Avicultura
Da faculdade para a granja
Investir em formação, como universidade e pós-graduação, faz com que produtores administrem suas propriedades como verdadeiras empresas
Ter uma faculdade há muito tempo não é mais um privilégio para poucos. Hoje a formação é essencial para fazer com que diversas atividades deem certo. Isso é aplicável também nas propriedades rurais, que atualmente são consideradas e tratadas como empresas. Esse é o caso da propriedade da família Griep, que fica no interior de Quatro Pontes, PR. Ademir e a esposa Catia cuidam do local que tem como atividades avicultura, suinocultura e agricultura.
Há mais de dez anos que Ademir viu que o ensino superior era uma necessidade para continuar tocando as atividades da família. Foi por isso que iniciou a faculdade de Administração de Empresas com habilitação em Gestão Ambiental. “Eu vi a importância de conhecer mais sobre mercado e buscar mais aperfeiçoamento. Então surgiu a oportunidade de fazer esta faculdade e eu fiz”, conta. De acordo com ele, no início foi difícil, isso porque há alguns anos já não enfrentava mais os bancos escolares. “Mas com o tempo me acostumei e terminei a formação”, diz.
E do que aprendia em sala de aula, Ademir adotava na propriedade da família. Diversos foram os ensinamentos dados por professores que o produtor aplicou nas atividades agrícolas. E foi a partir destes ensinamentos que ele conseguiu fazer com que as atividades rendessem mais. “O gerenciamento na propriedade melhorou. A visão que eu tinha sobre administrar a propriedade mudou também. Eu tinha uma visão e a faculdade me mostrou outra. Com a formação tomamos conhecimento de diversas ideias, e a partir delas conseguimos buscar algo melhor”, diz.
Entre as melhorias citadas pelo produtor está a importância da utilização de tecnologias, além da aposta em outras atividades. No início, a família trabalhava somente com agricultura. Depois que Ademir iniciou a faculdade, também passou a apostar na avicultura e, mais tarde, na suinocultura. “A diversificação foi importante. Hoje que propriedade sobrevive fazendo somente uma atividade?”, questiona.
A partir do que aprendia na faculdade, Ademir também passou a entender outros diversos pontos importantes para qualquer atividade. “Antes eu produzia. Agora, sei bem para quem estou produzindo, para onde o meu produto vai. São questões importantes que o produtor deve saber”, afirma. Ademir ainda comenta que com a faculdade novos horizontes foram se abrindo para o que poderia ser inovado na propriedade e como a atividade tinha uma real importância em todo o contexto global. “Sabemos que a população mundial está crescendo e que todas essas pessoas precisam de alimento. Sabemos que o que fazemos não é algo que vai se tornar supérfluo”, comenta.
Pós-Graduação
Diversos foram os benefícios que a formação universitária trouxe para a família Griep. Mas, como há sempre algo a mais para ser aprendido, Ademir está finalizando uma pós-graduação em Gestão Empresarial. “Este é um conhecimento mais específico. Estou me aperfeiçoando um pouco mais”, conta. Ele diz que em princípio não tinha a intenção de fazer mais esta formação, porém, como a oportunidade surgiu, ele apostou mais uma vez na ideia e iniciou. “Agora já estou quase concluindo. A visão sobre diversos aspectos, em um âmbito mais global, muda. A faculdade te dá um direcionamento, e a pós-graduação te mostra outras oportunidades que você tem de investimento”, comenta.
Para Ademir e a esposa é claro que hoje a propriedade rural é e deve ser tratada como uma empesa. “E como qualquer empresa, precisamos ter uma visão para frente, do que fazer no longo prazo. Gerir a propriedade de forma que ela dê lucros e continue sendo rentável”, afirma. O produtor comenta que não tem como parar de buscar conhecimentos, já que existe a possibilidade de “ficar para trás”. “Como qualquer outra empresa ou setor temos sempre que buscar nos aperfeiçoar a todo momento. Mesmo com faculdade ou pós-graduação, também estar atualizado através de sites, jornais e revistas é importante”, destaca.
Tecnologia
Outro ponto positivo que a formação trouxe foi a mostra da importância do uso de tecnologias. “Nós sempre buscamos nos aperfeiçoar, deixar a propriedade mais tecnificada. A construção do último aviário foi em 2012, mas desde lá muita novidade apareceu na avicultura, e nós sempre buscamos melhorar”, comenta. Para ele é visível que de nada adianta querer economizar neste quesito. “Se você fizer isso, logo fica para trás”, diz.
Hoje a família é integrada a uma cooperativa, o que também, para eles, traz muito mais segurança às atividades realizadas. “Foi em 2007 que alojamos o primeiro lote”, lembra Ademir. De acordo com ele, a integração foi algo bom em que a família apostou, já que é um suporte a mais, além da confiança ser maior. “Fizemos diversos investimentos na propriedade sabendo que isso iria se pagar, iria melhorar a situação e estamos assim até hoje”, conta.
Tinha que ser viável
Outro ponto destacado por Ademir é que com os aprendizados da universidade, as atividades na propriedade passaram a ser diversificadas, o que também garantiu que ele e a esposa permanecessem no campo. “Não temos aqui uma propriedade grande. E ter somente uma atividade sabemos que não é algo rentável. Eu não sei o que teria feito, sempre quis continuar na agricultura, mas tinha que ser viável. E com a faculdade aprendi a gerir melhor a propriedade. Trabalhar temos que trabalhar igual, se puder ser em algo que é seu é sempre melhor”, afirma.
Ademir ainda conta que com a universidade aprendeu também a ter uma visão diferenciada do mercado, em que analisa e pensa mais antes de fazer algum negócio. “Sabemos que temos que olhar o quanto determinada ação é rentável e o quanto não é. Temos que colocar tudo isso no papel, mas existe muita gente que não coloca”, diz.
A propriedade da família Griep é administrada como se fosse uma empresa, onde tudo é analisado e decisões que serão assertivas são tomadas. “Quando você se especializada naquilo que faz, você aprende a cuidar bem e dá futuro. Assim como esse tipo de atitude é importante em uma empresa, também é nas propriedades rurais”, conta. De acordo com ele, saber gerenciar é o ponto crucial, já que a propriedade tem despesas fixas, e saber gerir estes custos é importante, principalmente pelo fato de que se surgir uma crise ou alguma dificuldade, como uma doença, por exemplo, há recursos para gerir isso da forma menos traumática possível. “A pessoa aprende a trabalhar bem, sabe como se comportar em uma crise, que não pode gastar tudo. Eu sempre tento melhorar e tirar o melhor proveito da minha propriedade, porque sei que é isso que faz a diferença”, assinala.
Mais informações você encontra na edição de Aves de agosto/setembro de 2017 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
Avicultura
Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026
Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.
Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.
Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.
Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.
Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.
