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Dividir para multiplicar: a ‘regra’ catarinense da suinocultura verticalizada

Os dados da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS) apontam que em 2016 havia 412 mil matrizes na suinocultura catarinense.

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Fotos: Divulgação

No início dos anos 2000 o sistema de cooperativas a agroindústrias já era bastante desenvolvido em Santa Catarina. A produção de suínos já era destaque nacional, com alta produtividade, status sanitário diferenciado e mão-de-obra qualificada. No entanto, as gigantes do agro perceberam a necessidade de especializar a produção, dividir ela em etapas, usar o que cada produtor sabia fazer de melhor para multiplicar os resultados, ganhar volume e se consolidar como maior produtor de suínos do Brasil. Hoje esse modelo verticalizado abraça 90% dos suinocultores catarinenses, enquanto 10% permanecem no mercado independente.

Os dados da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS) apontam que em 2016 havia 412 mil matrizes na suinocultura catarinense. O número de matrizes aumentou consideravelmente, chegando a 763 mil em 2022, aumento de 85% em apenas seis anos. Apesar disso, em entrevista ao jornal O Presente Rural, o presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi, conta que o número de produtores teve uma queda de 30% somente nesse intervalo de seis anos, o que significa que as propriedades especializadas estão maiores e produzindo mais. Para Losivanio, essa mudança no perfil de produção foi um marco na história da suinocultura catarinense.

Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi: “A mão-de-obra familiar em Santa Catarina é um diferencial. É uma atividade desenvolvida com muita paixão”

Ele explica que o modelo de produção verticalizado, com as etapas de maternidade, creche e terminação feitas em fazendas diferentes, trouxe ganhos, como o profissionalismo do produtor, mais produtividade e qualidade do animal. “Houve uma mudança muito grande na suinocultura catarinense nos últimos anos. Há 10 ou 15 anos atrás tinha muita gente com ciclo completo, mesmo trabalhando para agroindústrias ou cooperativas, que viram a movimentação do mercado para selecionar os produtores em vários ciclos. Elas começaram a selecionam os que tinham melhores resultados em ciclos até a desmama, os que tinham os melhores resultados na creche e também na terminação, fazendo com que aquele que já era bom naquilo se profissionalizasse e ampliasse a produção somente naquele cenário onde tinha o melhor resultado”, explica o presidente. A partir disso, as propriedades rurais que desenvolviam a suinocultura começaram a ficar maiores, para acomodar um maior número de animais. “Hoje são módulos de grandes produções, com fazendas com grandes volumes”.

Para o presidente da ACCS, além da produtividade, a verticalização da produção trouxe uma indiscutível melhora na questão sanitária. “O ambiente sempre com o mesmo tipo de animal, diferente do ciclo completo, gera menor grau de contaminação dentro da propriedade rural, proporcionando uma produção mais saudável e segura. Na suinocultura independente, uma hora você está com um animal de terminação, outra hora pode estar ajudando um parto. É um desafio para a suinocultura independente”, menciona. Além disso, amplia Losivanio, módulos de grandes produções “permitiram uma maior escala de produção, aumentando a competitividade da suinocultura catarinense”, destaca o presidente.

Atualmente, segundo a ACCS, das 763 mil matrizes em produção em Santa Catarina, 467 mil estão em integração, representando 61% do total. Outras 219 mil matrizes estão em cooperativas, o que equivale a 29% da produção. Já dentro do mercado independente, há cerca de 77 mil matrizes, o que significa em torno de 10% da produção.

Mão-de-obra

Um ponto muito importante a ser considerado na formação desse modelo de negócio enraizado a Santa Catarina, para o presidente da ACCS, é a mão-de-obra familiar, que lida muito bem com esse tipo de empreendimento. “A mão-de-obra familiar em Santa Catarina é um diferencial. É uma atividade desenvolvida com muita paixão”, menciona.

Para o presidente da ACCS, apesar da dificuldade em acessar os grãos, já que o Estado não é autossuficiente na produção para atender a demanda da produção de proteína animal, a mão-de-obra foi determinante para manter o Estado na liderança entre os maiores produtores, com 31,56% da produção total brasileira em 2021, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “Se falava muito que a suinocultura iria sair de Santa Catarina pela distância para trazer os grãos e iria para o Centro do país. Foi, temos uma mão-de-obra apaixonada, que produz com uma qualidade diferenciada, além do diferencial sanitário”, menciona.

Futuro

Para o presidente, nos próximos anos há uma tendência de continuidade de propriedades menores, que não conseguem produzir em escala, deixar os modelos de integração para serem absorvidos pelo mercado independente. “Quem não comporta um volume grande de animais não vão mais estar em modelos de cooperativas e agroindústrias, mas sim dentro de um modelo de frigoríficos que não estão no modelo de integração. Vão continuar a atender esses frigoríficos, vão ter espaço, mas têm que se profissionalizar para tirar o máximo de produtividade com o menor custo. O mercado não consegue manter o produtor que é ineficiente”, diz.

Por outro lado, quem investir em escala e profissionalismo vai se manter ou ampliar suas participações. “Precisamos nos adequar ao consumo, produzindo um suíno com melhor genética, nutrição e ambiência. Temos condições de aumentar o volume de animais, batemos recordes de desmamados/fêmea/ano um atrás do outro. Santa Catarina vai continuar nessa trajetória de pujança na suinocultura”, menciona o presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola acesse gratuitamente a edição digital de Suínos. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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