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Dia de campo ajuda produtor a obter silagem de alta qualidade
Evento tratou da adoção de alguns cuidados que fazem diferença na preparação de silagem de alta qualidade para o rebanho leiteiro

A adoção de alguns cuidados faz enorme diferença na preparação de silagem de alta qualidade para o rebanho leiteiro. É disso que tratou dia de campo na terça-feira (08), no parque que há 31 anos recebe o Show Rural Coopavel, em Cascavel, PR. O evento contou com a participação de técnicos, cooperados e agricultores de cidades da área de abrangência da cooperativa.
“Todos que compareceram puderam agregar informações valiosas aos seus conhecimentos que, devidamente colocadas em prática, darão grande contribuição à área da pecuária de leite da propriedade rural”, diz um dos responsáveis pela área de pecuária da Coopavel, o médico veterinário Fábio Taborda.
A agropecuária é uma atividade das mais dinâmicas e estar atento às novidades é fundamental para elevar a produtividade, a qualidade e os resultados, ressaltou o gerente de filiais Daltro Estivem Pestana, que agradeceu a presença de todos no evento, o primeiro com essa característica desenvolvido na área experimental que recebe uma das maiores mostras do mundo em transmissão de conhecimentos para o campo.
O primeiro aspecto trabalhado foi fertilizantes, com o gerente da área da cooperativa, Paulo Eduardo de Siqueira. “Nosso desafio permanente é de sempre melhorar a eficiência agronômica dos fertilizantes que a Coopavel coloca à disposição do produtor rural”. Paulo deu destaque especial às características especiais encontradas na linha premium. Os presentes foram divididos em grupos e participaram de palestras técnicas em diferentes tendas instaladas no ambiente. Eles foram informados sobre plantio, adubação, processamento, compactação e vedação do silo-bolsa.
Uma das primeiras dúvidas trabalhadas foi o correto conceito de silagem, que é um processo biológico que consiste na conservação de material forrageiro, mantendo a qualidade e preservando os valores nutricionais e sanitários, por meio da fermentação lática. Um dos cuidados básicos é quanto à adoção de meios que possam inibir a presença de bactérias, oferecendo ao gado então alimento altamente nutritivo.
Orientações
Os técnicos das empresas parceiras do dia de campo informaram sobre práticas fundamentais para garantir a alta qualidade da silagem. Eles ressaltaram, entre outros pontos, quanto a aspectos associados à produtividade, qualidade nutricional, adaptação e estabilidade, sanidade foliar e de grãos, tolerância à seca, resistência a insetos, sobre riscos de uso de materiais de rápida secagem e quanto a diferentes grupos de maturação.
Os produtores foram informados sobre a época correta para colher o milho destinado à silagem. O mais indicado é quando a linha do leite estiver na metade do grão. Para o corte, a recomendação é com 35% de presença de matéria seca, observando a bromatologia recomendada. E quanto à altura de corte, o ideal é entre 25 e 35 centímetros do chão. O processamento é outra fase considerada determinante, buscando sempre o maior volume possível de grãos amassados. Se a presença de grãos inteiros for maior a 7%, então deve-se regular a máquina e repetir o passo.
Um dos assuntos que mais chamaram atenção foi o uso da inoculação para melhorar a qualidade bromatológica da silagem. Um dos benefícios dela, conforme o médico veterinário Fábio Taborda, é a redução do tempo necessário para o processamento dos alimentos que então serão fornecidos aos animais. Com o uso da bolsa-silo, em vez de até 45 dias de espera a inovação reduz o tempo de preparação para quatro, cinco dias no máximo.
Atualização
O agropecuarista Valmir Oldoni dedica 50 alqueires por ano para a produção de silagem. Segundo ele, dias de campo contribuem para trazer novidades e manter os produtores atualizados. “As tecnologias avançam e precisamos estar conectados às mudanças”. Neri Cabral é dono de uma área rural em Lindoeste e participa ativamente de eventos técnicos para se manter informado sobre novidades. “Estou sempre em dias de campo e no Show Rural Coopavel, eventos de enorme contribuição a todos os interessados em produzir mais e melhor”, afirma.
O dia de campo de terça-feira foi realizado pela Coopavel em parceria com a Forseed, Menta, Basf e Pacifil Brasil. Todos os procedimentos ensinados durante o evento vão ser colocados em prática no 31º Show Rural Coopavel.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



