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Demanda fraca e importações elevadas faz preço do leite subir no mercado spot

Preços no atacado e no mercado spot no mês de janeiro e início de fevereiro subiram como reflexo da baixa produção de leite no final de 2022 e do movimento de recuperação de margens dos diferentes elos da cadeia de lácteos.

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A equipe do Centro de Inteligência do Leite (CILeite) esteve reunida, na última terça-feira (14), para tratar do mercado de leite e seus derivados e nesta sexta-feira (18) divulgou a Nota de Conjuntura do mês de fevereiro. O boletim aponta que o cenário internacional permanece desafiador quanto ao controle da inflação e às perspectivas de crescimento econômico. Resquícios da pandemia e da guerra da Ucrânia ainda favorecem cotações mais elevadas das commodities energéticas, minerais e agrícolas, ainda que haja um movimento de leve decréscimo nos preços, sinalizando para uma situação de maior equilíbrio entre oferta e demanda destas commodities.

Por conta de pressões inflacionárias, o aumento das taxas de juros tem sido observado em diversas regiões do mundo e isso tende a desacelerar as perspectivas de crescimento econômico global em 2023.

Por outro lado, cresce o sentimento de que o pior da crise tenha passado, já que a Europa conseguiu atravessar o inverno sem racionamento de energia e a China, ao reabrir sua economia pós-Covid, tem suas taxas de crescimento econômico para 2023 revisadas para cima. Nos Estados Unidos, ainda que a questão da expansão do teto da dívida pública não esteja equacionada, a tendência é de que uma possível recessão será substituída por um baixo crescimento econômico.

Assim, o ano de 2023, ainda desafiador no cenário macroeconômico, avança com revisões para cima para o crescimento econômico e para baixo quanto a inflação nas principais regiões do planeta.

Os preços de lácteos seguem em queda no mercado internacional, o que tem levado a produção mundial também ao decréscimo ou estagnação nas principais áreas produtoras de leite do mundo. A perspectiva de menor inflação dos custos de produção de leite bem como a retomada da demanda, em função da estimativa de maior crescimento econômico pode impulsionar o consumo, os preços e a oferta de lácteos, ainda que de forma modesta.

O cenário econômico brasileiro fechou o ano de 2022 com indicadores razoáveis: o crescimento econômico projetado, acima de 3%, deve ter sido maior que o chinês. A inflação de 6% no ano, foi menor que a registrada nos Estados Unidos. O desemprego de 8% foi o menor dos últimos 7 anos. Se os indicadores macroeconômicos foram favoráveis em 2022, o cenário de 2023 parece um pouco mais desafiador para o Brasil por conta das dúvidas sobre a evolução da dívida pública, controle de gastos do governo e ambiente regulatório e institucional.

O endividamento elevado das famílias tende a prejudicar a expansão do consumo. Os preços de lácteos têm subido mais que a inflação desde o início de 2022 e, a recente alta observada no atacado lança dúvidas sobre a reversão deste quadro. Estes são fatores que podem desestimular a recuperação da demanda por lácteos em 2023.

Pelo lado da oferta, o ano de 2022 terminou com queda recorde na produção de leite. A recuperação da produção que se esboçou no terceiro trimestre perdeu impulso no final do ano, reduzindo a oferta de matéria-prima para a indústria (Figura 1).

Mesmo com uma demanda ainda fraca e importações elevadas, os preços no atacado e no mercado spot no mês de janeiro e início de fevereiro de 2023 subiram, como reflexo da baixa produção de leite no final de 2022 e do movimento de recuperação de margens dos diferentes elos da cadeia de lácteos.

Todavia, a perspectiva de alívio nos preços dos insumos utilizados na produção de leite e a alta dos preços ao produtor nos próximos meses sinalizam para alguma recuperação na oferta de matéria-prima e, quem sabe, um ano um pouco mais equilibrado quanto a preço, oferta e demanda para todos os elos da cadeia produtiva. Mas é importante ressaltar que o consumo de lácteos tem alta dependência de renda das famílias e o desempenho econômico será fundamental para a expansão do setor em 2023.

Fonte: Assessoria CILeite

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Brasil conquista novo mercado e passa a exportar carne bovina para a Guatemala

Com a abertura, o agronegócio brasileiro alcança 500 novos acessos desde 2023, ampliando presença em um mercado centro-americano em forte expansão.

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O Brasil recebeu sinal verde das autoridades sanitárias da Guatemala para começar a exportar carne bovina e derivados ao país.

Segundo o Ministério da Agricultura, a abertura de mercados tem avançado rapidamente nos últimos anos. Desde 2023, já foram conquistados 500 novos acessos para produtos do agronegócio brasileiro.

A Guatemala, com cerca de 18 milhões de habitantes, vem aumentando sua demanda por proteína animal. Entre janeiro e outubro de 2025, o país importou mais de US$ 192 milhões em produtos agropecuários brasileiros, com destaque para cereais. Só em carne bovina, as compras externas em 2024 somaram US$ 155,6 milhões, cerca de 8,6% do consumo interno. O montante representa um salto de 122% em relação aos anos anteriores, mostrando o espaço crescente para fornecedores estrangeiros.

A abertura ocorre em um momento de forte desempenho das exportações brasileiras de carne bovina. O Brasil manteve a liderança global em 2024, com mais de US$ 12 bilhões embarcados, o equivalente a 2,8 milhões de toneladas enviadas a mais de 150 destinos. Em 2025, o ritmo segue acelerado: até outubro, as vendas externas já ultrapassaram US$ 14 bilhões.

Para o mercado guatemalteco, a chegada da carne brasileira deve ampliar a oferta, garantir abastecimento e atender consumidores e indústrias locais, especialmente no segmento de cortes congelados, que representa mais de 70% das importações do país.

A ampliação das exportações é resultado do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e o Ministério das Relações Exteriores.

Fonte: O Presente Rural com informações Mapa
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ANCP lança tecnologia inédita para melhorar a genética do gado de corte

Inovação chega aos programas da entidade em 2026 e promete elevar a precisão das avaliações, revolucionando seleção e acasalamentos na pecuária de corte.

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Foto: Freepik

A Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP) anuncia uma inovação que marca um novo capítulo no melhoramento genético brasileiro: a implementação da variabilidade gamética nas avaliações genéticas de gado de corte. A tecnologia será incorporada aos programas da ANCP em 2026 em uma série de etapas, posicionando a instituição como pioneira no cenário global.

Segundo Cristiano Botelho, CEO da ANCP, “A ANCP tem a inovação no seu DNA. Após anos lançando novas características e ferramentas, buscamos algo realmente disruptivo. Fomos apresentados a essa tecnologia, já utilizada em países como os Estados Unidos, e decidimos trazer em primeira mão para os nossos Associados.”

A variabilidade gamética permite prever a dispersão genética dos gametas antes da reprodução, oferecendo aos criadores uma ferramenta inédita para refinar estratégias de seleção e acasalamento.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O responsável por desenvolver esta tecnologia foi o Dr. Daniel Jordan de Abreu Santos, é pesquisador de pós-doutorado com passagem por universidades de prestígio como Maryland (EUA) e New England (Austrália), que em parceria com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, desenvolveu a tecnologia de segregação gamética para a raça holandesa – considerada uma das mais avançadas do mundo em genética.

“A ANCP é uma das principais instituições de avaliação genética de gado de corte no Brasil, pioneira na utilização de DEP e tecnologia genômica. É uma plataforma ideal para aplicar e validar essa tecnologia na realidade brasileira. Eles já têm mais de 500 mil animais genotipados e um pipeline robusto, o que facilita a implementação.”, destaca o pesquisador.

Dr. Daniel Jordan, explica que, com essa tecnologia, é possível olhar para o valor médio transmitido aos descendentes e também para a variabilidade. Isso aumenta a precisão, ajuda a padronizar características sensíveis e pode possibilitar ganhos expressivos em produtividade.

Para Fábio Gomes, coordenador de Pesquisa e Inovação da ANCP, “É a primeira vez que essa abordagem será aplicada no Brasil. Ela amplia a capacidade de escolha dos melhores reprodutores e matrizes, considerando não só homogeneidade, mas também extremos desejáveis para características econômicas.”

A informação sobre a avaliação gamética estará disponível na avaliação genética para todos os animais genotipados dos Criadores Associados e a ANCP irá disponibilizar ainda, um módulo opcional para acasalamentos dirigidos no Programa ANCP PAG em 2026. “Essa inovação vai beneficiar diretamente nossos associados, garantindo mais eficiência e competitividade para a pecuária brasileira”, completa Fábio.

Fonte: Assessoria ANCP
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Brasil e Índia fecham acordo para levar tecnologias da Embrapa à pecuária leiteira

Parceria une empresas dos dois países para desenvolver soluções avançadas em genética e reprodução animal.

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Foto: Rubens Neiva

A Embrapa assinou na segunda-feira (08) o Memorando de Entendimento (MOU) de cooperação científica e tecnológica com um consórcio de cinco empresas privadas, sendo três indianas e duas brasileiras. O acordo, com validade de 10 anos, tem como foco principal a transferência e a validação de tecnologias genômicas da Embrapa para a pecuária leiteira daquele país.

Pela Índia, participam a Leads Agri Genetics Private Limited (focada em genética animal e tecnologias de laticínios, incluindo seleção genômica e fertilização in vitro)a LeadsConnect Services Private Ltd (pioneira em Analytics com foco em AgriTech, agricultura inteligente para o clima e análise de dados) e a B.L. Kamdhenu Farms Limited (entidade dedicada a promover a pecuária leiteira na Índia e desenvolver um ecossistema sustentável para raças nativas). Pelo Brasil, assinam o MOU a Fazenda Floresta (especializada na produção de embriões in vitro e operações leiteiras de alto desempenho) e DNAMARK (laboratório focado em melhoramento genético e genômica aplicada).

O embaixador da Índia no Brasil, Dinesh Bhatia, destaca que esta é a primeira vez que um acordo de cooperação técnico-científica é firmado entre empresas brasileiras e indianas na área de melhoramento genético de ponta, envolvendo técnicas modernas de reprodução animal. Ele ressalta ainda que a iniciativa é um desdobramento do Memorando de Entendimento assinado entre a Embrapa e o Conselho Indiano de Pesquisa Agrícola (ICAR), em julho deste ano, com o objetivo de ampliar a cooperação em pesquisa agropecuária.

A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, lembra que a parceria entre Brasil e Índia na área de pesquisa agropecuária é antiga, especialmente no campo do melhoramento genético bovino. Segundo ela, nas últimas décadas, técnicas modernas como genômica, biotecnologia, edição gênica e bioinformática passaram a integrar esse trabalho, trazendo novos desafios às pesquisas e ampliando as oportunidades de compartilhar avanços voltados ao aumento da produtividade de leite nos dois países. Para Massruhá, a cooperação com instituições indianas reforça a posição da Empresa como referência global em agropecuária tropical e abre uma frente científica ainda mais abrangente. “Embora o foco inicial seja a pecuária, o escopo de cooperação definido é bastante amplo”, acrescenta.

Segundo o pesquisador Marcos Vinícius G. B. Silva, da Embrapa Gado de Leite (MG), essa iniciativa inédita permitirá transferir, adaptar e validar o portfólio de tecnologias genômicas da Embrapa em um dos maiores mercados de laticínios do mundo, com foco inicial nas raças zebuínas. “A parceria oferece uma via de mão dupla. A Embrapa contribui com sua expertise em genômica, bioinformática, melhoramento genético e biotecnologias reprodutivas; em contrapartida, terá acesso aos bancos de dados genômicos e fenotípicos de raças indianas”, destaca. Segundo ele, esse acesso é vital para aprimorar os modelos de predição genômica da Embrapa e irá acelerar o ganho genético do rebanho indiano.

As instituições se comprometem a estabelecer projetos conjuntos em ciência e tecnologia nas áreas de recursos naturais e mudanças climáticas (adaptação e resiliência dos sistemas produtivos); biotecnologia, microbiomas, nanotecnologia e geotecnologia; bioeconomia e bioprodutos; tecnologia agroindustrial; automação e agricultura digital: incluindo inteligência artificial e tecnologia da informação.

A implementação dessa cooperação se dará por meio de Projetos de Cooperação Científica (PCC) ou Projetos de Cooperação Técnica (PCT), que deverão detalhar recursos, responsabilidades e, crucialmente, os direitos de propriedade intelectual (PI) sobre novos processos ou produtos obtidos. Com a assinatura do Memorando, as partes iniciam o processo de definição dos projetos específicos (PCCs e PCTs) que darão corpo e operacionalidade ao plano de colaboração. “O sucesso dessa iniciativa irá posicionar a genômica brasileira como uma ferramenta essencial no desenvolvimento sustentável da pecuária global”, conclui Silva.

Do berço indiano à exportação de genética: a saga do zebu no Brasil

Originárias da Índia, as raças zebuínas denominadas Bos indicus chegaram ao Brasil no século XIX como alternativa ao Bos taurus (raças de origem europeia, como a Holandesa). O objetivo era a criação de rebanhos mais adaptados às condições tropicais do País, o que na pecuária de corte se deu principalmente com a raça Nelore. Na bovinocultura de leite, a maior expressão é a raça Gir que viveu um período de intensa valorização em meados do século passado apelidada de Febre do Gir.

Foto: Divulgação/ABCZ

O chefe-adjunto de Transferência de Tecnologias da Embrapa Gado de Leite, Rui da Silva Verneque, afirma que as importações subsequentes, realizadas até a década de 1960, foram cruciais para a formação do patrimônio genético nacional, incluindo a criação da raça sintética Girolando (Gir X Holandês), definida por Verneque como “um milagre do melhoramento bovino brasileiro”.

O Brasil se posiciona hoje como um exportador de genética bovina de zebu. Para o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, José Luiz Bellini a assinatura do memorando simboliza o reconhecimento internacional da qualidade do trabalho desenvolvido no Brasil. Silva acrescenta que a parceria com a Índia no desenvolvimento genômico das raças zebuínas completa um ciclo histórico, revertendo o fluxo genético. “De importador, agora exportamos conhecimento em melhoramento para o país de origem da raça”, afirma o pesquisador.

“Essa parceria não é apenas um gesto de cooperação, mas uma demonstração de que o rebanho Gir brasileiro, fruto de décadas de seleção e pesquisa, alcançou um nível de excelência que o credencia a guiar o melhoramento da raça em seu próprio país de origem” diz Bellini. A “saga” do zebu se completa, então, com o Brasil consolidando-se como uma superpotência na pecuária tropical.

Fonte: Assessoria Embrapa Gado de Leite
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