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Avicultura

Dez gramas a mais no 7º dia podem representar até 100 gramas a mais no peso final

Atenção em pontos como qualidade da água e ração, conforto térmico e manejo adequado fazem toda a diferença nos resultados finais

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O produtor que busca por uma boa produção tende a prestar atenção em todos os detalhes na criação dos seus animais. Um quesito que não pode passar despercebido é a importância dos cuidados dados aos pintinhos na primeira semana. Com necessidades diferentes de frangos, os pintinhos na primeira semana possuem condições fisiológicas, metabólicas e anatômicas bem distintas de frangos. Prestar atenção em manejo, alimentação e qualidade da água faz total diferença nos resultados finais do peso de abate. Para falar mais sobre o assunto, o professor doutor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus de Realeza, PR, Antonio Carlos Pedroso, tratou da “Importância do manejo e qualidade intestinal na primeira semana sobre o peso de abate”, durante o Simpósio Brasil Sul de Avicultura, em Chapecó, SC.

Segundo Pedroso, especificadamente quando se fala na primeira semana, o produtor recebe a ave, e por mais que veja pintinhos, o pensamento já está em frangos pesados ao abate com uma boa conversão alimentar e ótima renda. “O produtor deve ter consciência que pintinhos não são frangos pequenos, são aves que têm nos primeiros dias de vida condições distintas dos frangos”, avisa. O professor acrescenta que em cima dessas condições diferenciadas, as exigências das aves são outras e pedem por práticas nutricionais e de manejos distintos. “Quando se conversa com os produtores sobre qual a principal atenção deve-se dar na criação de primeira semana a escolha da maioria será o aquecimento. Mas, um dos maiores equívocos é depositar no controle da temperatura a responsabilidade para o sucesso da produção”, alerta. Pedroso explica que as temperaturas ambientais de sensação para os pintinhos por faixa de idade, que também levam em consideração a umidade, estão muito bem definidas pelas linhagens comerciais, já que há os centros de pesquisa que conseguem definir o “ótimo” em locais avaliativos totalmente controlados, explorando o máximo do potencial genético.

Para o professor, são muitos os detalhes nas outras variáveis que formam o manejo, e que inclusive a associação entre eles, muitas vezes, intensifica o mal manejo. “O manejo não pode estar focado somente em fornecer uma temperatura de cama e ambiente ideal, o produtor tem que partir do princípio que os pintinhos têm que comer, beber e respirar bem”, conta. Pedroso esclarece que este “bem” é se alimentar em densidade adequada sem disputa por equipamentos de água e ração, regulagens e vazões adequadas sem desperdícios e água em total qualidade microbiológica, física e química. “A mesma água que os pintinhos bebem, o produtor pode beber também. Se ele não tem coragem de beber, algo está errado”, alerta.

Outro ponto destacado pelo professor é a necessidade de o pintinho também respirar bem, tendo renovação de ar, incluindo oxigênio e retirando gases indesejáveis, principalmente amônia e gás carbônico. “Um dos principais efeitos negativos do excesso de gás carbônico – acima de 3000ppm – é causar sonolência nas aves, e consequentemente menor atividade e estímulo para buscar o alimento”, avisa. Pedroso fala que o índice desejado de níveis de amônia é com patamares abaixo de 10ppm, já que seus efeitos indesejáveis são presença de conjuntivite, cegueira e problemas respiratórios. “É importante ressaltar que o campo não corrige erros de processos anteriores da cadeia avícola, ou seja, das matrizes, incubatório e fábrica de ração. Pelo contrário, em condições de mau manejo tendem a piorar o quadro, e quando alojados em bom manejo, tendem a minimizar os impactos negativos das cadeias anteriores”, comenta.

Partindo do pressuposto que a “bola” chegue redondinha ao produtor, ou seja, uma analogia que os pintinhos cheguem em boa qualidade para serem alojados, há disponibilidade de uma ração balanceada em nutrientes, com granulometria e forma física adequada, além de serem recebidos com bom manejo pelo produtor, as condições ofertadas para se colher bons resultados ao sétimo dia serão altas, revela o Pedroso. “Um manejo correto auxiliará na metabolização do saco vitelino (saco de gema). O rápido desenvolvimento estrutural e funcional do trato gastrointestinal tem seu pique entre o terceiro e sétimo dia de idade, trato gastrointestinal bem formado é sinal de boa absorção, digestibilidade e cumprimento das exigências das rotas fisiológicas para o melhor desenvolvimento da estrutura óssea, muscular e do sistema imune, e como resultado final, ótimo ganho de peso”, conta. Ele acrescenta que uma boa referência de peso ao sétimo dia é ter um ganho de 4,5 vezes o peso inicial de um dia no alojamento. “A primeira semana é a preparação do alicerce para garantir boa estrutura nos ganhos das semanas subsequentes”, afirma.

Para Pedroso, a cadeia nunca vai parar de fazer pequenos ajustes de melhorias nas práticas de manejo já consolidadas. “Temos ainda que fazer melhorias na ventilação mínima para as aves, principalmente na primeira semana, quando temos que ajustar as necessidades de renovar o ar e aquecer ao mesmo tempo, esse antagonismo: fornecer calor e tirar calor, muitos produtores ficam confusos, já que fornecer calor tem um custo – a lenha nos custos variáveis fica como segundo item de maior custo quando produção de griller e terceiro quando criação de aves mais pesadas, com pesos acima de 2,2 quilos”, conta.

O professor ainda chama a atenção para garantir que a temperatura da água de consumo fique entre 15° C a 21° C em todo o período de criação. “Normalmente a temperatura da água nos canos dos bebedouros tende a ficar próxima à temperatura ambiente, portanto a primeira semana tem os parâmetros mais distantes desses valores recomendados”, afirma, acrescentando que em climas quentes pode haver uma redução do consumo de água devido a um aumento na temperatura da água. “A ingestão de água é proporcional ao consumo de ração. Sempre que as aves estão em conforto ambiental, o volume de água ingerido é cerca de duas vezes maior do que a ração”, diz.

Ração

Pedroso explica que a primeira semana de vida da ave tem especial relevância no processo de maturação intestinal, no qual o tamanho relativo do intestino e a produção enzimática são otimizados. “Por conta disso, todo o manejo deve girar em torno para se conseguir o melhor desenvolvimento intestinal, deve-se estimular e dar condições para adaptar a capacidade da ave de digerir e assimilar os alimentos”, conta. O professor ainda diz que consequentemente, ocorrendo mais cedo o bom desenvolvimento intestinal, mais rápido e precocemente acontece a intensificação do potencial genético de crescimento. “Além de externar uma boa capacidade imunitária para responder as vacinas recebidas e resistir as infecções, é importante ressaltar que 70% da resposta imune é estimulada no trato digestório”, afirma.

O profissional alerta que em todas as fases de criação as rações fornecidas devem ser balanceadas com granulometria e forma física mais otimizadas possível pela idade. “Essa ração deve passar por um bom controle de qualidade, com níveis de contaminantes dentro de especificações toleráveis, além de ter uma especial atenção as micotoxinas”, conta. O professor comenta que da parte do manejo no campo, as atenções estão voltadas à boa oferta da ração para as aves, por isso as quantidades das proporções aves/comedouros devem ser respeitadas. “As orientações variam de 60 a 80 aves por comedouro na fase inicial, e que chegue a 45 aves por comedouro na fase final, evitando-se com isso a disputa por comedouros, principalmente nos momentos de picos de consumo”, aponta.

É recomendado ainda que a distância entre as linhas não ultrapasse mais do que quatro metros uma da outra, as regulagens, tanto em altura dos comedouros como níveis de ração no prato, devem ser executadas para proporcionarem a facilidade do acesso e evitar desperdícios das rações, com impacto direto na conversão alimentar, avisa Pedroso. “Uma boa prática é o uso do papel kraft gramatura de 80g com ração em cima. É recomendado que esse papel seja colocado do lado dos bebedouros, oportunizando imediatamente o contato com a ração e a água. Essa prática até o terceiro dia serve de estímulo ao consumo de ração e facilita para o mais cedo contato com a ração”, afirma.

Pedroso conta que a boa qualidade intestinal está relacionada ao bom desenvolvimento das vilosidades intestinais, que proporcionam um aumento na superfície interna do órgão e consequentemente uma boa digestão e absorção. “Por isso manejos que restringem o acesso a ração e água causam redução na área superficial dos vilos. De modo geral, com bom consumo de ração, sem interferências sanitárias ou imbalanço nutricional, o peso final será bom”, revela.

Na Propriedade

Com tanta informação, muitas vezes o produtor fica sem saber ao certo o que fazer para garantir melhor qualidade. Pedroso expõe que o avicultor deve buscar práticas e execuções de manejo que estimulam o consumo de ração, fornecendo um ambiente favorável para a ave expressar seu potencial genético. “Ambiente confortável passa desde o fornecimento de uma espessura mínima de 10 cm na cama sobre o chão, para evitar excesso de umidade na cama, que poderá formar cascões e gases no interior, impossibilitando respectivamente a formação de calo de patas e os efeitos indesejáveis da amônia”, comenta. “É imprescindível o suprimento de um bom ambiente térmico e uma boa qualidade de ar, que passa por uma associação e combinação dos parâmetros de temperatura, umidade e ventilação mínima”, acrescenta.

O aquecimento também merece atenção, segundo o professor. Ele conta que no Sul do país é uma prática comum o uso de queimadores de lenha para suprir a necessidade de aquecimento. “Os queimadores de lenha automático ou fornos com chaminé são comuns nos três estados. Já no restante do país há uma alta porcentagem do uso de campânulas a gás butano e com menor proporção ao uso de fonte de diesel e não de lenha nos queimadores automáticos”, conta. Ele diz que para o atendimento ao aquecimento é preciso que o produtor se pergunte: há lenha seca e disponível o suficiente? Ela está depositada em local protegido de chuvas? “É comum os produtores usarem lenha verde, que além de não darem um bom aquecimento, podem causar entupimento ou afogamento da máquina automática, além de fazer ou levar muita fumaça para dentro do aviário”, explica. Pedroso conta que a lenha de melhor poder calorífico utilizada é o eucalipto, por ter forte teor de lignina em sua formação. Ele ainda diz que existe disponível os aquecedores automáticos a pellet, e que nesse caso, quando em uso, a qualidade e o poder calorífico dos pellets é bem maior que a lenha em si e cavaco, por ter baixo percentual de umidade – em torno de 5%.

Outro destaque dado pelo profissional é quanto aos alimentos. “A ração deve ser mantida limpa, sem a presença de fezes ou cama, a fim de proporcionar um melhor aspecto de qualidade e facilitar o consumo pelas aves”, afirma. Pedroso diz que sempre que possível deve-se caminhar entre as aves, promovendo a movimentação delas e o deslocamento até os comedouros e bebedouros. “A água é o principal alimento e muitas vezes, esquecido. Os principais erros no campo é não fornecer uma água clorada que minimize incidências de transtornos gastrointestinais, trabalhar com vazões erradas e temperaturas inadequadas que podem diminuir o consumo”, alerta. Pedroso comenta que fornecimento de água com temperaturas inadequadas podem estar relacionada desde a falta de bom sombreamento de caixas d’água ao aterramento de canos que ficam entre os reservatórios de água e os aviários. “A água deve ser clorada desde o dia do alojamento até a saída do lote, com dosagens de cloro que garantam no bebedouro a quantidade e 3 a 5 ppm no final da linha – ponto mais distante da entrada de água nos aviários”, conta.

A prática do adensamento do prato comando, a partir do alojamento das aves, é uma forma de estimular o consumo de ração pelos vários acionamentos das linhas de comedouros, informa Pedroso. “Esse estímulo sonoro faz as aves levantarem e buscarem os comedouros. É recomendado instalar um ponto de luz móvel no prato comando, ao qual quando em execução do manejo de luz com intensidade baixa, o prato comando terá uma intensidade luminosa bem maior que servirá de chamativo para as aves”, recomenda.

Ele diz que a luminosidade na primeira semana tem como objetivo aumentar a atividade da ave, principalmente estimular o consumo de ração. “Com isso, haverá minimização de baixo ganho de peso e do aparecimento de aves refugos”, diz. E já nas semanas subsequentes tem como objetivo controlar a taxa de crescimento das aves, monitorando o consumo de ração e com isso evitando maiores ocorrências de distúrbios metabólicos, como morte súbita e hidropericardio. “Ainda nas fases subsequentes o manejo da luminosidade pode interferir na diminuição da mortalidade e da ocorrência de problemas locomotores”, informa.

Para o professor, as melhorias podem advir de aquisição de equipamentos, ou uma boa manutenção deles, ou até mesmo de práticas de manejo “braçal”, que serão a simples mudança de atitude. “O produtor que segue na íntegra ou com pequenos ajustes as recomendações técnicas da empresa integradora terá alto percentual de sucesso na sua produção”, finaliza Pedroso.

Mais informações você encontra na edição de Aves de abril/maio de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura

Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

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O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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