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Diretora da RTRS percorre o Brasil e reforça compromisso com soja sustentável
Marina Muscolo visita fazendas certificadas, centros de pesquisa e projetos sociais, fortalecendo parcerias e estratégias para produção responsável e impacto positivo nas comunidades.

A nova diretora executiva da Mesa Global da Soja Responsável (Round Table on Responsible Soy Association – RTRS), Marina Muscolo realizou em outubro sua primeira visita oficial ao Brasil com o objetivo de fortalecer o diálogo com parceiros locais, conhecer de perto a implementação do Padrão RTRS no campo e visitar projetos sociais associados à certificação.
A agenda começou em São Paulo, com uma reunião de trabalho com a Head de Sustentabilidade do Rabobank, Taciano Custódio, com quem conversou sobre o papel do financiamento no fomento à produção de soja sustentável.

Diretora executiva da RTRS, Marina Muscolo: “Estar presente nas fazendas certificadas e nos projetos sociais associados me permitiu conhecer os avanços, trocar experiências e aprender com produtores e parceiros locais”
Em seguida, Marina visitou a sede da Amaggi, em Cuiabá (MT), acompanhada pela Head de Sustentabilidade da empresa, Fabiana Reguero. Na região, teve a oportunidade de conhecer a Fazenda Santa Ernestina, em Sorriso (MT), certificada RTRS, que integra o grupo de certificação gerenciado pelo CAT Sorriso. Durante a visita, também conheceu os projetos sociais liderados pela associação, sob a coordenação de Cristina Delicato, que desenvolvem ações de impacto positivo na comunidade local.
Em Sinop (MT), a diretora da RTRS visitou a Embrapa Agrossilvipastoril, onde conheceu os resultados do principal projeto de pesquisa da unidade. O estudo analisa as diferenças nas emissões de gases ao longo de 14 anos de produção em diferentes sistemas de manejo: agricultura-pecuária, agricultura-floresta, pecuária-floresta e agricultura-pecuária-floresta, além de cada manejo de forma isolada.
A pesquisa considera todas as emissões e o sequestro de gases, tanto das operações agropecuárias quanto do solo, oferecendo uma visão completa do impacto ambiental de cada sistema. “O percurso com a equipe da RTRS foi um encontro produtivo, de integração e troca de experiências. Na oportunidade, visitamos uma fazenda certificada RTRS, conhecemos uma das nascentes recuperadas do Rio Lira, realizamos uma reunião de alinhamento na sede da instituição e encerramos o dia na Embrapa Agrossilvipastoril, um dos principais polos mundiais de pesquisa e inovação em agricultura regenerativa. Foi uma oportunidade para reforçar nosso compromisso com uma produção cada vez mais responsável e sustentável”, conta Cristina Delicato.
Em Brasília (DF), Marina se reuniu com o representante do WWF Brasil, Jean François Timmers, que já fez parte do conselho da RTRS, para discutir estratégias de conservação ambiental e sustentabilidade no contexto da produção responsável de soja. A conversa proporcionou uma visão aprofundada sobre o papel da certificação frente aos desafios de sustentabilidade e ao controle do desmatamento no Brasil.
Matobiba
A visita seguiu para Balsas (MA), onde Marina participou da 32ª Assembleia Geral Ordinária da Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte (Fapcen). O evento reforçou a importância da integração entre pesquisa, parcerias e propósito, destacando o papel da Fundação como referência em inovação, sustentabilidade e desenvolvimento agropecuário no Maranhão e em todo o Corredor Norte. Na ocasião, a Fapcen prestou contas de seus projetos, do Agrobalsas e da certificação RTRS para seus associados.

Marina Muscolo realizou em outubro sua primeira visita oficial ao Brasil com o objetivo de fortalecer o diálogo com parceiros locais
No dia seguinte, Marina partiu para o estado do Piauí, acompanhada da superintendente da Fapcen, Gisela Introvini e sua equipe para visitar a Fazenda Progresso, uma das propriedades certificadas RTRS por meio da Fundação. “A visita da equipe da RTRS, especialmente da sua diretora, foi uma oportunidade para conhecer em detalhes o trabalho da Fapcen na região e como a certificação RTRS tem transformado a realidade das comunidades. Celebramos a realização desse tipo de encontro e reforçamos nosso compromisso em dar visibilidade aos esforços e à dedicação dos produtores”, destaca Gisela Introvini.
Recebida pelo proprietário do Grupo Progresso, Cornélio Sanders e equipe de comunicação e sustentabilidade, Marina percorreu as instalações da fazenda e conheceu um dos maiores projetos sociais em construção, desenvolvidos com recursos da certificação RTRS: o Centro Integrado de Desenvolvimento Humano, localizado em Bertolínia (PI).
O centro é uma iniciativa do Instituto Cultivar Progresso e beneficiará mais de 28 mil pessoas, oferecendo atendimento em saúde e fisioterapia, apoio a crianças com necessidades especiais, terapias ocupacionais e um centro de educação infantil que atende cinco municípios vizinhos. O projeto é financiado com recursos da Fapcen, gerados pelos créditos da certificação RTRS, em conjunto com contribuições do Instituto Cultivar Progresso.
A visita reforça o compromisso da RTRS com a produção responsável de soja. “Estar presente nas fazendas certificadas e nos projetos sociais associados me permitiu conhecer os avanços, trocar experiências e aprender com produtores e parceiros locais, além de fortalecer alianças estratégicas fundamentais para o crescimento de um setor cada vez mais responsável e sustentável”, avalia a diretora executiva da RTRS.

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Programa Coopera Agro Santa Catarina avança e anima setor de aves e suínos
Iniciativa aprovada pela Alesc amplia o acesso ao crédito, estimula investimentos no campo e fortalece a competitividade das cadeias de proteína animal no estado.

A Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) e o Sindicato da indústria de Carnes e Derivados (Sindicarne) comemoram a aprovação na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) do Programa Coopera Agro SC, de autoria do Governo do Estado. A iniciativa prevê a criação de até 10 linhas de crédito, somando R$ 1 bilhão em financiamentos voltados a agricultores vinculados a cooperativas e integradoras, com impacto econômico estimado em R$ 26 bilhões, 40 mil empregos diretos e indiretos, além de benefícios para mais de 120 mil produtores rurais.

Diretor executivo das entidades, Jorge Luiz de Lima, estima crescimento de 3% a 5% em 5 anos.
As entidades que representam o forte setor de proteína animal catarinense destacam que a iniciativa chega em um momento decisivo para ampliar investimentos, garantir competitividade e fortalecer todas as cadeias. O diretor executivo das duas entidades, Jorge Luiz de Lima, reforça que o programa atende demandas históricas do setor ao criar mecanismos reais e sustentáveis de acesso ao crédito.
“Hoje, o setor tem capacidade de ampliação e modernização, mas esbarra na burocracia e limitação de crédito. Com acesso facilitado pelo programa, os produtores de suínos e aves poderão ampliar suas capacidades produtivas e investir em novas tecnologias. Com isso, as agroindústrias também aumentam produtividade e o setor tecnológico acompanha a geração de empregos. Eu chamo essa iniciativa de economia circular, cuja estimativa de crescimento dos setores pode alcançar de 3 a 5% em 5 anos”, avalia Lima.
O dirigente ressalta que ACAV e Sindicarne participaram da construção do Programa e acompanharão de perto a sua efetivação.
Programa
O Programa Coopera Agro SC busca ampliar o acesso ao crédito, fortalecer cooperativas e agroindústrias e impulsionar a competitividade do campo em todas as regiões. Isso porque, as condições de financiamento são diferenciadas, com taxa de juros reduzida, próxima a 9% ao ano, e prazo total de quitação de 10 anos, incluindo dois anos de carência.
A operacionalização financeira será conduzida em parceria entre o Governo do Estado e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), por meio da aquisição de Letras Financeiras com prazo de 10 anos. O programa prevê R$ 200 milhões aportados pelo Estado e R$ 800 milhões pelo setor privado. Como incentivo adicional, o Governo poderá liberar créditos acumulados de ICMS, limitados a até 50% do valor investido.
A coordenação do programa é da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Sape), com apoio da Secretaria de Estado da Fazenda (SEF) e da Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan).
Notícias Da granja à ceia
Defesa sanitária assegura qualidade dos perus de Natal
Fiscalização permanente dos Fiscais Estaduais Agropecuários no Rio Grande do Sul garante sanidade da produção, protege o status exportador do Estado e previne enfermidades como influenza aviária e doença de Newcastle.

A fiscalização da produção de perus é uma das atividades realizadas de forma permanente pelos Fiscais Estaduais Agropecuários. Ao longo de todo o ano, os servidores da categoria fazem vigilância ativa nas granjas do Rio Grande do Sul, o segundo estado que mais exporta carne de peru. A ação tem como objetivo atestar para os países compradores que a produção do Estado é livre de enfermidades como a doença de Newcastle e a influenza aviária.
Os Fiscais Estaduais Agropecuários estão presentes em todo o processo de produção, que se inicia com a certificação das matrizes e incubadoras e o registro das granjas. A categoria atua nas coletas de sangue e outros materiais para controle de enfermidades, no acompanhamento da sanidade dos perus e no atendimento de notificações de doenças com potencial de epidemias ou risco para a saúde pública.
“O consumo de carne de peru no Rio Grande do Sul é mais restrito ao Natal, mas a defesa sanitária das granjas produtoras é uma atividade realizada de maneira contínua. Este trabalho é fundamental pois, devido ao ciclo de produção mais longo, se comparado às galinhas de corte, os perus têm mais risco de exposição à influenza aviária e doença de Newcastle”, explica o presidente da Associação dos Fiscais Agropecuários do RS (Afagro), Giuliano Suzin.
No Rio Grande do Sul, a atividade envolve 209 propriedades – são 194 granjas comerciais de perus e 15 granjas de reprodução de perus, segundo dados da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
Conforme o relatório anual de 2025 da Associação Brasileira de Proteína Animal (APBA), a produção de carne de peru é de 127,36 mil toneladas, sendo que mais da metade (50,38%) é destinada à exportação. Santa Catarina responde por 43,06% (27,6 mil toneladas) das exportações, enquanto o Rio Grande do Sul participa com 35,57% (22,8 mil toneladas) e o Paraná com 21,3% (13,6 mil toneladas). Os principais destinos são México, África do Sul e União Europeia. A maior parte dos embarques (26,22%) é pelo Porto de Rio Grande.
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FPA alerta para insegurança jurídica após voto no STF sobre demarcações
Bancada reconhece avanços na Lei 14.701, mas critica retirada do Marco Temporal e reforça defesa da PEC 48 para dar previsibilidade às demarcações de terras indígenas.

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) acompanha o julgamento, no Supremo Tribunal Federal (STF), da Lei 14.701/2023, que trata do Marco Temporal para a demarcação de terras indígenas no Brasil, e avaliou de forma cautelosa o voto apresentado pelo ministro Gilmar Mendes. Em nota divulgada na tarde desta segunda-feira (15), a bancada reconhece a manutenção de dispositivos considerados relevantes para a segurança jurídica no campo, mas manifesta preocupação com a retirada do trecho que trata diretamente do Marco Temporal.
Entre os pontos considerados positivos pela FPA está a preservação de regras que ampliam a transparência e a previsibilidade dos processos de demarcação, como a obrigatoriedade da gravação de entrevistas, a definição de critérios objetivos para a atuação de peritos e a participação dos produtores rurais nos procedimentos. A bancada também destaca o reconhecimento da validade dos títulos de propriedade nos casos de ampliação de terras indígenas, além da garantia do direito de permanência temporária de ocupantes de boa-fé, evitando retiradas imediatas sem uma solução previamente definida.
Outro aspecto apontado como avanço é a definição de regras para invasões recentes. Conforme o voto, nos casos ocorridos após 15 de dezembro de 2025, a retirada dos invasores deverá ser imediata. Para a FPA, a medida contribui para inibir novas ocupações irregulares e reduzir conflitos no meio rural.
Por outro lado, a Frente Parlamentar avalia que a exclusão do dispositivo que trata diretamente do Marco Temporal compromete a previsibilidade das demarcações. Segundo a bancada, esse critério é fundamental para evitar disputas fundiárias e assegurar segurança jurídica a produtores rurais, comunidades indígenas e ao próprio Estado.
A FPA também critica o prazo de dez anos proposto para a conclusão das demarcações, argumentando que a medida, sem um critério objetivo como o Marco Temporal, não resolve a instabilidade jurídica existente no país.
Diante desse cenário, a bancada informa que seguirá atuando no Congresso Nacional para a conclusão da tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 48/2023, que busca estabelecer o Marco Temporal no texto constitucional, com o objetivo de garantir segurança jurídica para todos os envolvidos.



