Conectado com
VOZ DO COOP

Bovinos / Grãos / Máquinas

Devagar ao andar, mas voraz ao se alimentar

Lesmas e caramujos são inimigos silenciosos da agricultura, mas controle preventivo pode evitar prejuízos

Publicado em

em

Artigo escrito por Rildo Belarmino, biólogo e especialista em controle de pragas

Lesmas e Caramujos são dois moluscos que provocam grandes estragos em nossas lavouras de Norte a Sul do Brasil. Eles atacam as culturas na germinação das sementes, durante seu crescimento e após sua dissecação para colheitas. As lesmas e caramujos fazem parte do filo mollusca, pertencente à classe gastrópoda. São animais que possuem grande adaptação em seu ambiente, podendo ficar de jejum alimentar por até nove meses, caso haja uma variação climática extrema. Esses animais possuem em seu corpo a presença de mucos, que servem para sua proteção e deslocamento, bem como para seu repouso por longo período de tempo. Esse muco fecha a entrada dos caracóis, protegendo o animal de ações de inseticidas e fungicidas, no caso do Bulimulus corumbaenses, entre outros com conchas presentes. No caso das lesmas, a presença do muco aumenta quando há presença de produtos químicos, promovendo assim uma maior autodefesa.

O grande problema é quando esses animais identificam o perigo dos inseticidas, fungicidas e adubos foliares. Eles disparam sua bateria de defesa e entram em um processo acelerado de reprodução. Esses animais produzem em média mais de mil ovos no ciclo anual deles e são hermafroditas, causando mais um grande problema para o campo.

Devagar, quase parando, eles atingem a velocidade de 9,9 metros por hora, ou 0,0099 km/h. Portanto, levaria em média dez horas para percorrer cem metros.

Devagar ao caminhar, mas voraz ao se alimentar, esses animais consomem em média 10% do seu peso vivo. Eles aparecem do início ao fim da cultura. Não possuem preferência alimentar, mas preferem os brotos iniciais, daí uma baixa no estande do plantio, muitas vezes identificados pelos técnicos com deficiência germinativa das sementes.

Porque isso ocorre? Quando é realizado o plantio, a semente leva em média cinco dias para germinar, mas nesse período sofre as ações de seus hormônios germinativos. Com essa ação, libera odores perceptivos para os moluscos, que imediatamente se deslocam para as sementes, consumindo-as total ou parcialmente, e continuam atacando a planta em todo seu estágio inicial. Não notamos sua presença quando há cobertura vegetal, mas eles estão presente na bainha das plantas. Encontramos eles quando vamos realizar a nossas colheitas.

Geralmente os técnicos de campo em sua leitura de pragas não identificam os danos nas culturas. Quando fazem, transferem os danos para insetos cortadores (grilos, vaquinhas, lagartas, etc). A lesão causada pelos moluscos é do centro para as extremidades das folhas e deixa sempre vestígios de muco. Já dos insetos, em sua ampla maioria, das extremidades para o centro da folha, sem deixar rastros.

Principais espécies que causam danos nas culturas do Brasil e regiões onde predominam

Lesmas

Sarasinula plebeia ( Fischer, 1868); ( feijão e soja )

Sarasinula linguaeformis ( semper. 1885) ( feijão e soja )

Phyllocaulis tuberculosus ( Martens,1868); ( feijão e soja )

Vaginulus taunaissi ( Férussac 1821) ( feijão e soja )

Deroceras reticulatum – ( ataca HF )

Caracóis

Habroconus ssp (soja)

Bulimulus corumbaenses (foto colheitadeira) ( MT, MS, GO, PR e BA – soja)

Pomacea canaliculata (caracol aquático – SC, RS e SP – arroz)

Pomacea insularun (caracol aquático (SC, RS, SP – arroz)

Achatina fulica (caracol terrestre – em todo o Brasil)

Como acabar com essas pragas?

Com o avanço do plantio direto, o produtor recebeu de herança os moluscos, que vivem nas palhadas, clima perfeito para eles. Umidade e matéria orgânica, fungos, larvas de insetos, entre outros pratos favoritos para as lemas e caracóis estão neste ambiente.

Talvez você esteja perguntando se não existem inimigos naturais para essas pragas. Sim, existem, mas não são suficientes para detê-las. As formigas se alimentam dos ovos (ver foto) das lesmas e caramujos, gaviões, carcarás e lagartos comem os moluscos.

Já que os inimigos naturais não dão conta de combatê-los e os inseticidas e fungicidas também não, o que se deve fazer?

Hoje existem no mercado várias iscas para controle de lesmas e caramujos. O melhor controle é através delas, que possuem um ativo específico para molusco, a base de methaldeido.

Passo a passo

– Avaliar a cultura antes do plantio para identificar a espécie infestante

– Aplicar as iscas cinco dias antes das semeaduras da semente ou junto com o plantio da semente

– Avaliar aplicação após cinco dias e, se necessário, reaplicar as iscas

– Criar um protocolo para prevenção e avaliação de moluscos pragas

Dicas importantes

Essas iscas não podem e não devem ser aplicadas com cloreto de potássio, pois interferem em sua palatabilidade. O molusco identifica como perigo para ele e não as consome.

As iscas devem ser aplicadas com aplicador de grânulos específico para melhor cobertura da cultura

Após os ataques o prejuízo já é certo. A prevenção é o melhor caminho

Esses animais aparecem geralmente no início da primavera e verão, em seu período reprodutivo, mas atacam a cultura o ano todo.

 

Mais informações você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de março/abril de 2016 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Prazo para atualização obrigatória de rebanhos começa em 1º de maio no Paraná

GTA somente será emitida após a atualização de todas as espécies animais existentes na propriedade – bovinos, búfalos, equinos, asininos, muares, suínos, ovinos, caprinos, aves, peixes e outros animais aquáticos, colmeias de abelhas e bicho da seda.

Publicado em

em

Foto: Arnaldo Alves/AEN

A Campanha de Atualização dos Rebanhos do Paraná de 2024 começa em 1º de maio e se estenderá até 30 de junho. A atualização é obrigatória para todos os produtores rurais com animais de produção de qualquer espécie sob sua guarda. Aqueles que não cumprirem a exigência ficarão impedidos de obter a Guia de Trânsito Animal (GTA), documento que permite a movimentação de animais entre propriedades e para abate nos frigoríficos.

A GTA somente será emitida após a atualização de todas as espécies animais existentes na propriedade (bovinos, búfalos, equinos, asininos, muares, suínos, ovinos, caprinos, aves, peixes e outros animais aquáticos, colmeias de abelhas e bicho da seda).

Os produtores podem fazer a atualização pelo aplicativo Paraná Agro (baixe aqui), pelo site da Adapar ou presencialmente em uma das Unidades Locais da Adapar, Sindicatos Rurais ou Escritório de Atendimento de seu município. A partir de 30 de junho, o produtor que não atualizar o rebanho estará sujeito a penalidades previstas na legislação, inclusive multas.

O acesso ao sistema também está disponível de forma direta por meio do link www.produtor.adapar.pr.gov.br/comprovacaorebanho. Para fazer a comprovação, o produtor deve ter o CPF cadastrado. Nos casos em que seja necessário ajustar o cadastro inicial (correção de e-mail ou outra informação), o telefone para contato é (41) 3200-5007.

Segundo a Gerência de Saúde Animal, existem 155 mil propriedades no Paraná e 192 mil explorações pecuárias, sendo que as principais espécies somam, aproximadamente, 8,6 milhões de bovinos, 7 milhões de suínos, 20 mil aviários, 240 mil equídeos, além de outros animais.

Área livre

O Paraná foi reconhecido internacionalmente como Área Livre de Febre Aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em 27 de maio de 2022. Como compromisso do Estado, há a necessidade de se realizar o cadastro de todos os animais uma vez por ano, durante os meses de maio e junho.

O gerente de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias, alertou que a atualização do rebanho é importante para os próprios produtores, pois possibilita uma ação rápida nos casos de suspeita inicial de doenças nos animais. “O status de Área Livre Sem Vacinação que o Estado conquistou após muito esforço exige uma vigilância permanente, e é isso que queremos ao exigir a atualização do rebanho das propriedades rurais do Estado”, afirmou.

O diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, destacou que o trabalho dos profissionais da entidade não parou após a conquista na OIE. “Agora estamos ainda mais vigilantes, cuidando com muita atenção das fronteiras e das divisas do Estado, trocando muitas informações com os Conselhos de Sanidade Agropecuária e com entidades representativas do setor, e precisamos desse auxílio dos produtores para que nos forneçam os dados e juntos consigamos manter o status do Paraná”, disse.

Fonte: AEN-PR
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

2º Fórum Nacional do Leite chama atenção para diversidade da cadeia

Programa do fórum inclui palestras sobre temas importantes, como integração da produção de leite com a agricultura, comunicação eficaz, energia renovável e adoção de novas tecnologias.

Publicado em

em

Giuliano De Luca/OP Rural

O 2º Fórum Nacional do Leite, em Brasília, se torna o ponto de encontro para uma conversa crucial sobre o futuro da indústria leiteira. Entre terça 16) e quarta-feira (17), a Embrapa abre suas portas para este evento que promete não apenas debater, mas ser um catalisador de respostas para uma transformação positiva no setor leiteiro brasileiro.

Apesar dos desafios enfrentados, o setor leiteiro continua sendo uma peça fundamental da economia, presente em mais de 90% dos municípios do Brasil e empregando milhões de pessoas. O leite, um alimento indispensável desde o nascimento, representa mais do que apenas um produto, é um símbolo da história e cultura alimentar.

A Abraleite, liderando o evento, espera reunir uma variedade de vozes, desde autoridades públicas até produtores locais, para discutir questões como sustentabilidade, gestão, mercado, pesquisa, inovação e comunicação. Maria Antonieta Guazzelli, diretora de Comunicação e Marketing da Abraleite, destaca o engajamento do setor, mesmo em tempos desafiadores.

Porém, a realidade dentro do setor é diversa e complexa. A heterogeneidade reina, desde o volume de produção até o acesso a tecnologias e assistência técnica. Como Maria Antonieta observa, os produtores são verdadeiros heróis, enfrentando uma batalha diária para manter suas operações funcionando.

O programa do fórum inclui palestras sobre temas importantes, como integração da produção de leite com a agricultura, comunicação eficaz, energia renovável e adoção de novas tecnologias. Mas, além das discussões, o verdadeiro objetivo do evento é destacar a necessidade premente de uma cadeia produtiva mais estruturada e uniforme. “A mensagem principal do evento é a necessidade urgente de uma cadeia mais estruturada, com homogeneidade na qualidade, custo e estabilidade da produção de leite. Somente dessa maneira estaremos fortalecidos para elevar o produto a patamares semelhantes ao de commodities como soja e café”, destaca.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Declaração de Rebanho 2024 começa nesta segunda-feira no Rio Grande do Sul; saiba como fazer

Desde o ano passado, a declaração pode ser feita diretamente pela internet, em módulo específico dentro do Produtor Online. Prazo encerra em 14 de junho.

Publicado em

em

Foto: Alf Ribeiro

A Declaração de Rebanho é uma obrigação sanitária de todos os produtores rurais gaúchos detentores de animais. “Além do atendimento à legislação vigente, os dados nos dão embasamento para que tenhamos uma radiografia da distribuição das populações animais, das faixas etárias. Com isso, podemos ser mais assertivos em nossas políticas públicas de saúde animal”, detalha a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDA/Seapi) do Rio Grande do Sul, Rosane Collares.

Desde o ano passado, a declaração pode ser feita diretamente pela internet, em módulo específico dentro do Produtor Online. Um tutorial ensinando a realizar o preenchimento pode ser consultado aqui. Caso prefira, o produtor também pode fazer o preenchimento nos formulários em PDF ou presencialmente nas Inspetorias ou Escritórios de Defesa Agropecuária, com auxílio dos servidores da Seapi e assinando digitalmente com sua senha do Produtor Online.

A Declaração Anual de Rebanho conta com um formulário de identificação do produtor e características gerais da propriedade. Formulários específicos devem ser preenchidos para cada tipo de espécie animal que seja criada no estabelecimento, como equinos, suínos, bovinos, aves, peixes, abelhas, entre outros.

No formulário de caracterização da propriedade, há campos como situação fundiária, atividade principal desenvolvida na propriedade e somatória das áreas totais, em hectares, com explorações pecuárias. Já os formulários específicos sobre os animais têm questões sobre finalidade da criação, tipo de exploração, classificação da propriedade, tipo de manejo, entre outros.

Em 2023, a declaração teve adesão de 84,19%, índice que se manteve condizente com a média de declarações de rebanho entregues nos anos anteriores. O prazo  encerra em 14 de junho.

Fonte: Assessoria Seapi
Continue Lendo
SIAVS 2024 E

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.