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Demanda por peixes gera oportunidades de investimentos

Agroindústrias e produtores vêm investindo pesado na atividade, seja na diferenciação da produção ou na construção de novos frigoríficos

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Que o peixe já se tornou um queridinho no prato do brasileiro, todos já sabem. E com todo esse favoritismo, o consumo da iguaria aumentou consideravelmente nos últimos anos no Brasil. No país, a média de crescimento anual da produção de peixe é de 15% ao ano. Segundo dados da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), a piscicultura brasileira ultrapassou a barreira das 700 mil toneladas/ano, com destaque para a tilápia, que representa cerca de metade do total. Já o consumo per capita, ainda segundo a Associação, é de 10 kg/hab/ano. Com todo esse crescimento, o que também tem ganhado destaque são os investimentos feitos no setor, tanto por produtores quanto por agroindústrias no setor.

Mas esse favoritismo pelo peixe não é tão recente. O presidente da Comissão Nacional da Piscicultura (CNA), Eduardo Ono, conta que a popularização do consumo do peixe começou ainda nos anos 1990, com os pesque e pague. Além disso, o que também fez com que o prato se tornasse mais aceito no país foi a difusão da culinária oriental e dos filés de tilápia, que facilitaram o consumo por conta da ausência de espinhos.

Toda essa credibilidade que o peixe vem ganhando no país ao longo dos anos tem feito com que muitos produtores invistam pesado na atividade. Estados como Paraná e São Paulo são destaque na produção de tilápia. Os dois modos mais populares de criação são o tanque escavado e o tanque rede. Esta segunda modalidade tem ganhando fortes adeptos no Paraná, com alta produção, criação de empresa e investimentos pesados.

Um exemplo são os piscicultores Nelson Stubbe e Pedro Toaldo. Os sócios encontram no tanque rede uma nova forma de investir na piscicultura e ganhar bons lucros em cima da atividade que amam. Investindo no município de Boa Esperança do Iguaçu, no Oeste do Paraná, a propriedade conta com quatro blocos de 400 tanques rede cada, que ficam alojados no Rio Jaracatiá. A região tem grande potencial para este tipo de atividade. Além dos sócios, há ainda produtores investindo na atividade em municípios vizinhos, como Nova Prata do Iguaçu e Três Barras do Paraná. Segundo Stubbe, o rio em que produz está tomado de projetos para implantação da atividade. Além deles, há ainda outros seis empreendimentos para implantação de produção por tanque rede na região. “Todos os projetos são para produzir no mesmo rio, porque ele é muito grande”, conta.

A escolha pelo tanque rede feita pelos sócios não foi à toa. De acordo com Stubbe, a procura do consumidor pelo peixe criado em tanque rede aumentou. “O consumidor já percebe a diferença no gosto quando o peixe é criado em tanque escavado e quando é criado em tanque rede”, diz. Ele explica que, como o peixe não tem nenhum contato com barro, e é criado em uma água limpa e corrente, além de não consumir algas, tem uma carne mais saborosa. “O fato dele não consumir algas melhora a qualidade da carne”, afirma.

Os sócios, que estão investindo na atividade naquele município desde 2014, já pensam em expandir. Os dois criaram a empresa Piscicultura Boa Esperança Ltda. A partir dela, fazem toda a venda do peixe, principalmente no gelo, para estados como São Paulo e Rio de Janeiro. Além disso, pensando em expandir a produtividade, os dois têm agora a intenção de abrir um frigorífico na própria propriedade. “Com a produção que temos aqui, conseguiríamos tranquilamente manter um frigorífico”, comenta.

Crescimento

A atividade tem também ganhado notoriedade de grandes empresas e cooperativas tradicionalmente produtoras de suínos, aves e grãos, que optaram por investir na piscicultura como outra fonte de renda. Quem vem investindo pesado é a Copacol. Com sede em Cafelândia, também no Oeste do Paraná, a cooperativa investe na piscicultura há anos. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), em 2016 a região Oeste foi responsável pela produção de 55,5 mil toneladas de peixe. Somente a Copacol, a partir dos cooperados, contribuiu com mais de oito mil toneladas.

A cooperativa prevê o aumento destes números neste ano, já que está ampliando o abatedouro em Nova Aurora. Segundo a Copacol, a produção deverá atingir a casa das 140 mil tilápias por dia até 2018, aumentando, assim, o número de integrados e a geração de emprego e renda para toda a região.

Próximo dali, quem também começou a investir na piscicultura foi a cooperativa C. Vale, em Palotina, que já iniciou a construção do frigorífico de peixes. A planta industrial deve entrar em operação no mês de outubro. Com o empreendimento, a cooperativa criará 400 novos postos de trabalho. O frigorífico terá capacidade de abate de até 600 mil peixes por dia. Inicialmente, vai abater 75 mil peixes por dia, volume que será ampliado à medida que houver demanda de mercado até a capacidade total. A produção de filés de tilápia deve ser destinada ao mercado externo.

Nova Tecnologia

Alfredo Lang, presidente da C. Vale, antecipou, durante abertura do Dia de Campo da cooperativa no início de janeiro, um pouco da tecnologia desenvolvida para o cultivo de peixes que está sendo incentivada pela C. Vale. Segundo ele, os tanques foram projetados para produzir o ano inteiro, com climatização a exemplo do que acontece com os aviários. “Foi desenvolvida uma tecnologia de purificação da água, que foi patenteada, e representa a grande evolução da piscicultura que será desenvolvida daqui pra frente”, disse. O investimento feito pela cooperativa no novo frigorífico é de R$ 80 milhões.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de janeiro/fevereiro de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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