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Dados econômicos ajudam produtor a escolher configuração de ILPF

O tratamento com linha simples de eucalipto, por exemplo, por permitir maior lotação de animais e maior área agricultável, foi o primeiro a revelar retorno do investimento (payback), o que já ocorreu do quarto para o quinto ano do sistema

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A decisão pela implantação de uma área com integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) em uma propriedade deve ser feita após um planejamento do produtor. Além de avaliar aptidão da fazenda, viabilidade agronômica, logística e mercado, os indicadores econômicos também são ferramentas importantes para a escolha. Dados de uma pesquisa realizada pela Embrapa Agrossilvipastoril em parceria com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) e Rede de Fomento ILPF ajudam na tomada de decisão.

Os números são de um levantamento feito em quatro diferentes configurações de ILPF em uma Unidade de Referência Tecnológica e Econômica (URTE) localizada na Fazenda Gamada, em Nova Canaã do Norte (MT). Os resultados da avaliação dos oito anos iniciais do sistema são indicativos sobre tempo de retorno do investimento, rentabilidade de modelos com mais ou menos árvores (com diferentes espécies) e do comportamento do fluxo de caixa.

De acordo com o analista do Imea Miqueias Miquetti, a comparação entre os quatro tratamentos serve como exemplo para que produtores possam prever o comportamento financeiro de um sistema produtivo que pretendem adotar.

"Se o produtor espera algo que seja sustentável ao longo dos anos do ponto de vista econômico, ele vai escolher um tratamento ou um tipo de espaçamento. Mas se o que ele quer é ir tocando a fazenda dele, pagando os custos e gerando um fluxo de caixa mínimo para se manter e no final de 10, 15 ou 20 anos, ter um volume de dinheiro maior, ele pode optar por outro tratamento. Vai depender do modelo de negócio e de onde estiver localizada a propriedade", alerta.

 

Resultados da Unidade de Referência

Três dos tratamentos utilizados na Fazenda Gamada contam com eucalipto como componente arbóreo, disponíveis em renques de linhas simples, duplas ou triplas. O quarto tratamento utiliza a teca em renques de linhas triplas. Em todos eles foram plantadas lavouras nos três primeiros anos, com cultivo de arroz, soja/feijão e soja/milho com braquiária. A partir do terceiro ano agrícola os animais de corte entraram na área. Além disso, já foi realizado um desbaste nas árvores, utilizando-se estacas para fazer mourões tratados para uso na fazenda e a lenha para alimentar o secador de grãos da propriedade.

Os dados econômicos da fazenda mostram que a lucratividade, o retorno do investimento e o fluxo de caixa variam conforme as características de cada uma das configurações.

 

O modelo de retorno mais rápido

O tratamento com linha simples de eucalipto, por exemplo, por permitir maior lotação de animais e maior área agricultável, foi o primeiro a revelar retorno do investimento (payback), o que já ocorreu do quarto para o quinto ano do sistema. Esse tratamento também apresenta o maior índice de lucratividade no período avaliado, com R$ 1 de lucro para cada R$ 1 investido. O valor presente líquido anual (VPLA) é de R$ 228,9 por hectare, superando os demais tratamentos a que foi comparado.

Por outro lado, o tratamento que utiliza a teca como componente arbóreo também apresenta números atraentes no período, contando ainda com uma previsão de maior lucratividade ao longo do tempo com a venda da madeira de alto valor agregado. Nesse caso, nos oito anos iniciais do sistema, para cada R$ 1 investido, o lucro foi de R$ 0,77. O VPLA por hectare foi de R$ 158,5.

Já o tratamento que utiliza eucalipto em linha tripla tem como vantagem menor custo com manejo das árvores, quando comparado à teca, uma vez que são necessárias menos operações de desrama e poda, e também menor custo com manejo de rebanho, já que a taxa de lotação é menor do que no tratamento com linha simples. Além disso, outra vantagem é o corte das árvores mais cedo que a teca, trazendo maior lucratividade em menor tempo.

*Apesar de abranger maior área para a pecuária, a utilização da Braquiaria ruziziensis nesse tratamento reduziu a produtividade, fazendo com que os indicadores ficassem menores do que o do tratamento com linhas triplas.

Outro indicador importante para se levar em conta é o chamado lucro operacional líquido após o imposto, conhecido como Nopat. Ele mostra o dinheiro disponível para o produtor a cada ano, fazendo-se a relação entre receitas e despesas totais, impostos e depreciação de equipamentos. Em oito anos é possível ver como o lucro oscila de acordo com operações como o desbaste de árvores e o manejo operacional de culturas. No exemplo da Fazenda Gamada, em 2016 a venda de teca oriunda de desbaste, mesmo sendo ainda madeira fina, garantiu o maior lucro desse tratamento.

*Para calcular o Nopat, os dados coletados em cada tratamento são extrapolados para uma área de 1.000 hectares, correspondente ao tamanho de uma fazenda modal da região.

O analista do Imea Miqueias Michetti destaca nos dados a possibilidade de o produtor antever o comportamento financeiro de cada tipo de sistema. Com isso, ele pode identificar a configuração que melhor se adéqua ao seu perfil e ao tipo de investimento que pretende fazer.

"A escolha do espaçamento e do componente que você vai usar é muito importante para você estruturar o tipo de negócio que você vai ter. Se eu quero um fluxo de caixa contínuo, eu não posso esperar 20 anos. Então vou escolher uma configuração com menor quantidade de árvores. Linhas simples, por exemplo. Agora, quero um fluxo de caixa mínimo para manter minha fazenda, mas daqui a 15 anos quero uma aposentadoria, aí posso escolher outra configuração, com uma árvore de madeira mais valorizada, como a teca, por exemplo", afirma.

Miqueias ainda lembra que os números deste levantamento são um recorte das áreas aos oito anos. Com o passar do tempo, a entrada do dinheiro da venda das madeiras e variações climáticas e de mercado, os índices de lucratividade finais poderão ser diferentes.

 

Projeto URTE

Os resultados deste levantamento fazem parte de um trabalho em parceria entre Embrapa Agrossilvipastoril, Imea, Senar-MT e Rede de Fomento ILPF no qual são avaliadas dez Unidades de Referência Tecnológica e Econômica (URTE) em Mato Grosso.

O grupo de trabalho fica lotado na Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT), e coleta dados diretamente nas propriedades monitoradas. O objetivo é utilizar informações reais para testar um modelo de avaliação econômica que seja mais apropriado para sistemas ILPF. Outros indicadores levantados também contribuem para auxiliar os produtores na gestão e tomada de decisões.

A expectativa é que até o meio de 2017 o trabalho resulte na disponibilização de uma ferramenta para que os produtores possam fazer avaliações e simulações de seus projetos de ILPF. De acordo com o pesquisador da Embrapa Júlio César dos Reis, em um primeiro momento é provável que somente a integração lavoura-pecuária seja contemplada, uma vez que ainda são necessárias mais pesquisas sobre a utilização do componente arbóreo.

Fonte: Embrapa

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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