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Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária leite e corte

Doença Respiratória Bovina exige controle da infecção, mas também do processo inflamatório

Os principais agentes infecciosos envolvidos na DRB são vírus e bactérias, sendo as infecções bacterianas as de maior importância

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Artigo escrito por Marcos Malacco, Gerente de serviço veterinário Ceva Saúde Animal Brasil.

A Doença Respiratória Bovina tem sido cada vez mais frequente em nosso meio e os processos de intensificação empregados na pecuária bovina têm papel importante para isto. Estudos brasileiros têm demonstrado morbidade, ou número de casos presentes no rebanho, variável. No gado leiteiro um estudo brasileiro verificou que 23,9% dos animais mostraram a DRB durante os primeiros 12 meses de vida. Ainda em um levantamento que envolveu 4.628 animais leiteiros, foram observados dois momentos críticos para a DRB na criação de bezerras leiteiras até aproximadamente 8 meses de idade.

O primeiro ocorreu entre as 1ª e 3ª semanas de idade e o segundo entre os 90 e os 150 dias de idade, sendo este último o de maior número de casos. É importante destacar que a ocorrência da DRB nos primeiros 12 meses de vida comprometerá a vida produtiva futura, contribuindo para baixo desempenho no desenvolvimento corporal, atraso para a entrada na reprodução, aumento do descarte involuntário de novilhas, menor produção de leite na 1ª lactação, maior chance de distocias ao 1ºparto e, obviamente, maior taxa de mortalidade.

No confinamento de bovinos de corte, estudos realizados no Brasil apontam que a DRB é a doença infecciosa de maior preocupação. Em um levantamento realizado junto a consultores de grandes confinamentos brasileiros a prevalência da DRB foi de 56%. Pesquisadores avaliando confinamentos de bovinos de corte na Região Sudeste do Brasil verificaram que a DRB foi a principal causa de óbitos, correspondendo a 33% do total das mortalidades ocorridas. Em levantamento realizado por consultoria entre 2012 e 2014, envolvendo 71.279 bovinos confinados, a DRB foi responsável por 31% dos casos ocorridos de mortalidade. Outro estudioso avaliando tratamentos contra doenças infecciosas em 05 confinamentos no Brasil verificou que entre 63,7% e 91,4% dos tratamentos contra enfermidades foram destinados a DRB, com uma média de 75,6% de animais tratados.

Os principais agentes infecciosos envolvidos na DRB são vírus e bactérias, sendo as infecções bacterianas as de maior importância. Dentre as bactérias destaca-se a família Pasteurellaceae com as espécies Mannheimia haemolytica e Pasteurella multocida, seguidas pelo Histophilus somni. Estas bactérias são habitantes normais das vias respiratórias superiores dos bovinos, onde vivem e em condições normais não causam doença. Com relação aos vírus seu papel destes é debilitar os mecanismos naturais de defesa do trato respiratório, proporcionando a multiplicação bacteriana e sua posterior invasão do trato respiratório inferior.

Há outras situações que podem debilitar os mecanismos de defesa locais ou mesmo lesar a superfície mucosa do trato respiratório como o excesso de poeira (Figura 1) e de gases irritantes da mucosa respiratória (amônia, por exemplo). Também situações que levem a queda da imunidade geral contribuem para a instalação da DRB. Neste caso o estresse é fator importante. Assim situações como o desmame, o transporte dos animais por longas distâncias e com longa restrição de água e alimentação, a formação de novos lotes com disputas por hierarquias, as mudanças bruscas de temperatura, o manejo agressivo dos animais, por exemplo, têm importância. Outro ponto de destaque é a formação dos lotes com animais de origens diferentes, o que proporciona uma “mistura” de patógenos (agentes) com os quais os animais não estejam familiarizados.

As infecções pela M. haemolytica têm grande importância e como mencionado anteriormente, esta bactéria é habitante natural do trato respiratório superior dos bovinos. Quando a M.haemolytica se multiplica no trato respiratório, há liberação de substâncias tóxicas que determinam inflamação significativa, ocasionando graves lesões e destruição nos tecidos pulmonares.

A invasão e a multiplicação bacteriana no trato respiratório inferior atrai células de defesa para o local na tentativa de controlar e expulsar os agentes invasores. Entretanto a chegada excessiva destas células pode proporcionar a liberação de substâncias que agravam a inflamação e a destruição dos tecidos. Assim, no tratamento da DRB, além do tratamento antibiótico específico, é fundamental o controle da inflamação.

 

Tratamento

O tratamento deve ser imediato e realizado assim que se observem os sintomas clássicos e o diagnóstico da DRB (depressão, febre, queda do apetite, lacrimejamento, corrimento nasal, tosse, cansaço). O atraso no tratamento pode levar a perdas significativas de produtividade e ainda elevar a taxa de insucesso devido a gravidade das lesões.

Para tratamento é importante como primeira opção antimicrobiana o uso de antibióticos de amplo espectro, de alta potência e baixa chance de ocorrência de cepas bacterianas resistentes. Também formulações que exijam o menor número de aplicações, facilitam o manejo, reduzem a mão de obra e o estresse dos animais. Das opções antibióticas disponíveis temos as tetraciclinas, os macrolídeos, as penicilinas, as fluorquinolonas e o florfenicol, por exemplo. O florfenicol tem sido uma ótima opção e estudos têm demonstrado baixo nível de desenvolvimento de resistência envolvendo os principais agentes bacterianos da DRB, ao contrário do que vem acontecendo com outros grupos de antimicrobianos. Ainda em relação ao florfenicol, devemos buscar formulações que permitam rápido início de controle da infecção, dose única, e o máximo de tempo da cobertura antibiótica.

Além da antibioticoterapia, o controle da inflamação é importante na DRB. Estudo verificando pulmões de bovinos ao abate e terminados em confinamento (150 dias) mostrou queda significativa no desempenho (p<0,001) nos animais que mostravam lesões inflamatórias pulmonares quando comparados animais sem lesões. A queda no GMD variou de -0,150 Kg para animais que mostravam lesões já resolvidas e de -0.410 Kg para animais que mostravam lesões inflamatórias ativas, mas sem doença clínica aparente – Gráfico 1.

No controle da inflamação na DRB destacam-se os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs). Há vários grupos de AINEs que podem ser classificados de acordo com seu mecanismo de ação. Na inflamação a enzima Cicloxigenase 2 (COX-2), denominada indutiva, exerce importante papel e substância derivadas da ação desta enzima são responsáveis pelos sinais inflamatórios clássicos: calor, rubor, tumor e dor. Entretanto também existe a Cicloxigenase 1 (COX-1), denominada constitutiva, que desempenha importantes papeis fisiológicos na proteção e funcionamento de diversos sistemas orgânicos. A COX-1 contribui para a proteção do trato gastrointestinal evitando que ácidos, naturalmente produzidos para os processos digestivos, ataquem a mucosa, irritando-a e possibilitando a formação de úlceras, por exemplo. Também atua na proteção do sistema renal e na regulação da pressão sanguínea. A maioria dos AINEs apresenta ação não seletiva, deprimindo a ação tanto da COX-2, indutiva ou inflamatória, quanto da COX-1, constitutiva.

Portanto, contribuem para o surgimento de efeitos colaterais que podem ser significativos, dependendo do grau de depressão da COX-1. Ainda dentre os AINEs temos aqueles com ação preferencial sobre a COX-2 e com baixo impacto sobre a COX-1, o que resulta em menos efeitos colaterais. Nessa classe temos o meloxicam como importante representante na veterinária. Uma outra vantagem do meloxicam frente aos outros AINEs é sua longa meia-vida no organismo, proporcionando efeito anti-inflamatório por até 3 dias.

Portanto, no tratamento da DRB, além do controle da infecção bacteriana, o controle do processo inflamatório instalado é de grande importância e contribui para mais rápida recuperação e sucesso da terapia. Para isso formulações que associem antibiótico potente, de longa ação junto a AINE preferencial representam ótima opção.

As referências bibliográficas estão com o autor: Contato via: diana.araujo@ceva.com

Fonte: O Presente Rural

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Preço ao produtor avança, mas dificuldade em repassar altas ao consumidor preocupa

Movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo.

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Foto: JM Alvarenga

O preço do leite captado em fevereiro registrou a quarta alta mensal consecutiva e chegou a R$ 2,2347/litro na “Média Brasil” do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

Em termos reais, houve alta de 3,8% frente a janeiro, mas queda de 21,6% em relação a fevereiro de 2023 (os valores foram deflacionados pelo IPCA). Pesquisas em andamento do Cepea apontam que o leite cru captado em março deve seguir valorizado, com a Média Brasil podendo registrar avanço em torno de 4%.

Fonte: Cepea/Esalq/USP

O movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 3,35% de janeiro para fevereiro, acumulando baixa de 5,2% no primeiro bimestre deste ano. Nesse contexto, laticínios e cooperativas ainda disputam fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima.

A limitação da produção se explica pela combinação do clima (seca e calor) com a retração das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que reduziram os investimentos dentro da porteira. Porém, a elevação da receita e a estabilidade dos custos neste primeiro trimestre têm contribuído para melhorar o poder de compra do pecuarista frente aos insumos mais importantes da atividade.

A pesquisa do Cepea, em parceria com a CNA, estima que a margem bruta se elevou em 30% na “média Brasil” nesse primeiro trimestre. Apesar da expectativa de alta para o preço do leite captado em março, agentes consultados pelo Cepea relatam preocupações em relação ao mercado, à medida que encontram dificuldades em realizar o repasse da valorização no campo para a venda dos lácteos.

Com a matéria-prima mais cara, os preços dos lácteos no atacado paulista seguiram avançando em março. Porém, as variações observadas na negociação das indústrias com os canais de distribuição são menores do que as registradas no campo.

Ao mesmo tempo, as importações continuam sendo pauta importante para os agentes do mercado. Os dados da Secex mostram que as compras externas de lácteos em março caíram 3,3% em relação a fevereiro – porém, esse volume ainda é 14,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.

Fonte: Por Natália Grigol, do Cepea.
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Probióticos e a promoção da saúde intestinal: potencial ferramenta em rebanhos leiteiros

Os mecanismos de ação dos probióticos são frequentemente baseados em três modalidades, incluindo o antagonismo sobre microrganismos residentes da microbiota intestinal, tanto comensais quanto patógenos; modulação da imunidade inata e adquirida; inibição de toxinas produzidas por microrganismos patógenos, oriundos da alimentação ou água contaminada.

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Foto: Shutterstock

Os probióticos compreendem aditivos alimentares compostos por microrganismos vivos que beneficiam o hospedeiro através da melhora da microbiota intestinal. Quando o animal recebe uma dosagem oral efetiva, esses microrganismos são capazes de se estabelecer no trato gastrointestinal e efetivar a microbiota natural, prevenindo a proliferação de microrganismos patogênicos e melhorando o aproveitamento de nutrientes. Dentre as espécies que possuem propriedades probióticas, ressalta-se as bactérias láticas, grupo de espécies já existentes na microbiota do trato gastrointestinal e urogenital dos animais, onde o gênero Lactobacillus é um dos mais importantes na produção de produtos probióticos. Além deste, destacam-se as bactérias dos gêneros Bifidobacterium, Lactococcus, Propionibacterium e Bacillus, assim como as leveduras Saccharomyces, Pichya e Kluyveromices.

Os mecanismos de ação dos probióticos são frequentemente baseados em três modalidades, incluindo o antagonismo sobre microrganismos residentes da microbiota intestinal, tanto comensais quanto patógenos; modulação da imunidade inata e adquirida; inibição de toxinas produzidas por microrganismos patógenos, oriundos da alimentação ou água contaminada.

O antagonismo também é conhecido por exclusão competitiva, onde há competição dos sítios de ligação na mucosa intestinal, dos fatores de crescimento e nutrientes para os microrganismos, e também competição pela atividade metabólica (Figura 1). Ou seja, os microrganismos “bons” que constituem o probiótico impedem o desenvolvimento de outros microrganismos indesejáveis. Desse processo são originados produtos como o ácido lático, acético e fórmico, que ajudam a inibir o crescimento de bactérias maléficas e participam da produção de vitamina B e ácido fólico, compostos fundamentais para a vaca.

Figura 1- Mecanismos de ação das espécies probióticas que resultam na melhora da saúde intestinal.

Além disso, muitas espécies probióticas produzem bacteriocinas, substâncias compostas por peptídeos ou complexos proteicos que agem contra bactérias geneticamente semelhantes, como é o caso da nisina, bacteriocina que inibe o crescimento de bactérias patogênicas de alto risco, como Staphylococcus aureus, além de atuar na modulação ruminal. Trabalhos também mostram que o uso de probióticos melhora a digestão e absorção de nutrientes da dieta através da produção de enzimas como amilase, protease, lipase, maltase, sacarase e lactase.

Por exemplo, a amilase produz ácidos graxos de cadeia curta que são transformados em butirato, lactato e acetato, fontes de energia para a mucosa do intestino. Em um estudo, Nocek et al. (2003), observou que vacas que possuíam fonte de probiótico na dieta, entre 20 dias pré-parto até 70 dias pós-parto, aumentaram o consumo de matéria seca, a produção de leite e teor de proteína do leite, em relação ao grupo não suplementado. Estudando rebanhos da Virgínia, Estados Unidos, foi contabilizado que, de 45 rebanhos onde foi introduzido o probiótico, 31 apresentaram aumento na produção de leite. Frente a isso, fica evidente o efeito benéfico da suplementação com probióticos em dietas de vacas leiteiras. A pesquisa mostra que é possível observar, além do melhor aproveitamento da dieta e consequentemente aumento na produção leiteira, a melhora do estado geral de saúde do animal que recebe uma fonte de probiótico diariamente.

Probióticos e imunidade animal

Todo o processo descrito anteriormente auxilia na melhora da saúde do animal, uma vez que limita o desenvolvimento e proliferação de microrganismos maléficos ao hospedeiro, evitando o aparecimento de enfermidades, e também atua na digestão, oferecendo melhores condições para seu desenvolvimento.  Esses mecanismos de ação fazem parte das reações inespecíficas de defesa, ou seja, imunidade inata. Mas os probióticos também são capazes de influenciar a imunidade específica do animal.

As espécies probióticas realizam a modulação do sistema imune do hospedeiro, auxiliando no controle de infecções e inflamações. O processo de imunomodulação ocorre através da interação entre os microrganismos do probiótico e as células epiteliais e imunes do intestino do animal. Quando esses microrganismos se aderem às células intestinais, há a estimulação da produção de células de defesa, como macrófagos, monucleócitos, células dendríticas e citocinas pró-inflamatórias. Isso acontece porque componentes das paredes celulares dos microrganismos probióticos, como peptidoglicanas, ácido teicóico e lipoteicóico (LTA), reagem com as placas de Peyer presente no intestino e induzem os fatores pró-inflamatórios nas células intestinais do animal.

Em 2017 foi realizado um estudo onde dois grupos de animais foram vacinados, sendo que um deles recebeu, além da vacina, suplementação com probiótico a base de Lactobacillus. Posteriormente o autor observou que o grupo dos animais tratados com o probiótico apresentou níveis superiores de anticorpos específicos e de forma mais duradoura, auxiliando no controle de infestações por carrapatos atrelados a imunização. Adicionalmente, estudiosos mostraram que o tratamento com probióticos apresentou melhores benefícios quando comparados aos tratamentos convencionais da mastite bovina, evidenciando a influência desse aditivo na resposta imunológica das vacas.

Probióticos em uma abordagem preventiva e sua implicação em bezerreiros

Cerca de 75% das mortes de bovinos leiteiros ocorre em seu primeiro mês de vida. Em função disso, muitas pesquisas são realizadas a fim de elucidar os cuidados necessários no bezerreiro, assim como controlar as enfermidades mais comuns na rotina das fazendas leiteiras. A principal enfermidade relacionada a morte de bezerras leiteiras é a diarreia, que leva o animal a óbito em razão ao severo desequilíbrio hidroeletrolítico e ácido-base. A diarreia corresponde a uma enfermidade multifatorial, porém, frequentemente é resultante da combinação de agentes infecciosos como o rotavírus, coronavírus, Escheria Coli, Salmonella spp., Clostridium perfringens e Eimeria spp., além de ser comum se deparar com infecções causadas por mais de um agente concomitantemente. Esses agentes possuem tendência em afetar os animais em determinada faixa etária (Figura 2), justamente quando esses apresentam suscetibilidade a infecção, por isso a importância da utilização de técnicas nutricionais e de manejo que proporcionem melhores condições para que as bezerras leiteiras não tenham seu desenvolvimento afetado.

Figura 2- Incidência de agentes etiológicos causadores de diarreias em bezerros de acordo com sua idade em dias.

Os probióticos contribuem para o desempenho zootécnico de bezerras leiteiras devido sua influência na permeabilidade intestinal, oferecendo maior eficiência de digestão e evitando o desenvolvimento de microrganismos patógenos. As principais bactérias probióticas associadas a prevenção de diarreia em bezerros são a Lactobacillus acidophillus e a Lactobacillus casei. Ambas são produtoras de ácido lático, ou seja, atuam diminuindo o pH intestinal e tornando o ambiente inadequado para o crescimento de algumas bactérias patogênicas, além de produzirem peptídeos que agem especificamente contra Salmonella typhimurium e acidofilina que inibe o crescimento de Escherichia coli e Salmonella panamá.

Outro microrganismo probiótico que recebe destaque quando o assunto é bezerros é a Saccharomyces boulardii, levedura que além do efeito diarreico, auxilia no desenvolvimento da flora intestinal fisiológica, na síntese de vitaminas complexo B e principalmente, realiza uma complementação enzimática, assim, aumenta a capacidade digestiva do animal jovem, impactando diretamente o seu desempenho.  Autores que utilizaram probióticos em bezerros observaram melhora do ganho de peso corporal total, sendo que os bezerros suplementados apresentaram ganho de 31,4kg, comparado a 25,4kg do grupo controle. Corroborando com esses dados, outro pesquisador mostrou que bezerros suplementados com probióticos, do nascimento aos 30 dias de idade, foram capazes de ganhar de 10 a 40% a mais de peso em relação aos animais não tratados.

Os probióticos apresentam grande potencial de uso nas fazendas leiteiras, sendo uma alternativa para restabelecer ou efetivar a saúde intestinal das vacas, aumentando o aproveitamento da dieta e potencializando sua imunidade. Além disso, é uma ótima opção para ser introduzida nos bezerreiros, uma vez que oferece melhores condições para o animal conseguir superar os desafios existentes nessa fase, influenciando seu ganho de peso e gerando bezerras maiores e mais produtivas futuramente.

As referências bibliográficas estão com a autora. Contato: luiza.carneiro@laboratorioprado.com.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Luiza de Souza Carneiro, médica-veterinária, mestra em Produção de Ruminantes e consultora Técnica Comercial no Laboratório Prado.
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Entidades querem restringir a importação de leite

Em razão dos transtornos que a cadeia produtiva do leite tem enfrentado, com estiagens, enchentes e excesso de importação, as federações estaduais recomendam a formulação de uma nova política pública para o desenvolvimento do setor, priorizando a matéria-prima local e o trabalho dos produtores brasileiros.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Mobilização contra o aumento do volume de importação de leite subsidiado, principalmente da Argentina, está sendo estimulada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc).

Presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo: “Não podemos deixar nenhum produtor desamparado, por isso a mobilização das  federações estaduais de agricultura e união de todo o setor são fundamentais para mudar o cenário de baixos preços pagos pelo litro de leite e altos custos de produção” – Foto: Divulgação/MB Comunicação

O presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, diz que os transtornos que a cadeia produtiva do leite tem enfrentado – estiagens, enchentes e excesso de importação – recomendam a formulação de uma nova política pública para o desenvolvimento do setor, priorizando a matéria-prima local e o trabalho dos produtores brasileiros.

Nesse sentido, “é muito importante que cada Estado tome uma iniciativa para reduzir a compra do leite de outros países em uma atuação coordenada do setor em todo País”. Alguns Estados elevaram a alíquota de 0% para 12% aos importadores de leite em pó e de 2% para 18% na venda de produto fracionado. Em  outros, os lácteos importados foram excluídos da cesta básica, com aumento de ICMS sobre o leite importado.

Pedrozo informa que a CNA está elaborando um estudo para a aplicação de direitos antidumping à Argentina, com o objetivo de proteger o setor lácteo nacional. O dirigente lembra  que a excessiva importação de leite iniciada no primeiro semestre do ano passado achatou a remuneração do produtor nacional, impactando negativamente a competividade do pequeno e médio produtor de leite. As importações brasileiras de lácteos da Argentina e do Uruguai, em 2023, praticamente dobraram.

O presidente observa que grande parte dos produtores rurais atua na área de lácteos e que a crise no setor derruba a renda das famílias rurais. A forte presença de leite importado no mercado brasileiro provocou queda geral de preços, anulando a rentabilidade dos criadores de gado leiteiro.

Pedrozo defende um debate do setor produtivo com o Ministério da Agricultura e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar para a definição de medidas de fortalecimento da pecuária leiteira no País com foco no aumento da produção e no fortalecimento do pequeno e do médio produtor de leite. Dessa forma será possível estimular, simultaneamente, a produção e o consumo, abrangendo a redução da tributação, combate às fraudes, criação de mercado futuro para as principais commodities lácteas, manutenção de medidas antidumping e consolidação da tarifa externa comum em 35% para leite em pó e queijo, além da utilização de leite e derivados de origem nacional em programas sociais. “Não podemos deixar nenhum produtor desamparado, por isso a mobilização das  federações estaduais de agricultura e união de todo o setor são fundamentais para mudar o cenário de baixos preços pagos pelo litro de leite e altos custos de produção”, defende.

Pedrozo alerta que a crise na cadeia do leite afeta diretamente a agricultura familiar, levando milhares de produtores a abandonar a atividade, que já registra forte concentração da produção em Santa Catarina. “Talvez uma das soluções seja regular a importação, criando gatilhos e barreiras para que seu exagero não destrua as cadeias produtivas organizadas existentes”, sugere.

Fonte: Assessoria
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