Avicultura Nutrição
Desafios de micotoxinas e tecnologias para mitigação de efeitos negativos em aves
Contaminação dos grãos pode causar danos às superfícies de absorção intestinais e com isso reduzir produtividade

Artigo escrito por Mariel Neves Tavares, médica veterinária, mestranda em Gestão e Inovação na Industria Animal, Laboratório de Análises Econômicas LAE e gerente de Território da Olmix
A questão do uso de antimicrobianos na avicultura como promotores de crescimento e o conceito de resistência bacteriana no conceito de saúde única vem cada vez mais assolando as decisões dos nutricionistas nas granjas produtoras de ovos. Com a Portaria 171 de 13 dezembro de 2018 do Mapa vimos o quão próximo estamos da proibição do uso de algumas moléculas, que podem causar prejuízos produtivos.
Diante dessa situação, algumas alternativas que buscam melhorar a saúde dos animais preventivamente têm sido consideradas. Opções que melhoram digestibilidade são uma das ferramentas das quais não devemos abrir mão. Ácidos e/ou probióticos para controle de microbiota são fundamentais para os controles sanitários exigidos pelos serviços de inspeção para manutenção da saúde alimentar.
A contaminação dos grãos que são a base alimentar das aves comerciais pode causar danos às superfícies de absorção intestinais e com isso reduzir produtividade, além de alterar microbiota e permitir com maior facilidade desenvolvimento de outros patógenos devido também á redução de imunidade que metabólitos produzidos por fungos ainda ao longo da produção das culturas, bem como transportes podem causar aos animais. Por isso, também indispensável é o uso de um adsorvente de micotoxinas no contexto prevenção via nutrição.
As contaminações
Tricotecenos
Em 1989, pesquisadores descreveram a inibição da síntese proteica bloqueando a peptidiltransferase de 60S-ribossômicos como principal modo de ação dos tricotecenos, um dos tipos de micotoxinas.
Em 1993, outro estudioso entendeu que as perdas observadas em condições de campo com milho contaminado com 10000ppb de Deoxinivalenol (Vomitoxinas) – DON podem ter sido nível superior de DON, ou a um efeito sinérgico entre DON e outras micotoxinas.
Em 1996, pesquisa associou necroses, diarreias e vômitos à presença de DON nas dietas de suínos. Diarreias podem estar ligadas à alteração de microbiota intestinal, com redução da absorção de nutrientes também em aves.
Em 2002 um grupo estudioso relatou perda de desempenho em poedeiras alimentadas com dietas contendo milho contaminados por 7600ppb de DON e 1600ppb de ZEA. No mesmo ano, outro grupo relatou que baixas concentrações (<10 µmol / L) de DON na digesta modulou seletivamente a atividades de transportadores intestinais.
Fumonisinas
Em 2018, estudo encontrou 100% das 240 amostras de milho analisadas pela metodologia de HPLC MS/MS contaminadas por Fumonisinas (FUM); 56,7% continham ZEA e 77% continham Aflatoxinas, isso demonstra que muitas das amostras continham policontaminações. DON não apareceram em HPCL MS/MS com metodologia considerando níveis mínimos de 200ppb de detecção.
Zearalenona
Já estudos em 1976 com milho contaminado com 10000ppb de zearalenona (ZEA), produzido por Fusarium mycoestrogen, não influenciou o desempenho da camada intestinal, fertilidade ou eclodibilidade dos ovos quando oferecidas a poedeiras. O que demonstra que é um tipo de micotoxina menos preocupante para poedeiras.
Policontaminações
Outro estudioso observou em 2004 que a suplementação com adsorventes de micotoxinas diminuiu o consumo de ração e aumentou a eficiência da utilização de ração no período de 8 a 12 semanas. Produção de ovos e peso de ovo diminuiu em semanas 4 e 8 em comparação com controles quando grãos contaminados foram oferecidos na alimentação, enquanto ovos e os pesos da casca de ovo diminuíram na quarta semana.
A suplementação com adsorventes impediu a elevação nas concentrações de ácido úrico e peso relativo dos rins. Então, o desempenho da camada intestinal e metabolismo foram adversamente afetados pela alimentação crônica de uma combinação de micotoxinas Fusarium spp, e o uso de adsorvente impediu muitos desses efeitos.
Monitorias de Risco e Micotoxinas Mascaradas
Monitorias para análise de risco nas dietas auxiliam diagnósticos e guiam decisões, mas não reduzem os efeitos negativos que esses contaminantes podem trazer à produção animal. Essa situação pode ser atribuída à interação de micotoxinas não identificadas com micotoxinas conhecidas.
Essa já é uma hipótese que foi confirmada. A alimentação de misturas de grãos (milho e trigo) contaminados naturalmente com micotoxinas de Fusarium podem aumentar a gravidade das micotoxicoses em comparação com a alimentação contendo uma única micotoxina como contaminante.
Um grupo, em 2015, mediu a quantidade de fumonisinas totais nas formas hidrolisadas (HFB1 e HFB2) em 1,5 e 3,8 vezes maior que a quantidade de fumonisinas livres (FB1 e FB2). A concentração de fumonisinas ocultas foi calculada subtraindo-se níveis de fumonisinas livres dos níveis totais de fumonisina. Os níveis de fumonisinas ocultas foram calculados entre 0.5 e 2.0 vezes maior que o nível de fumonisinas livres. Uma forte correlação positiva (R = 0,97) foi observada entre fumonisinas livres (FB1 e FB2) e fumonisinas totais (HFB1 e HFB2).
Com base nesta correlação, gerou modelo preditivo para estimar o nível total de fumonisina com base nos achados por análises de concentração de fumonisina livre. Estes resultados mostram o risco de exposição a fumonisinas provavelmente subestimado se apenas forem consideradas fumonisinas livres. O modelo preditivo poderia ser uma nova abordagem para estimar a quantidade total de fumonisinas em amostras de milho sem a necessidade executar métodos analíticos caros e demorados.
Soluções e Eficácia
A prevalência das micotoxinas, somada aos efeitos encontrados nos animais e ainda a demanda de redução do uso de terapias tradicionais para corrigir as falhas de desempenho causada pelo risco que esses fatores contaminantes da dieta expõe os animais, leva a necessidade do uso de ferramentas de controle.
Segundo relatório anual da European Food Safety Authority (EFSA, 2009) estruturas disponíveis para adsorção de micotoxinas são: carvão ativado, alumínio silicatos, esmectitas (bentonita, montemorilonita), zeolitas, alumínio silicatos ou montemorilonitas modificados, parede celular de levedura.
Há ainda agentes de biotransformação que podem reduzir os danos causados pelas micotoxinas no organismo, são eles: Flavobacterium aurantiacum para detoxificação de aflatoxinas, Eubacterium para tricotecenos, T. mycotoxinivorans para ocratoxinas e zearalenona e Komagataela pastoris para fumonisinas.
Um composto híbrido de algas e argilas foi testado a 1kg/ton de dieta completa base milho-soja, em 2006 por Havenaar e Demais, demonstrando a capacidade de adsorção de 40% de DON a 1ppm associada a 60% de adsorção de FUM a 2ppm concomitantemente, em um sistema dinâmico gastrointestinal, TIM-1 no TNO em Wageningen Holanda.
Uma integração de frango testou em 2016 o composto alga-argila nas dietas pré-inicial e inicial aplicando 0,5Kg/ton de dieta base milho-soja em galpões teste contra galpões testemunhos utilizando produto com estratégias detoxificantes para fumonisinas, a desafio médio de 1ppm desta micotoxina. Os resultados de desempenho produtivo foram comparados e o ganho de peso diário e a conversão alimentar foram 4% superior quando o composto hibrido foi comparado ao agente detoxificante.
Em 2018, uma granja de poedeiras em São Paulo, sob desafio médio de 2ppm de FUM associado a média de 0,8ppm de DON e 2ppb de Aflatoxinas, o mesmo composto foi utilizado em um galpão teste a 0,5Kg/ton contra galpão testemunho utilizando 2Kg/ton de produto a base de bentonita associada a parede celular de levedura, entre as semanas 21 e 34 de idade. Os resultados comparativos foram de 3,65% a mais na taxa de produção de ovos, com p = 0,009.
Novas tecnologias disponíveis podem mudar decisões em uma área produtiva. Importante é observar que o tratamento deve corresponder ao desafio, ou seja, há estratégia eficazes para micotoxinas específicas que não tem ação sob outras micotoxinas. Para conhecer o desafio é preciso monitorar as matérias-primas ou dietas totais. E o ponto decisório deve ser firmado onde há retorno sobre o investimento, afinal é o dinheiro que paga as contas!
Outras notícias você encontra na edição de Aves de abril/maio de 2019 ou online.

Avicultura
Produção de frangos em Santa Catarina alterna quedas e avanços
Dados da Cidasc mostram que, mesmo com variações mensais, o estado sustentou produção acima de 67 milhões de cabeças no último ano.

A produção mensal de frangos em Santa Catarina apresentou oscilações significativas entre outubro de 2024 e outubro de 2025, segundo dados da Cidasc. O período revela estabilidade em um patamar elevado, sempre acima de 67 milhões de cabeças, mas com movimentos de queda e retomada que refletem tanto fatores sazonais quanto ajustes de mercado.
O menor volume do período foi registrado em dezembro de 2024, com 67,1 milhões de cabeças, possivelmente influenciado pela desaceleração típica de fim de ano e por ajustes de alojamento. Logo no mês seguinte, porém, houve forte recuperação: janeiro de 2025 alcançou 79,6 milhões de cabeças.

Ao longo de 2025, o setor manteve relativa constância entre 70 e 81 milhões de cabeças, com destaque para julho, que atingiu o pico da série, 81,6 milhões, indicando aumento da demanda, seja interna ou externa, em plena metade do ano.
Outros meses também se sobressaíram, como outubro de 2024 (80,3 milhões) e maio de 2025 (80,4 milhões), reforçando que Santa Catarina segue como uma das principais forças da avicultura brasileira.
Já setembro e outubro de 2025 mostraram estabilidade, com 77,1 e 77,5 milhões de cabeças, respectivamente, sugerindo um período de acomodação do mercado após meses de forte atividade.
De forma geral, mesmo com oscilações, o setor mantém desempenho sólido, mostrando capacidade de rápida recuperação após quedas pontuais. O comportamento indica que a avicultura catarinense continua adaptável e resiliente diante das demandas do mercado nacional e internacional.
Avicultura
Setor de frango projeta crescimento e retomada da competitividade
De acordo com dados do Itaú BBA Agro, produção acima de 2024 e aumento da demanda doméstica impulsionam perspectivas positivas para o fechamento de 2025, com exportações em recuperação e espaço para ajustes de preços.

O setor avícola brasileiro encerra 2025 com sinais de recuperação e crescimento, mesmo diante dos desafios impostos pelos embargos que afetaram temporariamente as margens de lucro.
De acordo com dados do Itaú BBA Agro, a produção de frango deve fechar o ano cerca de 3% acima de 2024, enquanto o consumo aparente deve registrar aumento próximo de 5%, impulsionado por maior disponibilidade interna e retomada do mercado externo, especialmente da China.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a competitividade do frango frente à carne bovina voltou a se fortalecer, criando espaço para ajustes de preços, condicionados à oferta doméstica. A demanda interna tende a crescer com a chegada do período de fim de ano, sustentando a valorização do produto.
Além disso, os custos de produção, especialmente da ração, seguem controlados, embora a safra de grãos 2025/26 ainda possa apresentar ajustes. No cenário geral, os números do setor podem ser considerados positivos frente às dificuldades enfrentadas, reforçando perspectivas favoráveis para os próximos meses.
Avicultura
Avicultura do Paraná sofre com desequilíbrio entre custos e remuneração
Levantamento do Sistema Faep mostra que, mesmo com a liderança nacional em abates, a maioria dos produtores opera abaixo dos custos, acumulando prejuízos e enfrentando dificuldades para manter e modernizar os aviários.

O Paraná é uma superpotência nacional na produção de frangos de corte. Os números falam por si: o Estado responde por um terço dos abates do país, produzindo quase 2,3 bilhões de cabeças em 2024, movimentando cifras da ordem de R$ 31 bilhões. Toda essa pujança do setor, no entanto, não tem chegado aos produtores rurais. As receitas dos avicultores mal cobrem os custos diretos, o que representa um risco para a atividade em médio e longo prazos.
Confira todas as planilhas do levantamento de custos de produção da avicultura
É o que aponta o levantamento de custos de produção elaborado pelo Sistema Faep. O estudo é elaborado seguindo a metodologia própria e embasado por dados fornecidos por avicultores de todas as regiões do Estado. Os produtores foram ouvidos em painéis realizados em cada uma das 14 Comissão de Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (Cadecs) do Paraná, abrangendo os polos produtivos do Estado. Os resultados representam as médias por tamanhos de modais e classificação do frango, pesado ou griller, conforme o cenário das integrações.

Segundo os técnicos Caroline da Costa e Fábio Mezzadri, do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema Faep, os dados “revelam um cenário preocupante para a sustentabilidade da atividade”. Segundo o relatório, em praticamente todas as integrações, ALERTA as receitas obtidas pelos avicultores com a entrega das aves e com a venda de cama de aviário cobriram apenas os custos variáveis – ou seja, os desembolsos para produzir o lote de frangos.
O levantamento revelou que os produtores rurais ficaram no vermelho no que diz respeito ao custo fixo (que leva em conta as depreciações de máquinas, equipamentos e instalações) e o custo total (que se consolida como um índice de longo prazo para a atividade). Isso implica em saldos negativos anuais para cada produtor, que variam entre R$ 89 mil e R$ 217 mil, o que compromete a depreciação de instalações e a capacidade de investimento. “Ano após ano, as condições dos produtores estão se complicando, com a atividade ficando mais no vermelho”, diz o presidente da Comissão Técnica de Avicultura do Sistema Faep, Diener Santana. “Os reajustes que os produtores estão recebendo não acompanham os custos de produção, que têm aumentado acima. Isso agrava o vermelho”, acrescenta.
Ainda, o DTE do Sistema Faep estabelece uma comparação com os resultados de 2024. Segundo os técnicos, ao longo de um ano, houve um aumento nos custos variáveis, que oscilou entre 5% e 15%, conforme a região. O que mais pesou foram os valores da mão de obra, dos custos de manutenção e da energia elétrica. “Esses fatores [de aumento] são influenciados pela inflação, demandas regulatórias e exigências de bem-estar animal”, destaca Caroline, do DTE. “Esta realidade ameaça a viabilidade da cadeia produtiva paranaense, um dos pilares do agronegócio brasileiro, com potencial impacto em empregos rurais, suprimento de insumos e exportações”, complementa Mezzadri.
O presidente da CT de Avicultura ressalta uma distinção dentro da atividade. Os aviários mais novos, em regra, recebem adicionais. Os galpões mais antigos, no entanto, não ganham qualquer complementação. “Os modais novos têm incentivo para que o produtor se viabilize. Os mais antigos não têm. É só a remuneração seca”, aponta Santana.
Há oito anos na atividade, o avicultor Luís Guilherme Geraldo mantém quatro galpões, alojando 160 mil aves, em Jaguapitã, no Norte do Paraná. Além dele, o pai e dois colaboradores atuam diretamente na produção de frangos de corte, na propriedade. “Realmente, a avicultura está em bom momento, principalmente no mercado de exposições. Mas o lucro fica todo na integração”, ressalta.

Ao longo do ano, por meio de negociações na Cadec, os produtores conseguiram reajustes de 7,5%, que minimizaram os prejuízos acumulados em anos anteriores. Geraldo pretende ampliar a produção para diluir os custos, mas sabe dos riscos implicados na operação. “Apesar dos cenários econômico e político desafiadores, o produtor continua investindo. Esperamos que a avicultura siga em alta. O frango brasileiro é bem-visto no mercado internacional por nossas boas práticas sanitárias. Continuamos realizando diversos estudos para auxiliar nossos produtores rurais”, afirma o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette. “Nosso papel é dar esse suporte aos avicultores nas negociações de preços e custos junto às empresas integradoras em reuniões das Cadecs”, complementa.
Empresas cobram investimentos de produtores, mas remuneração é insuficiente
Um agravante à condição dos avicultores integrados envolve as exigências das empresas em relação a investimentos constantes nos aviários. Segundo os produtores rurais ouvidos pela reportagem do Boletim Informativo, as integradoras têm demandado atualizações constantes nos aviários, principalmente no que diz respeito a automação dos galpões e a aspectos sanitários. O valor pago aos produtores, no entanto, inviabiliza tais investimentos, pressionando cada vez mais os avicultores. “Há uma pressão enorme por investimentos e melhorias nos aviários justamente para proporcionar lucros à integradora e manter a excelência do padrão sanitário na criação das aves”, diz o produtor Maurício Gonçalves Pereira. “Temos que investir somas significativas para manter a ótima qualidade dos frangos, o que proporciona um primor sanitário e a conquista do produto em países que bem remuneram a carne de frango, mas não somos remunerados na mesma medida”, acrescenta.
Os aviários na propriedade de Pereira têm 11 anos, em São Tomé, município vizinho a Cianorte, Noroeste do Paraná. Apesar de ter feito inúmeras melhorias, ainda há uma série de investimentos que precisa ser feita. “Em um dos fornos, preciso substituir o sistema de aquecimento e nos outros é necessária a substituição das cortinas para a melhoria na circulação. Fora isso, constantes são os gastos com a manutenção da estrutura dos aviários”, aponta o avicultor. “Dada a necessidade incessante de investimentos, esta manutenção tem sido um problema sério para o produtor, visto que a remuneração não tem sido suficiente para que façamos todos os desembolsos necessários e exigidos pela integradora”, aponta.

Avicultor há 12 anos, Pereira mantém dois aviários com capacidade global de alojar 65 mil aves. Ele detalha que a renda dos produtores está diretamente relacionada à questão estrutural e às exigências das integradoras. Ele está prestes a fazer novos investimentos. “Preciso investir mais no aumento da capacidade de geração de energia fotovoltaica, já que a produção atual está sendo insuficiente. O valor da energia elétrica oscila e isto impacta diretamente no custo de produção”, diz.
Outro produtor, Eliandro Vegian Carneiro, também aponta que as instalações são determinantes para a equalização da atividade. Ele administra uma propriedade localizada em Éneas Marques, no Sudoeste do Paraná, em que mantém um aviário com capacidade para alojar 27 mil aves. Ele avalia os riscos que os elevados custos e necessidades constantes de investimentos implicam ao setor. “Tem que buscar por tecnologia e formas de reduzir os custos entre os lotes para poder se manter na atividade. É ‘bruto’ investir aproximadamente R$ 1,5 milhão em um barracão e saber que terá essa dívida por longos dez anos ou mais”, aponta Carneiro. “Em aviários mais novos, com mais tecnologia ou onde se tem mais de um aviário, consegue equilibrar, mas os custos de manutenção subiram muito”, diz.
De acordo com Luiz Guilherme Geraldo, quem tem estrutura mais defasada passa a ser pressionado a modernizar os galpões, mesmo que a remuneração não permita novos investimentos. “Os donos de aviários mais novos recebem um incentivo para estar sempre melhorando os galpões. Mas quando se trata de um aviário mais antigo, o produtor é cobrado a investir um dinheiro que não tem. Só se fizer essa modernização é que vai receber algum incentivo”, afirma. “Desejamos a melhoria das condições de remuneração para que possamos nos manter vivos e ativos na produção”, diz Pereira. “O próximo ano é uma incógnita. Com os juros altos em ano de eleição, não vejo uma melhora a curto prazo”, conclui Carneiro.



