Empresas
Da semente à farinha: qualidade industrial do trigo é tema de palestras na Expodireto
Palestras explicam como a escolha da cultivar favorece uma melhor remuneração na comercialização do trigo. Atividades acontecem durante a Expodireto, entre 5 e 9 de março, no estande da Biotrigo Genética
Estamos na reta final de safra de verão e próximos da época de implantação das culturas de inverno no Rio Grande do Sul, período em que voltam as dúvidas sobre o cultivo do trigo. Os benefícios para o solo e para as culturas subsequentes são bem conhecidos, mas afinal, o produtor realmente sabe quem é o seu comprador? Que qualidade o mercado exige? E, a liquidez do trigo, como alcançar?
Pensando na qualidade industrial do produto final, a Biotrigo Genética orienta os triticultores durante a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque/RS. As palestras serão realizadas ao longo da feira, entre 5 e 9 de março, na estação de qualidade industrial, no estande da empresa, localizado na Avenida B – área de produção vegetal do parque de exposições.
Há 30 anos, a qualidade da farinha de trigo não tinha uma grande importância quando o agricultor escolhia o trigo para semear, pois o objetivo era produtividade. Historicamente, o estado do Rio Grande do Sul semeava a maior parte da área com trigos com características de qualidade Branda. Há alguns anos o mercado era essencialmente voltado para a panificação e muito do consumo era doméstico, ou seja, as famílias se preocupavam em fazer o tradicional “pão de casa”, tipo caseiro. Para fazer este pão, a qualidade da farinha já tinha uma importância relevante, porém o que se semeava eram trigos com pouca aptidão para panificação. Hoje a maioria das famílias compra seu pão na padaria ou no supermercado e, para produzir esse novo pão, os processos de produção mudaram e muito e a exigência pela qualidade industrial se elevou. O principal avanço aconteceu através do melhoramento genético das cultivares, criando sementes de trigo específicas para os diversos nichos hoje existentes no mercado. Essa evolução na genética do trigo que aconteceu nos últimos anos, tem que ser acompanhada por perto pelos triticultores para estarem dentro das demandas de mercado.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (ABITRIGO), a demanda no Brasil hoje está distribuída da seguinte forma: 56% das cultivares semeadas no campo tem como destino a panificação; 15% são destinados para a fabricação de massas; outros 10% são para produção de biscoito; 10% para uso doméstico e 9% para outros fins.
A supervisora de Qualidade Industrial da Biotrigo Genética, Kênia Meneguzzi, explica que existem hoje no mercado diversas cultivares no mercado, cada uma com especificações diferentes: de cor de farinha; força de glúten; estabilidade, absorção. “Por exemplo, no uso da farinha para massas, a exigência do mercado é de uma farinha mais tenaz (relação de tenacidade e extensibilidade obtida através do teste de alveografia); para biscoito, mais extensível e, para panificação, é mais equilibrada”.
Assim, surge um novo questionamento: será que existe uma farinha certa para atender a demanda e desempenho que o mercado busca? A resposta é sim. Mas, em seguida vem outra questão: como saber qual é a farinha que meu mercado mais próximo quer comprar? Pois a resposta está no planejamento da safra, conforme explica Kênia. “O primeiro passo é conhecer a realidade de demandas do moinho da região antes da semeadura do grão. O segundo, é escolher uma cultivar aprovada pelos moinhos pela sua qualidade industrial. O terceiro, é fazer o dever de casa: cuidar bem da sua lavoura e o quarto passo e um dos mais importantes, é o armazenamento, onde inclui cuidados na secagem, limpeza e a segregação por grupos de cultivares. Seguindo esses passos, é possível aumentar a rentabilidade e obter maior desempenho no mercado”.
Produto aprovado = maior liquidez
Como existem trigos com diferentes indicações e destinos, eles também têm valores distintos no mercado. Por isso, a importância de testar o desempenho industrial de cada cultivar no produto final. “Hoje é essencial a realização de testes de panificação, pois nem sempre a cultivar que passa nos testes de laboratório possui o mesmo desempenho quando é usada na panificação, por exemplo. Esse trabalho, a Biotrigo realiza internamente, testando as cultivares até cinco anos antes de seu lançamento através de sua padaria experimental, inaugurada em 2015. É esse investimento que garante segurança para o produtor que optar por cultivares TBIO”, acrescenta.
Nos últimos anos, a empresa tem enviado amostras dos trigos para mais de 80 moinhos do país, onde elas são avaliadas de acordo com a metodologia de cada um, o que vem comprovando a evolução na performance de panificação ocorrida. “Houve uma grande evolução em parâmetros como W (força de glúten) e estabilidade, como o produtor já sabe. O que ele ainda não sabe é que evoluímos também em testes e performance de panificação, e é isto que queremos demonstrar. Com melhor performance, os moinhos vão se interessar menos pelo importado e o trigo brasileiro poderá ter mais liquidez”, finaliza.
Fonte: Ass. de Imprensa

Empresas Discussões sanitárias
American Nutrients reforça a cadeia exportadora da carne suína ao aderir ao programa livre de ractopamina
A empresa oficializou sua adesão total ao programa como parte de uma estratégia de competitividade

A ractopamina, um agonista β-adrenérgico amplamente utilizado para melhorar ganho de peso e eficiência alimentar em suínos, permanece no centro das discussões sanitárias internacionais. Embora seu uso seja regulamentado no Brasil, diversos mercados estratégicos — como União Europeia, China e Rússia — possuem tolerância zero para resíduos desta substância em produtos de origem suína.
O ponto crítico está na cadeia de alimentação: a inclusão de ractopamina na ração de suínos pode resultar na sua detecção na carne, mesmo quando utilizada dentro das doses permitidas. Essa presença residual é suficiente para inviabilizar exportações e comprometer toda a cadeia produtiva voltada a mercados que adotam exigências mais restritivas.
Com o objetivo de assegurar conformidade sanitária, rastreabilidade e segurança na exportação, o Ministério da Agricultura e Pecuária instituiu o Programa de Produção Livre de Ractopamina. A certificação reconhece empresas que mantêm protocolos rigorosos de controle para garantir ausência parcial ou total da molécula em qualquer etapa da produção de rações para suínos.
A American Nutrients oficializou sua adesão total ao programa como parte de uma estratégia de competitividade e alinhamento às demandas globais. Ao assegurar que suas soluções nutricionais estão completamente isentas de ractopamina, a empresa fortalece a confiança de frigoríficos, integradoras e produtores que dependem de dietas certificadas para acessar mercados premium.
Esta iniciativa reforça o compromisso da American Nutrients com a qualidade, a transparência e a sustentabilidade da cadeia suinícola. Em um cenário de crescente rigor sanitário internacional, a nutrição animal livre de ractopamina é um elemento-chave para manter e expandir a participação brasileira nos mercados mais exigentes do mundo.
Empresas
Inteligência Artificial conta 140 mil ovos por dia com 99,9% de precisão e transforma avicultura
Entre outros indicadores, tecnologia da ALLTIS monitora temperatura, água e volume de grãos nos silos, reduz perdas e aumenta produtividade da Granja São Marcos, de Mogi-Guaçu (SP)

A Granja São Marcos, de Mogi-Guaçu (SP), alcança um novo patamar de produtividade após a implementação do sistema de inteligência artificial da empresa de tecnologia ALLTIS. Com produção diária de 140 mil ovos, o equivalente a 4,7 milhões por mês, a granja – dona da marca Naturegg – estima ganhos operacionais de até 90% após a integração de um pacote de sensores controlado por IA, que permite controle sanitário, monitoramento ambiental e gestão de recursos com mais segurança, precisão e eficiência. A ALLTIS resolve problemas crônicos da avicultura, transformando as granjas em propriedades 4.0 e contribuindo para o aumento da produtividade e a redução de custos. Recentemente, a ALLTIS firmou sociedade com a MCassab Nutrição e Saúde Animal, empresa do Grupo MCassab, especialista em nutrição e saúde animal há mais de meio século.
Fundada em 1983 pela família Teixeira, a São Marcos deixou de ser fornecedora de frangos vivos para ser uma produtora de ovos orgânicos e caipiras livres de antibióticos, comercializados sob a marca Naturegg. Hoje, tem 170 mil aves em postura e distribuição para seis estados brasileiros – São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.
A necessidade de incluir a tecnologia e digitalizar os processos em uma atividade historicamente tradicional, decorre do volume de informações exigidas tanto para gestão do negócio quanto pelos órgãos certificadores. Diariamente, a equipe da São Marcos passou a registrar pela IA, entre outros, dados de temperatura, umidade, consumo de água e ração, taxas de mortalidade e indicadores de bem-estar animal.
“Nosso maior desafio sempre foi transformar informação em decisão. Com a operação que temos hoje, isso já não era possível de forma tradicional. A tecnologia traz agilidade, segurança e capacidade de gerir de maneira eficiente e de antecipar problemas. Agora, conseguimos agir antes que o impacto aconteça”, afirma Matheus Teixeira, diretor comercial da Naturegg.
A parceria com a ALLTIS foi importante para os planos da São Marcos. A granja utiliza quatro frentes tecnológicas da startup: monitoramento ambiental (Sense), controle do consumo de água (Aqua), gestão automática dos silos (Domo) e contagem de ovos por inteligência artificial (EggTag) com precisão de 99,9%. “Cito um exemplo: antes de ter o monitoramento das informações por IA, nossos funcionários precisavam subir em 21 silos para verificar o estoque de ração, enfrentando risco de acidentes e imprecisão nos cálculos. Agora, todo o controle é feito pelo celular, com previsões de consumo e alertas programados”, explica Tailisom Silva, gerente da granja.
“Ter dados confiáveis em tempo real é essencial para obter resultados melhores e maior precisão na gestão. O mercado exige rastreabilidade e sustentabilidade, e a tomada de decisão precisa ser rápida e embasada. Nosso papel é transformar dados em informações úteis para o dia a dia e entregar tecnologias que se adaptam às necessidades e realidade do produtor”, afirma André Aquino, sócio e COO da ALLTIS.
“O exemplo da São Marcos mostra o quanto a tecnologia é importante para potencializar a produtividade das granjas de postura. Mas não apenas isso. É essencial monitorar todas as áreas do negócio e, assim, reduzir os gargalos, que são vários. A tecnologia da ALLTIS está disponível para contribuir para vencer esse desafio”, ressalta Mauricio Graziani, diretor executivo da MCassab Nutrição e Saúde Animal, acionista da ALLTIS.
Outros avanços devem vir nos próximos meses, como a automatização da contagem de ovos com identificação por tamanho e coloração. A expectativa é reduzir ainda mais o índice de erros humanos e dispor de dados detalhados para ajustar o manejo à tecnologia e otimizar o rendimento da produção de ovos.
Para Matheus, a digitalização dos processos é um caminho indiscutível. “O maior erro é achar que a tecnologia é algo distante ou complicado. É o contrário. Ela simplifica, reduz perdas e dá clareza para agir. Quem não se permitir evoluir vai ficar para trás”, ressalta o diretor comercial da Naturegg.
Empresas Ameaça silenciosa
Como a Doença de Gumboro Afeta a Sanidade, Performance e Rentabilidade das Aves
Altamente contagiosa, a enfermidade viral desafia o sistema imunológico das aves e pode gerar prejuízos expressivos à avicultura industrial

A avicultura industrial brasileira, reconhecida mundialmente por sua eficiência produtiva, enfrenta desafios cada vez mais complexos no manejo sanitário dos plantéis. Entre esses desafios, a Doença de Gumboro, também chamada de Doença Infecciosa da Bursa (DIB) é altamente contagiosa. A enfermidade viral acomete principalmente aves jovens entre 3 e 10 semanas de idade, comprometendo o sistema imunológico e impactando diretamente o desempenho zootécnico das granjas.
A doença é causada por um vírus do gênero Avibirnavirus, notável por sua resistência ambiental — capaz de permanecer ativo por longos períodos mesmo após procedimentos de limpeza e desinfecção. Ao atingir a bolsa de Fabricius, órgão essencial à formação das células de defesa das aves, o vírus provoca imunossupressão severa, tornando os animais mais vulneráveis a outras infecções e interferindo na eficácia de vacinas de rotina.
Além do impacto financeiro direto, os efeitos produtivos da doença são amplos e muitas vezes silenciosos na forma subclínica. Em um cenário de alta densidade de alojamento, o controle da imunossupressão é um fator decisivo para sustentar a competitividade da produção de frangos no país.
“A Doença de Gumboro é uma ameaça muitas vezes silenciosa, mas de alto impacto econômico. Mesmo infecções subclínicas, podem reduzir o ganho de peso, comprometer a conversão alimentar e afetar a qualidade dos ovos. O monitoramento eficaz é o primeiro passo para conter o avanço da enfermidade e proteger o potencial produtivo das granjas”, destaca Eduardo Muniz, Gerente Técnico de Aves da Zoetis Brasil.
Na prática, o produtor pode perceber a presença da doença por sinais clínicos como depressão, diarreia aquosa, desidratação e penas arrepiadas. Contudo, é a observação de indícios produtivos como a queda na taxa de ganho de peso diário ou a redução na qualidade dos ovos que costuma revelar a circulação do vírus em sua forma subclínica. Em lotes de alto desempenho, qualquer variação nesses parâmetros representa perda direta de margem e eficiência.
“Em granjas industriais, onde milhares de aves convivem em densidades elevadas, a probabilidade de disseminação viral é alta. O controle eficaz depende de um conjunto de medidas: vigilância sanitária constante, diagnóstico laboratorial preciso e imunização bem planejada. Mais do que uma rotina de biosseguridade, trata-se de uma estratégia de rentabilidade”, reforça Muniz.
A prevenção da Doença de Gumboro deve ser encarada como um investimento zootécnico estratégico. Além da escolha de vacinas adequadas à realidade imunológica dos lotes, é essencial realizar o acompanhamento técnico dos resultados, observando tanto o desempenho produtivo quanto a resposta imunológica. O uso de vacinas como a Poulvac® Procerta® HVT-IBD vacina de vírus vivo congelado contra as doenças de Marek e Gumboro, torna-se uma ferramenta fundamental dentro de estratégias preventivas consistentes e de longo prazo. A vacinação pode ser feita via subcutânea, ou in ovo em ovos embrionados de galinha saudáveis com 18 a 19 dias de idade.
Para a Zoetis, líder mundial em saúde animal, o enfrentamento da Doença de Gumboro faz parte do ciclo contínuo de cuidado. A empresa reafirma que, em um cenário global cada vez mais desafiador, sanidade é sinônimo de desempenho, e o cuidado com a imunidade é o alicerce da produção avícola moderna.
