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Diarreias na terminação impactam na produtividade dos suínos e na rentabilidade da agroindústria

Apesar de comuns, os impactos econômicos das diarreias nessa fase da produção são muito significativos pela expectativa de ganho de peso e pelo grande consumo de alimento dos suínos

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Artigo escrito por equipe técnica da Vetanco do Brasil

O que pode ocasionar diarreias no plantel de suínos em fase de terminação? Na prática da suinocultura, é rotineira a observação de diarreias na fase de crescimento e terminação, porém não devemos tratá-las com negligência ou considerando-as como normalidade. Apesar de comuns, os impactos econômicos das diarreias nessa fase da produção são muito significativos pela expectativa de ganho de peso e pelo grande consumo de alimento dos suínos nessa fase. Portanto, ações devem ser tomadas com foco tanto em prevenção quanto controle das mesmas.

Diversos fatores estão associados à apresentação clínica de diarreias em suínos de terminação, podendo ser causadas por agentes infecciosos ou não. Causas nutricionais e relacionadas às matérias-primas (como ocorrência de micotoxinas ou fatores anti-nutricionais) ocorrem com grande frequência e não somente causam prejuízos diretos, como abrem portas – através de mecanismos de inflamação ou de desequilíbrios na microbiota – para a introdução de patógenos.

Apesar de outros fatores estarem envolvidos direta ou indiretamente, podemos apontar que as principais e mais relevantes causas de diarreia na fase de crescimento e terminação estão relacionadas a agentes infecciosos. Os mais comuns na fase de terminação são: Lawsonia intracellularis, Brachyspira pilosicoli e B. hyodysenteriae.

Quais são os métodos preventivos mais indicados e eficazes?

As ferramentas para a prevenção de diarreias em granjas suinícolas abrangem desde a limpeza e desinfecção das instalações até a utilização de medicamentos e aditivos na ração.

Instalações que facilitem o manejo e proporcionem ao animal melhor ambiência e bem-estar diminuem significativamente a incidência e severidade das diarreias, devendo o desenho das instalações ser considerado como ponto de início de um programa estratégico de prevenção de enfermidades.

As boas práticas de higiene, juntamente com um adequado vazio sanitário nas granjas, são medidas que possuem grande impacto na prevenção e controle de doenças entéricas. Porém, normalmente correspondem a uma das principais falhas em nosso sistema de criação atual, em grande parte devido à quantidade e treinamento da mão-de-obra disponível.

Apesar de atuarmos preventivamente com práticas de ambiência, higiene e manejo, a utilização de produtos na ração na fase de crescimento e terminação são ainda o método mais comum para controle de enteropatógenos na produção intensiva de suínos. Para tanto, são utilizados normalmente na indústria programas profiláticos com antimicrobianos, utilizados em sua maioria em forma de pulsos estratégicos.

Conforme mencionado anteriormente, vários agentes infeciosos (com sensibilidades a distintas aos antimicrobianos) podem causar diarreias nesta fase, e geralmente estão associados a fatores predisponentes não infecciosos. Essa combinação de distintos agentes como causadores de diarreias determina a ocorrência destas nos chamados “complexos entéricos”. A interação entre diversos fatores caracteriza a grande dificuldade encontrada na prática para o correto controle das diarreias de terminação.

Para que seja possível prevenir ou tratar adequadamente os complexos entéricos, deve-se considerar uma análise epidemiológica local através de monitorias clínicas, associada ao diagnóstico laboratorial preciso. Esta análise deve direcionar com mais precisão o programa medicamentoso escolhido, já que a sensibilidade aos antimicrobianos (e mesmo a determinados aditivos) varia muito de acordo com o agente etiológico envolvido.

Como agravante, observamos atualmente uma realidade na suinocultura brasileira de grande resistência bacteriana a antimicrobianos, especialmente pelos patógenos já destacados. Trabalhos conduzidos recentemente pela equipe do professor Roberto Guedes, no laboratório de patologia da UFMG, demonstram que uma parte significativa das cepas de Brachyspira hyodysenteriae isoladas no país apresentam baixa sensibilidade aos antimicrobianos mais utilizados para a sua prevenção/tratamento.

O cenário de alta resistência microbiana, juntamente à pressão de consumidores e intermediários pela redução do uso de antimicrobianos na produção animal, levou a suinocultura a utilizar alguns aditivos naturais para a prevenção e tratamento de diarreias de terminação, algo que tem se demonstrado altamente eficaz em muitos casos. Existem aditivos desenvolvidos especialmente com esta finalidade, e quando utilizados dentro de um programa macro de controle dos complexos entéricos, servem como uma ferramenta promissora para a suinocultura nacional.

No caso de não haver a prevenção, a situação pode ser revertida?

A prevenção sempre é uma possibilidade, mas em casos particulares pode não ser adequada por questões financeiras, logísticas, etc. Nestes casos, devemos intervir para o controle dos problemas entéricos, evitando maiores prejuízos produtivos e sanitários para as granjas. O controle do problema entérico já instalado pode ser realizado através de um programa medicamentoso de maneira individual ou massiva, dependendo do caso e a critério do médico veterinário. Este controle se dá sempre associado às práticas de manejo, ambiência e sanidade já mencionadas, buscando reduzir os fatores predisponentes existentes.

Sobre os impactos, poderia destacar as principais consequências das diarreias na produtividade dos suínos?

As diarreias causam perdas em todo sistema de produção de suínos, mas especialmente no período de terminação o impacto econômico é maior devido a mortalidade, onde perdemos animais que já consumiram grande quantidade de ração. Também há grandes perdas relacionadas à conversão alimentar, já que temos animais em terminação consumindo uma grande quantidade de ração diária, e agravado pela atual situação de elevado custo das matérias-primas.

Por último, perdemos no ganho de peso dos animais, o que resulta na necessidade de maior tempo de permanência na granja, geralmente aumentando a casuística de problemas sanitários e complicando o período de vazio sanitário da integração como um todo. Em resumo, as diarreias de terminação causam um enorme impacto financeiro direto pela piora nos parâmetros produtivos, e deixam legados sanitários futuros muito graves para as granjas afetadas.

As diarreias impactam de que maneira a rentabilidade do produtor?

Normalmente nos referimos aos complexos entéricos quase que unicamente através da casuística clínica, representada pela diarreia. O produtor consegue detectar claramente o impacto destas na sua rentabilidade, já que os animais ganham menos peso, convertem menos ração em carne e ainda possuem em alguns casos elevada mortalidade. Porém, a ocorrência de surtos de diarreia ou casos graves não são os únicos causadores de prejuízos ao produtor, e talvez não sejam nem mesmo o principal fator.

Casos subclínicos, com diarreias moderadas, podem causar prejuízos econômicos ainda mais altos ao produtor, já que raramente se tomam medidas sérias de prevenção e controle quando o problema não é detectado clinicamente.

Quais são os principais pontos que o produtor deve considerar neste contexto?

O controle de problemas entéricos deve ser tratado como um plano estratégico integral envolvendo as informações e ferramentas a seguir.

  • Higiene (Limpeza/Desinfecção/Fluxo)
  • Vazio sanitário
  • Instalações adequadas que permitam limpeza e ambiência corretas
  • Manejo e bem-estar
  • Diagnóstico preciso de casos clínicos e subclínicos
  • Monitorias frequentes para detectar problemas ainda em sua fase moderada
  • Profilaxia com programas bem desenhados compostos por antimicrobianos, vacinas e aditivos naturais.

Integração

Por fim, a real integração dos institutos de ensino e pesquisa com a indústria é necessária para que o conhecimento técnico-científico seja aplicado na prática da suinocultura.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de julho/agosto de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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