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Documentário celebra 105 anos da pesquisa agropecuária gaúcha

Lançado no último sábado (24), durante a 47ª Expointer, foram oito meses desde a concepção até a realização.

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Fotos: Fernando Dias/Seapi

O que era para ser um simples “videozinho” transformou-se em um documentário de 47 minutos: “105 anos da Pesquisa Agropecuária Gaúcha”. Lançado no último sábado (24), durante a 47ª Expointer, foram oito meses desde a concepção até a realização. Pesquisa, entrevistas, viagens, surpresas e desafios. E muita união entre as equipes da Assessoria de Comunicação Social (Ascom), principalmente do setor de Criação; e do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

Segundo a chefe da Divisão de Pesquisa do DDPA, engenheira agrônoma Maria Helena Fermino, a ideia surgiu em outubro do ano passado, quando estavam organizando o canal do Departamento no Youtube com todas as apresentações, reportagens e eventos. “Então, o pesquisador Rodrigo Favreto sugeriu fazer um vídeo para atualizar o conteúdo. Levei a demanda para a Ascom, pedindo um videozinho. Mas, como somos apaixonados pelo que fazemos, começamos a contar a história da pesquisa agropecuária, que completou 105 anos dia 30 de maio deste ano. Os colegas da Ascom também se apaixonaram pelo assunto e pediram um prazo para apresentar uma proposta”, relembra Maria Helena.

Nascia então a ideia do documentário. “Quando nos mostraram, ficamos emocionados com a delicadeza e sensibilidade dos colegas de entenderem a grandeza da pesquisa agropecuária oficial do Estado”, relembra Maria Helena. A partir daí, em conjunto, começaram a fazer o roteiro, que inclui os homens e mulheres pioneiros na pesquisa, que iniciou em 1919, em Veranópolis. “Nessa época, havia pouquíssimas instituições de pesquisa. Para termos uma ideia, a Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) tem 125 anos”, explica a engenheira agrônoma.

“Então, fomos resgatando aqueles nomes, as pesquisas que faziam desde 1919 até os dias atuais. Hoje somos detentores de um legado muito rico”, comenta Mara Helena. “Demos continuidade à maioria dos estudos desses pioneiros. Ainda pesquisamos trigo, mandioca, soja; temos coleções maravilhosas de árvores frutíferas e florestais, coleções muito grandes de insetos, de exsicatas (banco de informações para identificar plantas, por estudo e por comparação), de sementes. Temos ainda áreas com bioma Pampa, às quais protegemos e pesquisamos a respeito”, conta com orgulho.

Conforme Maria Helena, existem hoje no DDPA 12 áreas de pesquisa (em 12 centros), com 140 projetos. “É claro que o impacto que aquelas pesquisas lá atrás causavam era proporcionalmente maior do que as que realizamos hoje, porque atualmente somos muitas instituições a fazer pesquisa no Estado”. De acordo com a engenheira agrônoma, o Rio Grande do Sul é um dos estados do Brasil que mais possui instituições de pesquisas agropecuárias.

Quando Maria Helena assistiu ao documentário pela primeira vez, não conteve as lágrimas. “Fiquei muito emocionada. Porque quando a gente conversou para fazer o roteiro, sobre quem seria entrevistado, pensamos que seria bom se tivesse alguém de antigamente para dar entrevista, e aquilo foi crescendo e se transformou no seu Desi, ou Desidério Anacreonte Jardim Beckman da Silva, o personagem que narra a história e que interpreta um pesquisador viajante no tempo. O nome é a composição de nomes de alguns pesquisadores pioneiros e que muito contribuíram para os resultados nas primeiras décadas da pesquisa agropecuária oficial. E quando o vi na tela e o ouvi, fique muito emocionada, porque tudo ficou muito lindo”, disse com a voz embargada.

“Como detentores desse legado e apaixonados pelo que fazemos, sabemos o valor que isso tem. Quando vi o documentário, imaginei aqueles pioneiros chegando aos centros de pesquisas, começando do nada, enfrentando todas as dificuldades que, em tese, são semelhantes às que ainda enfrentamos hoje”, destacou Maria Helena. “Também me emocionei com a fala dos colegas porque eu os conheço e sei da paixão e dedicação que eles carregam pela profissão. E a gente sente que eles falam com amor, respeito, responsabilidade. E isso é impagável”.

Maria Helena espera que o documentário seja assistido pela população em geral, para que conheçam todo esse legado da pesquisa agropecuária gaúcha. “Porque a pesquisa ainda está longe do cidadão comum. Ele não tem percepção de onde vem e como é feito quase tudo que chega à sua casa e à sua mesa. E somos nós que estamos na raiz disso. Nós contribuímos muito com isso”, ressalta. “E também espero que os demais colegas da Seapi, da Emater/RS-Ascar, e os governantes assistam e se sensibilizem com o assunto”.

Para o diretor do DDPA, Caio Efrom, o documentário é uma pequena parte da história desses 105 anos de pesquisa agropecuária estadual e também da continuação deste legado, executado atualmente pelos servidores do DDPA/Seapi. “É um trabalho muito bem editorado pela equipe de Comunicação, que nos emociona, pois somos sabedores dos diversos desafios enfrentados e que até hoje são vencidos com muita dedicação, resiliência e perseverança”, define.

Sobre o documentário

O audiovisual “105 anos da Pesquisa Agropecuária Gaúcha” tem direção e roteiro do jornalista Rodrigo “dMart” Martins; edição e pós-edição do publicitário Eduardo Patron; produção do repórter fotográfico Fernando Dias, junto com Martins e Patron. A apresentação é feita pelo ator Deodoro Gomes, que interpreta o seu Desi.

De acordo com Martins, sua atuação nesse trabalho mescla o jornalismo e a produção cultural. “Quando recebemos a demanda do DDPA, em outubro de 2023, começamos a tecer ideias a respeito. Pensamos em transformar um assunto técnico, como a pesquisa científica, em uma comunicação mais popular, lúdica, de fácil entendimento para a sociedade. Foi então que nasceu a ideia de ter um narrador para o documentário, um pesquisador viajante no tempo, para contar a história desde 1919, em Veranópolis, até os dias atuais. Para fazer essa costura na narrativa desse vídeo institucional, mas que traz elementos ficcionais”, explica. “Ele representa uma amálgama de vários pesquisadores inovadores que fomos encontrando na hora de pesquisar o material para fazer o roteiro e tecer o argumento para essa história”.

Martins relembra que, depois de aprovada a ideia, era hora de pensar no roteiro, que foi finalizado entre novembro e dezembro do ano passado. A partir disso iniciou a pré-produção. “Alinhavamos os lugares em que iríamos gravar, elaboramos um cronograma de atividades, pensamos no figurino para a gravação. E definimos, junto com o DDPA, os municípios nos quais iríamos gravar”, conta o diretor. “Eles foram escolhidos por causa de sua relevância histórica para a pesquisa agropecuária. As gravações externas ocorreram, então, no Centro de Hulha Negra, perto de Bagé, onde foi o início da Trigolândia (pesquisa com trigo); Veranópolis, onde nasce a pesquisa gaúcha, em 30 de maio de 1919, hoje Centro de Fruticultura; e Eldorado do Sul, no IPVDF, pela relevância de suas vacinas contra a febre aftosa, entre outros estudos, desde 1940”.

Segundo Martins, também foi montado no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa Agronômica (Ceagro), em Porto Alegre, prédio da antiga Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), um cenário que serviu para as entrevistas. “De janeiro a meados de abril de 2024, ocorreram as gravações, primeiro as externas, no interior do Estado, depois na Capital”.
Foram realizadas 45 entrevistas, com oito horas e trinta minutos de duração; mais de 10 horas de imagens brutas, feitas com drone, duas câmeras fotográficas, celulares, GoPro (câmera de ação); além de imagens de acervo; fotografias do repórter fotográfico da Ascom/Seapi, Fernando Dias; imagens cedidas pela neta do pesquisador Ivar Beckman, Heloisa Beckman, pelo Museu Dom Diogo de Souza, de Bagé, da “Primeira Festa do Trigo”, realizada em 1951.

“Com tudo isso, fizemos a edição e pós-produção de todo o material, finalizado em maio e junho para entregar o documentário de 47 minutos de duração. Esse trabalho foi criado, produzido e realizado internamente pelas equipes da Ascom e do DDPA da Seapi, feito com equipamentos próprios e a experiência dos profissionais envolvidos”, pontua Martins. “Além de equipamentos próprios, pois vestimos a camiseta e apostamos na importância da pesquisa agropecuária gaúcha, de mostrar e promover esse legado, tanto no aspecto histórico, quanto no educativo”.

Martins explica que era importante cumprir o cronograma estabelecido e conseguir o melhor resultado possível. “Ele atrasou um pouco, principalmente por causa da tragédia climática de maio. Era para ter sido finalizado entre maio e início de junho, mas ficou pronto no final de junho. Enfrentamos chuva e sol. Mas houve muita colaboração de todos os colegas de todos os centros. Apoios de amigos em Veranópolis, de empresa de turismo de Bento Gonçalves, onde gravamos cenas na Maria Fumaça no espaço gentilmente cedido. Foi uma soma de esforços para obter o conteúdo final, uma melhor entrega possível”, conta.

Para o diretor, o documentário “é uma fundamental peça de resistência, de promoção, divulgação e resgate histórico da pesquisa agropecuária do Rio Grande do Sul, além de ser um material educativo, de resiliência e de renovação de um olhar da comunidade gaúcha, nacional e até internacional e científica sobre o que foi, está sendo e pode ser feito em termos de pesquisa, educação e cultura no Estado”.

Martins destaca ainda a importante participação do médico-veterinário e escritor gaúcho, Alcy Cheuiche, que foi Patrono da 52ª Feira do Livro de Porto Alegre, em 2006. “Ele tem trabalhos sobre a literatura gaúcha, livros sobre a história agropecuária do Estado, sobre os Sete Povos das Missões, editou, de 1981 a 2014, durante 33 anos, a revista de ensino pós-universitário ‘A Hora Veterinária’, com ampla penetração em todo o Brasil. Ele colaborou com o olhar da cultura, para que a gente enriquecesse o conteúdo desse trabalho. Isso agrega uma faceta multidisciplinar e multicultural a esse documentário”, acredita.

“Para mim foi um grande desafio fazer esse documentário. Foi um dos melhores trabalhos que já fiz na área pública como comunicador, artista, e diretor de documentários em mais de 22 anos de carreira. Produzir audiovisual não faz parte da nossa rotina na Ascom. É uma jornada, um desfio bem maior que necessitou persistência, organização, planejamento e, mais do que tudo, um trabalho de equipe. Se todos não tivessem concordado com a ideia, esse trabalho não seria realizado”, afirma Martins.

Ele informa que o documentário deve ser veiculado em redes de televisão abertas, em plataformas de vídeo  como  o Youtube e nos centros de pesquisa do DDPA/Seapi, entre outros espaços e instituições. “O importante é que a sociedade gaúcha veja com outro olhar o trabalho de pesquisa, ciência e educação feita na área pública. Que saibam a qualidade imensa e inovadora que há na área e que, muitas vezes, estimula e gera indústrias e mercados”.

Para o publicitário Eduardo Patron, também foi um desafio “enorme” participar desse documentário. “Foi o maior trabalho de audiovisual que eu já fiz até hoje em 25 anos de profissão. O material inicial foi de duas horas, transformado em  47 minutos. Aprendi muito, tanto na área publicitária e de produção, quanto sobre a pesquisa agropecuária gaúcha”, comenta. “Acredito que a maioria das pessoas não faz ideia da diversidade da pesquisa aqui no Estado. Comecei a perceber a importância de uma área que até então era desconhecida. E que são pesquisas de vanguarda dentro de uma secretaria de Estado”, define;

Patron também fez questão de destacar o envolvimento da equipe dos servidores da Seapi. “Contamos com os pesquisadores para nos orientar e com os colegas da Ascom, além do ator e colega Deodoro Gomes, um decano das artes cênicas do Rio Grande do Sul. Uma equipe ajustada, que foi primordial para chegarmos ao resultado final”.

Por sua vez, o fotógrafo Fernando Dias afirmou que as ideias de todos se complementaram para a construção do documentário. “Como trabalhei 14 anos na pesquisa, principalmente no campo e em laboratórios, sei bem quais são as dificuldades. Eu me senti bem-recebido e honrado em participar dessa jornada”.

Ele ressaltou que, como repórter fotográfico, sempre esteve em contato com os pesquisadores, sabendo que era muito importante a fotografia dentro de uma pesquisa. “E isso facilitou esse trabalho, porque a gente conseguiu, através da nossa visão junto aos pesquisadores, ajudar na produção do audiovisual a identificar algumas imagens. A pesquisa precisa muito da documentação de imagem. E nós necessitamos de ciência e de pesquisa”.

Para o ator, produtor cultural e assessor da Ascom/Seapi, Deodoro Gomes, foi um prazer muito grande e uma surpresa poder participar desse documentário. “Faço teatro há quase 50 anos em Porto Alegre e fazia mais de 30 anos que não atuava. Então, foi um desafio muito grande para mim. Mas a insistência dos colegas da Criação me instigaram a aceitar o papel. Acho que o resultado foi bom”, acredita.

Ele comenta que andaram por vários lugares antes de gravar. “Fiquei surpreso com o que tem sido feito nos centros de pesquisa do DDPA.É fantástico o que conseguem fazer com um número pequeno de servidores, o entusiasmo dessa gente é uma loucura. Foi um desafio maior mostrar a importância da ciência para nossa agricultura. Esse documentário me deixou animado para participar de um outro desafio que terei logo em seguida: participar, junto com uma comissão, da criação do Museu da Agricultura do Rio Grande do Sul”.

Fonte: Assessoria Seapi

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Funcionários de fazendas recebem treinamento para manejo no parto de terneiros

Atividade do grupo de Cria do Instituto Desenvolve Pecuária reuniu trabalhadores de fazendas da metade Sul gaúcha

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Foto: Divulgação/Desenvolve Pecuária

Realizar corretamente o manejo de maternidade em bovinos de corte é fundamental para garantir a saúde dos animais e a consequente produtividade na fazenda. A falta desse cuidado pode resultar em doenças nos bezerros, como a pneumonia e a diarreia neonatal, que registram altos índices de mortalidade e afetam o desenvolvimento dos animais sobreviventes.

Neste sentido, o Grupo de Cria do Instituto Desenvolve Pecuária realizou neste mês treinamentos de capacitação em “Boas Práticas de Atendimento ao Parto em Bovinos de Corte”. A atividade, em parceria com o Núcleo de Estudos em Sistema de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia (Nespro) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS),  ocorreu em duas propriedades nas regiões Sul e Oeste gaúcha.

A diretora executiva e coordenadora do Grupo de Cria do Instituto Desenvolve Pecuária, Elisia Corrêa, ressalta que a demanda por este tipo de treinamento surgiu após uma live do professor Júlio Barcellos, titular do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), onde foram abordados cuidados e técnicas corretas para os partos de terneiros. Elisia destacou que, a  partir disso, surgiu a ideia dos treinamentos. “Pensamos em regiões distantes, no caso São Gabriel e Capão do Leão, para alcançar o maior número de associados, uma vez que já estava muito próximo da época de parição e não conseguiríamos, em tempo hábil, fazer mais treinamentos neste ano”, explicou. Em função da boa receptividade nas duas propriedades, Elisia adiantou que a ideia é, para o ano que vem, repetir o treinamento em outras regiões. “Até mesmo promover outros treinamentos com diferentes contextos que vivenciamos dentro da pecuária, até para qualificar mais a mão de obra do campo”, concluiu.

No dia 13 de setembro, o treinamento foi na Estância Alvorada do Inhatium, em São Gabriel, na fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. O proprietário da Fazenda, Taue Nuñez, avaliou o curso como “muito produtivo”. Participaram dois funcionários da Alvorada e cerca de 40 pessoas entre funcionários e proprietários de outras fazendas da região. “Os colaboradores que lá estavam foram muito participativos, interessados e são os que estão na vanguarda do trabalho rural”, ressaltou.

O treinamento foi feito pelo professor Júlio Barcellos e pela médica veterinária formada pela Ufrgs Marcela Kuczynski da Rocha. Barcellos destacou a intensa participação e trocas de experiências por parte dessas equipes que levaram suas vivências prévias de campo, nos cuidados da vaca no momento do parto e como intervir quando houver algum tipo de dificuldade. “Todos estavam muito interessados, filmando, fotografando, conhecendo os equipamentos utilizados nos atendimentos do parto e procurando também opinar a respeito daquilo que eles imaginam que é o mais correto, mas que nem sempre é”, constatou.

No dia 04 de setembro, o treinamento foi na Estância da Gruta, em Capão do Leão, e reuniu cerca de 20 funcionários de fazendas da região, sendo cinco da Gruta. À frente da Estância da Gruta, a pecuarista Anna Luiza Sampaio avaliou o treinamento como “muito bom e esclarecedor”. Anna conta que os professores trouxeram um terneiro em formol para simular a vaca e como manusear o correto trabalho de parto. O treinamento ficou a cargo dos professores da Universidade Federal de Pelotas (UfPel) Márcio Nunes Corrêa e Viviane Rabassa.

Fonte: Assessoria Desenvolve Pecuária
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Calor e clima seco elevam risco de queimadas no Centro-Oeste e Sul do Brasil; chuvas se restabelecem em outubro

Chuva ficou abaixo da média em praticamente todo o país.

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Foto: Divulgação/Pixabay

Agosto confirmou a tendência de pico da estação seca na região Central do Brasil. A combinação de prolongada falta de chuva, umidade baixa e tempo quente favoreceu o aumento dos focos de queimadas. O calor e a falta de chuva seguiram mostrando como deve ser o clima durante a maior parte do mês de setembro. Os primeiros dias do mês também foram de baixos volumes de chuva.

O oitavo mês do ano foi de escassa precipitação, com baixa umidade do ar e excesso de calor nos estados do Centro-Oeste, com máximas acima de 40°C em alguns municípios. Além disso, o mês marcou extremos de temperatura no Centro-Sul do Brasil, com onda de calor e episódios de temperaturas baixas diante da ocorrência de massas de ar polar. A chuva ficou abaixo da média em praticamente todo o país.

No Cerrado e no Pantanal, houve aumento da quantidade de focos de incêndio em agosto, que costuma ser o mês com a segunda maior média mensal de queimadas do ano. Nos dois biomas, setembro tem a maior média de focos de calor entre todos os meses do ano, algo que vem se confirmando nos primeiros dias do mês.

Durante a semana passada, uma nova onda de calor atuou sobre o país, desde o norte do Paraná, passando pelo Sudeste e Centro-Oeste, com temperaturas até 5°C acima da média, segundo o INMET. Com o forte calor e a baixa umidade do ar, o risco permaneceu alto e contribuiu para a elevação dos focos de incêndio sobre o território nacional.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Todo o país permaneceu sem nenhuma precipitação até a última quarta-feira (11). Porém, na quinta-feira (12), as chuvas começaram a ganhar força sobre a Região Sul e chegaram até partes do Sudeste, com acumulados entre 20 e 50mm no Rio Grande do Sul.

Chuvas devem se estabelecer na segunda quinzena de outubro

A maior parte do mês de setembro será de precipitações escassas no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil, com clima muito seco no Brasil Central. A Região Sul deve apresentar os maiores volumes de chuva ao longo do mês.

Já para o mês de outubro, os modelos europeu e americano (GFS) convergem para o retorno das chuvas com um padrão mais bem distribuído e com maiores volumes. O mês de setembro ocorrerá sem El Niño ou La Niña atuando no Oceano Pacífico, representando um período de neutralidade climática.

A expectativa é de que, a partir da segunda quinzena do mês, o cenário de precipitação gradualmente começará a mudar, com o retorno da chuva para áreas do Sudeste e do Centro-Oeste entre a terceira e a quarta semanas do mês, mas ainda de forma irregular e mal distribuída.

O modelo europeu de projeção (ECMWF), que tem apresentado até o momento maior precisão, sinaliza que, a partir do próximo dia 20, há boa possibilidade de que as frentes frias originadas do Sul comecem a ganhar mais amplitude, se estendendo para as demais regiões, porém ainda de forma bastante irregular.

As precipitações devem ocorrer de forma mais generalizada a partir da segunda metade do mês de outubro. Apesar do atraso nas chuvas, que deve resultar em atraso do plantio de verão, a expectativa é de que, uma vez que as precipitações se estabeleçam, devem ocorrer em bons volumes até pelo menos o mês de janeiro, o que sinaliza um padrão positivo para a safra.

Entretanto, os modelos de projeção confirmam o estabelecimento da La Niña até novembro. A média dos modelos projeta uma La Niña de fraca intensidade, com desvio da temperatura do Pacífico próximo de -0,5°C.

Fonte: Consultoria Agro do Itaú BBA
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Prêmio Queijos do Paraná chega à segunda edição, com expectativa de recordes

Lançamento ocorreu nesta quarta-feira (18), no Mercado Municipal de Curitiba. Iniciativa deve bater recorde de produtores e de queijeiros inscritos.

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Em solenidade realizada na manhã desta quarta-feira (18), um comitê gestor formado por cinco entidades promoveu o lançamento oficial da segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná. Idealizada com o objetivo de divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado, a iniciativa traz novidades e vem com a expectativa de bater recordes de produtos inscritos e de queijeiros participantes. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro deste ano e a premiação será realizada em 30 de maio de 2025.

Presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette: “Demonstramos ao Brasil e ao mercado internacional que temos queijos de excelente qualidade”

Na cerimônia de lançamento, o comitê gestor – formado por Sistema Faep, Sebrae/PR, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Sindileite e Sistema Fecomércio-PR – apresentou o regulamento da segunda edição. Além disso, representantes das entidades também celebraram a importância do evento para o setor lácteo, dando continuidade a uma série de ações e políticas públicas levadas a cabo desde que o prêmio foi criado. “As pessoas que tiveram queijos premiados na primeira edição puderam colocar o selo em seu produto, que, com isso, foi reconhecido pelo mercado como queijo de melhor qualidade. Conseguiram, assim, gerar maior valor agregado. Isso significou mais renda para nossos produtores. Também demonstramos ao Brasil e ao mercado internacional que temos queijos de excelente qualidade. É isso que buscamos: uma cadeia inteira qualificada, da matéria-prima até o produto final”, disse o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette.

Presidente-executivo do Sindileite-PR, Wilson Thiesen: “Esse prêmio vem a ajudar muito toda a cadeia produtiva do leite”

Além de realçar a relevância da primeira edição, o presidente-executivo do Sindileite-PR, Wilson Thiesen, apontou a tradição do Paraná na produção de leite – a primeira indústria de laticínios do Estado acaba de completar 100 anos de fundação – e novos investimentos no setor.

Na avaliação dele, ao colocar os queijos paranaenses em destaque, o prêmio contribui para impulsionar a comercialização dos derivados lácteos, inclusive para outros Estados. “Temos quase 12% da produção brasileira e 6% da população. Imagine como é a comercialização da nossa produção. O desafio é grande e esse prêmio vem a ajudar muito toda a cadeia produtiva do leite”, avaliou Thiesen. “Na primeira edição, jamais imaginávamos a diversidade e o sucesso da iniciativa. Agora, na segunda edição, devemos superar o que foi realizado”, acrescentou.

Presidente do IDR-Paraná, Richard Golba: “Eu me sinto orgulhoso que o queijo familiar, da tradição, saiu da clandestinidade para ganhar um espaço nobre na capital do Paraná”

O presidente do IDR-Paraná, Richard Golba, também ressaltou a tradição do Paraná na produção leiteira, principalmente em pequenas propriedades. Ele lembrou que, no passado, a fabricação de leite se dava de forma artesanal, para consumo próprio das famílias. Todo esse modelo passou por um processo de profissionalização, a ponto de os produtos lácteos conquistarem destaque em âmbito nacional e até internacional. “Eu me sinto orgulhoso que o queijo familiar, da tradição, saiu da clandestinidade para ganhar um espaço nobre na capital do Paraná. Nós, da extensão rural, sempre estivemos na luta para que o leite e os queijos se transformassem nesses alimentos nobres e tradicionais da nossa agricultura familiar”, disse Golba. “Esse trabalho do Prêmio Queijos do Paraná é maravilhoso, porque reflete a nossa essência”, apontou.

A união das entidades do setor produtivo com o poder público também foi destacada pelos integrantes do comitê gestor do Prêmio Queijos do Paraná. O diretor-superintendente do Sebrae/PR, Vitor Roberto Tioqueta, lembrou que a iniciativa não se resume à premiação, mas que “tem um antes, um durante e um depois”, que abrangem dezenas de ações que serão executadas em conjunto com 37 entidades apoiadoras.

Vice-presidente do Sistema Fecomércio-PR, Ari Faria Bittencourt: “Vamos continuar trabalhando para que o Paraná seja referência para o Brasil e para o mundo”

O vice-presidente do Sistema Fecomércio-PR, Ari Faria Bittencourt, também celebrou a atuação conjunta de tantas entidades. “Estamos juntos com grandes parceiros e os produtores rurais paranaenses para valorizar nossa produção, melhorar a gestão das agroindústrias, fortalecer a economia no campo, destacar a cadeia láctea e a qualidade de produtos feitos dentro das conformidades legais”, apontou Tioqueta. “O Paraná é diferente, porque consegue trabalhar em conjunto. Vamos continuar trabalhando para que o Paraná seja referência para o Brasil e para o mundo”, frisou

“Esse evento é muito mais do que uma celebração de um dos produtos mais emblemáticos do nosso Estado. É também um reconhecimento ao trabalho incansável dos nossos produtores que todos os dias contribuem para que o Paraná se torne uma das maiores potências do setor de laticínios do Brasil”, avaliou Bittencourt. “Estamos especialmente entusiasmados. Esperamos superar os números da primeira edição”, disse.

O prêmio
Na ocasião, o idealizador do Prêmio Queijos do Paraná, Ronei Volpi, apresentou o regulamento da segunda edição e contextualizou a importância do setor lácteo para a economia. Todos os 399 municípios do Paraná produzem leite, atingindo uma média de 13 milhões de litros por dia – dos quais 6 milhões são destinados à fabricação de queijos. Isso coloca o Estado em segundo lugar no ranking de produção de leite. Juntos, os estados da região Sul – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – respondem por 40% do leite produzido no país, em apenas 7% do território nacional. “O Sul brasileiro é a ‘Meca’ do leite e dos produtos lácteos. E a cadeia láctea é a mais complexa, mais sensível e pulverizada, o que amplia o nosso desafio e a nossa responsabilidade. Nós pretendemos, nesta segunda edição, ampliar a qualidade e o reconhecimento obtidos na primeira edição”, apontou Volpi. “Continuamos com foco na produção, promoção e na qualidade”, ressaltou.

Idealizador do Prêmio Queijos do Paraná, Ronei Volpi: “Nós pretendemos, nesta segunda edição, ampliar a qualidade e o reconhecimento obtidos na primeira edição”

O Prêmio Queijos do Paraná terá 21 categorias, de acordo com o leite utilizado (vaca, cabra ou búfala) e as características do queijo. Para participar, os produtores ou as agroindústrias precisam estar regularizados, com certificado de inspeção municipal, estadual ou federal. Os produtos inscritos serão avaliados de acordo com critérios técnicos, por um júri especializado – treinado a partir de cursos de formação oferecidos pelo prêmio.

A avaliação dos produtos será feita de acordo com as categorias em que eles foram inscritos. Serão três jurados por mesa, que vão atribuir notas aos queijos, de acordo com os quesitos técnicos pré-estabelecidos. Os derivados que obtiverem notas entre 18 e 20 conquistarão a medalha de ouro. Os produtos que forem avaliados com notas entre 16 e 18 levarão a medalha de prata. Os que fizerem de 14 a 16 pontos ficarão com o bronze. Uma segunda fase é destinada exclusivamente aos queijos que conquistarem a medalha de ouro. O júri vai selecionar os dez melhores (super ouro) entre os medalhistas, que participarão de uma nova disputa. Nesta etapa, cada jurado vai defender um dos queijos, apontando suas principais características. Após a argumentação verbal, será escolhido o “Melhor Queijo do Paraná 2025”. Além da medalha, os dez super ouro vão ganhar uma viagem técnica, em local ainda a ser definido.

Excelência em Muçarela
O Prêmio Queijos do Paraná traz, ainda, uma nova iniciativa: o Concurso Excelência em Muçarela – Edição Pizza. “O Paraná é o maior produtor de muçarela do país. Quase 50% do mix de produtos lácteos do Estado corresponde à muçarela”, justificou Volpi. A disputa será voltada à aplicação desse tipo de queijo na gastronomia, mais especificamente como ingrediente de uma pizza.

O concurso contará com duas etapas: uma avaliação técnica, em que o júri observará as características técnico-funcionais do queijo, como derretimento, elasticidade, gordura livre e fatiabilidade; e uma avaliação sensorial, em que os jurados levarão em conta a utilização da muçarela em uma pizza.

Ao término, o Concurso Excelência em Muçarela vai selecionar as cinco melhores muçarelas. Os vencedores ganharão uma viagem técnica. A expectativa é de que 80 queijeiros e/ou indústrias se inscrevam nessa modalidade.

Fatores decisivos

O vice-governador do Paraná, Darci Piana, destacou a importância da parceria entre o governo e a iniciativa privada como fator decisivo para o desenvolvimento do estado. “Quando há união entre o setor privado e o governo, o sucesso é garantido. O Paraná é um exemplo de pujança, investimento e liderança”, afirmou.

Vice-governador do Paraná, Darci Piana: “O Paraná é um exemplo de pujança, investimento e liderança”

Piana ainda reforçou a necessidade de dar continuidade ao trabalho realizado na primeira edição do projeto, com o objetivo de expandir suas ações para outros estados e, futuramente, alcançar também o mercado internacional.

O secretário de Estado da Fazenda, Norberto Ortigara, ressaltou o desafio constante de expandir a distribuição de produtos lácteos do Paraná para o restante do Brasil, destacando a importância da industrialização como estratégia de crescimento. “Nosso objetivo sempre foi levar o leite paranaense para o mercado nacional, e uma maneira eficaz de alcançar isso é por meio da produção de queijos e outros derivados lácteos”, afirmou.

Ele também destacou o impacto positivo de iniciativas como o prêmio, que ajudam o setor a superar obstáculos de curto e médio prazo. “Vemos pequenos produtores que começaram com queijos artesanais e hoje têm suas marcas reconhecidas internacionalmente. Parabenizo as entidades por liderarem esse movimento, que deve ser contínuo em prol de uma cadeia produtiva tão relevante”, salientou.

O secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Natalino Avance de Souza, destacou a relevância do queijo para a economia do Paraná, especialmente no contexto da agricultura familiar. “O queijo é um produto essencial para a economia do estado e crucial para a sustentabilidade da agricultura familiar”, afirmou.

Segundo ele, o momento atual representa um grande avanço para o setor, resultado de anos de esforço e dedicação. “O Paraná se diferencia por sua capacidade de unir forças, o que o coloca como o principal estado agrícola do país. Esse trabalho conjunto é o que nos permite produzir o melhor queijo do Brasil”, mencionou.

Fotos: Divulgação/Faep

Livro
Ao longo do evento, o comitê gestor também promoveu o lançamento do livro da primeira edição do Prêmio Queijos do Paraná. A publicação traz um perfil dos 88 produtores medalhistas, com as características básicas dos queijos premiados e os contatos dos ganhadores. O material serve como um guia de produtores e de derivados lácteos do Estado.

Primeira edição
Lançada em 2023, a primeira edição do Prêmio Queijos do Paraná impulsionou o setor lácteo do Paraná. A iniciativa registrou a inscrição de 450 produtos, dos quais 291 queijos foram efetivamente habilitados a concorrer. Ao todo, 88 queijos foram premiados: 28 com medalha de bronze, 30 com a de prata e 30 com a de ouro. Além disso, entre os 30 medalhistas de ouro, dez conquistaram também a medalha super ouro. Ainda, o prêmio formou 60 jurados, que passaram por um curso técnico que os habilitou a fazer o julgamento dos produtos.

Além do comitê gestor, a primeira edição reuniu 28 entidades apoiadoras, entre universidades, instituições públicas e associações ligadas à cadeia produtiva, que desenvolveram dezenas de ações voltadas ao setor lácteo, com a qualificação de produtores de leite, de queijeiros artesanais e de indústrias lácteas. Houve também eventos promocionais, oficinas, minicursos e conferências online, direcionados ao público consumidor e a empórios e lojas especializadas em queijos.

Fonte: Assessoria Faep
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