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Dobrando de tamanho a cada quatro anos, C.Vale firma parcerias estratégicas para suprir demanda por mão-de-obra qualificada
A cooperativa possui um complexo agroindustrial em Palotina, PR, que engloba abatedouros de aves e peixes, matrizeiro de aves, incubatório de aves, aviários de campo, laboratório avícola, indústria de termoprocessados, fábricas de rações, rastreabilidade e uma Unidade Produtora de Leitões Desmamados.

A busca por profissionais com habilidades técnicas específicas tem se tornado um desafio crescente para as cooperativas agropecuárias, que operam em diversas atividades que demandam conhecimentos especializados e tecnológicos. A C.Vale Cooperativa Agroindustrial, que completa 60 anos em 2023, é um exemplo desse cenário. Com presença no Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Paraguai, a C.Vale se destaca nacionalmente na produção de soja, milho, trigo, mandioca, leite, frangos, peixes e suínos, além de oferecer serviços e operar supermercados.
A cooperativa possui um complexo agroindustrial em Palotina, PR, que engloba abatedouros de aves e peixes, matrizeiro de aves, incubatório de aves, aviários de campo, laboratório avícola, indústria de termoprocessados, fábricas de rações, rastreabilidade e uma Unidade Produtora de Leitões Desmamados. Atualmente possui 181 unidades de negócios, mais de 26 mil associados e mais de 13 mil funcionários. Essa ampla estrutura demonstra a diversidade e a importância das operações da C.Vale, ao mesmo tempo em que evidencia a necessidade de profissionais capacitados para atuar em diferentes segmentos do setor agropecuário.

Gerente da assessoria de Recursos Humanos da C.Vale, Luciano Trombetta
O gerente da assessoria de Recursos Humanos da C.Vale, Luciano Trombetta, relata que um entrave na busca pela contratação de trabalhadores está na localização geográfica da cooperativa, que tem sede em uma região de alta concentração de frigoríficos. “Essa situação gera uma grande demanda por mão-de-obra, o que dificulta a contratação de profissionais qualificados”, declara. Para suprir essa ociosidade nas plantas industriais, ampliar o alcance e atrair talentos de diversas localidades, a cooperativa firmou parcerias com as agências do Sistema Nacional de Emprego (Sine). Somente a unidade industrial de Palotina recruta funcionários de 38 municípios. “Com base nessas parcerias estratégicas, a cooperativa fortalece sua capacidade para identificar talentos, agilizando assim o processo de recrutamento de candidatos qualificados”, ressalta Trombetta.
Formação profissional
Além disso, a C.Vale também enfrenta desafios específicos relacionados à contratação de cargos técnicos e de gestão. Para atender essa demanda, a cooperativa está investindo na formação de mão-de-obra interna por meio de sua universidade corporativa, a fim de capacitar sua própria equipe e fornecer uma vantagem competitiva para o desenvolvimento e retenção de profissionais. Isso está sendo feito por meio de parcerias estratégicas com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), que oferecem treinamentos nas áreas técnica, comportamental e de gestão. “Dispomos de programas de trainee estruturados nas áreas de gestão, agronomia, manutenção, RH e analista operacional. Outra alternativa é a contratação de estagiários remunerados com o objetivo de desenvolver e aproveitar esta mão-de-obra como efetiva. Temos formação técnica nas áreas de eletromecânica, técnico em alimentos, técnico em segurança no trabalho, bombeiro civil e manutenção autônoma. Através destes programas de capacitação e treinamento, os colaboradores têm a oportunidade de desenvolver habilidades e assumir cargos técnicos e de gestão dentro da C.Vale”, evidencia Trombetta.
O profissional destaca que a C.Vale reconhece a importância do desenvolvimento de seus colaboradores para o crescimento do negócio. Com isso em mente, a cooperativa adota a capacitação e o desenvolvimento como estratégias-chave para preparar sua equipe para os desafios futuros. Isso inclui treinamentos técnicos, programas de graduação e pós-graduação visando preparar profissionais para enfrentar as mudanças tecnológicas e se adaptar a um ambiente de trabalho cada vez mais integrado.
Automação dos processos
A C.Vale tem adotado a automação em seus processos agroindustriais como uma estratégia para reduzir a dependência da mão-de-obra. Embora a automação ainda seja restrita devido ao alto custo de investimento, ela tem sido implementada principalmente nas áreas industriais e em setores onde há impacto direto na segurança dos funcionários. Dessa forma, a automação tem trazido benefícios significativos em termos de eficiência e produtividade. Setores como o de linha de produção, embalagem e logística têm se beneficiado amplamente com a automação. “Ao substituir tarefas manuais por processos automatizados, a cooperativa tem observado ganhos na velocidade de produção, redução de erros e desperdícios, além de maior agilidade nas operações”, destaca Trombetta.
Valorização dos colaboradores
Trombetta enfatiza que a C.Vale reconhece que as pessoas são a força motriz por trás do seu desenvolvimento e, partindo desse entendimento, realiza pesquisas de clima organizacional para avaliar as condições de trabalho e a percepção dos colaboradores sobre o ambiente corporativo. Além disso, também investe no desenvolvimento de programas de formação, visando capacitar e aprimorar as habilidades de sua equipe.
Impulsionando o desenvolvimento
O gerente da assessoria de Recursos Humanos afirma que os impacto das mudanças no mercado de trabalho nas regiões em que a C.Vale está inserida são significativos, influenciando de forma direta o desenvolvimento das cidades em que está inserida, gerando empregos diretos e indiretos. “E também buscamos parcerias com outros setores para promover a capacitação profissional e incentivar a criação de novas iniciativas de emprego nas áreas em que atuamos. Essas ações visam manter o crescimento econômico local e melhorar as condições de vida das pessoas”, salienta Trombetta.
Reconhecida como uma das principais cooperativas agropecuárias do país, a C.Vale tem como base valores e princípios que são alicerces e direcionam seu trabalho: foco no cliente, comprometimento, honestidade, respeito e sustentabilidade. “Esses valores se refletem em todos os aspectos, incluindo o relacionamento com os colaboradores e a busca incessante pela excelência em nossos processos. A C.Vale tem como propósito despertar um mundo mais próspero e isso se reflete nas relações estabelecidas com clientes, funcionários, fornecedores e comunidades onde a cooperativa está inserida”, acentua o profissional de RH.
Somado a isso, a C.Vale, além de gerar empregos, busca a diversificação de atividades como uma forma de gerar rentabilidade, distribuição de renda e promover o desenvolvimento global das regiões da sua área de abrangência. “A diversificação de atividades não apenas contribui para a prosperidade econômica, mas também gera tributos que impulsionam o desenvolvimento socioeconômico dessas localidades”, frisa Trombetta.
Expansão
Ao longo de sua história, a C.Vale tem demonstrado um notável crescimento, dobrando de tamanho a cada quatro anos, impulsionado pela expansão e criação de novos empreendimentos. Um exemplo recente dessa expansão é a construção, prevista para ser inaugurada em novembro deste ano, da esmagadora de soja, uma obra que representa um investimento de R$ 1 bilhão e terá capacidade para processar 60 mil sacas/dia. “Essa iniciativa reflete o compromisso da cooperativa em fortalecer seu posicionamento no mercado e diversificar suas operações”, enaltece Trombetta.
Segundo o presidente da C.Vale, Alfredo Lang, a cooperativa tem como principal objetivo agregar valor aos produtos agrícolas, como soja, milho e mandioca, transformando-os em ração, carne de frango, peixe, suíno, leite, amido, entre outros. Essa abordagem permite criar fontes adicionais de renda, o que possibilita à cooperativa e aos produtores enfrentar períodos de clima desfavorável. “Essa abordagem contribui para tornar a receita da cooperativa mais estável, proporcionando maior segurança para realizar investimentos”, afirma Lang.
A edição Especial de Cooperativismo de O Presente Rural pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Boa leitura!

Notícias
Brasil explora inovação agrícola na Coreia do Sul
Delegação visita LG e CJ Bio para conhecer tecnologias de bioinsumos e soluções sustentáveis que podem transformar o futuro do agro brasileiro.

Em missão oficial à Coreia do Sul, a delegação brasileira liderada pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Goulart, realizou, na segunda-feira (24), visitas técnicas a fábricas e centros de pesquisa das empresas LG e CJ Bio.
A agenda teve como objetivo aprofundar a cooperação entre os dois países nas áreas de inovação em agrotóxicos, bioinsumos e tecnologias voltadas à agricultura sustentável, com foco no desenvolvimento de produtos mais modernos, seguros e eficientes.
Para o secretário Goulart, as visitas reforçam o interesse mútuo do Brasil e da República da Coreia em ampliar a parceria técnica e comercial no setor agropecuário. “A agricultura brasileira é baseada em inovação. Somos a potência que somos por conta da inovação. Por isso, estreitar relações entre os países é essencial para manter a competitividade do agro”, afirmou.
Compõem a delegação pelo Mapa o coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins, José Victor Torres, e a coordenadora de Registro, Tatiane Nascimento. Pela Anvisa, participam a gerente-geral de Toxicologia, Cassia Fernandes, a gerente de Avaliação de Segurança Toxicológica, Marina Aguiar, o gerente de Produtos Equivalentes, Juliano Malty e a assessora da Terceira Diretoria, Letícia Filier.
Visita ao parque de inovações da LG
Na LG, a delegação conheceu a estrutura global do grupo, que atua em setores como eletrônicos, telecomunicações, química e soluções para agricultura. A empresa apresentou sua visão de gestão baseada em inovação, sustentabilidade e governança, além dos investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento.
A LG também destacou o papel da LG Chem e da FarmHannong, divisão agrícola líder na Coreia em proteção de cultivos, sementes e fertilizantes. A companhia reforçou o interesse em ampliar sua atuação no Brasil e dar continuidade às parcerias com o Mapa e a Anvisa.
CJ Bio apresenta avanços em biotecnologia e soluções sustentáveis
A delegação visitou ainda a CJ Bio, referência mundial em biotecnologia aplicada à agricultura, nutrição e biomateriais. A empresa apresentou seus laboratórios e plataformas de desenvolvimento de microrganismos, fermentação, purificação e produção de bioinsumos.
Foram demonstradas tecnologias voltadas à produção de inoculantes, pesticidas e bioestimulantes, com foco em soluções de baixo impacto ambiental, redução de emissões e recuperação de solos. A CJ Bio também reforçou o interesse em desenvolver produtos biológicos para soja, milho e outras culturas estratégicas para o Brasil.
Colunistas
Saiba por que fungos e nematoides seguem tirando bilhões do agro
Organismos invisíveis avançam silenciosamente sobre as raízes, derrubam a produtividade e já geram prejuízos acima de R$ 35 bilhões por ano, enquanto a biotecnologia ganha espaço no manejo.

No agronegócio brasileiro, algumas das maiores ameaças à produtividade estão escondidas sob os nossos pés. Fungos e nematoides do solo são organismos microscópicos que, muitas vezes, sem darem sinais aparentes, comprometem as raízes, reduzem a absorção de água e nutrientes e minam o vigor das plantas. Quando os sintomas se tornam visíveis, os prejuízos já estão instalados.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), doenças fúngicas radiculares, como as causadas por Rhizoctonia, Fusarium e Sclerotium, podem permanecer no solo por longos períodos graças às suas estruturas de resistência, dificultando o controle e impactando culturas como soja, milho, feijão e hortaliças.

Artigo escrito por Bruno Arroyo, engenheiro agrônomo, com pós-graduação em Agronegócio.
Entre os inimigos invisíveis do solo, os nematoides ocupam lugar de destaque. Esses vermes microscópicos parasitam as raízes, formando galhas ou causando lesões que reduzem a eficiência do sistema radicular. Os reflexos são diretos: menor absorção de nutrientes, estresse hídrico precoce e queda na produtividade.
Pesquisas da Embrapa apontam que áreas infestadas por Pratylenchus brachyurus (nematoide das lesões radiculares) podem ter perdas médias de 21% na soja, o equivalente a 12 sacas por hectare. Além das evidências experimentais, estimativas da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN) indicam que os prejuízos anuais no agro superam R$ 35 bilhões, sendo cerca de R$ 16,2 bilhões apenas na soja.
O desafio do manejo
O controle de nematoides e doenças fúngicas é particularmente complexo porque não existe uma solução única. A própria Embrapa recomenda o manejo integrado, combinando práticas, como rotação de culturas com espécies não hospedeiras, para reduzir a população de patógenos no solo; o uso de cultivares resistentes, quando disponíveis; adubação equilibrada e correção do solo, que fortalecem as defesas naturais da planta; e o controle biológico, por meio de microrganismos benéficos (bactérias e fungos), que competem com fungos patogênicos e estimulam o crescimento vegetal. Essas práticas, quando aplicadas em conjunto, aumentam a resiliência do sistema produtivo e reduzem a dependência exclusiva de defensivos químicos.
Biotecnologia como aliada

Foto: SAA SP
A biotecnologia vem se consolidando como parceira estratégica do produtor. O uso de bioinsumos, seja via aplicação direta ou tecnologia On Farm, permite ampliar populações de microrganismos benéficos e fortalecer a saúde do solo.
Já desde 2023, dados da Spark Inteligência Estratégica citados pela Embrapa, indicam que o uso de bionematicidas no Brasil ultrapassou o de nematicidas químicos em importantes culturas. Na soja, os produtos biológicos já representavam cerca de 94% do mercado de nematicidas, enquanto no milho esse índice chegava a 100%, consolidando a liderança dos biológicos no controle de nematoides.
Esse movimento continua se ampliando em outras cadeias produtivas. Levantamento da Kynetec mostra que, em 2024, mesmo com a retração de 18% no mercado de defensivos para cana-de-açúcar, os produtos de matriz biológica já respondiam por 7% do total financeiro do setor, com bionematicidas e bioinseticidas representando 75% desse segmento. Esses números confirmam que a biotecnologia deixou de ser apenas uma alternativa e passou a ocupar papel central nas estratégias de manejo do solo e de controle de nematoides no agronegócio brasileiro.
Quando adotamos práticas integradas e combinamos biotecnologia com as recomendações científicas, damos passos importantes para preservar a produtividade e a sustentabilidade do agro. Em um cenário de custos crescentes de insumos, pressão por sustentabilidade e exigência de maior eficiência, deixar de lado esses inimigos invisíveis também significa renunciar margens que fazem diferença no resultado da safra.
A boa notícia é que hoje temos conhecimento científico e tecnologias biológicas robustas para transformar esse desafio em oportunidade. O futuro do agronegócio passa pela capacidade de unir ciência, inovação e sustentabilidade. Não se trata apenas de controlar patógenos, mas de preservar o potencial produtivo de cada hectare, garantindo alimento de qualidade e competitividade para o Brasil no cenário global.
Notícias 02, 03 e 04 de dezembro
Dia de Campo da C.Vale estreia formato antecipado em dezembro
Mudança busca evitar conflito com a colheita de soja e reforça a participação dos produtores.

Para evitar a coincidência com o início da colheita de soja no Oeste do Paraná, a C.Vale decidiu antecipar seu principal evento técnico. A primeira edição do Dia de Campo no novo formato será realizada nos dias 02, 03 e 04 de dezembro, no Campo Experimental da cooperativa, em Palotina (PR).
A programação inclui lançamentos de máquinas e implementos com condições diferenciadas de compra, além da apresentação de novilhas leiteiras, gado de corte, caprinos e ovinos. O evento também mostrará resultados de trabalhos técnicos conduzidos no local. Entre as novidades estão concurso de receitas, maior interação com o público, ações ampliadas das empresas parceiras e mais áreas de sombra para quem aguarda o deslocamento nos ônibus internos.
A edição realizada em janeiro de 2025 reuniu 12 mil visitantes nas proximidades do complexo agroindustrial da C.Vale.
Antecipação estratégica
A decisão de mudar o calendário para dezembro ocorreu porque o plantio mais cedo das lavouras vinha aproximando o início da colheita da soja do período tradicional do evento, em meados de janeiro. A sobreposição afetava a participação dos produtores, levando a cooperativa a estabelecer, a partir de 2025, a realização do Dia de Campo sempre no último mês do ano.
Raio X – Dia de Campo 2025/26
147 empresas participantes
45 cultivares de soja
58 híbridos de milho
16 cultivares de mandioca
65 parcelas de agroquímicos
17 parcelas de produtos biológicos
63 parcelas de programas nutricionais
17 parcelas com tratamento de sementes
14 parcelas de tecnologia de aplicação
16 espécies forrageiras
9 parcelas de plantas de cobertura de solo
4 instituições de pesquisa
1 instituição de ensino
4 instituições financeiras



