Bovinos / Grãos / Máquinas
Desempenho do mercado bovino é impactado por oferta atrativa e exportações em declínio
Do lado das exportações, apesar do retorno da China na ponta compradora, os embarques de abril ainda continuaram fracos, embora a situação tenha melhorado em maio.
Os preços do boi gordo continuaram perdendo sustentação ao longo de maio, mesmo após o reestabelecimento das exportações para a China no final de março. Na média de maio, o indicador Cepea (SP) ficou em R$ 264,36/@, queda de 7,7% frente ao mês anterior e -18% ante mai/22. O movimento baixista ocorrido no mercado físico se intensificou diante da boa oferta de gado, o que permitiu aosfrigoríficos alongarem as escalas de abates e exercerem maior pressão na originação. A queda da carne no atacado, embora menor que a do boi, também influenciou.
Do lado das exportações, apesar do retorno da China na ponta compradora, os embarques de abril ainda continuaram fracos, embora a situação tenha melhorado em maio. De fato, em abril, o spread das exportações caiu para -3% diante da alta do custo do boi em dólares, efeito principalmente da apreciação cambial além de leve queda do preço da carne in natura exportada. Todavia, em maio, além do custo com o boi ter caído razoavelmente, o preço de embarque da carne reagiu, o que elevou o spread para 11%.
Os embarques in natura do quinto mês somaram 168,5 mil t, 10,6% acima de mai/22 e o preço médio subiu expressivos 6,5%, para USD 5,1mil/t. No mercado interno, o spread dos frigoríficos também reagiu bastante em maio, dado que o animal terminado apresentou queda superior à carne no atacado. Apesar da carcaça casada ter voltado aos R$ 18,35/kg, o menor valor desde dez/20, sendo 4,9% abaixo do mês anterior, o boi desvalorizou7,7% no mesmo comparativo.
O movimento baixista do boi acabou pesando também sobre o bezerro. O animal no MS esteve cotado em média a R$ 2.286/cabeça no mês, queda de 6% sobre abr/23. Mas mesmo com a cria acomodando, refletindo a piora do cenário para o boi neste ano, o animal terminado perdeu mais valor no acumulado jan-mai 23/22, da ordem de 18% ante 15% de queda no indicador do bezerro no MS.
Terminado o pico de safra, pressão negativa no boi deve aliviar
Os contratos futuros do boi gordo nos vencimentos do último trimestre do ano perderam entre R$ 25 e R$ 33/@ nos últimos trinta dias, diante do enfraquecimento dos preços no físico. Dado o tom negativo, chama atenção o fato de o mercado futuro precificar hoje a entressafra (out-nov/23) próxima do nível atual dos preços no físico, pico teórico de safra, na faixa dos R$ 245/@, o que é contra intuitivo, embora não impossível.
Caso os preçosfuturos do boise recuperem um pouco e/ou o milho caia mais, o resultado projetado para os confinamentos voltará a ficar interessante. Cabe destacar que, apesar da
desvalorização do boi gordo neste ano, os custos de confinamento também vêm cedendo expressivamente, tanto o animal magro quanto os insumos da ração, notadamente o milho. Até poucos dias atrás, considerando osfuturos do boi e os custos dos insumos, havia margem positiva projetada nos estados onde o insumo é mais barato (caso do MT) ou em SP, onde não há o diferencial de base. Os futuros do boi gordo tem estado bastante voláteis nas últimassemanas.
É de se esperar que, na medida em que o período seco se instalar, o volume de gado de pasto destinado ao abate modere, abrindo espaço para um certo ajuste das cotações. Ainda assim, os preços do boi gordo em SP vistos até o final de março, acima dos R$ 290/@, nos parecem distantes. Do lado das exportações, vemos uma perspectiva de aumento dos volumes, o que pode vir acompanhado de evolução no preço de embarque. Com isso, o spread da exportação tende a seguir melhor do que os meses anteriores, o que pode ajudar no preço pago pelo boi gordo.
Mesmo assim, é importante que o produtor, sobretudo o confinador, se proteja nos momentos de reação do mercado futuro, lembrando que, no ano passado, mesmo diante de um bom fluxo de exportação, a indústria se preparou para a entressafra com os contratos a termo e manteve uma postura conservadora na aquisição de animais diante da oferta confortável, o que não deve ser diferente neste ano.
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran