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De colegas de trabalho no Ministério a grandes amigos

Rubens Valentini reitera sentir orgulho por ter trabalhado com Paolinelli durante sua passagem pelo Ministério da Agricultura e hoje ser amigo próximo do ex-ministro

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Muito mais do que somente desenvolver um projeto que garantiu uma melhor e maior produção nacional de alimentos, Alysson Paolinelli também se cercou de pessoas com o conhecimento técnico que era preciso para tirar suas ideias do papel. Uma destas pessoas foi o engenheiro agrônomo Rubens Valentini.

“Eu voltei do meu doutorado nos Estados Unidos em abril de 1974 e em julho recebi um telefonema de que o então ministro da Agricultura queria conversar comigo”, recorda Valentini. Os dois se encontraram em Brasília, onde o convite para Valentini fazer parte do gabinete de Paolinelli aconteceu. “Na época havia uma assessoria que tinha uma área econômica e uma área internacional. Ele me ofereceu a coordenação da assessoria internacional e eu aceitei. Em setembro eu já estava trabalhando com ele. Foi assim que nos conhecemos”, conta. Valentini comenta que a indicação dele para Paolinelli foi feita por dois amigos que eram professores da USP.

Entre as atividades desenvolvidas no Ministério, Valentini esteve diversas viagens para o exterior. “Todas as vezes que ele foi para fora do país eu fui junto. Funcionava meio como um tradutor, acompanhante e assessor. Isso durante os três anos em que permaneci no Ministério com ele. Então claro, você viaja junto, fica no mesmo hotel, conversa e assim desenvolve uma boa relação”, comenta. Valentini diz que saiu do Ministério um pouco antes de Paolinelli. “Sai um tempo antes, mas essa relação continuou ao longo dos anos. Sempre tivemos a oportunidade de nos encontrarmos e conversar, agora ainda mais porque nós moramos perto”, menciona.

Após três anos de viagens, projetos e muita convivência, Valentini afirma que a relação deles até hoje é de amizade, mas que ele também sente um profundo respeito e admiração por Paolinelli. “Porque ele é uma pessoa que mesmo hoje, aos 85 anos, tem uma vida extremamente ativa, viajando para todos os lados o tempo todo, sempre envolvido em projetos e com um entusiasmo fantástico”, afirma. Para Valentini, a euforia de Paolinelli é admirável. “Eu aprendi demais com ele e isso também foi extremamente útil para mim até hoje. Fiz meu doutorado no exterior e trabalhar com ele foi como fazer um pós-doutorado”, diz.

Do Brasil para o Japão

Valentini lembra que o grande projeto de Paolinelli sempre foi levar a soja até o Cerrado. Fez isso quando era secretário de Agricultura de Minas Gerais e depois como ministro. Além disso, outro grande feito dele foi quanto a melhor estruturação da Embrapa. “Este movimento dele obteve diversos resultados. Inclusive, a Embrapa, que já existia na época, porque tinha sido criada na gestão anterior, mas ela realmente tomou corpo e força com o Paolinelli. Ele indicou novos diretores, o presidente era o José Irineu Cabral e depois foi o Eliseu Alves, que fez uma brilhante gestão”, recorda.

Uma das grandes ações que Valentin participou junto com Paolinelli foi o início das exportações de soja para o Japão. “Em 1973 os Estados Unidos eram o principal, e possivelmente o único, fornecedor de soja para o Japão. Mas devido a algumas dificuldades climáticas e de produção, eles simplesmente suspenderam as exportações de soja em grãos para o Japão. E os japoneses têm na soja um produto de extrema importância comercial e cultural e ficaram muito preocupados com o abastecimento. Foi ali que eles sentiram a necessidade de diversificar as fontes de fornecimento de soja para atender suas necessidades”, lembra.

Na época, recorda Valentini, Paolinelli o convidou para coordenar as negociações com o Japão para exportação de soja. “Entre o final de 1974 até meados de 1976 eu coordenei o grupo brasileiro que negociou com os japoneses essa comercialização”, diz. Valentini lembra que durante uma viagem oficial com o então presidente Ernesto Geisel ao Japão ele foi o representante do Ministério da Agricultura, uma vez que Paolinelli não pode ir, e assim assinou o primeiro contrato do programa de desenvolvimento dos Cerrados.

Contribuição muito além do básico

Além disso, foram feitas ainda inúmeras gestões com diferentes países para a vinda de diferentes tecnologias para o Brasil. “Mas isso tudo só se deve pela ênfase que o Paolinelli deu à Embrapa e pelo apoio positivo e incondicional que ele tinha do presidente”, afirma Valentini. Dessa forma, comenta, milhares de pessoas foram treinadas no Brasil e no exterior, fazendo pós-graduação, mestrado e doutorado para trazer mais conhecimento para a Embrapa. “E isso fez dela o que é hoje. Não fosse a Embrapa não teríamos nem a autossuficiência alimentar que temos hoje e muito menos a possibilidade de exportação de inúmeros produtos. Fico muito feliz em poder ter participado de todo esse trabalho”, afirma.

Para Valentini, se não fosse por Paolinelli, naquele momento específico, o Brasil não seria a potência mundial que é hoje. “Não fosse o que ele fez naquela ocasião não seriamos essa potência agrícola que somos hoje. Claro, poderia ter sido outra pessoa, mas eu não sei quem seria”, diz.

De acordo com ele, um dos critérios que mais fizeram com que os projetos de Paolinelli dessem certo foi a sua capacidade de liderança. “Porque liderar é algo complexo, principalmente quando você está trabalhando com uma gama tão variada de produtos e problemas. O Alysson é um entusiasta, está sempre inventando coisas, sempre tem uma ideia”, declara. Valentini reitera que o entusiasmo de Paolinelli foi uma das molas propulsoras para o sucesso de suas ações. “Ele teve a capacidade de juntar muita gente disposta, competente e criativa ao lado dele. Esse que é o grande exemplo que ele pratica até hoje, um diferencial. Além disso, ele não tem preguiça, é uma pessoa que não tem outros interesses a não ser o desenvolvimento da agricultura brasileira”, conta.

Quanto a indicação do amigo ao Prêmio Nobel da Paz, Valentin comenta que não conhece a fundo a política envolta dos critérios para escolha do vencedor, porém, se os jurados levarem em consideração como era o Brasil em 1974 em termos de produção agrícola e como ele é hoje, especialmente nos termos do papel do país em alimentar o mundo, verão o destaque que foi e é Paolinelli. “Há 50 anos éramos importadores de alimentos e hoje somos este mega exportador, abastecemos centenas de países. É difícil não reconhecer a importância do trabalho que foi feito por Paolinelli”, afirma.

Outro ponto que Valentini persiste em deixar claro é quanto ao orgulho que sente por ter trabalhado ao lado do ex-ministro e hoje ser seu amigo. “Ele sempre teve uma articulação política muito grande. Sempre foi uma pessoa de valor grande, um mineiro com suas mineirices, sempre com um discurso muito positivo e nunca em cima do muro”, conta.

Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de março/abril de 2021 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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