Avicultura
Desenvolvimento precoce das mucosas intestinais potencializa desempenho produtivo dos frangos de corte
Entre os principais impulsionadores para o país obter esses resultados estão o melhoramento genético, a nutrição, o manejo, a ambiência, além da biosseguridade e do invejável status sanitário do setor, que posiciona o Brasil como único entre os principais produtores a nunca ter diagnosticado em seu território Influenza aviária.

Protagonista no cenário mundial entre os maiores produtores de frango de corte, a avicultura brasileira vem nos últimos anos passando por constante desenvolvimento para aprimorar ainda mais a sua performance produtiva e sanitária. No país estima-se que são produzidos mais de 700 mil pintos de corte por hora, cerca de 24 milhões de frangos são abatidos por dia e a produção supera 14 milhões de toneladas de carne ao ano.
Entre os principais impulsionadores para o país obter esses resultados estão o melhoramento genético, a nutrição, o manejo, a ambiência, além da biosseguridade e do invejável status sanitário do setor, que posiciona o Brasil como único entre os principais produtores a nunca ter diagnosticado em seu território Influenza aviária.
Contudo, ao mesmo tempo em que existe uma tendência global para retirada do uso de antibióticos como promotores de crescimento na produção animal, o setor busca alternativas precoces, simples e confiáveis de biofármacos, biomoléculas, fitoterápicos, prebióticos, probióticos, suplementos, produtos químicos e técnicas de manejo que sejam capazes de manter ou potencializar o desempenho produtivo das aves.

Médico-veterinário, PhD em Sanidade Avícola e especialista em Medicina Avícola, Ricardo Hummes Rauber: “Muitas vezes nos preocupamos essencialmente com o que está acontecendo dentro das granjas de frango de corte e esquecemos de olhar para as matrizes e para as incubadoras” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural
De acordo com o médico-veterinário, PhD em Sanidade Avícola e especialista em Medicina Avícola, Ricardo Hummes Rauber, o desenvolvimento precoce das mucosas intestinais e de estruturas associadas tem se mostrado uma alternativa eficaz para que os animais recém eclodidos apresentem condições sanitárias mais robustas e maior capacidade de absorção de nutrientes pelas paredes intestinais, o que pode encurtar o período de produção para que as aves atinjam a conformação desejada para o abate. “Muitas das coisas que podemos entregar em termos de resultado estão relacionadas ao nosso dia a dia na produção”, destacou Rauber no início da sua palestra sobre “Desenvolvimento precoce das mucosas intestinais e do status sanitário de aves”, que integrou o painel Saúde Intestinal e Imunidade na 6ª edição do Congresso e Central de Negócios Brasil Sul de Avicultura, Suinocultura e Laticínios (Avisulat), promovido pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), pelo Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat) e pelo Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (SIPS), de 28 a 30 de novembro, em Porto Alegre, RS.
A microbiota do trato gastrointestinal (TGI) exerce um importante papel na digestão e absorção dos nutrientes, quando desregulada interfere na saúde intestinal do animal, podendo desenvolver doenças, reduzir a digestibilidade e o desempenho, fatores que levam a perdas na conversão alimentar e consequentes prejuízos econômicos ao produtor.
Em um estudo feito em condições experimentais, um grupo de frangos de corte foram desafiados com uma dieta de restrição energética entre sete e 14 dias de vida, tendo os animais apresentado uma piora no desempenho e um impacto negativo no desenvolvimento do TGI. “Mesmo voltando com níveis nutricionais em parâmetros adequados para esses animais após os 14 dias, essa diferença se sustenta até o final da vida”, ressalta Rauber, acrescentando: “As aves submetidas ao período de dieta com restrição tiveram redução na densidade do tecido intestinal, visto que o momento em que é fornecido o alimento para essas aves foi determinante para o desenvolvimento do trato gastrointestinal”.
Retardo ao alimento no alojamento
O atraso no acesso ao alimento no alojamento em três, 24, 48 ou 72 horas depois do nascimento foi objeto de estudo de outra pesquisa, que mostrou um impacto negativo na morfologia intestinal e no desempenho das aves, gerando uma perda no peso do pintinho entre 4,8 e 13,3% nos períodos mais prolongados.
“O peso adquirido no alojamento interfere predominantemente no desempenho desses animais. Esse efeito é visto no intestino, que apresenta uma menor altura de vilosidade, ou seja, uma menor possibilidade de digestão e absorção de nutrientes da dieta por fases de retardo, com isso, obviamente, o peso aos 21 dias se reduz. Por outro lado, quando esse peso é corrigido para idade de alojamento – a partir do momento que as aves chegaram na granja até receberem a ração -, os animais que ficaram mais tempo entre o nascimento e o alojamento continuam tendo esse peso prejudicado. Por isso que restringir o acesso precoce ao alimento prejudica não só o desempenho dos animais, como também o desenvolvimento do trato gastrointestinal”, afirma Rauber.
Nutrição in ovo

Foto: Arquivo/ OP Rural
Em uma outra variação na qual se utilizou uma estratégia de nutrição in ovo, Rauber conta que foram selecionados alguns nutrientes que são importantes para essa fase de vida do animal, com aplicação aos 18 dias de incubação, sendo após a eclosão acompanhado o peso desses animais e também o desenvolvimento do trato gastrointestinal. “Aos três dias após o nascimento, com os pintinhos recebendo alimentação, percebemos nessa fase um aumento considerável na altura de vilosidades e na superfície obstrutiva do intestino destas aves, demonstrando que mesmo antes do nascimento há a possibilidade de melhorar a condição entérica desses animais e, consequentemente, o desempenho deles ao longo da vida”, sublinhou o PhD em Sanidade Avícola.
Frangos Griller
A eficiência alimentar dos frangos de corte é influenciada pelo manejo nas fases pré-inicial e inicial do alojamento, por isso é fundamental garantir o bem-estar das aves nestas etapas. Conforme o especialista em Medicina Avícola, o desenvolvimento com foco em abordagens precoces deve ser realizado pensando não apenas na questão sanitária, mas também na qualidade de desenvolvimento do trato gastrointestinal.
Em um trabalho a campo foi avaliado parâmetros de qualidade intestinal de frangos griller aos sete e aos 14 dias de vida, correlacionando esses indicadores com lesões internas macroscópicas no TGI e o desempenho final do lote, com foco no peso de abate. “Animais com um range de peso bastante ajustado para o processamento, como é o caso do frango griller, que tem uma faixa de peso para abate em torno de 1,5 kg, é preciso ainda mais cuidado para evitar que esses parâmetros internos aconteçam, pois estas lesões, mesmo aos sete dias de vida, acabam interferindo no desempenho destes animais, o que pode gerar como consequência o aumento do seu período no aviário para que alcancem a conformação ideal para o abate”, explica Rauber.
Saúde intestinal
O conceito de saúde intestinal deve combinar com um bom funcionamento de todos os papéis fisiológicos do órgão: microbioma estável, boa camada de muco, função de barreira, resposta imune adequada, digestão e absorção de nutrientes.
O intestino de uma ave adulta abriga mais de um milhão de genes bacterianos, o equivalente a algo entre 40 e 50 vezes o número de genes no genoma da ave, apresentando maior relevância em um cenário de restrição no uso de antibióticos como melhoradores de desempenho. “Quando formos tratar de qualquer estratégia para melhorar ou corrigir o valor nutricional de um lote e não levar em consideração a microbiota vamos ter dificuldade em atingir bons resultados. E isso passa a ter uma relevância ainda maior quando tratamos de restrição no uso de antibióticos, especialmente os promotores de crescimento. As empresas que exportam para a Europa já têm uma restrição válida a partir de 2022, mas também percebemos que o próprio Ministério da Agricultura e Pecuária está aos poucos fazendo restrições, o que vejo como positivo, porque nos dá a chance de ir avaliando alternativas e entender como trabalhar dessa forma. Em um cenário de médio prazo acredito que vamos ter uma restrição total quanto ao uso de antimicrobianos”, evidencia.
Maturidade e Manipulação da microbiota intestinal
De acordo com Rauber, a boa notícia é que é possível manipular a microbiota intestinal, inclusive antecipando ou até retardando a maturação dessa microbiota. Em um estudo sobre a maturidade e manipulação da flora intestinal, o especialista em Medicina Avícola afirma que foi possível comprovar que é por volta dos 30 dias de idade da ave que acontece o processo de maturação da microbiota no intestino, bem como o período que se consegue retardar essa maturação, antecipar ou até melhorar.
“O uso de antibióticos como promotores de crescimento retardou essa maturação em até 10 dias, sendo que a idade de abate foi de 42 dias, no entanto o uso de uma cepa probiótica conseguiu antecipar essa maturação em 15 dias. Isso, logicamente, se traduziu em melhor desempenho do que o grupo de controle, mas se avaliarmos o desempenho veríamos que mesmo com o uso do antibiótico temos um desempenho satisfatório”, menciona Rauber, enfatizando que ao fazer essa manipulação distinta da microbiota, a ave terá esses promotores de crescimento praticamente ao longo da vida, o que mantém também sob controle algumas bactérias patogênicas.
Estratégias para melhorar ou facilitar a maturação do TGI
Entre as estratégias para modulação do desenvolvimento do TGI é fundamental a adoção de boas práticas de produção, que incluem atendimento dos padrões de manejo e ambiência, redução da janela entre nascimento, alojamento, estabelecimento e atendimento de padrões de biosseguridade. “Na prática, quando vamos para o campo acompanhar o alojamento percebemos que talvez a qualidade da cama, a ambiência, a temperatura daquela cama, as condições de ventilação e os níveis de amônia não estão dentro dos parâmetros adequados para garantir o bem-estar das aves e isso vai se refletir em um retardo no consumo de ração de 4 horas, 12 horas ou talvez até mais, o que automaticamente vai comprometer o desenvolvimento do trato gastrointestinal”, reforça.
Em relação às estratégias nutricionais, Rauber destaca a nutrição precoce in ovo pós eclosão e durante o transporte, além da importância da qualidade da dieta oferecida no início da vida – no que se refere a ingredientes, níveis de proteína e qualidade física da ração. “É de suma importância que o alimento esteja disponível para o animal no momento em que ele é alojado e, mais do que isso, que ele tenha condições de ingerir em quantidade e qualidade adequada”, salienta Rauber, ampliando: “A qualidade da dieta oferecida principalmente no início da vida deve ser a melhor ração possível, sob todos os aspectos de níveis nutricionais, escolha dos ingredientes, qualidade física dessa ração e também alguns pontos que a gente não pode deixar passar, como de alguns contaminantes possíveis de estarem nessa dieta, entre eles as micotoxinas, algumas biogênicas, dependendo do tipo de matéria-prima que for utilizada na ração também pode causar alguma agressão no trato digestivo”, expõe.
No que se refere as estratégias relacionadas à saúde intestinal, é necessário adotar um programa para fazer a modulação e maturação da microbiota intestinal, inclusive pré-alojamento, aliado ao manejo e tratamento de cama. “Além do produtor se preocupar em dar uma condição boa para a cama do aviário, é rotina reutilizar essa cama, mas, para isso, necessariamente, é preciso fazer um tratamento dessa cama, não só pensando em possíveis contaminantes microbiológicos (Salmonela, Cocciodiose e Eimeira spp.), como também que essa cama tenha uma qualidade para que não apresente volatização de amônia excessiva no galpão, o que vai comprometer a qualidade do ar dentro do aviário”, enfatiza Rauber.
O especialista em Medicina Avícola frisa ainda que não dá para perder de vista a cadeia anterior – as matrizes e incubatórios. “Muitas vezes nos preocupamos essencialmente com o que está acontecendo dentro das granjas de frango de corte, com a ração destinada aos animais, com o programa de biosseguridade que está sendo adotado no lote e esquecemos de olhar para as matrizes e para as incubadoras, em como estamos executando todos os padrões de manejo e de biosseguridade nestes ambientes”, alerta o profissional.
Segundo o médico-veterinário, estudos recentes demonstraram uma sobreposição entre a microbiota da matriz e da progênie em frangos, apresentando uma similaridade muito grande aos 14 dias, em torno de 30% entre a microbiota da matriz e do frango. “A partir do momento que o ovo eclode e é levado para um ambiente totalmente diferente está sujeito às suas variações em termos de microbiota. Cerca de 30% pode não parecer muita coisa, mas esse percentual da microbiota do frango aos 14 dias é similar à da matriz no momento da eclosão, então essa participação é muito grande sim. Tudo que a gente faz no sentido de melhorar a questão entérica de saúde intestinal do frango é importante olharmos também para a cadeia anterior e trabalhar principalmente com as matrizes”, realça.
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Avicultura
Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango
Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock
Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.
O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

Foto: Shutterstock
Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.
Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.
O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.
Avicultura
União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil
Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

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Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.
A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.
Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

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Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.
Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.
Avicultura
Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global
Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.
A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.
No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.
Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).
Indústria e produção de ovos
O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.
A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”
Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.
A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.
Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.
Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.




