Conectado com

Avicultura Nutrição

De onde vem o milho que alimenta seu frango?

Milho é um dos principais cereais produzidos no Brasil e usado como insumo básico para a avicultura pujante nacional

Publicado em

em

Arquivo/OP Rural

O milho é um dos principais cereais produzidos no Brasil e usado como insumo básico para a avicultura pujante nacional. Mas de onde vem o milho? No mundo, um bilhão de toneladas do cereal são produzidas todos os anos. No Brasil, os produtores já alcançaram 100 milhões de toneladas, mas na safra do ano passado esse número foi bem menor.

O relatório do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) mostra que a produção brasileira de milho na safra 2017/18 foi de 80,8 milhões de toneladas. “Este volume é 17,4% inferior a safra anterior, quando atingimos mais de 97 milhões de toneladas. Essa queda foi em decorrência de fatores climáticos, basicamente seca generalizada que afetou o Estado o Paraná”, avalia o Deral.

O Departamento destaca que esta redução na disponibilidade no mercado brasileiro não impactou de forma significativa os estoques e também não trouxe um cenário adverso para o abastecimento das cadeias usuárias do cereal. “A produção de milho está concentrada no Estado do Mato Grosso, este detém aproximadamente 33% de toda a produção de milho, produzindo mais de 26 milhões de toneladas na safra 2017/18”, informa. Já o segundo maior produtor é o Paraná, com 15% da produção brasileira, e em terceiro lugar encontra-se o Estado de Goiás, que produz pouco mais de oito milhões de toneladas.

Produção mundial

O relatório aponta que a produção mundial de milho na safra 2017/18 teve uma redução de 4,1% comparativamente à safra anterior. “A produção atingiu 1,034 bilhão de toneladas, uma redução de 44 milhões de toneladas”, destaca o Deral. Os países com maior redução de volume foram os Estados Unidos e o Brasil, sendo 14 milhões e 16,5 milhões de toneladas, respectivamente. Já percentualmente a maior redução foi da Argentina, com uma queda de 22%, ou nove milhões de toneladas. “A redução da produção foi essencialmente em razão de condições climáticas, como a seca na Argentina e Brasil”, avalia o relatório.

A produção se concentra nos Estados Unidos, que representam pouco mais de 35% do total mundial. Já a China é o segundo maior produtor mundial de milho, produzindo 215 milhões de toneladas na safra 17/18. O Brasil está na terceira colocação, chegando a produzir quase 100 milhões de toneladas na safra 16/17.

Milho garante cadeia robusta da avicultura

O Paraná é o segundo maior produtor de milho, atrás apenas de Mato Grosso do Sul. O cereal é peça chave na economia rural do Estado, maior produtor de aves e segundo maior de suínos do Brasil. Segundo o Deral, a produção está concentrada na segunda safra, que representa mais de 70% do total de milho produzido no Paraná. E é esta safra que basicamente garante o milho suficiente para a produção de suínos, aves e outras proteínas de origem animal. A primeira safra detém em torno de 27% do volume de produção.

Na safra 2017/18, a produção paranaense foi de 11,9 milhões de toneladas. O resultado foi aquém do esperado, já que os fatores climáticos influenciaram negativamente e resultaram em perdas no campo. A primeira safra 17/18 contribuiu com um volume de 2,9 milhões de toneladas e a segunda com nove milhões de toneladas.

Já a área plantada na safra 2017/18 foi de 2,45 milhões de hectares, tendo 2,10 milhões na segunda safra e 331 mil hectares na primeira safra, sendo esta a menor área da história do Paraná para a primeira safra.

Segundo o relatório do Deral, a perda da área em 2018, na primeira safra, foi de 76% comparativamente a 2008. Entretanto, mesmo não sendo uma safra cheia nesta mais recente, a produção reduziu em menor escala: 70%. Já a segunda safra teve um incremento de área de 37%, enquanto a produção cresceu 51%.

A área total de milho no Paraná diminuiu em 16% nos últimos 10 anos (2008 x 2018). Esta redução comparativa é em decorrência de fatores mercadológicos, entretanto a área de milho nos próximos anos deve oscilar entre 2,5 e 3 milhões de hectares, somando ambas as safras. Já em relação à produtividade de milho observa-se que ano a ano há um avanço no potencial produtivo, sendo possível estimar que a primeira safra avança em média 2,5% (2008 x 2019) e a segunda safra tem um ganho maior, estimado em 4,5% ao ano. A produtividade média da primeira safra em 2018 evoluiu 25% comparativamente à safra 2008, enquanto que a segunda safra evoluiu apenas 10%, todavia o potencial é de ser 50% maior, pois a safra 2018 foi afetada pelo clima.

Na safra 2017/18 o Paraná produziu 11,9 milhões de toneladas, representando uma redução de 36% comparativamente à safra recorde anterior, que foi de 18,6 milhões de toneladas.

Preços reagem

Segundo o relatório do Deral, em 2018, até outubro do ano passado, o preço médio da saca de 60 quilos de milho foi 36% maior que o preço médio do ano de 2017. O preço médio foi de R$ 29,24, contra R$ 21,46 do ano anterior. O preço do milho manteve-se em um patamar alto praticamente todo o ano. Um dos motivos principais dessa estabilidade em patamares superiores a anos anteriores, aponta o Deral, foi a menor produção paranaense e brasileira e também a situação favorável do câmbio para o mercado de commodities.

VBP

Em 2017 a cultura do milho teve participação de 7,7% do VBP paranaense, totalizando R$ 6,6 bilhões. A região Oeste do Estado é a que mais contribui com o Valor Bruto da Produção do milho, sendo responsável por R$ 1,8 bilhão ou 27% do valor total. O núcleo regional de Campo Mourão também é expressivo, representando 12,5% do VBP, sendo o segundo maior produtor de milho, ficando atrás somente de Toledo, que tem 15,2%.

Perspectivas

A expectativa para a safra 2018/19 de milho do Paraná estão boas para o Deral. O relatório mostra que em um cenário normal, esta safra paranaense deve ficar próxima a 17 e 18 milhões de toneladas. “Entretanto é improvável chegarmos a bater o recorde obtido na safra 2017, quando o Paraná colheu 18,6 milhões de toneladas”, sugere o Departamento.

A primeira safra de milho 18/19 sofre forte retração de área devido às condições adversas de mercado, essencialmente a concorrência direta com a soja. Nesta safra são esperados 352 mil hectares plantados, tendo um pequeno aumento comparativamente à safra anterior, que teve a menor área da história. Finalmente, espera-se que a área de milho de segunda safra em 2019 fique em torno de 2,4 a 2,5 milhões de hectares.

Já a produção de milho no Brasil para a safra 2018/19 pode novamente superar a marca de 90 milhões de toneladas. Entretanto, as condições de clima e econômicas ainda são uma grande incerteza, pois há vários fatores que podem interferir na decisão de plantio do milho por parte dos produtores, principalmente na segunda safra.

Outras notícias você encontra na edição de Aves de janeiro/fevereiro de 2019 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Produção de frangos em Santa Catarina alterna quedas e avanços

Dados da Cidasc mostram que, mesmo com variações mensais, o estado sustentou produção acima de 67 milhões de cabeças no último ano.

Publicado em

em

Fotos: Shutterstock

A produção mensal de frangos em Santa Catarina apresentou oscilações significativas entre outubro de 2024 e outubro de 2025, segundo dados da Cidasc. O período revela estabilidade em um patamar elevado, sempre acima de 67 milhões de cabeças, mas com movimentos de queda e retomada que refletem tanto fatores sazonais quanto ajustes de mercado.

O menor volume do período foi registrado em dezembro de 2024, com 67,1 milhões de cabeças, possivelmente influenciado pela desaceleração típica de fim de ano e por ajustes de alojamento. Logo no mês seguinte, porém, houve forte recuperação: janeiro de 2025 alcançou 79,6 milhões de cabeças.

Ao longo de 2025, o setor manteve relativa constância entre 70 e 81 milhões de cabeças, com destaque para julho, que atingiu o pico da série, 81,6 milhões, indicando aumento da demanda, seja interna ou externa, em plena metade do ano.

Outros meses também se sobressaíram, como outubro de 2024 (80,3 milhões) e maio de 2025 (80,4 milhões), reforçando que Santa Catarina segue como uma das principais forças da avicultura brasileira.

Já setembro e outubro de 2025 mostraram estabilidade, com 77,1 e 77,5 milhões de cabeças, respectivamente, sugerindo um período de acomodação do mercado após meses de forte atividade.

De forma geral, mesmo com oscilações, o setor mantém desempenho sólido, mostrando capacidade de rápida recuperação após quedas pontuais. O comportamento indica que a avicultura catarinense continua adaptável e resiliente diante das demandas do mercado nacional e internacional.

Fonte: O Presente Rural com informações Epagri/Cepa
Continue Lendo

Avicultura

Setor de frango projeta crescimento e retomada da competitividade

De acordo com dados do Itaú BBA Agro, produção acima de 2024 e aumento da demanda doméstica impulsionam perspectivas positivas para o fechamento de 2025, com exportações em recuperação e espaço para ajustes de preços.

Publicado em

em

Fotos: Shutterstock

O setor avícola brasileiro encerra 2025 com sinais de recuperação e crescimento, mesmo diante dos desafios impostos pelos embargos que afetaram temporariamente as margens de lucro.

De acordo com dados do Itaú BBA Agro, a produção de frango deve fechar o ano cerca de 3% acima de 2024, enquanto o consumo aparente deve registrar aumento próximo de 5%, impulsionado por maior disponibilidade interna e retomada do mercado externo, especialmente da China.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a competitividade do frango frente à carne bovina voltou a se fortalecer, criando espaço para ajustes de preços, condicionados à oferta doméstica. A demanda interna tende a crescer com a chegada do período de fim de ano, sustentando a valorização do produto.

Além disso, os custos de produção, especialmente da ração, seguem controlados, embora a safra de grãos 2025/26 ainda possa apresentar ajustes. No cenário geral, os números do setor podem ser considerados positivos frente às dificuldades enfrentadas, reforçando perspectivas favoráveis para os próximos meses.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
Continue Lendo

Avicultura

Avicultura do Paraná sofre com desequilíbrio entre custos e remuneração

Levantamento do Sistema Faep mostra que, mesmo com a liderança nacional em abates, a maioria dos produtores opera abaixo dos custos, acumulando prejuízos e enfrentando dificuldades para manter e modernizar os aviários.

Publicado em

em

Fotos: Shutterstock

O Paraná é uma superpotência nacional na produção de frangos de corte. Os números falam por si: o Estado responde por um terço dos abates do país, produzindo quase 2,3 bilhões de cabeças em 2024, movimentando cifras da ordem de R$ 31 bilhões. Toda essa pujança do setor, no entanto, não tem chegado aos produtores rurais. As receitas dos avicultores mal cobrem os custos diretos, o que representa um risco para a atividade em médio e longo prazos.

Confira todas as planilhas do levantamento de custos de produção da avicultura

É o que aponta o levantamento de custos de produção elaborado pelo Sistema Faep. O estudo é elaborado seguindo a metodologia própria e embasado por dados fornecidos por avicultores de todas as regiões do Estado. Os produtores foram ouvidos em painéis realizados em cada uma das 14 Comissão de Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (Cadecs) do Paraná, abrangendo os polos produtivos do Estado. Os resultados representam as médias por tamanhos de modais e classificação do frango, pesado ou griller, conforme o cenário das integrações.

Segundo os técnicos Caroline da Costa e Fábio Mezzadri, do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema Faep, os dados “revelam um cenário preocupante para a sustentabilidade da atividade”. Segundo o relatório, em praticamente todas as integrações, ALERTA as receitas obtidas pelos avicultores com a entrega das aves e com a venda de cama de aviário cobriram apenas os custos variáveis – ou seja, os desembolsos para produzir o lote de frangos.

O levantamento revelou que os produtores rurais ficaram no vermelho no que diz respeito ao custo fixo (que leva em conta as depreciações de máquinas, equipamentos e instalações) e o custo total (que se consolida como um índice de longo prazo para a atividade). Isso implica em saldos negativos anuais para cada produtor, que variam entre R$ 89 mil e R$ 217 mil, o que compromete a depreciação de instalações e a capacidade de investimento. “Ano após ano, as condições dos produtores estão se complicando, com a atividade ficando mais no vermelho”, diz o presidente da Comissão Técnica de Avicultura do Sistema Faep, Diener Santana. “Os reajustes que os produtores estão recebendo não acompanham os custos de produção, que têm aumentado acima. Isso agrava o vermelho”, acrescenta.

Ainda, o DTE do Sistema Faep estabelece uma comparação com os resultados de 2024. Segundo os técnicos, ao longo de um ano, houve um aumento nos custos variáveis, que oscilou entre 5% e 15%, conforme a região. O que mais pesou foram os valores da mão de obra, dos custos de manutenção e da energia elétrica. “Esses fatores [de aumento] são influenciados pela inflação, demandas regulatórias e exigências de bem-estar animal”, destaca Caroline, do DTE. “Esta realidade ameaça a viabilidade da cadeia produtiva paranaense, um dos pilares do agronegócio brasileiro, com potencial impacto em empregos rurais, suprimento de insumos e exportações”, complementa Mezzadri.

O presidente da CT de Avicultura ressalta uma distinção dentro da atividade. Os aviários mais novos, em regra, recebem adicionais. Os galpões mais antigos, no entanto, não ganham qualquer complementação. “Os modais novos têm incentivo para que o produtor se viabilize. Os mais antigos não têm. É só a remuneração seca”, aponta Santana.

Há oito anos na atividade, o avicultor Luís Guilherme Geraldo mantém quatro galpões, alojando 160 mil aves, em Jaguapitã, no Norte do Paraná. Além dele, o pai e dois colaboradores atuam diretamente na produção de frangos de corte, na propriedade. “Realmente, a avicultura está em bom momento, principalmente no mercado de exposições. Mas o lucro fica todo na integração”, ressalta.

Ao longo do ano, por meio de negociações na Cadec, os produtores conseguiram reajustes de 7,5%, que minimizaram os prejuízos acumulados em anos anteriores. Geraldo pretende ampliar a produção para diluir os custos, mas sabe dos riscos implicados na operação. “Apesar dos cenários econômico e político desafiadores, o produtor continua investindo. Esperamos que a avicultura siga em alta. O frango brasileiro é bem-visto no mercado internacional por nossas boas práticas sanitárias. Continuamos realizando diversos estudos para auxiliar nossos produtores rurais”, afirma o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette. “Nosso papel é dar esse suporte aos avicultores nas negociações de preços e custos junto às empresas integradoras em reuniões das Cadecs”, complementa.

Empresas cobram investimentos de produtores, mas remuneração é insuficiente

Um agravante à condição dos avicultores integrados envolve as exigências das empresas em relação a investimentos constantes nos aviários. Segundo os produtores rurais ouvidos pela reportagem do Boletim Informativo, as integradoras têm demandado atualizações constantes nos aviários, principalmente no que diz respeito a automação dos galpões e a aspectos sanitários. O valor pago aos produtores, no entanto, inviabiliza tais investimentos, pressionando cada vez mais os avicultores. “Há uma pressão enorme por investimentos e melhorias nos aviários justamente para proporcionar lucros à integradora e manter a excelência do padrão sanitário na criação das aves”, diz o produtor Maurício Gonçalves Pereira. “Temos que investir somas significativas para manter a ótima qualidade dos frangos, o que proporciona um primor sanitário e a conquista do produto em países que bem remuneram a carne de frango, mas não somos remunerados na mesma medida”, acrescenta.

Os aviários na propriedade de Pereira têm 11 anos, em São Tomé, município vizinho a Cianorte, Noroeste do Paraná. Apesar de ter feito inúmeras melhorias, ainda há uma série de investimentos que precisa ser feita. “Em um dos fornos, preciso substituir o sistema de aquecimento e nos outros é necessária a substituição das cortinas para a melhoria na circulação. Fora isso, constantes são os gastos com a manutenção da estrutura dos aviários”, aponta o avicultor. “Dada a necessidade incessante de investimentos, esta manutenção tem sido um problema sério para o produtor, visto que a remuneração não tem sido suficiente para que façamos todos os desembolsos necessários e exigidos pela integradora”, aponta.

Avicultor há 12 anos, Pereira mantém dois aviários com capacidade global de alojar 65 mil aves. Ele detalha que a renda dos produtores está diretamente relacionada à questão estrutural e às exigências das integradoras. Ele está prestes a fazer novos investimentos. “Preciso investir mais no aumento da capacidade de geração de energia fotovoltaica, já que a produção atual está sendo insuficiente. O valor da energia elétrica oscila e isto impacta diretamente no custo de produção”, diz.

Outro produtor, Eliandro Vegian Carneiro, também aponta que as instalações são determinantes para a equalização da atividade. Ele administra uma propriedade localizada em Éneas Marques, no Sudoeste do Paraná, em que mantém um aviário com capacidade para alojar 27 mil aves. Ele avalia os riscos que os elevados custos e necessidades constantes de investimentos implicam ao setor. “Tem que buscar por tecnologia e formas de reduzir os custos entre os lotes para poder se manter na atividade. É ‘bruto’ investir aproximadamente R$ 1,5 milhão em um barracão e saber que terá essa dívida por longos dez anos ou mais”, aponta Carneiro. “Em aviários mais novos, com mais tecnologia ou onde se tem mais de um aviário, consegue equilibrar, mas os custos de manutenção subiram muito”, diz.

De acordo com Luiz Guilherme Geraldo, quem tem estrutura mais defasada passa a ser pressionado a modernizar os galpões, mesmo que a remuneração não permita novos investimentos. “Os donos de aviários mais novos recebem um incentivo para estar sempre melhorando os galpões. Mas quando se trata de um aviário mais antigo, o produtor é cobrado a investir um dinheiro que não tem. Só se fizer essa modernização é que vai receber algum incentivo”, afirma. “Desejamos a melhoria das condições de remuneração para que possamos nos manter vivos e ativos na produção”, diz Pereira. “O próximo ano é uma incógnita. Com os juros altos em ano de eleição, não vejo uma melhora a curto prazo”, conclui Carneiro.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.