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Suínos / Peixes Nutrição

Diminuição do consumo voluntário de ração: efeitos, causas e ações corretivas

Em casos de ingestão voluntária reduzida de alimentos, é importante revisar todos os fatores para fazer um diagnóstico preciso e tomar as ações corretivas apropriadas

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 Artigo escrito por Vladimir Borges, gerente Técnico Comercial da Biomin

A diminuição do consumo voluntário de alimento impacta diretamente na lucratividade da atividade produtora de proteína animal e pode ter muitas causas envolvidas. Entre os reflexos do baixo consumo de ração pelos animais, tem-se uma queda de um importante índice de acompanhamento da performance dos animais que é o ganho de peso diário (GPD), que terá como consequência a necessidade de mais dias nas instalações para chegar ao peso esperado e ir para o abate. Caso não seja possível deixar os animais por mais tempo na instalação, esses serão enviados ao frigorífico com baixo peso e por consequência uma menor renda pela venda dos animais.

Este artigo lista os vários fatores que podem influenciar o consumo de ração em suínos e suas ações corretivas. Entre os fatores que podem interferir na redução do consumo de alimento pelos animais estão os fatores ambientais, os nutricionais e os relacionados ao status da saúde dos animais.

O estresse térmico causado pela temperatura ambiente acima do conforto térmico dos animais influencia negativamente o apetite e essa queda no consumo de ração pode ser mais ou menos intensa devido a outros fatores relacionados ao alimento e ambiente. Por outro lado, temperaturas abaixo da recomendável também afetam o consumo de ração, principalmente nos leitões após o desmame, que muitas vezes ficam amontoados tentando se aquecer e não se alimentam adequadamente.

A quantidade elevada de gases tóxicos nas instalações, tais como o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e a amônia (NH3) e também a poeira diminuem consumo de alimento.

A densidade de animais também interfere no consumo de alimento, uma vez que quando se tem uma quantidade excessiva de animais por área, acarreta uma maior disputa pelos comedouros e, caso a disponibilidade de espaço no comedouro for insuficiente para o tamanho do grupo, pode afetar o consumo de alimento.

Alguns fatores nutricionais podem impactar diretamente o consumo de ração pelos animais, tanto pela deficiência ou pelo desequilíbrio dos nutrientes. Entre os fatores que impactam tem-se:

  • Palatabilidade da ração influenciada pela presença ou proporção de inclusão de alimentos com fatores antinutricionais e/ou sabor desagrável ao suínos;
  • Qualidade da gordura utilizada na dieta que deve ser avaliada através do nível de peroxidos e ácidos graxos livres;
  • Níveis de energia na dieta têm um impacto significativo no consumo de ração. Os suínos ajustam a ingestão de alimento pelo nível de energia;
  • Nível de triptofano regula a secreção de serotonina que influencia o consumo de alimento. Quando existe uma relação baixa de triptofano com outros aminoácidos, observa-se uma queda no consumo de alimento;
  • A deficiência de alguns nutrientes como sódio (Na), zinco (Zn), ácido pantoteíco (Vit. B5) e Tiamina (Vit. B1) reducem a ingestão de alimento;
  • O excesso de nutrientes como magnésio (Mg) e Zn também tem reflexo negativo no consumo de alimento.

Aspectos nutricionais

Os aspectos nutricionais associados as questões de custo devem ser muito bem avaliados para buscar a fórmula que garanta um bom consumo de alimento com um custo aceitável. A fórmula que garante o melhor consumo pode não ser a que trará melhor retorno econômico. Outras vezes a redução no custo da ração pode trazer mais prejuízos ao desempenho que a diminuição de custos, por este motivo que a revisão da formulação deve ser feita constantemente.

As características organolépticas da ração também podem influenciar no consumo voluntário, pois os suínos têm preferência por determinados aromas e sabores que estimulam o consumo. Por outro lado, a presença de alguns ingredientes ou medicamentos podem causar queda de consumo de alimento.

A contaminação com micotoxinas nas rações é um fator preocupante, pois pode desencadear vários problemas, tais como a baixa na imunidade, maior susceptibilidade a doenças, redução do ganho de peso e prejuízos reprodutivos. Dependendo do nível de contaminação, pode acarretar desde a diminuição do consumo até a recusa do alimento. As micotoxinas que mais influenciam na queda de consumo e desempenho são Deoxinivalenol (DON), Fumonisinas (FUM) e Alcalóides de Ergot.

Alguns fatores relacionados a água podem impactar no consumo de água e de alimento. A qualidade da água, tipo e ajuste da altura dos bebedouros, vazão de água inadequada e o número de animais por bebedouro acima do recomendado reduz o consumo voluntário de água e alimento.

Agentes patogênicos

A exposição a agentes patogênicos resulta na ativação do sistema imunológico através da liberação de citocinas que alteram processos metabólicos, resultando em diminuição da síntese protéica e aumento degradação de proteínas durante um desafio sanitário, resultando em queda do desempenho.

Entre as doenças virais, bacterianas e parasitárias que podem influenciar o consumo de alimento podemos destacar PRRS, peste suína clássica, influenza, rotavirose, leptospirose, salmonelose, rinite atrófica, pneumonia enzoótica, disenteria suína, febre aftosa e parasitose por Ascaris suum.

Conclusão

Portanto, em casos de ingestão voluntária reduzida de alimentos, é importante revisar todos esses fatores listados para fazer um diagnóstico preciso e tomar as ações corretivas apropriadas que melhorarão o desempenho e a lucratividade no sistema de produção de carne suína.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Peste Suína Clássica no Piauí acende alerta

ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto e texto: Assessoria

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

 

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Fonte: ACCS
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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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Suínos / Peixes

Preços maiores na primeira quinzena reduzem competitividade da carne suína

Impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Os preços médios da carne suína no atacado da Grande São Paulo subiram comparando-se a primeira quinzena de abril com o mês anterior

Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

Já para as proteínas concorrentes (bovina e de frango), o movimento foi de queda em igual comparativo. Como resultado, levantamento do Cepea apontou redução na competitividade da carne suína frente às substitutas.

Ressalta-se, contudo, que, neste começo de segunda quinzena, as vendas da proteína suína vêm diminuindo, enfraquecendo os valores.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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