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Suínos / Peixes

Do açude, produção de tilápia avança para os rios

Sistema tanque-rede, novidade em Boa Esperança do Iguaçu, já atrai a atenção de diversos produtores

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A paisagem, a calmaria, o contato com a natureza. Impossível não ficar encantado ao chegar à propriedade de Nelson Stubbe, em Boa Esperança do Iguaçu, no Oeste do Paraná. Com uma paisagem de tirar o fôlego, este foi o local que o piscicultor, natural de Maripá, escolheu para investir em um novo negócio. Ele é o primeiro produtor no município que cria tilápias no sistema tanques-rede. No negócio desde 2014, a propriedade conta com quatro blocos de 400 tanques-rede cada, que ficam alojados no Rio Jaracatiá.

A simplicidade e humildade vistas em Nelson e na família não demonstram o verdadeiro pote de ouro encontrado ali. Com muito trabalho, os resultados obtidos do rio são grandes. A produção neste tipo de sistema pode ser até dez vezes maior do que em tanques escavados. Nelson conta que em 27 metros cúbicos de água, ele pode chegar a tirar até três mil quilos de peixe. “E se tivermos tudo bem planejado, conseguimos fazer até mesmo dois ciclos por ano”, conta.

Palavras de quem sabe o que diz. Ele trabalha na piscicultura há mais de 20 anos. A atividade parece mesmo estar no sangue da família, já que os dois filhos do piscicultor estão seguindo a mesma direção do pai. Samuel, o filho mais velho, é formado em Tecnologia de Aquicultura pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), campus de Palotina, e já ajuda o pai nas atividades da nova propriedade. O filho mais novo, Diogo, está terminando a graduação em Engenharia de Aquicultura pela mesma universidade.

A região tem grande potencial para este tipo de atividade. Além de Nelson, trabalhando em Boa Esperança do Iguaçu, há ainda produtores investindo na atividade em municípios vizinhos, como Nova Prata do Iguaçu e Três Barras do Paraná. A ideia de investir em outro local veio há cinco anos, quando o produtor percebeu que o mercado em Maripá, maior produtor de tilápia do país, já estava, em sua opinião, ficando saturado. Ele, junto com um amigo, que hoje também é sócio da atividade, Pedro Toaldo, passaram a buscar novas alternativas. “Pensamos em expandir com a piscicultura. Assim, visitamos propriedades em São Paulo que já trabalhavam com o tanque-rede e depois de investigar um pouco, notamos que aqui ainda não tinha nada”, lembra Nelson. Ele conta que, por um acaso, na mesma época em que estavam procurando uma nova localidade para investir, estava acontecendo a liberação do cultivo de tilápia na região e havia pessoas fazendo testes com os tanques-rede.

“Fomos convidados para o lançamento desta liberação do cultivo da tilápia em tanque-rede e ficamos interessados. Por dois anos, ficamos em Boa Esperança do Iguaçu fazendo testes e vendo como era a qualidade da água, a temperatura, oxigênio, e notamos que havia um grande potencial para começarmos a investir em uma área”, conta.

Em maio de 2015, o piscicultor tirou o primeiro lote da produção em tanque-rede. E assim que tirou, já planejou como agir para ganhar mais em cima da atividade. “Um ciclo leva oito meses para ficar pronto. Mas, se tivermos todo o projeto andando, com tudo bem planejado, conseguimos fazer até dois ciclos de engorda por ano. Com dois ciclos, conseguimos tirar até cinco milhões de quilos/ano”, conta Nelson.

Atualmente a região está com seis projetos para implantação de produção por tanques-rede, tanto no município de Boa Esperança do Iguaçu, quanto nos vizinhos. “Todos os projetos são para produzir no mesmo rio, porque ele é muito grande”, afirma o piscicultor. “O rio está tomado de projetos para implantação da atividade”, diz. Mas, segundo o piscicultor, ainda pode demorar um pouco para a atividade expandir, já que demora em média dois anos para que o projeto seja aprovado. “O projeto deve passar por muitos órgãos, como o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) e o Ministério da Agricultura”, explica.

Dez vezes mais que em açudes

Nelson sempre trabalhou com tanque escavado e conta que existem algumas diferenças comparando a atividade com o tanque-rede. “Existem os prós e contras das duas formas de trabalhar”, diz. Por um lado, comenta, com o tanque-rede não se gasta muito com energia elétrica, já que não há a necessidade de aeradores. Por outro, os tanques-rede têm vida útil, tendo que ser trocados com o passar dos anos.

Outro ponto destacado pelo piscicultor é o custo da ração, já que a conversão no tanque-rede é menor, tornando o custo mais baixo que em tanque escavado. O manejo também é diferente, segundo Samuel, que ajuda o pai a cuidar das atividades na propriedade. “A estocagem do peixe é feita de forma diferente. Em um açude, por exemplo, não se coloca tanto peixe como no tanque-rede”, explica. Samuel diz que é possível colocar até cem peixes por metro cúbico. “Isso seria até dez vezes mais no que em um açude”, afirma.

Um detalhe que surpreendeu também os piscicultores foi o oxigênio. “Aqui ele é bastante alto, não baixa de 5 ou 5.6”, afirma Nelson. O que também surpreende é a temperatura da água, que, mesmo no inverno, não baixa dos 18° C. No verão, a máxima chega a 28° C, “o que é uma temperatura ainda aceitável para o peixe”, explica. Ele ainda diz que, dependendo do clima, inverno ou verão, muda o manejo na alimentação. “Em alguns dias que eram muito quentes, alimentamos os peixes à noite. Já no inverno, que foi tão rigoroso este ano (2016), alimentamos os peixes uma vez ao dia”, informa. A diferença apontada pelo piscicultor é que, muitas vezes, no tanque escavado, em invernos muito rigorosos o peixe acaba não se alimentando em nenhum momento, segundo ele, diferentemente do tanque-rede.

A incerteza de gastar com ração também pode acontecer. Mas pai e filho garantem que isso não preocupa. Eles utilizam ração extrusada, garantindo o melhor aproveitamento pelo animal.

Venda

A família não é integrada a nenhuma cooperativa. Dessa forma, todo o trabalho de compra e venda é feita na forma de mercado livre. “Nós vendemos a nossa produção para alguns frigoríficos próximos e também no gelo para São Paulo e Rio de Janeiro”, conta Nelson. A família também estuda a possibilidade de montar um frigorífico próprio. “Com a produção que temos aqui, conseguiríamos tranquilamente manter um frigorífico”, afirma o piscicultor.

Trabalhando de forma independente, a família Stubbe está sempre atenta ao mercado. “Produção é uma parte. Mas colocar o peixe no mercado é outra bem diferente”, afirma. Segundo ele, é sempre preciso tomar bastante cuidado para quem está vendendo o peixe, já que ainda existem muitos oportunistas. “É importante prestar atenção para não tomar calote”, alerta.

O piscicultor conta ainda que a procura do consumidor pelo peixe criado em tanque-rede também aumentou. “O consumidor já percebe a diferença no gosto quando o peixe é criado em tanque escavado ou quando é criado em tanque-rede”, diz. Ele explica que, como o peixe não tem nenhum contato com barro, é criado em uma água limpa e corrente, além de não consumir algas. “O fato dele não consumir algas principalmente, porque para a piscicultura isso é bom, melhora a qualidade da carne”, afirma.

Crescimento

A piscicultura é uma atividade que vem ganhando notoriedade em todo o Brasil. O Paraná é considerado o maior produtor de tilápia do país. O crescimento da atividade se deve graças aos investimentos feitos pelos produtores que estão apostando nesta cadeia produtiva. Segundo os últimos levantamentos feitos pela Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), a expectativa é que a atividade cresça 22% em 2016, sendo o maior percentual do país, que deve consolidar o crescimento médio em 15%.

Somente em 2015, a produção do Paraná somou 90 mil toneladas, 18% acima do volume registrado em 2014. O cultivo de peixe no Paraná, concentrado na região Oeste, é fonte de renda de pequenos produtores, que investem principalmente na criação de tilápia.

Segundo a Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR) a atividade no país ultrapassou a barreira das 700 mil toneladas/ano, com destaque para a tilápia, que representa cerca de 50% desse total. Além da grande produção, o aumento do consumo também tem incentivado com que mais produtores apostassem na piscicultura. “Em 2016 o consumo de peixes criados em cativeiro acompanhou a situação geral e também apresentou ligeiro recuo. Com a retomada do crescimento econômico, não temos dúvidas de que o consumo per capita sairá rapidamente da faixa dos 10 quilos/habitante/ano”, conta o presidente da Peixe BR, Eduardo Amorim.

A piscicultura no Paraná gera um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 425,6 milhões por ano, de acordo com dados mais recentes do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), referentes a 2014.

Mais informações você encontra no Anuário do Agronegócio Paranaense de 2016.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
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Suínos / Peixes

O que faz o Vale do Piranga ser o polo mineiro de incentivo à suinocultura?

Além de oferecer oportunidades de aprendizado e capacitação por meio de seminários, ampliando as habilidades dos colaboradores de granjas e profissionais da área, feira facilita o acesso dos produtores rurais do interior mineiro às mais recentes tecnologias do agronegócio.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A Suinfair, maior feira de suinocultura de Minas Gerais, acontece no Polo Mineiro de Incentivo à Suinocultura, situado no Vale do Piranga, uma área que se destaca nacionalmente pela sua produção suinícola. Esta região representa, aproximadamente, 35% do rebanho de suínos de Minas Gerais, produzindo anualmente cerca de 370 milhões de quilos de carne suína. O trabalho diário de levar alimento à mesa de diversas famílias faz com que mais de cinco mil empregos sejam gerados diretamente pela suinocultura, além das mais de trinta e cinco mil pessoas que trabalham indiretamente na área.

Com um histórico consolidado, a região foi oficialmente reconhecida como Polo Mineiro de Incentivo à Suinocultura por meio de legislação, o que fortalece ainda mais a cadeia produtiva local. Nesse contexto, a Suinfair surge como uma iniciativa voltada para as necessidades específicas dos suinocultores.

Além de oferecer oportunidades de aprendizado e capacitação por meio de seminários, ampliando as habilidades dos colaboradores de granjas e profissionais da área, a Suinfair facilita o acesso dos produtores rurais do interior mineiro às mais recentes tecnologias do agronegócio.

Desde equipamentos estruturais até grandes máquinas agrícolas e robôs, os suinocultores têm a chance de conhecer de perto as inovações do mercado e estabelecer contatos diretos com os fabricantes. Isso resulta na concretização de negócios baseados em condições justas, fomentando o crescimento dos produtores e incentivando a presença dos fornecedores na região.

A Suinfair é, portanto, um evento feito sob medida para a suinocultura, representando uma oportunidade única de aprendizado, networking e desenvolvimento para todos os envolvidos nesse importante segmento do agronegócio.

Fonte: Assessoria Suinfair
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Suínos / Peixes

PorkExpo Brasil & Latam 2024 abre inscrições para receber trabalhos científicos do mundo inteiro

Disputa científica tradicional da suinocultura vai distribuir R$ 6 mil em dinheiro e reconhecer as quatro pesquisas mais inovadoras da indústria da carne suína.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Inscrições para envio de trabalhos científicos à PorkExpo Brasil & Latam 2024 estão abertas. Esse é um convite conhecido da suinocultura internacional há mais de duas décadas. Encontro inovador, que debate de ponta a ponta a cadeia produtiva da suinocultura, vai confirmar mais uma vez a tradição de incentivar as pesquisas da indústria mundial da carne suína, com a Mostra de Trabalhos Científicos, que será realizada nos dias 23 e 24 de outubro, no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention, em Foz do Iguaçu (PR).

O evento reúne o 12º Congresso Latino Americano de Suinocultura e o 2º Congresso Nacional Mulheres da Suinocultura, que seguem com as inscrições abertas aqui.

A 12ª edição convida pesquisadores e estudiosos para contribuir com seus conhecimentos e inovações. “Em cada edição da PorkExpo são recebidos ao menos 200 trabalhos”, exalta a CEO da PorkExpo Brasil & Latam 2024, Flávia Roppa

Neste ano, a premiação vai premiar quatro pesquisas científicas, sendo três referencias e um grande vencedor. O total da premiação chega a R$ 6 mil.

Flávia explica que os trabalhos devem abranger temas essenciais à atividade, como produção, sanidade, bem-estar animal, marketing da carne suína, economia, extensão rural, nutrição, reprodução, aproveitamento de resíduos e meio Ambiente, refletindo a amplitude e profundidade tecnológica que o setor apresenta a cada década que passa. “A PorkExpo apoia consistentemente o conhecimento por parte dos pesquisadores, professores, profissionais e estudantes, que buscam inovações para subsidiar a produção de campo, a indústria de processamento e o aumento do consumo da nossa carne pelos consumidores. Um propósito que ratificamos em duas décadas. E esperamos pela participação máxima desses estudiosos, do mundo inteiro”, enfatizou Flávia.

Inscrições

Os trabalhos precisam ser totalmente inéditos e entregues impreterivelmente até o dia 11 de agosto, podendo ser redigidos em Português, Inglês ou Espanhol. “Todos serão submetidos pelo site da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Os inscritos precisam informar o e-mail, telefone para contato e endereço completo de uma pessoa que vai ser a responsável pelo trabalho para futuros contatos com a organização do evento”, informa a CEO da PorkExpo.

Os interessados devem enviar os trabalhos formatados em duas páginas, em papel A4 (21 x 29,7 cm), digitados no Word para Windows, padrão 6.0 ou superior e salvos na extensão .doc, fonte dos textos em Arial, para o endereço: flavia@porkexpo.com.br. “Não serão aceitos trabalhos fora do padrão”, reforça Flávia.

Todas as informações referentes às inscrições e normas de redação podem ser consultadas clicando aqui. Os autores dos trabalhos avaliados pela Comissão Científica serão comunicados da sua aceitação ou não. “Participe e faça a diferença. Não perca a chance de participar desse movimento que define o amanhã da suinocultura. Junte-se aos líderes que estão construindo o futuro da indústria mundial de carnes”, convida Flávia, acrescentando: “Esperamos por sua ideia eficiente e inovadora”.

Fonte: Com informações da assessoria PorkExpo Brasil & Latam
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