Conectado com

Bovinos / Grãos / Máquinas Bovinos

Desafios e oportunidades na fase de transição de vacas leiteiras

Garantir a adequada ingestão de nutrientes é fundamental para se ter um bom balanço nutricional, ótima imunidade, além de excelentes índices reprodutivos e produtivos

Publicado em

em

Foto: O Presente Rural

Carlos Azevedo – Coordenador Técnico Comercial de Bovinos de leite da Cargill Nutrição Animal  ANH/LATAM

Para que o produtor tenha em seu rebanho animais que manifestam todo seu potencial de produção de leite, existe uma fase crucial, na qual ele não pode errar: o PERÍODO DE TRANSIÇÃO.

Mas, afinal, o que é Período de Transição?

Trata-se de um curto período de três semanas antes e três semanas após o parto. É uma fase muito crítica e importante na qual os animais sofrem grandes alterações metabólicas e fisiológicas e, dependendo da situação, poderá promover o sucesso ou o insucesso de toda a lactação do animal.

Gosto de me referir a esta fase como uma preparação para uma Maratona, e não uma simples corrida de 100 metros. Por isso, apontarei neste artigo a importância e as principais estratégias para sucesso no Período de Transição, considerando os pilares de manejo, ambiência e nutrição. Partindo do principal ponto, o consumo de matéria seca (CMS).

Garantir a adequada ingestão de nutrientes é fundamental para se ter um bom balanço nutricional, ótima imunidade, além de excelentes índices reprodutivos e produtivos.

Outro ponto importante é realizar um manejo integrado de forma que os animais não cheguem no período seco com um escore corporal elevado, e, por isso, é necessário garantir que eles também não ganhem peso excessivo durante esta fase. Estes cuidados diminuem muito o risco de várias doenças metabólicas, como cetose, esteatose hepática (fígado gorduroso), deslocamento de abomaso, entre outras.

 

Função Imune

O sistema imune representa o sistema de proteção do organismo contra doenças e distúrbios em geral. Existe uma relação relevante entre o consumo de matéria seca, balanço energético negativo (perda de peso) e a imunidade dos animais. Sempre que o consumo de alimentos não é maximizado se torna comum o surgimento de doenças como hipocalcemia, retenção de placenta, metrite e cetose, ativando o sistema imunológico de uma forma ineficiente, levando a gastos excessivos que acabam competindo com a performance produtiva no curto prazo, e no desempenho reprodutivo no longo prazo.

 

Estudos mostram que uma a cada quatro vacas deixam o rebanho em decorrência de complicações neste período.

Um exemplo de como o sistema imune é desafiado neste período é o número de infecções. Cerca de 36% das infecções são ocasionadas por Streptococcus e cerca de 50%  por coliformes, ocorrendo durante o início da lactação (Fonte: Leo Timms, IOWA University)

Devemos realizar o monitoramento de doenças e promover um diagnóstico precoce a fim de obter sucesso nos tratamentos durante este período crítico. As doenças ocasionam inflamação e danos teciduais, alterando assim a partição de nutrientes, fazendo com que o organismo do animal entre em modo de sobrevivência, e não no esperado movimento em prol da produção ou crescimento.

 

Nutrição Adequada

As dietas aniônicas, também conhecidas por dietas acidogênicas, proporcionam uma leve acidose metabólica, induzindo uma melhor resposta dos receptores de paratormônio que mobilizam o cálcio dos ossos para o sangue, aumentando, dessa forma, a absorção intestinal e reduzindo a excreção urinária de Ca.

O correto balanceamento nutricional é fundamental nessa fase, afinal envolve a preparação dos órgãos e sistemas-chave (rúmen, fígado, sistema imune, entre outros) para uma lactação mais eficiente. Por isso, é crucial que a dieta seja formulada de forma que venha a atender o requerimento nutricional dos animais. Afinal, a nutrição nessa fase de preparação difere muito de outras, como a do período seco e também a do período de lactação. E para ser assertivo, a atenção especial deve ser dada ao índice de saúde ruminal, ao nível da energia da dieta, aos limites de inclusão de amido e formulação por proteína.

Aposte nas forragens com maior digestibilidade da fibra, elas são essenciais para potencializar o consumo de matéria seca. Mas também promove o consumo de alguns minerais, pois eles são capazes de estimular o sistema imune, melhorando a saúde e a reprodução dos animais. Mantenha a atenção ao uso de selênio e vitamina E, bem como de fontes de antioxidantes naturais.

A exigência por proteína metabolizável nessa fase é elevada, porém o rúmen não consegue aportar toda a quantidade necessária por meio de microrganismos de proteína microbiana. Com isso, torna-se viável o uso de fontes proteicas by pass, como o Soypass BR.

 

Conforto

Devemos promover o máximo de conforto para os animais, iniciando-se nas vacas secas! Animais que não têm conforto durante essa fase acabam consumindo menos alimentos. Por isso, é imprescindível promover um espaço com sombra e água fresca. Priorizando água de qualidade, pois este é o nutriente mais importante e o mais esquecido na maioria das vezes.

Recomendamos que haja espaçamento entre os bebedouros d’água em 10 cm lineares por vaca e, isso também se aplica ao espaçamento de cocho, que deve ser de, no mínimo, de 80 cm por animal. A superlotação nessas categorias não é recomendada e, se possível, deve-se separar vacas de novilhas.

Outro ponto de atenção é sobre as estratégias para resfriamento nessa categoria. Passa a ser de grande valia,  mesmo que a opção seja a de levar o lote pré-parto para banhos periódicos ao longo do dia na sala de espera.

 

Secagem das vacas

Devemos respeitar o período seco dos animais. Esse tempo pode variar de acordo com a média do período de gestação das fazendas, sendo  que a recomendação mínima é de 55 dias.

Sendo assim, o período de transição é essencial para o sucesso da lactação, produção e, consequentemente, a lucratividade da propriedade. Investir em ações de prevenção neste período certamente aumentará as chances de sucesso na produção e reduzirá os gastos com tratamentos futuros, principalmente de doenças.

Fonte: Assessoria

Bovinos / Grãos / Máquinas

Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

Publicado em

em

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

Publicado em

em

Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

Publicado em

em

Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.