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Suínos / Peixes

Desafios internos são gargalos para ampliar exportações

Brasil é o quarto maior exportador mundial, mas se quiser uma fatia maior nesse suculento e atrativo bolo, precisa antes lidar com seus próprios infortúnios

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Até o ano de 2020, a importação mundial de carne suína pode ultrapassar 12 milhões de toneladas, o dobro do registrado em 2014 – 6,24 milhões de toneladas -, de acordo com projeções divulgadas pelo diretor executivo da Frimesa, Elias Zydek, durante o Congresso Abraves (Associação Brasileira de Médicos Veterinários Especialistas em Suínos) Paraná, que aconteceu em meados de março, em Toledo. O Brasil é o quarto maior exportador mundial, mas se quiser uma fatia maior nesse suculento e atrativo bolo, precisa antes lidar com seus próprios infortúnios, vencer desafios internos, como a instabilidade política, as legislações impossíveis de serem cumpridas e a burocracia excessiva, além de estar permanentemente vigilante aos custos de produção e às tendências de mercado.

Rígido, mas não hostil, Zydek critica a influência negativa que questões externas incidem sobre a cadeia suinícola. “Temos que passar pelos nossos desafios internos, que são 70% político e 30% técnico. Estamos tendo um crescimento modesto de exportação, mas a questão política tem grande influência nos negócios”, menciona.

Hipocrisia nas leis

Falando sobre as legislações sanitárias, Zydek foi enfático ao dizer que as leis brasileiras são demasiadamente rígidas. “Na questão da Salmonella, temos que definir o que é técnica e cientificamente possível e o quanto a lei é justa. Não adianta criar leis que não podem ser cumpridas. Isso, para mim, se chama hipocrisia. No Brasil se ditam instruções normativas que não são possíveis de serem cumpridas. A Anvisa é um corporativismo idiota que prega padrão de qualidade que o Brasil não tem como atingir. (Criar leis) só para dizer que é melhor não adianta”, disparou Zydek.

Ele defende uma atuação mais incisiva do setor para se ajustar à realidade. “Temos que sair de trás da porta para dizer o que não é possível fazer, ajudar a criar normas que não afetem o consumidor, sem penalizar a indústria”, destaca, avaliando, por exemplo, que “as normativas americanas têm mais tolerância que a brasileira”. Citando o episódio da BRF com Salmonella, reforçou que “a Polícia Federal e o Ministério Público agem para cumprir a lei, mas a lei não é justa”.

Barreiras de todos os lados

A competitividade dos preços é fundamental para acessar o mercado externo, e o Brasil perde parte dela estacionado nas alfândegas e debruçado sobre o que Zydek entende ser uma burocracia excessiva. “Na alfândega temos as taxas de importação, as cotas em toneladas e a burocracia liberatória. Essa maldita burocracia é triste. É um fator de falta de competitividade nossa”, menciona o diretor executivo.

De acordo com ele, é uma de tantas barreiras impostas aos produtos brasileiros. “Nos países importadores existem as barreiras comerciais, argumentos alfandegários, sanitários e questões de bem-estar animal. Os casos sanitários atualmente são febre aftosa, Salmonella e residuais – redução de metais pesados e antibióticos”, citou Zydek.

As dificuldades vêm de todos os lados, aponta o dirigente cooperativista. “As ameaças estão nos preços de outras carnes, nas barreiras comerciais, nas cotas, no radicalismo alimentar, nas barreiras sanitárias, no radicalismo religioso, através dos ambientalistas”, enumerou o dirigente.

Oportundiades

Para Zydek, o desafio é ter o marketing focado em “vender saudabilidade, ter custo competitivo com relação a outras carnes, oferecer inovação em produtos ao consumidor e produzir com mais natureza e menos química”.

Ele cita a oportunidade que o Brasil tem nos próximos anos. “O mundo vai importar mais carne suína, essa é grande oportunidade. Temos que estar preparados, com custo de produção e produtividade. A atividade deverá focar no aperfeiçoamento tecnológico para produzir uma carne boa e barata. O consumidor sempre será sensível ao bom e barato. Há profundidade nessa mensagem”, argumenta. “Acima de tudo, para atingir o mercado externo o Brasil tem que resolver os prblemas de casa”, amplia o dirigente cooperativista.

Desafio técnico

Um assunto bastante importante é para atingir o mercado com mais agressividade, na opinião de Zydek, é o custo de produção. Esse, na visão do dirigente, é o desafio técnico do setor.

“Um assunto bastante importante é a precificação”. De acordo com ele, o preço para um suíno padrão, com 125 quilos, percentual de carne acima de 60%, espessura de toucinho de 1,5 centímetro, é formado da seguinte forma: custo de produção (70%), oferta e demanda (13%), qualidade da carcaça (13%) e concorrência com outras carnes (4%). “Diferente dos Estados Unidos, que tem a Bolsa, no Brasil 84% dos produtores são integrados, fato que leva o custo de produção determinar o preço. A evolução das inegrações tem mostrado menor variação de valores nos últimos anos. Estabilizou os custos porque a suinocultura está sendo administrada por poucos. As variações (de preços) ocorrem mais por questões climáticas, pela questão dos grãos, etc.”, pontuou.

“Continua sendo o custo de produção o desafio na competição internacional, porque ele determina os preços”, aponta, reiterando a importância de produzir com excelência. “Os diferenciais de mercado são preço, praticidade na apresentação, sanidade, rastreabilidade, sem resíduos na carne, bem-estar animal e cuidados com o meio ambiente. Esses diferenciais determinam a ação de compra do consumidor, do cliente”, expressa Elias Zydek.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Brasil conquista dois novos mercados para pescados na Índia

Agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

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Foto: Shutterstock

A missão do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, à Índia em novembro do ano passado segue gerando resultados positivos para o Brasil. Após encontros com Shri Parshottam Rupala, ministro da Pesca, Pecuária e Lácteos da Índia e Kamala V Rao, CEO da Autoridade de Segurança dos Alimentos da Índia, o Brasil obteve, na última sexta-feira (19), a confirmação da abertura de dois novos mercados: pescado de cultivo (aquacultura) e pescado de captura (pesca extrativa).

O anúncio se soma a expansões recentes da pauta agrícola do Brasil para o país asiático. Nos últimos 12 meses, o governo indiano autorizou a importação de açaí em pó e de suco de açaí brasileiros.

Em 2023, a Índia foi o 12º principal destino das exportações agrícolas brasileiras, com vendas de US$ 2,9 bilhões. Açúcar e óleo de soja estiveram entre os produtos mais comercializados.

Segundo o Agrostat (Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro), nos três primeiros meses deste ano, o Brasil exportou mais de 12 mil toneladas de pescado para cerca de 90 países, gerando receitas de US$ 193 milhões. Esse valor mostra um aumento de mais de 160% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando as vendas foram de US$ 74 milhões.

“Seguimos comprometidos em ampliar a presença dos produtos agrícolas brasileiros nas prateleiras do mundo. Essa estratégia não apenas abre mais oportunidades internacionais para nossos produtos e demonstra a confiança no nosso sistema de controle sanitário, mas também fortalece a economia interna. Com as recentes aberturas comerciais estamos gerando mais empregos e elevando a renda dos produtores brasileiros”, ressaltou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

Com estes novos mercados, o agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

Fonte: Assessoria Mapa
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Suínos / Peixes

Peste Suína Clássica no Piauí acende alerta

ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto e texto: Assessoria

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

 

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Fonte: ACCS
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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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