Avicultura Mercado de carnes
Diretor do Sindiavipar exalta Brasil como referência global em biosseguridade na avicultura
Investir em biosseguridade e biossegurança continua sendo a melhor estratégia para manter nossos produtos competitivos no mercado global.
O mercado de carnes no Brasil constantemente atravessa períodos de transformações e desafios, impulsionados por fatores econômicos, sociais e ambientais. Em meio a este cenário dinâmico, a avicultura se destaca como um dos setores mais resilientes e promissores do agronegócio brasileiro. Com a crescente demanda por proteína animal e as contínuas inovações tecnológicas, a avicultura brasileira reafirma sua importância no mercado global.
Durante o Congresso de Avicultores e Suinocultores O Presente Rural, realizado de forma híbrida em meados de junho, o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Paulo Sérgio Cândido, tratou sobre o cenário atual do mercado de carnes e as perspectivas para a avicultura. O evento, voltado para os produtores, destacou a importância e os desafios enfrentados pelo setor avícola no País.
Principal produtor e exportador de carne de frango do Brasil, o estado paranaense foi responsável, em 2023, por 34,6% de toda a carne de frango produzida em território nacional, além de representar 41,7% das exportações brasileiras do setor.
Com 17.259 aviários distribuídos por 7.190 propriedades em 320 municípios, a avicultura paranaense além de dominar a produção nacional é também um pilar fundamental da economia local, gerando mais de um milhão de empregos diretos e indiretos. O Valor Bruto da Produção (VBP) do setor avícola no Paraná superou a marca de R$ 30 milhões no último ano, evidenciando sua relevância econômica. “A concentração da produção de aves no estado ocorre predominantemente nas regiões Oeste e Norte, devido a infraestrutura adequada para a atividade. Esse cenário favorece não apenas o crescimento contínuo da produção, mas também a competitividade do estado no mercado internacional de carne de frango”, reforça Paulo.
Segundo o diretor do Sindiavipar, apesar dos desafios econômicos e logísticos, o setor avícola tem um potencial significativo de crescimento, impulsionado pela qualidade e pela eficiência produtiva dos produtores paranaenses.
Grandiosidade da agricultura brasileira e sua relevância na avicultura nacional
Paulo ressalta que não há como discutir as perspectivas da avicultura sem abordar a magnitude da agricultura brasileira. Frequentemente denominado de supermercado do mundo, o Brasil desempenha um papel vital na alimentação global, produzindo alimentos para aproximadamente 900 milhões de pessoas ao redor do planeta. “A cadeia avícola é um dos setores mais prósperos para atender essa demanda”, salienta o profissional, enfatizando: “Hoje a participação do Brasil na alimentação mundial atinge 11%. Com uma área cultivada de 8%, o agronegócio brasileiro tem uma participação expressiva na pauta exportadora do país, que, somente em 2023, correspondeu a 49% do total das vendas externas, gerando um faturamento de US$ 166,55 bilhões”.
O Brasil é protagonista global na exportação de sete alimentos-chave: soja (56%), milho (31%), café (27%), açúcar (44%), suco de laranja (76%), carne bovina (24 %) e carne de frango (33%). Além disso, ocupa a segunda posição na exportação de etanol e algodão. “Esses números destacam a grandiosidade e a eficiência da agricultura brasileira, que é essencial para o abastecimento alimentar global e uma força motriz da economia nacional”, enaltece Paulo.
Evolução da produção de grãos no Brasil
A produção de grãos brasileira tem mostrado um crescimento expressivo ao longo das últimas décadas. Em 1977, o país produzia 47 milhões de toneladas de grãos, saltando para 312 milhões de toneladas em 2022, demonstrando a vultuosa capacidade produtiva brasileira. O Mato Grosso lidera a geração de Valor Bruto da Produção agropecuária, representando 15,8% do faturamento nacional. São Paulo responde por 12,40% e o Paraná por 12,27%, fechando o ranking dos três principais estados produtores.
Para termos uma noção do que a avicultura representa no agro, Paulo menciona que ao somar as commodities milho, soja e frango totaliza 68,8% do Valor Bruto de Produção agropecuária do Paraná. “Não existe frango sem falar de milho e soja”, reafirma Paulo, ressaltando a interdependência entre esses setores.
Produção e exportação de frango
A produção de frango no Brasil subiu 6% em 2023 em relação a 2022, com o Paraná sendo responsável por 34,6% da produção brasileira.
O peso médio do frango brasileiro é de 2,21 quilos em estabelecimentos inspecionados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF). Em todo país, 91,4% da produção brasileira tem SIF, o que garante qualidade e segurança do produto que chega à mesa do consumidor. “Ao compararmos todos os estados que possuem estabelecimentos inspecionados pelo Serviço de Inspeção Federal, o Paraná tem 99,88% da produção com SIF”, destaca Paulo, orgulhoso.
Se o Paraná fosse um país, seria o sexto maior produtor mundial de frango e o terceiro maior exportador. O estado produziu mais de 2 milhões de toneladas de carne de frango em 2023, exportando para mais de 150 mercados. “Do total produzido no Paraná, 43,57% é destinado ao mercado externo, enquanto 56,43% é consumido internamente. Este equilíbrio reflete a robustez do mercado interno e a competitividade do Brasil no mercado global de carne de frango”, evidencia Paulo.
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de carne de frango, com 14,8 milhões de toneladas produzidas em 2023, representando 14% da produção global. É também o maior exportador mundial, com 5,1 milhões de toneladas exportadas no ano passado, o que equivale a 37,9% das exportações globais. Este setor gera mais de 4 milhões de empregos no país.
Cotações e perspectivas do mercado de frango
A média diária de cotação do frango inteiro congelado na região Oeste do Paraná, medida em Toledo, ficou estável no primeiro semestre de 2023, em R$ 8,93/Kg. Em outras regiões do Brasil, os preços variam: em São Paulo, o preço médio é de R$ 6,74/Kg, no Rio Grande do Sul, R$ 10,91/Kg, em Santa Catarina, R$ 9,54 /Kg, e para exportação, R$ 8,76/Kg.
Para o frango resfriado, a média diária de cotação apresentou variações, com o preço do quilo no Rio Grande do Sul de R$ 10,91, enquanto em São Paulo está em R$ 7,36. No Paraná, o valor segue estável, em R$ 9,18/Kg.
Em maio, os preços dos cortes de frango no mercado atacadista de São Paulo eram: coxa de frango a R$ 9,89/Kg, frango resfriado a R$ 7,77/Kg, peito sem osso a R$ 18,35/Kg, e sobrecoxa a R$ 10,09/Kg.
De acordo com Paulo, a cotação do dólar é um fator chave para estabilizar a produção nacional. Em 2023, o Brasil exportou mais frango do que em 2022, mas arrecadou menos. “A cotação do dólar influencia diretamente as negociações com compradores internacionais, que buscam sempre adquirir o produto brasileiro a preços mais baixos e em maiores volumes. Além disso, a taxa mensal de juros, que vem caindo recentemente, também impacta os investimentos no setor, sendo um fator de grande interesse para os produtores”, expõe.
Em 2023, a produção global de carne de frango foi de 102.389 milhões de toneladas, com as exportações mundiais totalizando 13.559 milhões de toneladas. Os Estados Unidos lideram a produção, enquanto o Brasil é o maior exportador mundial. “Se comparássemos a produção do Paraná com a produção global, o estado ocuparia o sexto lugar, com 4,7% da produção mundial. No cenário global de exportação, o Paraná ficaria atrás apenas do Brasil e dos Estados Unidos”, aponta Paulo.
O Brasil tem ampliado sua presença no mercado global, com a abertura recente de novos mercados para a avicultura brasileira na Polinésia Francesa, Vanuatu, Israel, Argélia, Taiwan e Chile. Além disso, houve expansões de mercado para México, Chile, Reino Unido, Cuba e Singapura.
Cenário positivo
A tendência global para a avicultura é positiva, avalia Paulo, com mercados ainda a serem explorados. “O Brasil tem se destacado pela capacidade de atender à crescente demanda global por proteína animal. A carne de frango é um produto de custo relativamente baixo, saudável e conveniente. Ela é versátil na culinária, de preparo rápido, fácil armazenamento e acessível”, constatou o diretor do Sindiavipar.
Brasil dá exemplo em defesa sanitária animal
Em 2023, as agências de defesa agropecuária do país realizaram diversas ações preventivas, de vigilância e monitoramento para mitigar os riscos da entrada da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) na avicultura comercial brasileira, dando exemplo e sendo referência em defesa sanitária animal ao mundo. “Precisamos estar sempre vigilantes, não podemos relaxar. Cada um de nós deve trabalhar na proteção do nosso plantel para garantir a continuidade da produção de alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e acessível para o mundo”, enfatizou Paulo, chamando a responsabilidade para todos os elos da cadeia produtiva, ressaltando que a doença é uma ameaça constante, exigindo atenção permanente.
O profissional reforça ainda a importância de o setor alinhar ações com a legislação sanitária, pois o IAAP é um desafio constante para o comércio global. “Investir em biosseguridade e biossegurança continua sendo a melhor estratégia para manter nossos produtos competitivos no mercado global”, salienta.
A colaboração entre produtores, empresas, municípios e estados é essencial para manter os mercados abertos. “O principal ativo da cadeia alimentar da avicultura são as pessoas. Desde a produção até o consumo, as pessoas são fundamentais. Embora a automação de processos e a inteligência artificial sejam avanços tecnológicos importantes, que continuarão a influenciar a produção de alimentos e outros setores, elas nunca substituirão o papel das pessoas. O sentimento, a dedicação à atividade, a paixão pelo trabalho bem feito e o carinho com os animais jamais serão substituídos”, ressalta Paulo.
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Avicultura
A ascensão da Lar sob a liderança de Irineo da Costa Rodrigues
Presidente da Lar Cooperativa compartilha os detalhes de sua jornada pessoal e profissional, destacando como sua vida se entrelaça com a história e os ideais da cooperativa.
No movimento cooperativista é possível encontrar histórias de dedicação, visão e colaboração. Uma delas a Voz do Cooperativismo encontrou em Medianeira, PR, na conversa com Irineo da Costa Rodrigues, presidente da Lar Cooperativa, que compartilha os detalhes de sua jornada pessoal e profissional, destacando como sua vida se entrelaça com a história e os ideais da cooperativa. Confira os principais trechos.
O Presente Rural – Fale um pouco sobre sua história dentro do cooperativismo e na Lar. Como essas duas histórias se unem?
Irineo da Costa Rodrigues – A Cooperativa Lar foi criada nos anos 1960, quando houve uma migração de pessoas do Sul do país para onde hoje é o município de Missal. A Igreja Católica inclusive, através de uma encíclica do Papa João XXIII, que dizia que as pequenas economias deviam se juntar ou em cooperativas. Cinco dioceses na época foram até o governador Moisés Lupion pedir uma ajuda à Igreja. O governador doou para essas cinco dioceses cinco mil alqueires, ou seja, mil alqueires a cada. Assim, vieram agricultores do sul da região das Missões, de origem alemã e católicos pequenos agricultores.
Na medida em que eles vinham, compravam uma colônia de terra que é dez alqueires e a igreja separava um valor para formar uma cooperativa. E assim nasceu a Cooperativa Lar, que foi fundada no dia 19 de março de 1964. No dia 19 de março de 2024 a Lar completou 60 anos.
Eu sou da região da campanha do Rio Grande do Sul. Minha cidade natal é Canguçu, meu pai era pequeno produtor. Produzia leite, batata, cebola, pêssego e na época ele se associou à cooperativa de leite. Infelizmente ela descontinuou por má gestão e então eu sempre convivi com meu pai falando em cooperativa.
Depois fui estudar sete anos no Colégio Agrícola Visconde da Graça, em Pelotas, RS, e lá nós tínhamos uma cooperativa escolar. Então, de novo falando em cooperativa e estudando um pouco. Quando vim para a agronomia, me formei em 1973, em Pelotas, também na grade curricular tinha matérias voltadas ao cooperativismo.
No comecinho de 1974 me formei engenheiro agrônomo. Eu queria ser produtor rural. Pensei “vou no rumo do Centro-Oeste, no Mato Grosso”, mas o Mato Grosso ainda não tinha a agricultura. Entrei na Emater do Paraná, trabalhei sete anos. Quando saí da Emater, a Sudcoop, que hoje é a Frimesa, entrou em dificuldade e vim ser presidente dessa cooperativa e fiquei até o ano de 1983. Em 1984 e 1986 vim para a Cotrefal (Lar) como diretor-secretário e fiquei um pouco frustrado porque a cooperativa não andava. Então me afastei e, quando voltei, em 1990 por nove anos acumulei a Presidência da Sicredi e até hoje da atual Lar.
O Presente Rural – Quando a Lar decidiu diversificar e industrializar sua produção?
Irineo da Costa Rodrigues – Eu só assumi a Presidência da atual Lar com essa ideia de que tinha que fazer duas coisas: trazer mais eficiência na agricultura e agregar valor, porque pequenas propriedades não se viabilizam só com grãos e nós já tínhamos através da Frimesa um pouco de suinocultura e leite. Primeiro passo foi aumentar a suinocultura, aumentar a produção de leite, buscar mais produtividade. Na época, criamos os chamados programas de eficácia. Aí nós entramos com a cultura da mandioca e de hortigranjeiros, mas mirando frango. Até que foi possível, quatro anos depois, pois estávamos com um estudo pronto para entrar na avicultura, no dia 09/09/1999, ou seja, em menos de uma década a Lar já estava agregando valor, diversificada e mais industrializada.
O Presente Rural – A Lar é destaque tanto em número de colaboradores como associados. Ao que o senhor atribui esse desempenho todo?
Irineo da Costa Rodrigues – Cresceu o número de associados porque mais agricultores passaram a confiar na gestão. Não tínhamos médios e muito menos grandes produtores associados à cooperativa. Passaram a se associar e depois aumentou o quadro de associados quando a Lar foi para o Mato Grosso do Sul, claro, tínhamos associados lá, mas muitos sul-mato-grossenses se associaram à Lar. Como também quando fomos para o norte do Paraná, para expansão da avicultura. O nosso quadro de associados está caminhando para chegar a 14 mil. Por termos uma avicultura muito intensa, a Lar se tornou em 24 anos a terceira maior empresa de abate de frango do país, a quarta maior da América Latina. A avicultura é muito intensa em ocupação de mão de obra. Nossa avicultura, hoje, precisa de 21 mil funcionários. Então, dos 24 mil funcionários, 21 mil estão na avicultura.
O Presente Rural – Como o senhor avalia o cooperativismo no ramo agropecuário?
Irineu da Costa Rodrigues – Ele é extremamente necessário. Penso que ele vai se expandir. Claro que, vez ou outra, alguma cooperativa não tem sucesso, mas isso se deve a alguns fatores. Uma cooperativa vai bem quando ela preenche uma necessidade do agricultor. Se a cooperativa preenche essa necessidade é meio caminho andado. Segundo, tem que ter uma gestão boa. E, às vezes, as cooperativas se perdem um pouco com a vontade de querer ajudar o associado, exagera na ajuda, ou também por falta de conhecimento, não são felizes nas decisões tomadas na área comercial, industrial. A cooperativa tem que preencher o interesse do associado e tem que ter uma boa gestão.
E outra palavra que não é mágica, mas é importante, é confiança. A cooperativa tem que gerar confiança. Com esses três alicerces uma cooperativa vai bem, ela cada vez mais encanta seu associado, cada vez se expande mais. Claro que isso não é unanimidade, até porque não dá para uma diretoria de cooperativa atender tudo que o associado quer, pois têm alguns que exageram no pedido. O cooperativismo está sendo cada vez mais importante para o país. Cada vez mais está participando mais da produção, como no estado do Paraná, onde mais de 50% da produção do estado passa por cooperativas.
O Presente Rural – Hoje a cooperativa trabalha em diversas áreas do agronegócio. Poderia traçar um panorama dessas áreas?
Irineu da Costa Rodrigues – A Lar tem um foco. Isso foi definido há duas décadas, quando nós passamos a diversificar muito e poucos associados tinham o interesse por aquelas atividades. O foco da Lar é o que a nossa região faz, foco em grãos, em carnes e insumos. Temos logística, temos transporte, serviços. Criamos a cooperativa de crédito, a Lar Credi para focarmos no agricultor.
O Presente Rural – A avicultura teve uma expansão expressiva nos últimos anos. Até onde a Lar pretende chegar?
Irineu da Costa Rodrigues – De certa forma, a Lar chegou onde queria chegar. Nós precisávamos aumentar a nossa avicultura, porque é uma atividade que tem que crescer para diluir custo. Nós tivemos essa percepção. Nos ressentíamos de ter uma planta para o mercado interno, então, adquirimos a Granjeiro, em Rolândia. Conversávamos muito com a Copagril sobre a necessidade que eles tinham de aumentar, porque com o abate pequeno não era sustentável. A Lar precisou ser ousada, ter coragem para assumir uma atividade que tinha valor alto e deu certo. No primeiro dia útil de três anos atrás, a Lar já estava abatendo frango em Marechal Cândido Rondon. Acreditamos que a Lar é reconhecida, está fazendo um bom trabalho.
O Presente Rural – Quais os principais desafios que a Lar sente hoje?
Irineu da Costa Rodrigues – Nossa preocupação é a queda no preço dos grãos, pois produzimos ainda com custos altos. E, claro, estamos muito preocupados com essas questões de logística que não melhoram nunca. As estradas já deveriam estar todas duplicados, elas são deficientes. Nos preocupa também energia elétrica, que não é adequada ao nível de consumo que temos hoje. A toda hora cai energia, morre frango. Nós não temos conectividade, não temos sinais bons aqui para as máquinas modernas que temos. Em alguns lugares há problemas de água e estradas vicinais. Segurança jurídica e marco temporal, por exemplo. Há indígenas que vêm do Paraguai, que são massa de manobra, criar tensão na região. Como, de certa forma, o MST, que na nossa região está tranquilo, mas a toda hora a gente vê alguém incentivando os movimentos sociais (a invasões).
O Presente Rural – Quais são as oportunidades emergentes que a Lar observa para o agronegócio brasileiro?
Irineu da Costa Rodrigues – As oportunidades são muito grandes, porque nós temos território, nós temos terra, nós temos know how, nós temos clima. E quando falo em know how é porque temos pessoas que sabem fazer agricultura. Os outros países também têm esse potencial, mas não têm a tecnologia, não tem know how como o nosso agricultor sabe fazer. Então, por isso, o Brasil seguramente vai, cada vez mais, ter uma produção maior. Mas claro, outros países começam a criar barreiras, barreiras tarifárias, sanitárias. Precisamos ter um governo que faça o trabalho contraponto, que divulgue mais como trabalhamos. Nós temos uma narrativa muito ruim no Brasil, inclusive brasileiros estão falando que a nossa produção não é saudável, que agride o meio ambiente, que tem trabalho escravo. Brasileiros fazendo jogo de interesses fora do país. Nós temos que sair na frente com uma nova narrativa, falar qual agricultura nós fazemos e chamar os clientes, mostrar para eles. Já ocorreu de clientes da Lar que vieram do exterior ficarem surpresos ao verem árvores na beira das estradas e rios, pois se fala que no Brasil não há mais mata. Essa narrativa precisa ser construída para que sejamos melhores vistos lá fora.
O Presente Rural – Na sua visão, o que é o agronegócio do futuro e como o cooperativismo se encaixa nele?
Irineu da Costa Rodrigues – O agronegócio é uma necessidade. Nós vamos ter nove bilhões de pessoas, então é um incremento de mais de 1 bilhão de pessoas que precisam se alimentar e têm muitas regiões do mundo em que as pessoas passam fome. Estamos numa atividade essencial, diria até mais essencial que a saúde, porque não tendo alimentação, não tem como ter saúde.
Isso tem uma perspectiva muito grande para o nosso país. Cada vez mais a gente observa que quem tem tecnologia para o agro vem para o Brasil. O país vai atrair muitos investidores porque ele tem uma condição espetacular para produzir muito mais. E nós temos que ter a sabedoria de aproveitarmos essas oportunidades. E sim, penso que as cooperativas estão fazendo isso. A Lar não cresceu nos últimos anos à toa, ela buscou crescer, ela se preparou, ela tem na educação e na inovação pilares importantes.
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Avicultura
Lar celebra 25 anos de sucesso na avicultura
Cooperativa é a terceira maior empresa de abate de aves no Brasil e a quarta na América Latina. No Paraná, a participação representa 14,8% do abate total de aves no estado e 15,35% das exportações paranaenses de carne de frango. Dos 23.500 funcionários que fazem da Lar a cooperativa singular que mais emprega no Brasil, 19.000 estão diretamente envolvidos na avicultura.
A avicultura da Lar Cooperativa Agroindustrial completou, na última segunda-feira (09), 25 anos de uma trajetória marcada por inovação, crescimento sustentável e compromisso com a qualidade. Para celebrar a data foi organizado uma série de ações que incluem eventos comemorativos, lançamento de campanha promocional, inaugurações de novas estruturas, livro de receitas, premiações, entre outros atos inclusos em uma programação organizada para valorizar as pessoas que contribuíram com esse sucesso.
“A avicultura da Lar nasceu como alternativa para garantir a rentabilidade entre as pequenas propriedades, atuando como fonte de renda adicional para as famílias. Começamos com um abate inicial de 40 mil aves por dia e hoje superamos a marca de mais de 1 milhão de frangos abatidos diariamente, um crescimento que nos surpreendeu muito, considerando que estamos na atividade há apenas 25 anos e já nos tornamos a terceira maior empresa de abate de frangos do país, então temos muitos motivos para nos orgulhar e celebrar”, citou o diretor-presidente da Lar, Irineo da Costa Rodrigues.
Eventos comemorativos
A programação iniciou no último domingo (08), com evento em Foz do Iguaçu (PR), voltado exclusivamente para parceiros de negócios do Brasil e do mundo. Um momento reservado para fortalecer relações comerciais, agradecer a cooperação de todos e celebrar as principais conquistas da avicultura da Lar Cooperativa, que se desenvolveu com visão estratégica, sem perder a essência cooperativista que motivou seu início, uma visão ressaltada e compartilhada por todos os convidados presentes.
Na oportunidade, clientes e fornecedores nacionais e internacionais entregaram homenagens ao time de lideranças da Cooperativa, em reconhecimento aos anos de trabalho dedicados e aos resultados alcançados que marcaram os 25 anos de avicultura da Lar.
Na segunda-feira, 9 de setembro, a programação continuou com uma grande celebração festiva para 1.800 convidados, no Lar Centro de Eventos, em Medianeira (PR). Entre o público, destaca-se a presença de lideranças políticas nacionais, estaduais e municipais, bem como, presidentes de entidades e associações, parceiros comerciais, fornecedores, clientes nacionais e internacionais, profissionais de imprensa, funcionários e a família associada.
O evento evidenciou não apenas o sucesso de um empreendimento, mas também a força da cooperação, onde na união de esforços somada a uma visão estratégica, transformaram a Lar Cooperativa referência no setor. Um legado conectado fortemente com a vida das pessoas por meio da revitalização econômica e social de toda uma região. “A avicultura tem contribuído fortemente para o desenvolvimento da nossa região, com geração de renda para associados e funcionários, além de oportunizar o surgimento de novas empresas para atender as necessidades do setor. Em muitas cidades, é a atividade que mais emprega e gera receita ao poder público. Tudo isso só fortalece nossa trajetória”, evidenciou Irineo da Costa Rodrigues.
Para reforçar essa mensagem, foi lançado oficialmente o vídeo alusivo aos 25 anos da avicultura da Lar. Uma produção que reúne imagens históricas e atuais, além de depoimentos de importantes personagens, para contar a trajetória da atividade e seu impacto transformador na qualidade de vida das pessoas. Uma narrativa que nos ajuda a compreender a relevância do setor avícola da Cooperativa no Brasil e no mundo, com um retrato de uma avicultura moderna, inovadora e sustentável.
O superintendente de Suprimentos e Alimentos da Lar, Jair Meyer ressaltou o modelo de negócio da avicultura da Cooperativa. “Tenho a missão de reafirmar o nosso compromisso com o padrão de qualidade dos nossos produtos e do serviço prestado, que envolve segurança e o respeito em negócios, inovação para atender as novas exigências e necessidades de diversos clientes e mercados que atuamos, sustentabilidade da cadeia produtiva com rastreabilidade da produção e atendimento aos clientes com empatia e respostas rápidas. Tudo isso fez e faz a avicultura da Lar alcançar o patamar que alcançou.”
Panorama da avicultura
O evento incluiu ainda uma palestra com o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santin. O convidado apresentou ao público um panorama da avicultura nacional e internacional, incluindo desafios e oportunidades do mercado, além de destacar a relevância da pecuária brasileira na missão de alimentar o mundo. Santin também defendeu que não pode haver fronteiras na produção e comercialização de alimentos e que todos devem trabalhar para um mundo sem fome.
A palestra foi uma oportunidade de reafirmar o compromisso da ABPA em abrir caminhos e ampliando mercados para a produção pecuária. Sua fala também foi marcada por homenagens aos 25 anos da avicultura da Lar Cooperativa, na qual foi testemunha de parte da evolução durante 15 anos dedicados na ABPA.
Propósito
Durante o evento, o diretor-presidente da Lar, Irineo da Costa Rodrigues, anunciou o propósito da Cooperativa: “Cooperar para melhorar a vida das pessoas”. Resultado de um processo de construção interna com as principais lideranças, esse propósito reflete a própria essência que move a Lar desde sua fundação até os dias atuais, sendo também um compromisso fundamental em todas as ações futuras.
Esta foi a primeira vez que o propósito da Cooperativa é apresentado oficialmente em um evento aberto. Alinhado com os valores do cooperativismo, ele gera motivação e engajamento, unindo a família associada, funcionários e todos aqueles que se conectam com a cooperativa em uma só direção.
Inaugurações
O evento também foi marcado pela inauguração do Complexo Industrial Bom Jesus. Localizado às margens da BR-277, entre Medianeira e São Miguel do Iguaçu, na região Oeste do Paraná, o local abriga, em 266.200 m², uma unidade operacional para recebimento e beneficiamento de grãos e duas indústrias de rações voltadas exclusivamente para a avicultura. O investimento totaliza quase R$ 500 milhões e conta com tudo que existe de mais moderno para assegurar a qualidade em todo o processo produtivo.
Somando todas as instalações do Complexo Industrial Bom Jesus, o local é responsável por gerar quase 300 empregos diretos e outras centenas indiretos, contribuindo para a economia regional. A cerimônia de inauguração foi realizada durante o evento, diretamente do Lar Centro de Eventos, em Medianeira (PR), na presença de todos os convidados. O momento simboliza um novo marco na história da avicultura da Cooperativa, sendo a garantia de um futuro próspero.
Premiação Destaques da Avicultura 2023
A Lar Cooperativa premiou os produtores de aves com os melhores índices zootécnicos do ano De forma especial, a Lar Cooperativa premiou os produtores de aves com os melhores índices zootécnicos do ano de 2023. A premiação reconhece a excelência e o compromisso dos avicultores com a qualidade e a produtividade, além de homenagear uma das principais peças fundamentais da atividade: as famílias integradas que compõe a avicultura da Cooperativa.
Para elencar os vencedores, foram analisados e somados dados de produtores que concluíram cinco ou mais lotes em 2023 na categoria “Melhor Produtor de Frango de Corte”, e os melhores lotes fechados em 2023 para a categoria “Melhor Produtor de Ovos Férteis”, que se divide ainda entre as genéticas da marca Cobb e Ross.
O produtor Manoel Aparecido Baeza, de Londrina (PR), ficou com o primeiro lugar na categoria “Melhor Produtor de Frango de Corte”. Ele alcançou a melhor média do IEP (Índice de Eficiência de Produção) ao registrar 457 no resultado final da avaliação. Já a segunda posição saiu para o avicultor de Mauá da Serra (PR), Celso Kiyoji Takeda, que registrou média de 453 no IEP. O terceiro lugar ficou com Aira Titu’s Xavier Fortuna, de Apucarana (PR) que obteve média de 450 no IEP. Confira a lista completa no site www.lar.ind.br
Na categoria “Melhor Produtor de Ovos Férteis”, Ana Zottis foi premiada na genética da marca Cobb com índice de eclosão de 179,14 ovo/ave. Já na genética da marca Ross, Renato Luiz Burgel obteve o melhor o resultado com 189,15 ovo/ave. Todas as premiações foram entregues no palco do Lar Centro de Eventos, onde os premiados foram calorosamente aplaudidos em reconhecimento ao excelente trabalho.
Embaixador da marca e nova campanha publicitária
Para dar sequência as celebrações, o artista e embaixador da marca Lar, Michel Teló animou o público com um show especial integrando as comemorações dos 25 anos de avicultura da Lar Cooperativa. O cantor também foi responsável por conduzir os parabéns e as homenagens, onde também deixou seu relato agradecendo a parceria que existe com laços fortes desde 2021.
Por fazer parte dos materiais publicitários da Lar Cooperativa, foi durante seu show em que foi anunciado também a nova campanha da linha de produtos Lar Foods: “Se é frango, é Lar”, que conta com um novo jingle que destaca a qualidade, praticidade e variedade dos produtos Lar, presente no Brasil e no mundo. A música é cantada por Michel Teló e tem a participação de Thaís Fersoza e familiares.
Outros materiais publicitários também foram produzidos para divulgação em diversos meios de comunicação, incluindo rádio, TV, internet, revistas e jornais. A nova estratégia visa contribuir para o fortalecimento da marca no mercado nacional, com a divulgação de uma ampla linha de produtos para todos os públicos.
Sobre 25 anos da avicultura da Lar Cooperativa
Ao completar 25 anos, a avicultura da Lar Cooperativa Agroindustrial demonstra sua capacidade de inovar, crescer e se adaptar às constantes mudanças do mercado. Um projeto que nasceu para atender as necessidades das famílias associadas ao proporcionar a viabilização econômica de pequenas propriedades e a superação de desafios que marcaram a década de 90. A diversificação da produção, com a implantação da produção avícola, foi uma das decisões mais assertivas assumindo o papel transformador na comunidade.
Após muito estudo e análises estratégicas, o projeto de avicultura inicia em 1995 culminando no primeiro abate de frangos em 9 de setembro de 1999, na Unidade Industrial de Aves, em Matelândia (PR). Esse marco simbolizou uma nova era para a Cooperativa, consolidando a verticalização da produção e agregando valor às atividades, especialmente na pecuária de frangos.
A avicultura transformou-se rapidamente em uma âncora econômica. As cidades cresceram, novos comércios surgiram, e a qualidade de vida melhorou substancialmente. Em 25 anos, foi possível presenciar o fortalecimento da marca Lar em um mercado altamente competitivo e exigente. Hoje, a linha de produtos Lar é reconhecida em mais de 90 países, resultado de um esforço contínuo de inovação e aprimoramento de processos, que inicia no campo com alto padrão de qualidade e segue para a indústria até chegar na mesa de milhares de famílias.
A força do cooperativismo se reflete nos números: A Lar Cooperativa é a terceira maior empresa de abate de aves no Brasil e a quarta na América Latina. No Paraná, a participação representa 14,8% do abate total de aves no estado e 15,35% das exportações paranaenses de carne de frango. Dos 23.500 funcionários que fazem da Lar a cooperativa singular que mais emprega no Brasil, 19.000 estão diretamente envolvidos na avicultura.
A aquisição de plantas frigoríficas em Cascavel, Rolândia e Marechal Cândido Rondon, além de parcerias estratégicas, elevou a capacidade de abate da Lar para 1.100.000 aves por dia. Uma demanda atendida por 2.815 aviários gerenciados por 1.350 integrados atendidos por um time de 80 médicos veterinários e outras especializações em 81 municípios no estado do Paraná. A avicultura da Lar gera empregos e renda para milhares de famílias, contribuindo mensalmente com mais de R$ 40 milhões que circulam na economia local por meio de pagamentos aos produtores.
Outro fator de destaque é a produção própria de pintainhos. A Unidade de Recria de Aves da La Cooperativa tem capacidade para recriar 2,5 milhões de matrizes anualmente, todas de alto potencial genético. Essa operação se dá em 17 núcleos de recria, que empregam tecnologia e controle ambiental, localizados em áreas estratégicas que garantem um elevado padrão de biosseguridade.
Na produção de ovos férteis, a Lar conta com 13 núcleos próprios e 25 núcleos em unidades integradas, totalizando uma capacidade de produção de 440 milhões de ovos férteis por ano. Com a recente ampliação dos incubatórios, a capacidade foi elevada para 36 milhões de ovos mensais, contando inclusive com o maior e mais moderno incubatório das Américas, localizado em Itaipulândia (PR), onde sozinho é capaz de incubar 20,1 milhões de ovos ao mês.
A segurança alimentar das aves é garantida por sete indústrias de rações distribuídas em cinco municípios, todas equipadas com alta tecnologia, capazes de produzir 267 mil toneladas de ração peletizada por mês. A distribuição é feita por uma frota de 165 caminhões próprios, que atendem a mais de 20 mil pedidos de ração a cada mês. Um trabalho possível graças ao eficiente sistema logístico da Cooperativa, com veículos dedicados ao transporte de pintainhos, ovos férteis, ração e frangos.
Com um olhar para o futuro, a avicultura da Lar Cooperativa continua investindo em inovação, sustentabilidade e no desenvolvimento de seus funcionários e associados. Os próximos anos prometem ser ainda mais desafiadores, mas ao mesmo tempo promissores e a Lar Cooperativa está preparada com estratégia e visão empreendedora para atender às demandas de um mercado em constante evolução.
Avicultura
Conbrasfran 2024 reúne especialistas para discutir segurança do alimento em plantas de abate
Evento realizado pela Asgav agrega líderes de todos os elos da cadeia de frango de corte de 25 a 27 de novembro.
A Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran), vai reunir especialistas da BRF, da Vibra, do Ministério da Agricultura e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para debater a segurança do alimento e estratégias para reduzir riscos e falhas no abate de aves durante o Painel Superando desafios e garantindo a segurança dos alimentos.
O evento, realizado pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha, vai reunir cerca de 300 participantes, líderes de todos os elos da cadeia produtiva de frango de corte. Este painel vai acontecer no dia 26 de novembro, a partir das 08h45, com a abertura da diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa/SDA) do Mapa, Juliana Satie, que vai apresentar Atualizações sobre modernização do sistema de inspeção federal de abatedouros de aves.
Em seguida, a professora da UFRGS Liris Kindlein vai debater O papel do médico veterinário no sistema de inspeção com base em risco. Logo depois, o diretor de Assuntos Regulatórios da BRF, José Roberto Gonçalves, vai ministrar a palestra Superando desafios: Estratégias para reduzir falhas no abate e no processamento. A coordenação dos debates será da supervisora de Controle de Qualidade da Vibra, Mirele Bragato.
O Painel Superando desafios e garantindo a segurança dos alimentos faz parte da programação do 5º Encontro de Qualidade Industrial na Avicultura – Frigoríficos, promovido pela Asgav.
Para mais informações ou para se inscrever na Conbrasfran 2024 entre em contato pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228-8844 ou do WhatsApp (51) 98600-9684.