Avicultura Biosseguridade
Desmistificando a Influenza Aviária
O consumo de carne de frango ou ovos não oferece nenhum risco – uma informação essencial para combater o medo infundado.

Artigo escrito por Daiane Carvalho*, e Abrahão Carvalho Martins**.
Nos últimos tempos, a Influenza Aviária voltou a ocupar manchetes, despertando apreensão em produtores, profissionais da agroindústria e consumidores. Mas afinal, o que é essa doença e por que ela gera tanta preocupação?
Uma doença séria, mas sob controle
A Influenza Aviária é uma infecção viral contagiosa que afeta principalmente aves como galinhas, patos e perus. Existem diferentes formas do vírus, mas a de alta patogenicidade, como o H5N1, é a mais temida: pode causar mortalidade superior a 10% dos plantéis em poucas horas. Isso representa um risco sanitário e econômico significativo para a avicultura.
Apesar da gravidade para as aves, a transmissão para humanos é extremamente rara e ocorre apenas em situações muito específicas, como contato direto e intenso com aves doentes. O consumo de carne de frango ou ovos não oferece nenhum risco – uma informação essencial para combater o medo infundado.
O que aconteceu no Brasil?
Em maio deste ano, o Brasil confirmou o primeiro caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade em uma granja comercial, localizada em Montenegro, no Rio Grande do Sul. Até então, os registros vinham apenas de aves silvestres. A rápida identificação do caso permitiu o isolamento imediato da propriedade e a aplicação dos protocolos de contenção.
Um episódio semelhante no Zoológico de Sapucaia mostrou que se tratava da mesma cepa, já circulante na região do RS desde 2023, vinda do Uruguai. Isso reforça que a origem do surto foi ambiental, não relacionada ao sistema produtivo brasileiro.
Consumo seguro e vigilância ativa
A boa notícia é que o surto foi controlado com eficácia. As carnes e ovos brasileiros continuam entre os mais seguros do mundo. O vírus da Influenza Aviária não resiste ao cozimento, e os processos sanitários da cadeia produtiva seguem rígidos padrões de qualidade.
Para manter esse cenário, o Brasil conta com um dos sistemas de vigilância sanitária mais robustos do mundo. As granjas operam com protocolos de biosseguridade que incluem controle rigoroso de acesso, desinfecção, monitoramento constante e barreiras contra aves silvestres.
Impactos e resposta internacional
A notificação oficial de foco sanitário no estado do Rio Grande do Sul (RS) resultou na imposição de restrições às exportações de produtos avícolas brasileiros por parte de 24 países, incluindo mercados estratégicos como a China e a União Europeia, que suspenderam totalmente as importações. Adicionalmente, algumas nações implementaram medidas mais regionalizadas: a Arábia Saudita e o Reino Unido restringiram exclusivamente as importações oriundas do RS, enquanto os Emirados Árabes Unidos e o Japão limitaram as aquisições aos produtos procedentes do município de Montenegro, localidade de origem do foco identificado.
Apesar dessas medidas restritivas, o acesso a mais de 128 mercados internacionais permaneceu inalterado, inclusive para produtos originários do estado afetado. Este cenário evidencia a robustez do sistema de defesa sanitária animal do Brasil, assim como a eficácia e celeridade da resposta das autoridades brasileiras competentes. A manutenção da confiança de grande parte do mercado internacional reforça a credibilidade do país enquanto fornecedor seguro e responsável de proteína animal.
Contribuição da American Nutrients
A biosseguridade é um compromisso diário, e empresas como a American Nutrients têm papel fundamental nessa missão. O Programa Bioseg oferece soluções eficazes de limpeza e desinfecção, com comprovada ação contra vírus da família Influenza. Já o Aqua Nutrients assegura a qualidade da água de bebida, com sistemas de acidificação e cloração, contribuindo para um ambiente sanitário seguro nas granjas.
Um recado para a comunidade
Fica o apelo à tranquilidade: nossos alimentos são seguros, e nossa avicultura é exemplo de excelência mundial. Aos produtores e técnicos, o reconhecimento pelo trabalho sério e comprometido. E a todos, o lembrete: a biosseguridade começa em cada propriedade, com ações simples como impedir o contato de aves domésticas com aves silvestres e notificar qualquer suspeita às autoridades.
Desmistificar é informar. E informação de qualidade é a melhor vacina contra o medo.
*Daiane Carvalho, Dra. Médica Veterinária, Mestre e Doutora em Ciências Veterinárias pela UFRGS. Com mais de 15 anos de experiência e mais de 40 artigos científicos publicados. Atualmente, coordena o setor de Pesquisa e Desenvolvimento da American Nutrients do Brasil, além de ser a responsável técnica da empresa.
**Abrahão Carvalho Martins, Médico Veterinário formado pela Universidade Federal de Santa Maria. Mestre em ciências veterinárias pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Doutorando na área de patologia e sanidade pela mesma instituição (UFRGS). Trabalho nos últimos 14 anos no desenvolvimento de produtos e ações na área de biosseguridade animal. Atualmente consultor técnico da American Nutrients do Brasil. Também veterinário responsável pelas unidades produtivas da Companhia Minuano de alimentos e Consultor técnico na área farmacêutica do grupo Daewoong Bio.

Avicultura
Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango
Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock
Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.
O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

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Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.
Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.
O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.
Avicultura
União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil
Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

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Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.
A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.
Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

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Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.
Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.
Avicultura
Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global
Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.
A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.
No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.
Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).
Indústria e produção de ovos
O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.
A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”
Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.
A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.
Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.
Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.





