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Discussão técnica sobre pecuária de corte incentiva solidariedade entre os participantes
A programação vai acontecer no auditório da Administração Regional do Sesc Tocantins, que fica na Avenida Teotônio Segurado, Quadra 301 Norte.

Nesta quarta-feira (08), a Embrapa e parceiros promovem evento técnico sobre pecuária de corte cujos valores arrecadados nas inscrições serão revertidos para a obra da construção do Hospital de Amor em Palmas (TO). É uma maneira encontrada pela empresa de, ao mesmo tempo, divulgar informações técnicas a respeito de uma das principais cadeias produtivas do Tocantins e praticar a solidariedade.
O Painel ABC Corte: Mercado Pecuário é prioritariamente voltado a pecuaristas e técnicos da região. No entanto, estudantes e outros públicos interessados em pecuária de corte são bem-vindos. O evento é uma ação do programa ABC Corte, coordenado pela Embrapa, com atuação no Tocantins e em estados vizinhos e que vem colaborando para o aprimoramento da cadeia produtiva da pecuária de corte na região. Pedro Alcântara é zootecnista, atua na transferência de tecnologia da Embrapa e lidera o programa.
Segundo Pedro, o objetivo do evento é demonstrar o engajamento, o comprometimento das pessoas que estão dentro do programa ABC Corte para o desenvolvimento da atividade em Tocantins. “Nossos participantes estão disponíveis para atender o produtor e tentar auxiliá-lo na transformação para uma atividade mais sustentável do ponto financeiro – para produzir com menor custo a pasto -, do ponto de vista da sustentabilidade ambiental e social também”, ressalta.
Ele explica que “o ABC Corte está, desde 2017, gerando indicadores para subsidiar o produtor na sua tomada de decisão quanto a intervenções em áreas de pastagens e adoção de tecnologias na área de produção a pasto. É um pouco disso que vamos levar pros produtores no evento”. Hoje, o programa tem uma rede de técnicos periodicamente capacitados que atuam nas chamadas Unidades de Referência Tecnológica (URTs), propriedades rurais que reservam parte de suas áreas para a implantação e o acompanhamento de tecnologias sustentáveis e específicas para aquelas áreas. Essas URTs servem como espaços para visitas programadas e divulgações para outros produtores rurais da mesma região.
Informação técnica e solidariedade
Mas o ABC Corte pretende ir além de incentivar a adoção de tecnologias sustentáveis na pecuária de corte do Tocantins e de estados vizinhos. Pedro aprova parcerias com instituições que promovem voluntariado e solidariedade: “toda a equipe envolvida nesse programa acha que isso é fundamental. A gente está trabalhando com sustentabilidade social, que está muito relacionado a isso. Já há algum tempo, vínhamos pensando em formas de incrementar esse lado no projeto e a gente vai testar esse modelo com o Hospital de Amor”.
Para Gustavo Ruza, administrador do Hospital de Amor Tocantins, “com certeza essa parceria com a Embrapa é de grande relevância, só vem reforçar a credibilidade do Hospital de Amor perante os setores públicos e privados… pois essa construção do Hospital de Amor do Tocantins irá salvar muitas vidas”. De acordo com ele, “o agronegócio tem sido um grande parceiro do Hospital de Amor e nele se destaca a pecuária, que tem um engajamento muito forte na realização de leilões em todo o estado”.
A ideia, segundo Pedro, coordenador do ABC Corte, é que o programa promova outros eventos na mesma linha de colaboração com instituições com atuação social. No caso do evento do próximo dia 08, há também o simbolismo do Dia Internacional da Mulher: “temos uma participação feminina importante no nosso programa, mas a gente quer ter cada vez mais; quer que as mulheres se sintam bem-vindas, se sintam à vontade, tanto produtoras como técnicas”, finaliza.
O Painel ABC Corte: Mercado Pecuário vai acontecer no auditório da Administração Regional do Sesc Tocantins, que fica na Avenida Teotônio Segurado, Quadra 301 Norte.
Confira a programação do evento:
18h30 às 18h50 – Recepção e entrega de material
18h50 às 19h – Abertura
19h às 19h45 – Expectativas para o mercado do boi gordo e principais desafios do setor, com Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico de pecuária de corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)
19h45 às 20h45 – Perspectivas para o mercado de fertilizantes, com Gabriela Fontanari, especialista em inteligência de mercado da Yara Fertilizantes
20h45 às 21h15 – Programa ABC Corte: promovendo a intensificação sustentável da pecuária, com Leonardo Simões de Barros Moreno, pesquisador da Embrapa
As inscrições custam R$ 50.
Confira mais informações clicando aqui.

Notícias
Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



