Suínos
Detalhes mudam manejo em regiões frias e quentes do país
Mesmo em diferentes regiões, preocupação do produtor para evitar doenças respiratórias é manter temperatura agradável para animal
Vilãs do inverno nas granjas, as doenças respiratórias merecem atenção total do suinocultor no correto manejo da temperatura e umidade nas diferentes fases da produção. Independente do clima, sendo para o rigoroso frio do Sul ou para o mais ameno no Centro-Oeste do país, a temperatura ambiente deve ser observada para que o animal produza em toda a sua potencialidade. “Para cada fase produtiva dos animais, existe uma temperatura ambiente que vai proporcionar a eles tanto ganho de peso, quanto produção de leite. São as características climáticas da sala, das edificações onde os suínos estão alojados que fazem a diferença para que ele não adquira nenhuma doença”, alerta o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Paulo Armando de Oliveira. Para ele, pequenos detalhes fazem a diferença na hora do manejo, seja para cada fase de produção, seja para regiões mais frias ou mais quentes.
De acordo com Oliveira, manter as características ideais para cada fase de desenvolvimento e em cada região do país é essencial para que os animais tenham condições adequadas tanto para desenvolvimento corporal e ganho de peso quanto para evitar as doenças respiratórias que ocorrem acentuadamente neste período do ano. “Em função das características, se é inverno na região Sul, por exemplo, para os animais mais jovens, na creche, vamos ter que nos preocupar com a temperatura, que vai ter que estar acima de 24° Celsius, e com a umidade relativa do ar, que vai ter que estar abaixo de 70%”, conta.
Oliveira afirma que estes são detalhes internos da sala que é preciso o produtor prestar atenção. Para ele, basicamente a preocupação no Sul do país é aquecer no inverno, mantendo a temperatura ambiente. “O produtor precisa usar a ventilação mínima, controlar para que o nível de gases, principalmente o gás carbônico e a amônia estejam dentro da faixa recomendada, sendo o gás carbônico abaixo de 1000ppm e a amônia 10ppm, além da temperatura ambiente e a umidade relativa do ar”, explica.
Já no Centro-Oeste do país, o pesquisador ressalta que os animais nesta mesma idade, de creche, já não têm uma dependência tão grande, porque naquela região normalmente as temperaturas são mais elevadas. “Elas estão quase na faixa de conforto. Deve haver uma preocupação em algumas noites em que a temperatura pode ser mais baixa e o produtor ter que se preocupar com o aquecimento”, afirma.
Para animais adultos, o pesquisador explica que a preocupação muda um pouco. “Em animais em fase de crescimento, reprodutores, UPL e matrizes, por exemplo, no Sul a temperatura para eles vai estar mais adequada no inverno, porque o recomendado é que ela deve estar na faixa dos 18° C e a umidade relativa abaixo de 75%. Assim, no Sul vamos encontrar temperaturas mais adequadas para estes animais no inverno”, conta. O pesquisador explica que na região, conforme a estação mais fria do ano vai chegando, para os animais adultos o ambiente vai ficando mais propício para a produção.
Oliveira comenta que manejo de cortina, ventilação mínima, controle do nível de gases, como amônia e gás carbônico, nas regiões mais quentes são os fatores que devem ser trabalhados para não haver problemas de temperatura, imunidade e, assim, doenças. “Aí é o problema que precisamos trabalhar para ter um ambiente com sistemas com placas evaporativas, ou seja, para reduzir a temperatura, porque tanto no inverno quanto no verão no Centro-Oeste, por exemplo, a temperatura está acima de faixa de conforto para os animais adultos”, afirma.
De acordo com o pesquisador, o produtor deve ainda se preocupar no caso da maternidade, onde há leitões e também animais maiores. “Devo me preocupar com os leitões que nascem, ter um escamoteador, onde mantenho a temperatura em torno de 28° C, para, externamente, onde estão as fêmeas, manter a temperatura abaixo de 24° C, para que elas possam se alimentar bem, beber água e, com isso, produzir bastante leite”, destaca.
Poeira e Choque Térmico
Apesar de cada fase de criação e região do país, Oliveira destaca que a temperatura e umidade relativa do ar são os dois fatores em que o produtor deve manter a atenção para ter uma boa produção e evitar doenças no rebanho. Ele destaca que um fator que muitos produtores no Brasil não se preocupam, mas que merece total atenção, é a poeira dentro das instalações. “Conforme vou diminuindo a umidade relativa, vou secando mais o ambiente, faço com que ocorra maior incidência e concentração de poeira, e nas partículas de poeira é que estão vírus e bactérias que transmitem doenças ao rebanho”, relata.
Por conta disso, o pesquisador reitera a importância de trabalhar na ventilação mínima, procurar evitar secar demais o ambiente interno, para não haver índice de poeira mais elevado – procurar manter entre 60 e 70% a umidade relativa do ar. “Com umidade, a poeira tende a se depositar na superfície e fica mais pesada”, destaca Oliveira.
Outro destaque dado pelo pesquisador é que o produtor deve se preocupar com o choque térmico. “Quando um animal sai da maternidade, onde está com uma temperatura em torno de 28° C, e vai para outra edificação, onde deveria estar aquela temperatura, mas não está, que é a creche, o leitão tem o primeiro choque térmico. Dessa forma, ele já começa a perder um pouco a imunidade e as doenças oportunistas que estão lá vão se manifestar”, conta. Oliveira destaca que o choque térmico é o maior vilão para o aparecimento de doenças. “Tirar os animais de um ambiente em que estão em uma temperatura recomendada e colocar em um ambiente com o piso frio, úmido, a temperatura baixa e a umidade relativa alta, faz baixar a imunidade do animal”, diz.
O pesquisador saliente que é importante que o produtor cuide bastante com o choque térmico, principalmente nos animais mais jovens, que ainda não têm a camada de gordura para proteger do frio e estão mais suscetíveis a esse incidente de estresse térmico. “Acontece que às vezes nós entramos nas edificações e não sentimos frio, mas se vemos que os animais estão agrupados, isso é um sinal de que eles estão com frio. E quando o produtor observa isso, ele tem que aquecer o ambiente, evitar corrente de ar em cima dos animais e reduzir a ventilação”, afirma Oliveira.
É imprescindível que o produtor observe o comportamento animal para ajustar a temperatura ambiente dentro da granja, diz o pesquisador. “Se os animais estão agrupados em um canto, é porque eles procuram fazer a troca de calor. E quando ocorre este comportamento quer dizer que o ambiente está frio”, destaca. Oliveira acrescenta que o produtor deve verificar todos os fatores, como por exemplo a umidade relativa, já que, às vezes, é ela que está muito alta e então dá a sensação de frio nos animais. Segundo o pesquisador, observar estes detalhes dentro da granja farão toda a diferença para ter animais mais saudáveis em todas as estações do ano e em qualquer região do país.
Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2017 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Suínos
Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre
Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.
No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.
Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.
Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.
Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.
Suínos
Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro
Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.
Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.
Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton
De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.
A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.
Impacto social e ambiental
Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.
A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.
O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.
Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.
O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.
Futuro sustentável
Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”
Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”
O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.
Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.
Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
