Suínos Meio Ambiente
Dejeto suíno como fonte de sustentabilidade e riqueza
Quando tratados da forma correta, os dejetos viram fonte de renda e contribuem para a qualidade de vida no campo com sustentabilidade

Artigo escrito por Patricia Schumacher, bacharel em Química e responsável Técnica da Embio; e Tatiane Francini Knaul, acadêmica do curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia
A suinocultura brasileira, a exemplo de outras cadeias produtivas do agronegócio, cresceu significativamente nos últimos quatorze anos. Em 2019, o Brasil produziu 3,983 milhões de toneladas de carne suína, tornando-se o 4° maior produtor de carne mundialmente. O Brasil possui o terceiro maior rebanho mundial de suínos com mais de 32 milhões de cabeças, sendo superado apenas pelos Estados Unidos e China. O Estado do Paraná é responsável por 20,42% da produção de carne suína do país.
Este cenário de expansão e crescimento da atividade suinícola tem como consequência o aumento da quantidade de dejetos, os quais têm grande potencial poluidor e quando não tratados adequadamente passam a gerar sérios problemas ambientais. Os resíduos têm altas cargas de nutrientes, matéria orgânica, sedimentos, patógenos, metais pesados (cobre e zinco utilizados nas rações como promotores de crescimento, por exemplo), hormônios e antibióticos. O modelo de produção atual, caracterizado pela criação intensiva e em confinamento, concentra grande número de animais em áreas reduzidas, o que aumenta ainda mais os riscos de contaminação ambiental.
Quando utilizados de forma excessiva e sem tratamento prévio, alguns dos principais componentes poluentes dos dejetos suínos são o nitrogênio, o fósforo e alguns microminerais, como o zinco e o cobre. O problema do nitrogênio no solo é sua transformação em nitrato, que quando em excesso pode ser lixiviado para os corpos de água. O excesso de fósforo, assim como de nitrogênio e outros nutrientes favorece o desenvolvimento desordenado de algas. Além disso, outro grande problema proveniente é a geração de substâncias gasosas que a partir de determinadas concentrações podem tornar-se tóxicas e afetar a saúde tanto animal quanto humana.
Diante disso, uma das práticas comuns no Estado do Paraná é a disposição final do resíduo como fertilizante no solo, via fertirrigação. Para isso, no Paraná, os produtores devem atender a resolução Sedest N°52 de 15/07/2019, a qual, determina que o pH dos dejetos deve estar entre 5 e 9, temperatura inferior a 40ºC, materiais sedimentáveis até 1mL/L, óleos minerais até 20 mg/L e óleos vegetais e gorduras animais até 50 mg/L; ausência de materiais flutuantes, dentre outros. Além destes parâmetros, a resolução explana que devem ser levados em conta não somente a qualidade do dejeto, mas também a do solo que irá recebê-lo, com o objetivo de preservar a saúde do solo e dos seres vivos.
Sistemas
Para atender as normas estabelecidas pelo Sedest o manejo dos dejetos animais pode ser feito por meio de armazenagem ou tratamento. A armazenagem consiste em técnicas de colocar os dejetos em depósitos durante um determinado tempo, com o objetivo de fermentar a biomassa e reduzir os patógenos. Já o tratamento é um conjunto de procedimentos que tem como finalidade aproveitar os dejetos de forma a minimizar os riscos de poluição ambiental e potencializar o aproveitamento dos nutrientes para fins de adubação agrícola.
O sistema de armazenamento apesar de apresentar uma redução significativa do número de microrganismos patogênicos, tem como principal desvantagem o tempo necessário para essa redução, com isso, um alto investimento em espaço de armazenamento. No caso do tratamento um conjunto de técnicas empregando métodos físicos (peneiras, filtros, centrífugas, aeradores etc) e biológicos (enzimas, microrganismos) são utilizados. Dentro delas podem ser destacados:
- Lagoas de decantação: São três tipos de lagoas: lagoa anaeróbica – redução dos microrganismos, lagoa facultativa e aeróbia – redução de nitrogênio e de patógenos. Elas têm como principal vantagem a remoção da demanda bioquímica de oxigênio, remoção de patógenos, manutenção e operação de baixo custo. No entanto, a sua principal desvantagem é a produção de odores desagradáveis nas lagoas anaeróbias e o longo tempo necessário para a estabilização da carga orgânica.
- Esterqueiras: são construídas com a finalidade de armazenamento dos desejos cujo tratamento tem por objetivo captar o volume de dejetos líquidos para a ocorrência de fermentação biológica da matéria orgânica. É de fácil operação e de construção e possui um baixo custo de instalação. No entanto, necessita um alto custo de armazenagem, transporte e distribuição.
- Biodigestores: são câmaras que realizam a fermentação anaeróbia da matéria orgânica produzindo biogás e biofertilizante. Tem como principal vantagem o fornecimento de biogás que pode ser convertido em energia, biofertilizante para a agricultura, redução do poder poluente. No entanto necessita um alto custo de investimento, é um processo lento podendo demorar vários meses.
- Compostagem sólida: funciona como local de armazenamento dos dejetos nos quais ocorre fermentação por ação bacteriana e/ou enzimática resultando em material orgânico utilizado principalmente como adubo. Sua principal vantagem é a melhora da saúde do solo, aumento da capacidade de infiltração da água, reduzindo a erosão, mantém a temperatura e o nível de acidez do solo. No entanto, necessita de um sistema prévio de separação da parte sólida e líquida dos dejetos.
- Biológico (enzimas, microrganismos): é um tratamento no qual consiste em aplicar enzimas e/ou microrganismos benéficos em lagoas de tratamento aeróbias. As enzimas, produzidas pelos microrganismos, são proteínas que têm como função catalisar (acelerar) as reações químicas e quebrar/degradar a matéria orgânica. É recomendado neste tratamento o uso de aeradores para a entrada de oxigênio, facilitando a homogeneização e acelerando a decomposição da matéria orgânica, diminuindo o tempo de retenção dos dejetos nas lagoas/esterqueiras. Tem como vantagem a transformação do dejeto em um biofertilizante que atua como condicionador de solo, disponibilizando nutrientes para a planta, melhorando a estrutura do solo, facilitando seu manejo. Promove a redução de cobre, zinco, alumínio e patógenos. Neste tratamento os odores das lagoas/esterqueiras são reduzidos significativamente, melhorando a qualidade de vida. Também alguns vetores, como larvas de moscas, são reduzidos. É de fácil instalação e auxilia na homogeneização e redução do tempo de estabilização da matéria orgânica das lagoas/esterqueiras. Esta tecnologia tem a necessidade de um técnico para acompanhar a instalação, aplicação e orientação. O custo de aquisição é moderado e requer manutenção, do tratamento e do equipamento.
Conclusão
Grande é a necessidade de seguir a legislação e diversas são as formas que existem para tratar os dejetos. Quando tratados da forma correta, viram fonte de renda e contribuem para a qualidade de vida no campo com sustentabilidade. Cabe a cada produtor, técnico e ambientalista buscar, informar e discutir qual tecnologia se encaixa melhor em cada propriedade e analisar os resultados gerados. Existe uma grande necessidade de disseminar este conhecimento para tratar com respeito às atividades agrícolas e também o solo que é tão importante para extrair o sustento do planeta.
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Suínos
“Mais que manejo, a inseminação impulsionou o avanço genético”, afirma pioneira da técnica em suínos
Pioneirismo e dedicação transformaram a inseminação artificial em ferramenta estratégica de melhoramento genético, abrindo caminho para avanços tecnológicos e maior participação feminina na suinocultura brasileira.

Em meados da década de 1970, quando o Brasil ainda engatinhava na adoção de tecnologias reprodutivas e o campo era um território essencialmente masculino, uma jovem médica-veterinária decidia trilhar um caminho que abriria espaço para tantas outras mulheres. Formada em dezembro de 1974, Isabel Regina Scheid seria, meses depois, a primeira mulher a integrar a equipe que implantou a primeira Central de Inseminação Artificial em Suínos do Brasil, em Estrela, no Rio Grande do Sul. “A inseminação artificial em suínos pautou a minha vida profissional. Foi extremamente marcante”, recorda Isabel, completando: “Eu me formei em dezembro e, em janeiro, já estava em Botucatu para fazer residência na área de reprodução, algo nada comum para uma mulher na época.”
Foi durante uma viagem para visitar a família em Porto Alegre (RS), em 1975, que Isabel assistiu a um seminário sobre suinocultura e ouviu, pela primeira vez, falar em inseminação artificial em suínos, um tema praticamente desconhecido no país. A palestra, ministrada pelo professor Ivo Wentz, a impressionou. “Eu o admirava muito e, ao final da palestra, conversei um pouco com ele e disse que, se houvesse uma oportunidade, gostaria de trabalhar na área”, relembra. “Algum tempo depois, o professor Ivo entrou em contato. O programa estava sendo implantado e havia uma vaga. Eu não pensei duas vezes”, emendou.
Foi assim que Isabel se viu no coração de uma iniciativa inédita, em um espaço onde praticamente tudo ainda estava por ser construído. “Quando cheguei a Estrela, encontrei literalmente o início de tudo. Tínhamos o entusiasmo, o conhecimento básico e a vontade de fazer acontecer. O resto, nós aprendemos no dia a dia”, relata.
Essa disposição para não deixar passar boas oportunidades se tornaria uma marca na carreira da veterinária. “Talvez um dos pontos mais importantes da minha vida profissional tenha sido esse: quando eu avaliava que uma oportunidade valia a pena, eu não perdia”, afirma.
Na época, as instalações da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) e da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) dividiam o mesmo espaço físico, e o projeto contava com figuras decisivas, como o engenheiro agrônomo Hélio Miguel de Rose, então presidente da ABCS, que havia trazido da Europa a ideia da inseminação artificial. “Hélio era um visionário. Foi ele quem plantou a semente da inseminação no Brasil e acreditou que aquilo poderia transformar a forma de produzir suínos”, conta Isabel.
Tudo por construir
A equipe era pequena, mas extremamente comprometida. Além de Isabel, estavam o professor Ivo Wentz, o médico-veterinário Werner Meincke e o técnico do Ministério da Agricultura, Auri Braga. “Éramos poucos, mas tínhamos um propósito imenso. Construímos a central com o que havia disponível. O primeiro manequim que fizemos, por exemplo, não deu certo. Mas a cada tentativa, aprendíamos e avançávamos”, relembra.
Os primeiros reprodutores pertenciam a raças puras Landrace, Large White e Duroc, e formaram a base genética que impulsionaria a suinocultura brasileira nas décadas seguintes. Instalados no Vale do Taquari, região de forte tradição na criação de suínos, foi o cenário ideal para essa experiência pioneira. “Estávamos cercados de produtores apaixonados, que acreditaram no projeto e abriram suas granjas para as primeiras inseminações. Eles foram os verdadeiros protagonistas dessa história. Acreditaram na técnica e confiaram em nós”, ressalta Isabel, com uma emoção contida ao se dar conta de tudo que fizeram.
Os experimentos da equipe logo renderam frutos: a primeira inseminação bem-sucedida e o nascimento dos primeiros leitões. “Foi um momento emocionante. A gente percebia o clima de confiança, de que algo grande estava começando. Era o resultado de muito trabalho, estudo e, principalmente, de fé naquilo que estávamos construindo”, relembra Isabel, orgulhosa de poder ter vivenciado tamanho avanço para o setor.
Confiança dos produtores
Mais do que o esforço técnico, Isabel destaca o papel decisivo dos produtores. “Os grandes atores do início da inseminação artificial foram os produtores que acreditaram na técnica. Eles compraram a ideia, abriram as portas das granjas, acompanharam cada passo. Acreditaram antes mesmo de verem os resultados”, enaltece.
Essa confiança foi essencial para que a inseminação artificial se tornasse uma ferramenta estratégica, não apenas para melhorar o manejo, mas sobretudo para impulsionar o melhoramento genético, algo que transformaria definitivamente a suinocultura brasileira nas décadas seguintes.
Abrindo caminho

Doutora em Medicina Veterinária, Isabel Regina Scheid: “A credibilidade se constrói com resultados. E eles apareceram. A inseminação não foi apenas uma ferramenta de manejo, mas de melhoramento genético. Era o que o setor esperava há muito tempo”
Em um ambiente predominantemente masculino, Isabel se tornou um símbolo do pioneirismo feminino. Ainda assim, afirma não ter enfrentado resistência do ser por ser mulher, mas reconhece que naquele contexto representava um rompimento de barreiras. “Eu não senti resistência por ser mulher, pelo contrário, encontrei curiosidade e acolhimento”, ressalta, justificando: “Talvez porque muitas granjas eram familiares e, em boa parte delas, quem realmente conduzia o trabalho no campo eram as mulheres. Havia uma identificação natural”.
Essa empatia foi essencial para a aceitação da técnica e para o fortalecimento do papel feminino na suinocultura. “As mulheres do campo foram grandes aliadas. Elas entenderam rapidamente o valor da tecnologia e o que ela representava em termos de eficiência e autonomia”, recorda, destacando que a aceitação veio também da seriedade com que o trabalho era conduzido. “A credibilidade se constrói com resultados. E eles apareceram. A inseminação não foi apenas uma ferramenta de manejo, mas de melhoramento genético. Era o que o setor esperava há muito tempo”, afirma.
Com o avanço da técnica, a suinocultura brasileira entrou em um novo patamar de eficiência. As centrais se multiplicaram, os produtores se profissionalizaram, e a presença feminina passou a ocupar espaço também na pesquisa, na assistência técnica e na gestão. “Ver tantas mulheres hoje liderando projetos, pesquisas e empresas é algo que me emociona. Cada uma, à sua maneira, está ajudando a construir um setor mais diverso e mais forte”, enfatiza.
De experimento à base da suinocultura
A inseminação artificial cresceu junto com o Brasil. Nos anos seguintes, o uso da técnica se expandiu, especialmente a partir da década de 1980, quando a suinocultura passou a adotar sistemas mais organizados e integrados.
A chegada das empresas de genética e a transição das raças puras para composições comerciais aceleraram o processo. A inseminação se tornou peça central para viabilizar granjas maiores com animais geneticamente superiores, um salto de escala e de eficiência que transformou a produção nacional. “Hoje, mais de 95% das fêmeas suínas brasileiras são inseminadas artificialmente, reflexo direto daquele trabalho pioneiro iniciado em Estrela há meio século”, enfatiza a doutora em Medicina Veterinária.
Isabel menciona que a chegada, na década de 1990, das empresas fornecedoras de insumos para inseminação artificial – como diluentes, pipetas, frascos para doses de sêmen, equipamentos de laboratório e sistemas de automação – representou um avanço decisivo para o setor. “Além de melhorar a qualidade dos processos laboratoriais e a aplicação em campo, essas empresas contribuíram para a geração de dados precisos sobre o uso da inseminação artificial no Brasil”, exalta.
Lições de uma trajetória
Ao longo de mais de quatro décadas dedicadas à reprodução suín, com atuação em instituições como a Acsurs, a Embrapa Aves e Suínos e a iniciativa privada, Isabel viu o Brasil se consolidar como uma potência em genética e tecnologia. “Tive o privilégio de acompanhar essa evolução desde o início. Foi uma caminhada longa, exigiu muito esforço, e sim, houve sacrifícios pessoais. Mas valeu a pena. Eu faria tudo de novo”, resume.
Para as novas gerações, especialmente para as mulheres que hoje se destacam na suinocultura, Isabel deixa uma mensagem de inspiração e responsabilidade. “O espaço precisa ser conquistado com competência, seriedade e visão. Para isso, a qualificação, a seriedade e a responsabilidade são essenciais. Mas nunca deixem de valorizar aquilo que é genuinamente nosso: a sensibilidade, a clareza nas decisões e a enorme capacidade de relacionamento. São essas qualidades que fazem a diferença”, reflete. “O importante é se valorizar e acreditar no próprio potencial”, complementa.
Cinquenta anos depois, aquela jovem veterinária que atravessou o país para trabalhar onde tudo estava por fazer continua sendo uma referência. Sua história é a de uma mulher que ajudou a construir as bases da suinocultura moderna e, ao fazê-la, abriu espaço para que muitas outras pudessem seguir pelo mesmo caminho.
A versão digital está disponível gratuitamente no site oficial de O Presente Rural. A edição impressa já circula com distribuição dirigida a leitores e parceiros em 13 estados brasileiros.
Suínos
Levantamento nacional reforça transparência e aponta caminhos para a evolução da suinocultura
Com avaliação detalhada das associações estaduais, a ABCS recebe dados valiosos para aprimorar iniciativas e fortalecer a representatividade setorial.

A fim de fortalecer ainda mais o relacionamento com suas 13 associações estaduais e aprimorar continuamente suas entregas, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) realizou no mês de novembro, uma Pesquisa Nacional de Satisfação com todos presidentes dos estados que compõem o Sistema ABCS: Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Sergipe, Ceará e Bahia.
A iniciativa foi totalmente anônima e conduzida por uma empresa terceirizada especializada em estudos de percepção institucional, a SSK Análises, empresa há mais de 32 anos no mercado com experiência em pesquisas no setor associativista e multinacionais, garantindo isenção, credibilidade e segurança nas respostas. O objetivo foi avaliar o nível de satisfação dos associados com o trabalho realizado pela ABCS, incluindo temas como entregas, projetos, comunicação, atendimento, relacionamento, apoio técnico e institucional, além de identificar demandas e oportunidades de aprimoramento para os próximos anos.
Segundo a diretoria da ABCS, o estudo será um instrumento estratégico fundamental para orientar as ações da entidade e também as diretrizes do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS), permitindo que os investimentos e esforços estejam cada vez mais alinhados com as necessidades reais dos produtores e das associações estaduais.
Os resultados consolidados da pesquisa serão apresentados em dezembro ao Conselho da ABCS, e posteriormente compartilhados com todas as estaduais, fortalecendo o compromisso da entidade com a transparência e a gestão participativa. Para o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, “Com essa ação, a ABCS reafirma seu papel de entidade representativa que busca ouvir, compreender e atender com excelência seu público, construindo um sistema mais unido, eficiente e preparado para os desafios da suinocultura brasileira”, conclui.
Suínos
Espanha confirma nove casos de peste suína africana em javalis
Casos positivos foram identificados na Catalunha e marcam o primeiro registro da doença no país após 30 anos.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informa que a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) foi notificada sobre a ocorrência de peste suína africana (PSA) em javalis na província de Barcelona, região da Catalunha, na Espanha, registrada em 26 de novembro. Este é o primeiro episódio da doença no país desde 1994. Até a última terça-feira (02), nove casos foram confirmados, todos restritos a javalis, sem detecção em suínos domésticos.
A PSA é uma doença viral que afeta suínos domésticos, asselvajados e javalis. Embora não represente risco à saúde humana, por não se tratar de zoonose, é de notificação obrigatória devido ao seu alto poder de disseminação e ao impacto potencial para os sistemas de produção. A presença de carrapatos do gênero Ornithodoros, que podem atuar como vetores, aumenta a complexidade do controle da enfermidade em ambientes silvestres.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
O vírus apresenta elevada resistência no ambiente, podendo permanecer ativo por longos períodos em roupas, calçados, veículos, materiais, equipamentos e em diversos produtos suínos que não passam por tratamento térmico adequado. As principais vias de introdução em áreas livres incluem o contato de animais suscetíveis com objetos contaminados ou a ingestão de produtos suínos contaminados.
O Brasil permanece oficialmente livre de PSA desde 1984, condição que segue preservada. O Mapa reforça que a manutenção desse status depende do cumprimento das normas sanitárias vigentes e da atenção contínua à movimentação de pessoas, produtos e materiais provenientes de regiões afetadas. A introdução da doença no país traria impactos significativos para a cadeia suinícola, motivo pelo qual o país mantém vigilância reforçada e protocolos de prevenção atualizados.



