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Desvalorização externa e elevada oferta pressionam preços da soja no Brasil

Avanço da colheita da safra 2023/24 nos Estados Unidos pressionou as cotações futuras em setembro. No entanto, a piora das condições das lavouras e a firme demanda pelo grão norte-americano limitaram as baixas.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Os preços da soja caíram no mercado brasileiro em setembro. A queda esteve atrelada à desvalorização externa e ao elevado remanescente da safra 2023/24 no Brasil. Mas, vale lembrar que, embora a semeadura de soja no País tenha se iniciado com rapidez e otimismo, chuvas irregulares, sobretudo em regiões do Centro-Oeste e do Sudeste, desaceleraram as atividades de campo.

De acordo com a Conab, 4,1% da área nacional havia sido colhida até 1º de outubro, abaixo dos 4,6% do mesmo período do ano passado. Dentre as regiões, 16% foram semeados no Paraná, significativamente acima dos 9% de um ano atrás. Já em Mato Grosso, 5,2% da área foi cultivada, abaixo dos 8,9% em igual período da safra passada.

Em Mato Grosso do Sul, 5% foram semeados, um ponto percentual inferior à safra passada. Em São Paulo, 5% da área havia sido semeada há um ano, porém, a Conab indica que o cultivo no estado ainda não teve início significativo nesta temporada. Agentes paulistas consultados pelo Cepea indicaram que as atividades de campo foram interrompidas em setembro, devido às altas temperaturas e à baixa umidade do solo.

Esse cenário e a valorização do dólar frente ao Real (que torna as commodities brasileiras mais atrativas aos importadores) limitaram as baixas nos preços domésticos. O dólar teve valor médio de R$ 4,945 em setembro, 0,8% mais alto que a média de agosto, porém, 5,5% menor que há um ano, em termos nominais. A firme demanda externa também impediu quedas acentuadas de preços no Brasil.

De acordo com a Secex, em setembro, o País exportou 6,4 milhões de toneladas de soja, o maior volume já escoado em um mês de setembro, apesar de ser 23,7% inferior ao de agosto. Vale observar também que o Brasil exportou 87,25 milhões de toneladas na parcial deste ano (de janeiro a setembro), quantidade recorde quando comparada à de anos anteriores (de janeiro a dezembro).

Diante disso, o Indicador Esalq/BM&FBovespa – Paranaguá da soja teve média de R$ 147,19/sc de 60 kg em setembro, 0,9% inferior à de agosto e 16,6% abaixo da de setembro de 2022, em termos reais (calculado pelo IGP-DI de agosto de 2023).

A média do Indicador Cepea/Esalq – Paraná foi de R$ 139,16/sc de 60 kg em setembro, 0,5% inferior à média de agosto e 18,8% abaixo da registrada há um ano, em termos reais.

Derivados

As cotações dos derivados da soja, no entanto, avançaram em setembro. Esse cenário também limitou as baixas da matéria-prima no Brasil. Os preços do farelo foram influenciados pela maior disputa entre compradores domésticos e estrangeiros. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, as cotações do farelo de soja subiram 0,2% entre agosto e setembro.

Na comparação anual (de setembro de 2022 a setembro de 2023), entretanto, observou-se queda de 7,4%, em termos reais.

A firme demanda doméstica por óleo de soja, especialmente do setor industrial, impulsionou as cotações desse derivado em setembro.

O óleo bruto e degomado na região de São Paulo (com 12% de ICMS incluso) se valorizou 0,7% frente a agosto, com média de R$ 5.296,94/tonelada no último mês – a mais alta desde abril deste ano, em termos reais; porém, 24,3% inferior à registrada há um ano, também em termos reais.

Front Externo

O avanço da colheita da safra 2023/24 de soja nos Estados Unidos pressionou as cotações futuras em setembro. No entanto, a piora das condições das lavouras e a firme demanda pelo grão norte-americano limitaram as baixas.

Segundo o relatório de acompanhamento de safras do USDA, 23% da área cultivada com soja havia sido colhida nos Estados Unidos até o dia 1º de outubro, três pontos percentuais superior ao mesmo período do ano passado e um ponto percentual acima da média dos últimos cinco anos.

Além disso, a valorização do dólar frente ao Real reforçou o movimento de queda do preço externo. Na CME Group (Bolsa de Chicago), entre as médias de agosto e de setembro, verificam-se fortes desvalorizações de 4,6% para a soja e de 6,7% para o derivado, com respectivas médias mensais de US$ 13,2429/bushel (US$ 29,20/sc de 60 kg) e de US$ 397,95/tonelada curta (US$ 438,66/t) – ambas as menores desde dezembro/21, em termos nominais. O contrato de primeiro vencimento do óleo de soja registrou queda.

Fonte: Assessoria Cepea

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Falta de chuva preocupa; cotações da soja têm novos aumentos

Paridade de exportação indica, ainda, valores maiores para o próximo mês, o que reforça a resistência dos sojicultores em negociar grandes quantidades no curto prazo. 

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Foto: Geraldo Bubniak

A falta de chuva nas principais regiões produtoras de soja no Brasil vem deixando agentes em alerta, visto que esse cenário pode atrasar o início da semeadura na temporada 2024/25.

Segundo pesquisas do Cepea, nesse cenário, vendedores restringem o volume ofertado no spot nacional, ao passo que consumidores domésticos e internacionais disputam a aquisição de novos lotes.

Com a demanda superando a oferta, os prêmios de exportação e os preços domésticos seguem em alta, também conforme levantamentos do Cepea.

A paridade de exportação indica, ainda, valores maiores para o próximo mês, o que reforça a resistência dos sojicultores em negociar grandes quantidades no curto prazo.

Fonte: Assessoria Cepea
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Exportação de ovos cai 42% em um ano e processados têm menor participação desde dezembro de 2022

De acordo com dados da Secex, o Brasil exportou 1,239 mil toneladas de ovos in natura e processados em agosto, quantidade 4,7% menor que a de julho e 42% inferior à de agosto de 2023. 

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Foto: Rodrigo Félix Leal

As exportações brasileiras de ovos comerciais recuaram pelo segundo mês consecutivo, refletindo a diminuição nos embarques de produtos processados, como ovalbumina e ovos secos/cozidos.

De acordo com dados da Secex, compilados e analisados pelo Cepea, o Brasil exportou 1,239 mil toneladas de ovos in natura e processados em agosto, quantidade 4,7% menor que a de julho e 42% inferior à de agosto de 2023.

Das vendas externas registradas no último mês, apenas 24,6% (o equivalente a 305 toneladas) corresponderam a produtos processados, a menor participação dessa categoria desde dezembro de 2022, também conforme a Secex.

Fonte: Assessoria Cepea
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Preços do milho seguem em alta no Brasil

Atentos às recentes valorizações externa e interna e preocupados com o clima nas principais regiões produtoras da safra de verão do Brasil, vendedores vêm limitando o volume ofertado.

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Foto: Gilson Abreu

Levantamentos do Cepea mostram que os preços do milho seguem em alta no mercado doméstico.

Segundo pesquisadores deste Centro, atentos às recentes valorizações externa e interna e preocupados com o clima nas principais regiões produtoras da safra de verão do Brasil, vendedores vêm limitando o volume ofertado.

Do lado da demanda, pesquisadores do Cepea explicam que a procura internacional pelo milho brasileiro tem se aquecido, sustentada pela maior paridade de exportação.

Compradores internos também têm retomado as negociações, seja para recompor estoques e/ou por temerem novas valorizações nos próximos dias.

Quanto aos embarques, em agosto, somaram 6,06 milhões de toneladas do cereal, praticamente o dobro das 3,55 milhões escoadas em julho, mas ainda 35% inferiores aos de agosto de 2023, conforme dados Secex.

Fonte: Assessoria Cepea
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