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Dia do trigo: data celebra o progresso da cultura do campo à mesa

Diferentes segmentos do setor tritícola comentam os maiores desafios e celebram avanços em qualidade e produtividade nos últimos anos

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Segundo levantamento da Conab, a área de trigo cresceu em 15% com relação à safra anterior - Foto: Divulgação Biotrigo/Gui Benck

Campo. Prateleira. Mesa. Nessa ordem, poderíamos descrever o alimento no mundo todo – e o trigo não é exceção. No entanto, a trajetória da cultura é muito mais extensa. Se olharmos para o presente, encontramos diversos setores da sociedade envolvidos no processo de levar o trigo para a mesa do consumidor. Se olharmos para o passado, nos deparamos com cerca de 10 mil anos que contam a história do que se tornou o símbolo da alimentação. Parafraseando o historiador israelense, Yuval Noah Harari, “nós não domesticamos o trigo; o trigo nos domesticou”. Não à toa, o local do surgimento do grão foi denominado Crescente Fértil, conhecida também como o ‘berço da civilização’.

Mas nos atenhamos ao presente. Antes de chegar à sua mesa, os produtos derivados do trigo percorrem uma série de etapas, algumas centenas de quilômetros rodados e um tempo de produção que pode levar até uma década. Tudo isso começa no laboratório. É lá que os melhoristas se encarregam de planejar e executar todos os processos – alguns em colaboração com outros profissionais – desde a concepção de uma nova cultivar até chegar ao mercado. “A primeira etapa é o planejamento de um cruzamento, em que deve se conhecer o ambiente e as variedades adaptadas para aquele local”. É o que explica o melhorista e diretor da Biotrigo Genética, Ottoni Rosa Filho. Em seguida, vem a execução do cruzamento, chamada de melhoramento subjetivo. Nela, são plantadas e colhidas diversas gerações da planta em que a seleção das melhores características é feita visualmente. “O trabalho visual é feito até a sexta ou sétima geração, buscando atribuir notas e escolher bem o que se quer levar para o próximo ano. Após essa geração, podemos dizer que o genótipo está fixo e não muda mais”, aponta.

Entre quatro e sete anos após o cruzamento, esse material é colhido em uma pequena parcela, com aproximadamente 500 gramas de sementes e se torna uma linhagem, a qual passará por testes de rendimento. Em um ano, são formadas quase mil linhagens no programa da Biotrigo, das quais poucas devem representar um novo material comercial ao final do ciclo do melhoramento. Em seguida, a experimentação realiza ensaios de primeiro e segundo ano, além do ensaio de Valor de Cultivo e Uso (VCU). Nesse processo, é feito o registro no Ministério da Agricultura e decidido se a cultivar será lançada comercialmente. Em paralelo, é executada a etapa de produção de sementes, que garante, em caso de lançamento, que o produtor de sementes atenda as demandas provindas do mercado, visando a entrega aos agricultores e consumidor final. “O maior desafio da pesquisa é lançar uma cultivar melhor que as anteriores. Precisamos estar sempre progredindo geneticamente”, conta Ottoni. Junto ao constante aperfeiçoamento genético das cultivares de trigo, a pesquisa tem a tarefa de se antecipar às demandas do futuro. “Se planeja uma cultivar em 2021 para chegar ao agricultor em 2030. Mas qual será a demanda em 2030? Temos que fazer o cruzamento hoje e pensar bastante sobre isso”, afirma o melhorista.

 

Pesquisa: evolução na estabilidade produtiva e na qualidade industrial

O melhoramento genético é a primeira etapa da cadeia produtiva do trigo – Foto : Divulgação Biotrigo/Diogo Zanatta

Em uma década, o cenário nacional do trigo pode mudar consideravelmente. Ao olhar para o passado, Ottoni destaca a estabilidade produtiva e a qualidade industrial como as principais evoluções da cultura nos últimos dez anos. “Essas mudanças contribuíram para a rentabilidade do agricultor, pois atualmente o trigo brasileiro possui um valor agregado muito bom”, destaca. Ao encarar o futuro, o melhorista crê em uma maior estabilidade produtiva e resistência à doenças. “Penso que também haverá uma maior regionalização em comparação com os dias atuais, em que diferentes variedades terão melhor performance em regiões distintas, em função das diferenças de solo e clima de cada local”, antecipa Ottoni.

 

Triticultor: produção dobrou em duas décadas

Tais diferenças ficam em evidência quando comparadas as realidades de triticultores gaúchos com paranaenses, por exemplo. Se por um lado, no Rio Grande do Sul, a incidência de doenças como a giberela é maior, na região de transição e norte do Paraná, as atenções se voltam para a presença da brusone. Para Pedro Bovo, agricultor de uma família que semeia trigo na cidade paranaense de Apucarana desde a década de 1970, essa é uma das principais adversidades em torno da cultura. “A cultura do trigo é bem delicada na região norte do Paraná. Tem se tornado frequente o clima seco em abril, então temos problemas com germinação na espiga. E, se for um ano quente, a brusone pode gerar prejuízos”, relata. Contudo, a realidade da produção não se compara àquela vivenciada por seu pai no início da relação da família com o trigo. “Na época as cultivares eram mais arcaicas. Hoje estão melhores. Isso ampliou a produtividade consideravelmente. Em um passado breve, de 15 a 20 anos para cá, quase dobramos a nossa produção”, conta o agricultor.

 

Cerealista: armazenagem com qualidade e segregada

O armazenamento é um fator importante para a manutenção da qualidade do trigo – Foto: Divulgação/Sementes Roos

Com o notável aumento de produção nas lavouras, cresceu também a demanda pelo armazenamento dos grãos. Foi nesse espaço que os cerealistas, sejam eles cooperativas ou privados, preencheram uma importante lacuna dentro da cadeia produtiva do trigo. Pelo cereal possuir características que tornam sua armazenagem mais técnica, os silos tiveram que se adaptar à cultura. “Houve o investimento em silos de concreto deslizado, que garantem a qualidade do trigo desde a chegada até a saída do local”, aponta o gestor de grãos da Sementes Roos, Olmar Lanius. Segundo o profissional, que conta com cerca de duas décadas de experiência no ramo, um setor em específico foi importante para tornar o foco na qualidade do grão cada vez maior: os moinhos. “A demanda dos moinhos foi decisiva para melhorarmos a qualidade de armazenamento. Para atendermos a demanda, criamos o programa de segregação de grãos, que conta com dois grupos de variedades, melhorador e pão”, salienta.

 

Indústria: qualidade transformou o trigo nacional

A separação das cultivares de acordo com o perfil e uso é uma etapa fundamental na rotina de produção dos moinhos. Entretanto, antes disso, o trigo passa por alguns outros processos desde sua chegada no local. Para se constatar critérios como a impureza, umidade, peso hectolítrico (PH) e micotoxinas, o trigo começa sua trajetória na etapa de calagem. Na sequência, os grãos seguem para as análises reológicas, como força de glúten (W) e falling number, que apontam a cor e a classificação do trigo para o moinho. “Nosso principal teste é no pão, com o intuito de selecionar trigos que nos deem a qualidade do pão que queremos entregar e que os nossos clientes precisam”, explica a controller do Moinho Vacaria, Marta Accorsi. Para a profissional, que mantém contato próximo com o trigo gaúcho há mais de dez anos, os avanços em qualidade foram significativos e transformadores para o ramo da indústria. “Hoje, se eu tivesse que escolher entre um trigo argentino e um trigo das últimas safras do Rio Grande do Sul, ficaria com o gaúcho”, declara.

 

A caminho da autossuficiência

A crescente confiança dos moinhos no trigo nacional evidencia o patamar gradativamente maior da cultura em termos de qualidade. Por consequência, ela também traz maior segurança financeira para o mercado brasileiro do trigo, que ainda possui um caminho desafiador a percorrer na quantidade de produção do grão no país. “Produzimos pouco mais da metade do consumo interno no Brasil. Isso faz com que tenhamos que importar trigo e ficar expostos às variações de preços internacionais, como o dólar”, cita o analista de trigo do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral/PR), Carlos Hugo Godinho. Para o profissional, um importante objetivo é o aumento da produção nacional da cultura e a redução dos custos, para que o produto se torne mais rentável e consiga suprir da melhor forma o abastecimento do país. “Temos uma importação que chega a 10 milhões de toneladas. A cada 500 mil toneladas que produzimos a mais, meio milhão de toneladas a menos precisam ser compradas em dólar, especialmente no momento em que o preço do trigo chega aos 8 pontos o bushel em Chicago”, comenta Godinho.

 

Consumidor: trigo nacional quebra paradigmas

“Com o dólar lá em cima, o valor da farinha acaba subindo também e reflete no preço final que vai para o consumidor”, elucida Carla Carnevali Gomes, presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria e de Massas Alimentícias e Biscoitos do Rio Grande do Sul (Sindipan/RS). Porém, em sintonia com a indústria do trigo, Carla comenta que o consumidor tem tido uma aceitação cada vez melhor com os produtos feitos com o trigo brasileiro. “Há alguns meses, identificamos produtos preparados a partir do trigo nacional com etiquetas. Desde então, a repercussão foi muito boa, pois os consumidores desconheciam que usávamos farinha produzida no país”. De acordo com o proprietário de uma padaria em Canoas (RS), Fabiano Soares, o pão produzido atualmente possui maior aceitação do cliente. “Isso é resultado de uma qualidade de sabor, aroma, casca, duração e cor de pão maiores em comparação a antigamente, o que me gera maior confiança nos trigos nacionais”, conta.

 

Números da safra

Essa confiança se traduz em um aumento nos números de produção do grão no país. Segundo o último levantamento da safra 2020/21, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o trigo apresentou um expressivo crescimento de área plantada, com cerca de 15% a mais em relação à safra anterior – atingindo 2,69 milhões de hectares. Para esta safra, o órgão estima um crescimento de 3,71% no consumo interno de trigo. Enquanto a colheita de trigo no Cerrado já foi finalizada, nos três estados do Sul, ela se encaminha para a reta final, com mais da metade da área já colhida.

 

Uma cultura presente em todos os momentos

A evolução do trigo nacional, tanto em qualidade, quanto em termos mercadológicos, é notável. Se o passado nos conta os registros de um grão milenar, o futuro traz perspectivas de uma história que promete perdurar. Com as etapas da cadeia produtiva do trigo em meio a um constante esforço por crescimento e superação, ainda restam muitas páginas a serem escritas para a cultura no Brasil. A certeza de quem faz parte desse ciclo que garante o pão nosso de cada dia é a gratidão pelo progresso da cultura. “O trigo está presente em todas as casas e em todos os momentos especiais das famílias brasileiras. De aniversários a casamentos, o trigo marca a presença na vida das pessoas. É muito gratificante. Essa é a palavra que resume o dia a dia de quem trabalha com o trigo”, finaliza Carla Gomes, traduzindo um sentimento mútuo de quem leva a cultura do campo, para a prateleira e às mesas.

Fonte: Ass. Biotrigo

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Fotos: Shutterstock

Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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