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Digitalização reduz trâmites de exportação cair de 13 para cinco dias

Tecnologia como impulsora de negócios halal e como reduzir a burocracia, agilizar processos e torná-los mais eficientes, rastreáveis e confiáveis nortearam debates no Global Halal Brazil Business Forum .

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Fotos: Leonardo Marciano/ANBA

No Global Halal Brazil Business Forum, em São Paulo, um dos temas debatidos foram os recursos à disposição atualmente para reduzir a burocracia, agilizar processos e torná-los mais eficientes, rastreáveis e confiáveis.

As discussões transcorreram no painel “A tecnologia impulsionando os negócios internacionais halal”, moderado por Marcos Bulgarelli, diretor de Inovação da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB). “Pensando nos impactos que a tecnologia tem no comércio Internacional, mais especificamente nos produtos halal, penso em duas caixinhas diferentes”, disse Bulgarelli em sua introdução. “A primeira delas eu definiria como agilidade, talvez a mais comum a todo ambiente de negócios em que se tem mais segurança da informação, menos tempo e menos custo. Ficou muito evidente para todos nós, após os anos que passamos pela pandemia, a importância da busca pela competitividade”, evidenciou.

A outra caixinha apontada pelo diretor de inovação da CCAB é a da confiança, muito mais identificada com o mundo halal. “É uma caixinha em que não se tem um conceito novo, e sim histórico. Mas existem hoje novas ferramentas tecnológicas e novos processos que permitem que toda a cadeia de valor demonstre como o processo halal foi conduzido e mantido ao longo da produção, armazenagem, distribuição e venda”, completou Bulgarelli, antes de passar a palavra ao primeiro painelista, Tiago Barbosa, coordenador-geral de Facilitação do Comércio e gerente do Portal Único de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Barbosa iniciou sua exposição explicando que o Portal Único de Comércio Exterior é a principal iniciativa do governo federal para desburocratizar as operações de exportação e importação, buscando a redução de tempo e custo tanto para exportar quanto para importar.

Ele explicou que o Portal Único está em pleno uso desde 2018 em 100% das exportações. O sistema Ellos Easy Trade, da CCAB, por exemplo, está conectado com o portal, para facilitar o trânsito dos dados exportações para os países árabes, como a declaração de exportação, documento que ampara uma venda ao exterior, para utilizar a informação na geração dos documentos posteriores, como certificados de origem, e fazer a validação com o certificado halal. “Desde que nos conhecemos como seres humanos, a gente faz comércio”, lembrou Barbosa. “Desde 1500, as trocas de mercadorias requeriam um documento chamado conhecimento de carga. Esse documento indicava quem poderia receber carga no destino e, com suas variações no decorrer do tempo, sempre foi emitido em papel”, salientou.

Com as evoluções das cadeias logísticas, surgiram outros documentos, como certificados de origem e o certificado halal, para identificar as questões de qualidade em relação ao produto.

No Brasil, a partir de 2014, o comércio exterior entrou na era dos documentos digitais. Passou a ser possível realizar exportações e importações escaneando os documentos em papel e apresentando-os dentro da plataforma de governo Portal Único Siscomex para conseguir liberar uma mercadoria.

Um segundo passo foi dado em 2018, com a adoção de documentos eletrônicos, em formato digital, que prescindiam de um substrato físico, como o papel, ao ser originados. É o que acontece na emissão de uma nota fiscal eletrônica ou de certificados eletrônicos. No jargão do setor, foi o início da era paperless trade (comércio sem papel).

Segundo Barbosa, em 2022, teve início a terceira modernização das operações de comércio exterior, com a troca eletrônica de dados, conhecida pelo nome técnico de interoperabilidade. “Em 2018, já havia a emissão de documentos de forma eletrônica, só que eles ainda precisavam ser enviados manualmente para o outro lado do mundo para que o importador, por exemplo, do país árabe, a partir de uma exportação brasileira, apresentasse esse documento eletrônico à aduana daquele país.”

Com a interoperabilidade, a mercadoria pode chegar desembaraçada a seu lugar de destino, cujos fiscais conseguem analisar a documentação e fazer a liberação baseados em documentos emitidos por entidades reconhecidas, assinados digitalmente e transferidos via blockchain com criptografia.

Barbosa citou um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de 2021, que demonstra o tempo de redução de desembaraço das exportações e importações brasileiras com o projeto Portal Único. A partir do momento que o governo federal começou a desenvolver essa iniciativa, houve redução de oito dias no tempo médio para exportar e importar.

Esse intervalo é o tempo médio da liberação da carga, quando ela chega no ponto de fronteira até submeter-se a toda a análise documental e física e permitir que ela saia ou entre no País. “Em 2014, esse intervalo caiu de 13 dias para cinco dias nas operações de exportação e já estamos quase em quatro dias agora em 2023”, orgulha-se Barbosa. “Para importar, o prazo caiu de 17 para nove dias.”

O encolhimento dos prazos reflete-se também nos custos das operações de comércio exterior. Uma exportação de carne para um país árabe ficou 9% mais barata, exemplificou Barbosa, levando em consideração custos indiretos como a necessidade de manter o produto em um contêiner refrigerado, que consome energia, enquanto fica parado à espera da liberação burocrática.

Controle eletrônico

Vidal Mello, professor e consultor da Universidade de São Paulo (USP): “Com todas as tecnologias disponíveis hoje, como internet das coisas, blockchain, big data, inteligência artificial etc., a gente precisa desenhar novos processos do zero”

Vidal Mello, professor e consultor da Universidade de São Paulo (USP), foi o segundo painelista. Ele contou que as pesquisas que desenvolve mostram os documentos da maioria das empresas, em geral, estão sob controles eletrônicos, porém sempre coma interveniência de um ser humano a carregar a informação de um sistema para outro. “Essa a realidade precisa mudar”, previu Mello, acrescentando: “Com todas as tecnologias disponíveis hoje, como internet das coisas, blockchain, big data, inteligência artificial etc., a gente precisa desenhar novos processos do zero. E esses novos processos precisam ser baseados em dados, para serem interoperáveis.”

O consultor destacou que vários autores internacionais dizem que os dados são o novo petróleo. O ciclo de monetização do dado segue o mesmo ciclo de monetização do petróleo. Ou seja, é preciso encontrar onde o dado está, criar uma forma de extrair esse dado, refinar, distribuir e gerar valor com ele.

As ferramentas tecnológicas disponíveis hoje se encaixam nesse ciclo. Na área da extração, há a internet das coisas e big data, por exemplo. No refino, pode-se aplicar a inteligência artificial. Na distribuição, é possível usar APIs de interoperabilidade ou plataformas de blockchain.

Uma coisa que Mello percebeu nas pesquisas que empreende nas empresas é que alguns dados ainda não estão estruturados. Há três tipos de dados possíveis: estruturados e semiestruturados e os não estruturados. E os dados passíveis de serem interpretados e processados pelos sistemas computacionais são os dados estruturados. “Então, para refiná-los, o importante é que se consiga sair dos dados não estruturados e semiestruturados para dados estruturados, a fim de obter a interoperabilidade.”

Mello deu um exemplo de um projeto que vem desenvolvendo, apoiado pela Câmara Árabe, pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), e pelo Ministério da Agricultura.

Relacionado à declaração de produção, a ideia do projeto é agilizar o processo de emissão de certificados sanitários internacionais, que são documentos emitidos pelo Brasil para os países importadores, garantindo uma série de requisitos sanitários da mercadoria.

Hoje, o processo funciona como Mello já explicou acima: os sistemas da empresa controlam as atividades do dia a dia. Depois, um ser humano pega essas informações do sistema da empresa e as digita no sistema do Ministério da Agricultura. Essas informações passam por um processo de certificação e validação. Depois têm que ser abastecidas no sistema do Portal Único do Comércio Exterior para rodar o gerenciamento de risco e a liberação nas fronteiras.

Segundo Mello, quatro empresas já participam do projeto piloto. Ele consiste em organizar os dados da produção presentes no planejamento e controle de produção e nos sistemas de qualidade da própria empresa e estruturá-los para que migrem de forma completamente eletrônica para dentro do Ministério da Agricultura, através de um documento eletrônico chamado declaração de produção. Dessa forma, consegue-se reusar os dados existentes nos sistemas privados, dentro dos sistemas governamentais para o gerenciamento de risco e a certificação eletrônica.

Uma vez que esse certificado é emitido pelo Ministério da Agricultura, o próprio órgão vai abastecer o sistema da Receita Federal de que aquela exportação vai acontecer. Então ele também empurra os dados para a Receita Federal e uma cópia desses dados é enviada de forma eletrônica para outros países, seguindo sempre padrões internacionais de interoperabilidade.

Certificação halal

A terceira painelista foi Soha Mohamad Chabrawi, gerente de qualidade técnica da Fambras Halal, que explicou o funcionamento da plataforma Sys Halal e seu uso para a certificação halal.

Gerente de qualidade técnica da Fambras Halal, Soha Mohamad Chabrawi: “As melhorias do ESG é que se aproximam do que a gente tem no halal”

Ela relembrou como se originou a certificação halal na empresa. Em 2019, a equipe de TI da Fambras observou que existia muita papelada para a emissão de certificados de embarque e certificados halal. E, nessa tentativa de diminuir a quantidade de papéis emitidos, foi feita essa proposta de estruturar uma certificação digital. “Somos os pioneiros na tentativa de realizar essa certificação digital. Isso se alinha muito com o que a gente vem falando do ESG. Quando a gente pega o E do environment do ESG, ele é exatamente isso, esse cuidado com o meio ambiente. E o halal está extremamente alinhado com o ESG”, afirmou Soha. “Eu costumo falar que não é o halal que tenta se aproximar do ESG. É o contrário. O halal está aí há 1.500 anos. Todos esses cuidados com o meio ambiente, com a questão social, com a questão de governança são premissas muito fortes do halal. As melhorias do ESG é que se aproximam do que a gente tem no halal”, ressaltou.

Soha disse que toda essa questão de origem da certificação digital se alinha muito bem com a visão que a Fambras tem do ESG. E que a certificação digital não se dá só por essa questão ambiental. Ela oferece uma segurança na emissão do certificado, além de agilidade no processo de obtenção das informações que estão no certificado ou nas embalagens.“Através de uma chave criptográfica, os clientes podem realizar transações eletrônicas de forma bastante segura. Com qualquer tipo de dispositivo — smartphone, computador ou tablet —, desde que tenha acesso à internet, há condições de acessar todas essas informações, por meio de um QR Code”, disse a gerente de qualidade técnica da Fambras.

É possível, por exemplo, por meio do QR Code, saber mais sobre o grupo que emitiu esse certificado, o país de origem, o número do pedido. O peso bruto, o peso líquido, a data de abate, a data de processamento, a validade do produto.

Cofundador da Islamic Coin, Mohammed Alkaff AlHashmi

Todas essas informações estão casadas com o certificado de abate. Isso confere uma segurança muito grande ao cliente, porque demonstra que a certificação ali não é só uma questão de abate, mas de qualidade do produto, de transparência e de uma rastreabilidade que ele consegue ter com acesso às informações.

O último painelista foi Mohammed Alkaff AlHashmi, cofundador da Islamic Coin. Ele calçou sua exposição em processos de criatividade, inovação e transparência, como evolução do fornecimento de um valor e um serviço para a comunidade que segue os valores de finanças islâmicas e do ecossistema halal. “Quando falamos sobre isso, o nosso principal objetivo é como capturar a confiança da comunidade se a comunidade não confia nesse ecossistema halal. Se nós não tivermos a comunidade com os seus próprios projetos, isso não crescerá mais. Isso está conectado com a confiança, com o suporte ao ecossistema como um todo”, disse AlHashmi.

Fonte: ANBA

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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