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Do pintinho ao frango: primeira semana é ponto crítico

O ideal é o pintinho já ser vacinado no incubatório, sair protegido de lá

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Estudioso da área de salmonella desde 1992, o professor Atonio Piantino Ferereira, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (Universidade de São Paulo), destacou a importância do controle nas seis semanas em que as aves ficam nas granjas dos produtores rurais, enfatizando os cuidados na primeira semana, mas também a importância de um processo vertical de controle da bactéria, da matriz ao processamento, embalagem e transporte.

“Trabalho há algum tempo buscando soluções práticas, a custos aceitáveis, criando estratégias de acordo com ciclo de desenvolvimento do frango. O ideal é o pintinho já ser vacinado no incubatório, sair protegido de lá. A partir da vacinação ele pode receber flora ou microbiota. A microbiota é fundamental para controle de doenças e desenvolvimento da imunidade”, pontua, ressaltando: “salmonella não é microbiota de nenhum animal. Isso significa que não pode estar presente em seres humanos, mamíferos e aves. Mas está acontecendo, caso contrário não teríamos devolução de produtos avícolas, principalmente destinados à exportação”, disse em relação ao retorno de cargas positivadas para as vendedoras. “Isso pode quebrar uma empresa”, reforçou.

Para ele, o desafio é a primeira semana do pintinho, mas começa ainda fora do ambiente em que vão se desenvolver. “O desafio é estabelecer um programa de controle, que começa já na produção de grãos. Nós, veterinários, não temos controle sobre isso. Mas é preciso qualidade na estocagem do grão, no transporte, na produção e estocagem da ração. Hoje já existem formas de desinfectar os grãos, eliminando salmonella e fungos, sem umedecer os grãos”, entende. “Temos que ter um processo verticalizado. Mesmo assim, não vamos erradicar a salmonella e sim reduzir o impacto dela na produção”, enaltece.

Piantino explica como a bactéria encontra ambientes ideais para se reproduzir, especialmente a paratifóide. “A salmonella paratifóide tem preferência pelo ceco das aves. Quando chega ao ceco, quer se reproduzir, pois tem um ambiente anaeróbio. “A fase da primeira semana é crucial para a colonização cecal porque a ave não tem microbiota, tem baixa produção de HCL no pró-ventrículo e você tem imunidade nata ainda em formação, imatura. Esses fatores contribuem para o desenvolvimento da salmonella”, explica. “Aves sadias, entre quatro e cinco semanas, a bactéria não consegue a colonização cecal efetiva, mas isso depende de concentração de salmonella”, amplia.

Por outro lado, o produtor tem a seu lado o Ph. A salmonella é sensível ao Ph e especialmente à variação brusca do Ph. Se você baixar o Ph, vai inativar a salmonella. Por isso é necessário pensar em estratégias, como acidificar para reduzir o crescimento de patógenos”, pondera.

Durante as seis semanas, conforme o estudioso, o produtor pode utilizar diversos produtos para ajudar no controle, como paredes de leveduras, probióticos e óleos essenciais. Na primeira e na sexta semana (pré-abate), ele recomenda cloro “para controle de salmonella no papo”, sugere.

Fatores predisponentes

Piantino destaca ainda a importância de cuidar de outras enfermidades para não ocasaionar a manifestação da salmonella. “O que pode estar junto com salmonella? Várias coisas, como anemia, bronquite, vírus entéricos – que hoje é uma realidade no Brasil -, coccidiose, entre outras”, cita. “A salmonella vai adorar esse ambiente porque vai haver formação de uma solução para ela sair do intestino e adentrar os órgãos internos”, acrescenta.

 

Mais informações na edição de Avicultura – Corte e Postura dos mêses de abril/maio do Jornal O Presente Rural ou na versão digital

Fonte: O Presente Rural

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Brasil abre mercado em Moçambique para exportação de material genético avícola

Acordo sanitário autoriza envio de ovos férteis e pintos de um dia, fortalece a presença do agronegócio brasileiro na África e amplia para 521 as oportunidades comerciais desde 2023.

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O governo brasileiro concluiu negociação sanitária com Moçambique, que resultou na autorização de exportações brasileiras de material genético avícola (ovos férteis e pintos de um dia) àquele país.

Além de contribuir para a melhoria de qualidade do plantel moçambicano, esta abertura de mercado promove a diversificação das parcerias do Brasil e a expansão do agronegócio brasileiro na África, ao oferecer oportunidades futuras para os produtores nacionais, em vista do grande potencial do continente africano em termos de crescimento econômico e demográfico.

Com cerca de 33 milhões de habitantes, Moçambique importou mais de US$ 24 milhões em produtos agropecuários do Brasil entre janeiro e novembro de 2025, com destaque para proteína animal.

Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 521 novas oportunidades de comércio, em 81 destinos, desde o início de 2023.

Tais resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Fonte: Assessoria Mapa
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Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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