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Desafios locais e recordes nas exportações desenham cenário complexo da soja em outubro

Sojicultores do Sul e do Sudeste tiveram as atividades interrompidas  pelo excesso de umidade em algumas áreas. Já os agricultores do Centro-Oeste do País tiveram problemas como altas temperaturas e os baixos índices pluviométricos.

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Foto: Patrícia Schulz/OP Rural

A liquidez envolvendo a soja esteve menor em outubro no Brasil, devido à maior  disparidade entre os valores pedidos por vendedores e os ofertados por compradores. De um lado, sojicultores estiveram focados nas atividades de campo no Brasil, sem interesse em comercializar grandes volumes no spot nacional. Esses agentes estiveram cautelosos, por conta das irregularidades climáticas no País.

Por outro lado, os consumidores domésticos, abastecidos para o médio prazo, estiveram ausentes nas aquisições. Esses demandantes também estiveram atentos ao elevado excedente da safra 2022/23 e ao maior índice pluviométrico no final do mês, que, por sua vez, reforçou as expectativas de produção recorde de soja na temporada 2023/24.

Já a demanda externa pela soja esteve aquecida em outubro. Em outubro, as exportações brasileiras da oleaginosa somaram 5,5 milhões de toneladas, segundo dados da Secex, um recorde para o mês, e ampliando para 92,8 milhões de toneladas a somatória do volume escoado em 2023 (até outubro). Somente neste segundo semestre, foram exportadas mais de 30 milhões de toneladas de soja, superando em 16,7% o volume exportado em todo o segundo semestre de 2022.

A Secex indica também que, em outubro, a receita média foi equivalente a US$ 31,37/saca de 60 kg (ou R$ 158,91/sc de 60 kg), o maior faturamento nominal desde abril deste ano. Vale observar que o preço médio do spot nacional esteve significativamente abaixo do recebido pelas exportações em outubro.

Campo

Sojicultores do Sul e do Sudeste tiveram as atividades interrompidas  pelo excesso de umidade em algumas áreas. Já os agricultores do Centro-Oeste do País tiveram problemas como altas temperaturas e os baixos índices pluviométricos.

De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), 40% da área de soja havia sido semeada no Brasil até 29 de outubro, abaixo dos 47,6% há um ano. Dentre as regiões, 70,9% da área foi semeada em Mato Grosso; 52%, em Mato Grosso do Sul; 58% em São Paulo e no Paraná. Em Mato Grosso do Sul, a semeadura da soja alcançou 52% da área e em Goiás, 31%. Os produtores de Minas Gerais cultivaram 17,8% da área de soja, os de Santa Catarina, 16%, e os do Rio Grande do Sul, 1%.

A região de Matopiba deve intensificar as atividades de campo a partir de novembro. Mas a probabilidade de chuvas para esta região é baixa. A Conab mostra que 3% foi da área foi cultivada no Maranhão e 15% no Tocantins. Os produtores do Piauí ainda não iniciaram as atividades. Na Bahia, 4% da área de soja foi semeada até 29 de outubro.

Preços

De setembro para outubro, o Indicador Esalq/BM&FBovespa – Paranaguá da soja recuou 2,1%, com a média do último mês a R$ 144,09/sc de 60 kg. Entre outubro/22 e outubro/23, a média caiu 17,7%, em termos reais (IGP-DI, de set/23). O Indicador CEPEA/ESALQ – Paraná teve média R$ 139,91/sc de 60 kg em outubro, quedas de 1,6% frente à de setembro e de 20% em relação à de outubro/22, em termosreais.

Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, o preço da soja cedeu 2% no mercado de balcão (pago ao produtor) e 1,7% no de lotes (negociações entre empresas). Em um ano, os preços recuaram expressivos 25% e 23,7%,  respectivamente.

Derivados

A maior demanda por farelo de soja elevou os preços do derivado em outubro. Vale lembrar que, na primeira quinzena do mês, os consumidores estavam cautelosos nas aquisições, esperando por melhores oportunidades de compra – esses agentes estavam fundamentados na maior oferta no Hemisfério Norte, devido à entrada de soja da safra 2023/24. Entretanto, ao passar dos dias, a demanda global começou a se aquecer, o que elevou os preços futuros negociados na Bolsa de Chicago e, consequentemente, a paridade de exportação de farelo de
soja no Brasil.

Atentos a este cenário, representantes das indústrias esmagadoras elevaram os valores ofertados pelo derivado no Brasil. E, diante dos estoques reduzidos, os consumidores nacionais precisaram ir às compras, mesmo diante dos preços mais altos. Consequentemente, esse cenário elevou a disputa nas negociações entre os compradores domésticos e internacionais. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, as cotações do farelo de soja subiram 1,2% de setembro para outubro. Em um ano, contudo, observa-se queda de 11,1%, em termosreais.
O óleo bruto e degomado na região de São Paulo (com 12% de ICMS incluso) se valorizou 0,7% entre as médias de setembro e de outubro, a R$ 5.281,57/tonelada no último mês. Esta é a maior média mensal desde março deste ano, em termos reais, porém, ainda ficou 23,2% abaixo da de outubro/22.

Front externo

Diante da entrada da safra 2023/24 de soja no Hemisfério Norte, o contrato da soja operou abaixo dos US$ 13,00/bushel em grande parte de outubro. Assim, o preço médio do mês foi o menor desde novembro/21, em termos nominais, a US$ 12,8438/bushel (US$ 28,32/sc de 60 kg), sendo também 3% inferior ao de setembro/23 e 7% abaixo do de outubro/22.

Segundo o relatório de acompanhamento de safras do USDA, 85% da área cultivada com soja foi colhida nos Estados Unidos até o dia 29 de outubro, inferior aos 87% do mesmo período do ano passado, mas acima dos 78% colhidos na média dos últimos cinco anos.

A queda no preço externo está atrelada, também, à menor demanda externa pelo  grão norte-americano. De acordo com o relatório de inspeção e exportação do USDA, os Estados Unidos escoaram 9,95 milhões de toneladas de soja na parcial desta safra (de 1º de setembro a 26 de outubro), 2,7% a menos que em igual período de 2022.

A queda do óleo foi mais significativa, uma vez que a firme demanda global por farelo de soja pode gerar maior excedente de óleo. O preço médio de outubro deste derivado caiu 11,9% na comparação mensal e 22,1% na anual. Quanto ao farelo de soja, a média avançou 0,5% frente à de outubro, mas cedeu 2,8% em relação a outubro/22.

Fonte: Assessoria Cepea

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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