Conectado com

Avicultura

Do Adjuvante Completo de Freund até o CpG: uma longa jornada no desenvolvimento de imunomoduladores nas vacinas de aves

A base de qualquer vacina é o antígeno que quando administrado à ave será reconhecido e desencadeará a resposta imune. Sabidamente os antígenos mais imunogênicos são derivados de proteínas virais ou bacterianas.

Publicado em

em

Foto: Fátima R. J. Jaenisch

Adjuvante é uma palavra derivada do latim (adjuvare) que significa ajudar. São substâncias que, quando acrescidas às vacinas, maximizam sua eficiência, especialmente daquelas compostas por microrganismos inativados ou altamente purificados. Maximizar a eficiência das vacinas utilizadas atualmente é um objetivo da pesquisa e desenvolvimento de produtos na medicina veterinária. Novos adjuvantes imunomoduladores têm sido incorporados à formulação de vacinas modernas para percorrer esse caminho.

A base de qualquer vacina é o antígeno que quando administrado à ave será reconhecido e desencadeará a resposta imune. Sabidamente os antígenos mais imunogênicos são derivados de proteínas virais ou bacterianas. É muito importante utilizar antígenos que sejam eficientes e capazes de induzir uma resposta imune apropriada com intensidade e duração suficiente para proteger a ave vacinada de eventuais patógenos. A resposta imune esperada após a vacinação é a formação da memória imunológica para inibir ou diminuir a replicação do agente etiológico de modo evitar o desenvolvimento da doença. No entanto, vários antígenos protetores são imunógenos fracos, ou seja, induzem uma resposta imune de baixa intensidade. Prova disso é que alguns antígenos, mesmo que de natureza proteica, diluídos em solução salina quando injetados via intramuscular produzem uma resposta humoral fraca e fugaz. Por outro lado, se o mesmo antígeno for administrado diluído em adjuvantes, produzem respostas imunes robustas e prolongadas. Carboidratos e lipídeos são ainda menos imunogênicos que as proteínas. Neste sentido, a importância dos adjuvantes na composição das vacinas aviárias é decisiva.

Historicamente, os adjuvantes emulsionados em óleo surgiram de extensas pesquisas no campo da tuberculose humana. Freund notou um expressivo aumento na produção de anticorpos ao incorporar o antígeno em parafina. Desenvolveu-se então o mais potente adjuvante conhecido até hoje, o Adjuvante Completo de Freund (FCA), composto de uma emulsão água em óleo adicionada de Mycobacterium spp. No entanto, o FCA foi somente utilizado em projetos experimentais devido aos seus efeitos colaterais: dor, febre e formação de abscessos.

Tradicionalmente as vacinas de aves de administração injetável intramuscular utilizam veículos oleosos na sua composição. O óleo presente na formulação do produto atua como um adjuvante. O papel da fase oleosa é atuar como um depósito de antígenos permitindo a liberação mais lenta nos tecidos, estimulando macrófagos e prolongando a resposta imune. Dessa forma, essas vacinas conseguem produzir uma resposta de longa duração em aves reprodutoras ou poedeiras comerciais. Além disso, entre os adjuvantes que formam depósitos estão sais de alumínio que eventualmente constam na formulação das vacinas de aves. Nesse caso, o antígeno é adsorvido em cristais de sal antes da inoculação. Após a injeção, essa mistura forma um pequeno nódulo nos tecidos que lentamente libera o antígeno. Por esse método, antígenos que naturalmente permanecem poucos dias no organismo podem ser retidos por várias semanas. Esse mecanismo de ação é conhecido como o dos adjuvantes de liberação lenta (slow-release).

Para produzir industrialmente boas vacinas inativadas baseadas em adjuvantes oleosos é preciso trabalhar “contra um princípio da química”. É necessário misturar água com óleo que não tem afinidade eletrostática pela questão da sua polaridade. Como as moléculas de água são polares, e o óleo mineral é composto basicamente de elementos apolares, os dois líquidos são imiscíveis. Após agitação, apenas formam uma emulsão termodinamicamente instável.

Nas vacinas, a massa antigênica composta por vírus ou bactérias inativadas compõe a fase aquosa que deve ser misturada com o veículo oleoso. Isso é possível através de um processo industrial onde as duas fases (aquosa e oleosa) permanecem em reatores com condições controladas (agitação, pressão, temperatura e tempo) para que sejam formadas micelas. A qualidade na formação dessas micelas é fundamental para propiciar o mecanismo de slow-release potencializando a resposta imune do animal vacinado. Nesse processo de fabricação são utilizados componentes tensoativos para viabilizar a formação das micelas. Esses são compostos geralmente proteicos que envolvem as gotículas de óleo e formam uma película hidrofílica, conferindo estabilidade à emulsão. Dependendo do processo industrial utilizado a emulsão poderá ser do tipo simples ou dupla/múltipla. A maioria das vacinas utilizadas corresponde a uma emulsão simples óleo em água. Cada laboratório produtor de vacina tem seu próprio processo de fabricação e os produtos do mercado não são iguais.

Novos imunomoduladores

As vacinas inativadas virais e bacterianas desempenham papel fundamental tanto na proteção quanto na indução de imunidade maternal em reprodutoras. A associação de vários antígenos em um único produto é um grande benefício, pois permite que a ave seja imunizada com menor número de aplicações injetáveis. Aves de vida longa recebem vacinas inativadas com formulação polivalente e eventualmente é necessário combinar mais do que uma vacina para tornar o programa abrangente e adequado ao desafio de campo.

Em função do aumento do desafio de campo e também para produzir uma imunidade maternal mais completa, os produtores brasileiros de aves reprodutoras têm adotado programas imunoprofiláticos amplos o que normalmente leva à necessidade de usar mais do que uma vacina inativada, obrigando a aplicação múltipla por via injetável. Normalmente essa aplicação é realizada por via intramuscular sendo que nos casos de aplicação dupla, cada lado do peito da ave recebe uma ou mais doses de vacina. Além da intensa atividade com uso de mão-de-obra e manuseio individual das aves, toda vacina injetável pode produzir lesões no local da aplicação causando estresse às aves. As vacinas injetáveis via intramuscular da avicultura normalmente usam veículos oleosos que induzem reações locais que são características à resposta ao adjuvante.

Dessa forma, a concentração de vários antígenos e a maximização da resposta imune em um mesmo produto têm sido alvo de pesquisa e desenvolvimento dos laboratórios fabricantes de vacinas inativadas, pois têm o potencial de reduzir a necessidade de aplicação das vacinas inativadas por via intramuscular. Esse desenvolvimento envolve a pesquisa por novos imunomoduladores que permitam produtos polivalentes com alta eficácia.

Em uma vacina inativada ideal, procura-se conjugar imunogenicidade e inocuidade. Esta busca constante do equilíbrio entre a capacidade de produzir uma resposta imunológica sólida e a ausência de reações adversas vem resultando no desenvolvimento de novas tecnologias de produção, formulação, emulsificação e potencialização da resposta imune com a adição de componentes imunomoduladores.

Imunomoduladores ajudam na fase do reconhecimento do antígeno, pois atuam sensibilizando células apresentadoras de antígenos. Dessa forma, a resposta imune fica potencializada e a eficácia das vacinas melhora significativamente.

Essa modulação da resposta imune resulta no aumento da eficácia e permite redução na quantidade do antígeno injetado, redução no número de doses do programa vacinal e mesmo acréscimo de novos antígenos, tornando a vacina mais completa.

Entre os diversos tipos de imunomoduladores desenvolvidos, o oligonucleotideo denominado CpG tem ganhado bastante destaque. Oligonucleotídeos CpG – ODN CpG são moléculas pequenas de DNA fita simples de sequência e tamanho definido contendo bases nucleotídicas de Citosina (C) seguida de Guanina (G). Esta sequência nucleotídica é amplamente encontrada no material genético de vírus e bactérias, mas raramente encontrado em genoma de vertebrados. Uma diferença entre a sequência de oligonucleotídeos CpG encontrada em vertebrados com os ODNs CpG encontrados em vírus e bactérias é que em vertebrados esta sequência é metilada. A molécula sintética de ODN CpG mimetiza sequências naturalmente encontradas em vírus e bactérias. Igualmente ao DNA de um patógeno, o ODN CpG sintético tem mostrado estimular a proteção inata e também a resposta imune adaptativa.

Classes de CPGS

Existem várias publicações descrevendo e avaliando 3 classes diferentes de CpGs. Eles estão denominados como CpGs de classe A, B e C e a maioria dos estudos na literatura utilizou os CpGs de classe B como adjuvantes em vacinas. Mais recentemente uma nova classe foi desenvolvida (diferente dos anteriores). Este novo composto passou por modificações para melhorar sua atividade imunoestimuladora. Por isso, é chamado de ‘CpG de classe P modificada por E’ ou ‘EP-CpG’. Essas alterações são pequenas modificações realizadas por síntese química em partes da molécula, mas levam a grandes mudanças no comportamento biológico do CpG, pois alteram a afinidade do imunomodulador com o seu receptor alvo.

Cada classe de CpG consiste em diferentes sequências de DNA com repetições em Citosina e Guanina modificadas sinteticamente para resistir à ação de nucleases. Os ODN CpG modificados potencializam a capacidade de apresentação dos antígenos, pois conseguem estimular células do sistema imune inato através do receptor TLR9 (Toll-like receptor 9). Esse receptor está presente na superfície do endossomo de células como macrófagos, células foliculares dentríticas, heterofilos e demais glóbulos brancos. Quando as células do sistema imune inato são estimuladas pelo CpG, haverá maior eficácia no reconhecimento dos antígenos presentes na vacina e portanto a resposta imune será maximizada.

Interessante pensar que na Farmacologia e na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos veterinários não criamos nada de novo. Apenas buscamos maneiras de intensificar as rotas bioquímicas que já existem no organismo. O uso do CpG como um bioimunoestimulante é um excelente exemplo disso. Artificialmente lançamos mão de um mecanismo que já existe na natureza para tornar nossas vacinas mais eficazes.

O entendimento de novas alternativas de melhorar a resposta imune conferida pelas vacinas inativadas tem grande potencial de maximizar a proteção tanto das aves vacinadas como de suas progênies. Os imunomoduladores são parte importante do futuro do desenvolvimento das vacinas para aves de vida longa. Além disso, os imunomoduladores poderão ainda ter aplicação ampliadas em diferentes formas, pois podem trazer enormes benefícios à saúde das aves.
As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: thais.vieira@zoetis.com.

Eduardo Muniz / OP Rural

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital Avicultura Corte e Postura. Boa leitura!

Fonte: Por Eduardo Muniz, gerente de serviços técnicos e pesquisa aplicada da Zoetis Aves

Avicultura

Relatório traz avanços e retrocessos de empresas latino-americanas sobre políticas de galinhas livres de gaiolas

Iniciativa da ONG Mercy For Animals, a 4ª edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais identifica compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes companhias, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de aves na cadeia de ovos.

Publicado em

em

Foto: Freepik

O bem-estar de galinhas poedeiras é gravemente comprometido pelo confinamento em gaiolas. Geralmente criadas em espaços minúsculos, entre 430 e 450 cm², essas aves são privadas de comportamentos naturais essenciais, como construir ninhos, procurar alimento e tomar banhos de areia, o que resulta em um intenso sofrimento.

Fotos: Divulgação/MFA

Estudos, como o Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA) da ONG internacional Mercy For Animals (MFA), comprovam que esse tipo de confinamento provoca dores físicas e psicológicas às galinhas, causando problemas de saúde como distúrbios metabólicos, ósseos e articulares, e o enfraquecimento do sistema imunológico das aves, entre outros problemas.

Para a MFA, a adoção de sistemas de produção sem gaiolas, além de promover o bem-estar animal, contribui para a segurança alimentar, reduzindo os riscos de contaminação e a propagação de doenças, principalmente em regiões como a América Latina, o que inclui o Brasil.

Focada nesse processo, a Mercy For Animals acaba de lançar a quarta edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA 2024), um instrumento essencial para analisar e avaliar o progresso das empresas latino-americanas em relação ao comprometimento com políticas de bem-estar animal em suas cadeias produtivas.

O relatório considera o compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes empresas, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de fornecimento de ovos.

Destaques

A pesquisa se concentrou na análise de relatórios públicos de companhias de diversos setores com operações em territórios latino-americanos, da indústria alimentícia e varejo aos serviços de alimentação e hospitalidade. Elas foram selecionadas conforme o tamanho e influência em suas respectivas regiões de atuação, bem como a capacidade de se adaptarem à crescente demanda dos consumidores por práticas mais sustentáveis, que reduzam o sofrimento animal em grande escala.

O MICA 2024 aponta que as empresas Barilla, BRF, Costco e JBS, com atuação no Brasil, se mantiveram na dianteira por reportarem, publicamente, o alcance de uma cadeia de fornecimento latino-americana 100% livre de gaiolas. Outras – como Accor, Arcos Dourados e GPA – registraram um progresso moderado (36% a 65% dos ovos em suas operações vêm de aves não confinadas) ou algum progresso, a exemplo da Kraft-Heinz, Sodexo e Unilever, em que 11% a 35% dos ovos provêm de aves livres.

De acordo com a MFA, apesar de assumirem um compromisso público, algumas empresas não relataram, oficialmente, nenhum progresso – como a Best Western e BFFC. Entre as empresas que ainda não assumiram um compromisso público estão a Assaí e a Latam Airlines.

“As empresas que ocupam os primeiros lugares do ranking demonstram um forte compromisso e um progresso significativo na eliminação do confinamento em gaiolas. À medida que as regulamentações se tornam mais rigorosas, essas empresas estarão mais bem preparadas para cumprir as leis e evitar penalidades”, analisa Vanessa Garbini, vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da Mercy For Animals.

Por outro lado, continua a executiva, “as empresas que não demonstraram compromisso com o bem-estar animal e não assumiram um posicionamento público sobre a eliminação dos sistemas de gaiolas, colocam em risco sua reputação e enfraquecem a confiança dos consumidores”.

“É fundamental que essas empresas compreendam a urgência de aderir ao movimento global sem gaiolas para reduzir o sofrimento animal”, alerta Vanessa Garbini.

Metodologia

A metodologia do MICA inclui o contato proativo com as empresas para oferecer apoio e transparência no processo de avaliação, a partir de uma análise baseada em informações públicas disponíveis, incluindo relatórios anuais e de sustentabilidade.

Os critérios de avaliação foram ajustados à medida que o mundo se aproxima do prazo de “2025 sem gaiolas”, estabelecido por muitas empresas na América Latina e em todo o planeta. “A transição para sistemas livres de gaiolas não é apenas uma questão ética, mas um movimento estratégico para os negócios. Com a crescente preocupação com o bem-estar animal, empresas que adotam práticas sem gaiolas ganham vantagem competitiva e a confiança do consumidor. A América Latina tem a oportunidade de liderar essa transformação e construir um futuro mais justo e sustentável”, avalia Vanessa Garbini.

Para conferir o relatório completo do MICA, acesse aqui.

Para saber mais sobre a importância de promover a eliminação dos sistemas de gaiolas, assista ao vídeo no Instagram, que detalha como funciona essa prática.

Assine também a petição e ajude a acabar com as gaiolas, clicando aqui.

Fonte: Assessoria MFA
Continue Lendo

Avicultura

Sustentabilidade em foco na Conbrasfran 2024

Evento acontece de 25 a 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Asgav e Sipargs

A importância de uma produção mais sustentável foi a lição mais importante que este ano deixou aponta o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos. “A natureza nos lembrou que é soberana e da necessidade de nos reciclarmos cada vez mais do que fizemos no passado. Eu digo a humanidade como um todo. As práticas sustentáveis que tanto se fala e que vamos discutir na Conbrasfran, essas práticas que estamos implementando agora é para amenizar o que vem pela frente, já que estamos enfrentando agora as consequências do que foi feito no passado”.

Então, para ele, a lição é a necessidade de insistirmos no tema da sustentabilidade ambiental e social, insistir na educação, na orientação e na disciplina ambiental com o objetivo de mitigar os efeitos climáticos no futuro. “Os efeitos podem ser vistos no mundo todo. Aumento dos dias de calor extremo, chuvas recordes no Brasil, na Espanha e outros países, além das queimadas em várias regiões do mundo também”.

A Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha, vai reunir empresários, indústrias, produtores e lideranças de todo o país para discutir todas as áreas estratégicas. “Vamos falar sobre sanidade avícola, um simpósio tradicional da Asgav será absorvido pela programação da Conbrasfran 2024. Vamos debater qualidade industrial, que trata questões de inspeção, controle, autocontrole e processo produtivo, entre outros temas. Teremos também um seminário sobre segurança do trabalho com uma abordagem do ambiente laboral dos colaboradores e da proteção deles em um quadro em que surgem novos desafios na medida em que aumentamos a produção”, pontuou.

Um dos destaques do evento será o 1º Seminário de Sustentabilidade Ambiental e Adequação Global. “Também teremos discussões sobre a área comercial, que impulsiona a nossa economia e é responsável por levar o nosso produto até a mesa do consumidor brasileiro e de mais de 150 países”, salientou Santos. Ele destaca ainda os debates sobre questões jurídicas e tributárias. “São temas que permeiam o nosso dia a dia e estamos diante de uma reforma tributária, que também será abordada”, afirmou mencionando o Agrologs, que vai falar sobre logística, outro desafio para a cadeia produtiva. “O Brasil precisa avançar em ferrovias, hidrovias é uma necessidade para garantir sustentáculos de competitividade”. “É um evento que vai trazer temas estratégicos”, encerrou.

Os interessados podem se inscrever através do site do evento. E a programação completa da Conbrasfran 2024 também está disponível clicando aqui.

Fonte: Assessoria Asgav e Sipargs
Continue Lendo

Avicultura

Conbrasfran 2024 ressalta superação e resiliência da avicultura gaúcha em meio a desafios históricos

Evento será realizado entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.

Publicado em

em

Presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: "São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente" - Foto: Divulgação

Se desafio é uma palavra que faz parte do dia a dia da avicultura, este ano levou o seu significado a um novo patamar, especialmente falando do Rio Grande do Sul. O estado enfrentou enchentes e depois um caso isolado de Doença de Newcastle. “Tudo isso nos abalou sim. Redirecionamos toda a atenção e os nossos esforços para ser o elo de ligação do setor com o poder público, com a imprensa e a atender as demandas dos setores. A organização do evento já estava em curso quando tivemos 45 dias de interdição do prédio onde fica a nossa sede, localizado à beira do rio Guaíba. Tivemos enchente. Para se ter uma ideia, a água chegou até 1,80 metro do 1º andar e não pudemos entrar por conta da falta de luz, de água e outra série de dificuldades”, ressaltou o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos.

Ainda assim, estes entraves não foram suficientes para desistir da realização da Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha. “Não houve um único questionamento sequer por parte de associados e dirigentes, o que demonstra que o setor está convencido da importância deste encontro e das discussões que ele vai trazer. Serão vários temas, técnicos, conjunturais, temas estratégicos, de planejamento e de superação de desafios, entre outros. E tudo isso fez com que o setor mantivesse acesa a chama para realizar este evento”, destacou Santos.

De acordo com ele, diante dos desafios, as atividades da organização da Conbrasfran 2024 foram acumuladas com o trabalho da linha de frente para atender as demandas cruciais que chegaram, além da interação com órgãos oficiais, imprensa e parceiros estratégicos, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “E mesmo assim, continuamos com a manutenção e organização do evento. E isso nos sobrecarregou sim. Temos uma equipe enxuta, mas que trabalhou bravamente, com máximo empenho, naqueles dias”.

Santos destaca que os esforços levaram a realização de um evento muito especial, que teve a colaboração de grande parte empresários e técnicos do setor. “São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente, que sabem que apesar das dificuldades, continuamos um estado atrativo, com indústrias e produtores de pequeno, médio e grande portes que continuam produzindo por acreditar no empreendedorismo, na pujança na mão-de-obra, na gestão”, disse o executivo lembrando que apesar dos desafios, o estado conseguiu valorizar a produção, manter empresas e ainda está recebendo novos empreendimentos.

Superação
A superação das dificuldades trazidas pelo ano exigiu muito trabalho, organização e confiança. “Precisamos valorizar a confiança daqueles que são nossos associados e dirigentes. A confiança que recebi deles e da minha equipe como dirigente executivo foi importante. Também vale mencionar as estratégias e ações que colocamos em prática para atender todas as demandas que nos chegaram. Sempre buscamos a melhor forma de atender e ajudar os associados”.

E foi também de maneira virtual que estes desafios foram enfrentados. “Interagimos muitas vezes através de plataforma virtual com os serviços oficiais , seguimos em conjunto e dentro das diretrizes da ABPA e tivemos o apoio incondicional da nossa Federação. Com uma soma de esforços, com a confiança de dirigentes que depositam confiança em nosso trabalho, conseguimos ir para a linha de frente e atender as diferentes demandas do setor e da imprensa”, contou Santos que agiu com firmeza em seus posicionamentos e conseguiu liderar o setor na retomada até chegarmos neste momento.

Os interessados podem se inscrever e conferir a programação completa da Conbrasfran 2024 clicando aqui. Outras informaçõe podem ser obtidas pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228-8844, do WhatsApp (51) 98600-9684 ou pelo Instagram do encontro.

Fonte: Assessoria Asgav
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.