fórum mais relevante sobre soluções, desafios e tendências na produção de alimentos para cães e gatos na América Latina, o 23º Congresso CBNA Pet, trará como tema “A Nutrição ao Longo da Vida” e explorará cada fase do ciclo de vida dos cães e gatos. O professor doutor Aulus Cavalieri Carciofi, responsável técnico deste congresso, conta que o evento será dividido em blocos com as temáticas: nutrição, processamento, segurança e mesa-redonda “O Microbioma ao Longo do Ciclo de Vida de Cães e Gatos”.

Em sua 17ª edição, a Fenagra vai reunir, em uma área de 11 mil metros quadrados, mais de 260 expositores, de 17 países, entre fabricantes de maquinários, matérias-primas, insumos, equipamentos para laboratórios e serviços, abrangendo os setores de Biodiesel, Frigoríficos e Graxarias, Nutrição Animal (Pet Food, Aqua Feed, Animal Feed – aves, suínos e bovinos), Óleos e Gorduras Vegetais, Grãos e Derivados. A expectativa é receber mais de 7 mil pessoas, entre visitantes e congressistas. Estima-se cerca de R$ 500 milhões em volume de negócios gerados.

Confira a agenda dos eventos do CBNA: 

04 de junho

6º Congresso CBNA sobre Tecnologia da Produção de Alimentos para Animais –www.tecnologia.cbna.com.br

7º Workshop sobre Nutrição e Nutrologia de Cães e Gatos – www.nutrologiapet.cbna.com.br

05 e 06 de junho

10º Congresso Latino-Americano de Nutrição Animal de Aves, Suínos e Bovinos (Clana) – www.clana.cbna.com.br

23º Congresso CBNA Pet – www.pet.cbna.com.br

Fonte: Assessoria CBNA
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Notícias Sociedade Rural Brasileira

Mapa integra mesa de debates sobre os resultados do 5º Inventário Nacional de Gases do Efeito Estufa

Evento propôs o diálogo acerca de metodologias de mensuração de carbono no solo, monitoramento de áreas e ações de redução das emissões de GEE.

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O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pela secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, Renata Miranda, participou do debate sobre o 5º Inventário Nacional de Gases do Efeito Estufa, promovido pelo Comitê de Sustentabilidade da Sociedade Rural Brasileira (SRB), na última quinta-feira (11).  

O evento, em formato híbrido, foi realizado presencialmente na sede da instituição, localizada em São Paulo, e transmitido ao vivo. O objetivo foi abordar metodologias de mensuração de carbono no solo, o monitoramento de áreas e, principalmente, ações de redução das emissões. Participaram representantes governamentais, autoridades acadêmicas e demais interessados. 

Fotos: Divulgação/Mapa

Em sua explanação, Renata Miranda ressaltou que o Inventário é um instrumento de monitoramento e comunicação que reflete os resultados da estratégia climática nacional e o alcance dos seus compromissos internacionais. “É fundamental que estas conexões sejam bem compreendidas por atores do governo, academia e setor privado, em especial considerando que a agenda climática se insere no contexto mais amplo da estratégia definida para o desenvolvimento do país. Além disso, existem lacunas de dados que precisarão ser endereçadas nas próximas edições do Inventário para que as ações de mitigação de emissões de GEE na agropecuária brasileira, como aquelas promovidas pelo Plano ABC/ABC+, possam ser adequadamente reportadas”, explicou.  

Segundo ela, um exemplo são as remoções de GEE geradas pela fixação de carbono no solo, promovida pelo uso de sistemas de plantio direto, sistemas integrados e recuperação de pastagens degradas. Na oportunidade, Renata destacou a importância da atuação conjunta na elaboração de soluções. “O Ministério da Agricultura é um ambiente institucional que comunica o avanço que temos conquistado e o que ainda vamos conseguir. Desta forma, coloco o Mapa absolutamente à disposição para que possamos fazer desses grupos de trabalho aqui presentes, ambientes de insumos que negociem as melhores estratégias de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável brasileiro”, finalizou a secretária. 

O Comitê de Sustentabilidade da SRB é coordenado pelo vice-presidente da instituição, João Francisco Adrien, e pela representante do Conselho Superior do Agronegócio, Maressa Vilela Bettencourt, que mediaram as discussões. Já os palestrantes presentes apresentaram a necessidade de o país possuir dados mais robustos e qualificados, além do estabelecimento de um diálogo estratégico para que a posição brasileira seja melhor estruturada quanto às questões de sustentabilidade e mudanças climáticas.  

Participaram como palestrantes o chefe interino de Ação Climática do Ministério das Relações Exteriores, Bruno Arruda; o secretário de Controle de Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, André Lima; o superintendente do Inventário Nacional do Ministério da Ciência e Tecnologia, Régis Rathmann; o professor adjunto do Instituto Federal de Alagoas, Stoécio Maia; o coordenador do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, Guilherme Bastos; o diretor de Pesquisa e Inovação da Embrapa, Clenio Naito Pillon; e o coordenador do Centro de Estudos de Carbono em Agricultura Tropical, Carlos Cerri.  

O Inventário 

O Inventário Nacional de Gases do Efeito Estufa é um mecanismo de transparência e seus resultados permitem subsidiar planos de ação para redução das emissões. Os resultados apresentados pela ferramenta compõem a base de dados oficial do Brasil sobre o tema. 

Fonte: Assessoria Mapa
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