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DDGS reduz custos e ganha mais espaço na avicultura

São uma fonte proteica interessante para a nutrição animal, apresentando teores de proteína entre 32% a 42%, dependendo das variações do produto no mercado.

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A busca por eficiência produtiva na avicultura de corte passa, necessariamente, pela formulação das dietas e pela qualidade dos ingredientes utilizados na nutrição das aves. Em um cenário de custos elevados e desafios no abastecimento de insumos, os nutricionistas e produtores vêm ampliando o uso de ingredientes alternativos, como o grão seco de destilaria com solúveis (DDGS, na sigla em inglês), que tem se consolidado como uma opção na composição das rações.

A formulação nutricional das dietas influencia diretamente o desempenho zootécnico dos frangos de corte. Ingredientes de baixa qualidade podem comprometer a conversão alimentar, aumentar a incidência de problemas entéricos e, consequentemente, impactar a uniformidade e o rendimento de carcaça. Para evitar esses problemas, é essencial que os ingredientes utilizados apresentem padrão nutricional consistente, boa digestibilidade e ausência de contaminantes, como micotoxinas.

Segundo o doutor em Zootecnia e professor de Nutrição Animal da Universidade Federal do Paraná, Alex Maiorka, o uso de ingredientes alternativos como o DDGS não altera as características da carne, como sabor, textura e aparência. “Os DDGS, em particular, a princípio não têm grande mudança nessas características. Já outros ingredientes, como o sorgo, podem ter algumas diferenças por apresentar uma coloração amarela menos intensa devido à menor concentração de carotenoides, mas isso pode ser ajustado nutricionalmente com aditivos. De maneira geral, a utilização de alternativos na composição da ração não interferem nas características da carne”, explicou o especialista em entrevista exclusiva ao Jornal O Presente Rural.

Ele vai tratar sobre a qualidade dos ingredientes e impactos na produção de frangos de corte: como os alternativos (DDGS) ganham seu espaço nas formulações? durante o 25º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), que acontece nesta semana no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC).

O que são DDGS?

Os DDGS são um coproduto do processo de produção de etanol a partir do milho, sendo rico em proteína, energia e fibras. Nos últimos anos, a crescente produção de etanol de milho no Brasil impulsionou a disponibilidade desse ingrediente, tornando-o uma alternativa competitiva às fontes tradicionais de proteína e energia na formulação das dietas.

Maiorka destaca que os DDGS são uma fonte proteica interessante para a nutrição animal, apresentando teores de proteína entre 32% a 42%, dependendo das variações do produto no mercado. “Os DDGS comparados ao farelo de soja em termos de custo, se tornam uma alternativa interessante para redução dos custos na formulação de rações, sem comprometer o desempenho animal”, enfatizou.

Cuidados na utilização dos DDGS

Apesar das vantagens, o uso dos DDGS requer atenção quanto à variabilidade nutricional, presença de fatores antinutricionais e riscos de contaminação por micotoxinas. “O principal desafio é diminuir a variabilidade na composição química desse coproduto. Esse é um desafio que cabe à indústria produtora de DDGS, que precisa conseguir separar as diferentes frações que sobram após o processo fermentativo do milho para ser transformado em etanol, fornecendo um ingrediente com menor oscilação de sua composição”, expõe Maiorka.

Outro aspecto destacado pelo especialista é o nível de inclusão do DDGS nas dietas. Ele ressalta que o setor precisa compreender melhor dois pontos fundamentais: primeiro, a definição do produto, o que exige um conhecimento detalhado sobre sua composição, dado que os DDGS apresentam grande variabilidade. Em segundo lugar, é essencial mensurar a capacidade de utilização desse ingrediente na nutrição animal, avaliando sua influência no processo fabril, incluindo aspectos como granulometria e peletização, para garantir a manutenção do desempenho zootécnico.

Adaptação ao uso de DDGS

Doutor em Zootecnia e professor de Nutrição Animal da Universidade Federal do Paraná, Alex Maiorka – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

O uso de DDGS contribui para a sustentabilidade da produção avícola ao reduzir desperdícios e diversificar as fontes de nutrientes. “A melhor maneira de utilizar esse coproduto de forma sustentável é na nutrição animal. Quando falamos de sustentabilidade, não se trata apenas da cadeia do frango, mas de todo o processo envolvido na produção de etanol, que é um combustível não fóssil”, explicou Maiorka.

A adoção dos DDGS também exige que as fábricas de ração estejam adaptadas para lidar com uma diversidade maior de ingredientes. “Será preciso mais silos para armazenamento e ajustes nos controles de qualidade, pois os parâmetros de análise desses ingredientes diferem dos tradicionais milho e farelo de soja”, reforça.

Tendências e perspectivas

A valorização de ingredientes alternativos na nutrição de frangos de corte deve continuar crescendo. Além dos DDGS, outros coprodutos agroindustriais, como farelo de algodão e glicerina bruta, também têm sido estudados como potenciais ingredientes para a alimentação animal. “Não deveríamos mais chamar esses ingredientes de alternativos, pois hoje são uma necessidade para a indústria, tanto em termos de custo de produção quanto de sustentabilidade”, reconhece Maiorka.

O avanço das tecnologias analíticas e da nutrição de precisão vai permitir um controle mais rigoroso sobre a qualidade e a inclusão desses ingredientes nas dietas, garantindo que a adoção de fontes alternativas ocorra sem comprometer o desempenho produtivo. “Com o crescimento da produção de etanol de milho no Brasil, os DDGS se consolidam como um ingrediente cada vez mais presente nas formulações para frangos de corte, oferecendo uma alternativa viável e economicamente competitiva para o setor”, enfatiza.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na avicultura de corte e postura do Brasil acesse a versão digital de Avicultura Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango

Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

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O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

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Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.

O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

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Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.

Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.

O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil

Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

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A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik

Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.

A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.

Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias

Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.

Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.

Fonte: Assessoria Mapa
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Avicultura

Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global

Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

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O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.

A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.

Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Indústria e produção de ovos

O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.

A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”

Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.

Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: Assessoria ABPA
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