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Desvalorização externa da soja influencia os preços no Brasil

Perspectiva para a produção global da safra 2023/24 segue recorde, acima de 400 milhões de toneladas, de acordo com a última atualização do USDA.

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Foto: Danilo Estevão

No mês de outubro, o primeiro vencimento da soja em Chicago apresentou a terceira desvalorização consecutiva, caindo 3,2% no mês, para USD 12,84/bu.

Preço da soja em Chicago e em Sorriso (MT)

No Brasil, os preços da soja também apresentaram queda em outubro, com a redução das cotações internas atrelada à desvalorização externa. Sobre o ritmo de plantio, de acordo com a Conab, 65,4% da área nacional de soja havia sido plantada até 19 de novembro, abaixo dos 75,9% do mesmo período do ano passado.

Enquanto isso, a comercialização da safra 2023/24 do Mato Grosso apresentou ligeiro avanço, segundo o IMEA, alcançando 31,7% da expectativa de produção do estado. O avanço da colheita da safra 2023/24 de soja nos Estados Unidos seguiu pressionando as cotações futuras.

Segundo o relatório de acompanhamento de safras do USDA, a colheita no país foi encerrada na semana passada. Na média do décimo mês do ano, a oleaginosa caiu 1,2% em Sorriso, para R$ 118,13/saca.

Além disso, os prêmios à vista apresentaram redução, o que também impactou de forma negativa os preços. Vale ressaltar, entretanto, que a valorização do dólar frente ao real limitou o movimento de baixa dos preços domésticos.

No Paraná, 84% dos campos foram semeados, abaixo dos 90% de um ano atrás. Já no MT, 91% da área foi plantada, abaixo dos 99% em igual período da safra passada.

No Mato Grosso do Sul, 87% foram semeados, contra 96% do ano passado. As atividades de campo foram interrompidas em alguns dias durante o mês de outubro na região central do Brasil, devido às altas temperaturas e à baixa umidade do solo, ocasionada pela irregularidade das chuvas.

Apesar da evolução para 31,7%, o ritmo de comercialização da safra 2023/24 do Mato Grosso ainda está bem abaixo dos 44,4%da média registrada nos últimos cinco anos.

Evolução do plantio de soja – Fonte: Conab

Atraso no plantio começa a chamar atenção

A perspectiva para a produção global da safra 2023/24 segue recorde, acima de 400 milhões de toneladas, de acordo com a última atualização do USDA. No Brasil, a evolução do plantio de soja no Mato Grosso, principalmente nas regiões Norte e Sudeste do estado, está bem aquém da média histórica. Do lado financeiro, os fundos não comerciais voltaram a ficar comprados em contratos de soja na bolsa de Chicago, segundo a última atualização do CFTC.

O relatório de novembro do USDA trouxe uma elevação para a produtividade da soja americana, que passou de 3,3 para 3,4 toneladas por hectare. Com isso, a produção de soja dos Estados Unidos aumentou 700 mil toneladas, para 112,4 milhões de toneladas.

Balanço global de soja – Fonte: USDA

O quadro de demanda para a soja americana não foi alterado, portanto o aumento da produção resultou em elevação dos estoques finais. O quadro global da soja permaneceu praticamente inalterado, uma vez que o USDA não mexeu na safra sul-americana, mantendo os números de produção para Brasil e Argentina idênticos ao do reporte de outubro.

O ritmo de plantio mostrou forte desaceleração, sobretudo nas últimas semanas, diante do clima irregular. Em algumas regiões, houve a necessidade de replantio. Os mapas de chuva mostram volumes abaixo da média sobre o Mato Grosso para os próximos dias, o que pode não só aumentar a necessidade de replantio, mas também manter o atraso no avanço da semeadura. Vale lembrar que o ritmo do plantio da soja tem influência na decisão do produtor para a segunda safra.

Evolução da posição dos fundos não comerciais

O movimento de compra dos fundos indica que os investidores começam a acreditar numa queda menos acentuada para os preços da commodity, de olho nos efeitos que o atraso no plantio da soja no Brasil pode trazer para esse mercado. Geralmente, o aumento da posição comprada dos fundos ajuda a sustentar os preços em Chicago.

Fonte: Consultoria Agro do Itaú BBA

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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